Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 48
Capítulo 48




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Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia.

Paulo Coelho

Ally acordou no dia seguinte com o choro da filha. Ela levantou e a pegou no colo saindo da cela logo depois para pegar a mamadeira. Ela deu mama para a filha e a fez arrotar. Ela preparou café para todos e comeu ali com eles. Passou boa parte da manhã andando de um lá para cá com a filha no colo. Depois de Beth pedi umas cem vezes ela se sentou, Ally ficou ali um tempo até que Carl e Rick entraram. Assim que viu os dois ela se levantou e foi até eles. Quando viu o pai, Judith se jogou para ele. Rick a pegou no colo e a beijou delicadamente na testa. Ally abriu os braços e abraçou Carl apertadamente.

– Vocês estão bem? – ela perguntou olhando para os dois.

– Sim. Edwin acha que não corremos o risco de estar doente. – Rick disse e passou a filha para Carl. – Fica um pouco com ela para mim? Preciso conversa com sua mãe.

– Claro.

Rick abraçou a esposa e foi com ela até a cela que eles dividiam.

– Não quero que nenhum de vocês saiam daqui. Vou ajudar os outros. Não precisa se preocupar com nada, amor.

– Apenas se meu marido vai ficar doente ou não. – ela disse olhando para ele. – Sei que tem que fazer isso, mas qualquer coisa, venha até mim. Me promete.

– Claro.

– Claro, não é promessa. Prometa.

– Eu prometo.

Rick a beijou rapidamente e saiu da cela. Ally ficou ali olhando para o nada por um tempo antes de sair e ir ficar com os filhos. Ela se sentou no chão e em pouco tempo, Sofia, Mike, Amy e Beth se sentaram com ela. Como as crianças estavam tensas e não paravam de olhar para a porta, Ally começou a brincar com eles.

– Certo. Que tal brincamos de alguma coisa? – ela perguntou olhando para os outros enquanto balançava a filha delicadamente.

– Que brincadeira? – Carl perguntou brincando com a arma no chão.

– Que tal um jogo de baralho? – ela disse olhando para eles. – Eu tenho um na minha cela. Daryl me deu de presente a uma semana atrás.

– Pode ser. Eu vou pegar. – Carl disse se levantando.

Eles se sentaram em círculo e começaram a jogar. Eles passam algumas horas assim, até que Rick entrou com Daryl e Carol ao lado dele. A mão dele estava sagrando, assim como a boca e a bochecha.

– Rick, o que aconteceu com você? – ela disse se levantando e entregando a filha para Carl.

– Tyreese. – ele respondeu olhando para ela, que tocou levemente no rosto dele.

– O que? Não importa, deixa eu fazer um curativo nesses machucados. Assim você pode me explicar o que aconteceu.

Ela pegou ele pela mão boa e o levou para a enfermaria. Ela fez ele se sentar e pegou as coisas para limpar as feridas.

– O que aconteceu? – ela perguntou pegando a mão dele. – Por que Tyreese fez isso com você?

– Alguém matou Karen e David.

– O que?

– Não sei o que aconteceu. Apenas que Tyreese encontrou o corpo dos dois. Eles foram mortos e queimados. Quando ele estava falando isso para mim, Daryl e Carol, ele surtou. Ele disse que como eu era policial antes disso acontecer, tinha que descobri quem tinha feito aquilo e levar para ele. Que ele cuidaria da pessoa. Pedi para ele se acalma e ele perdeu completamente o controle sobre ele. Atacou Daryl e depois me atacou. Eu perdi o controle. Comecei a bater nele. Se não fosse por Daryl, teria matado ele. Eu simplesmente perdi o controle. – ele olhou para a arma. – É isso que eu sou. Um monstro.

– Não. – ela terminou de limpa a mão e pegou uma facha. – Você sempre foi assim, Rick. E sempre, será. Tem apenas que saber quando deixar isso sair. Todos temos um monstro dentro de nós e todos temos que saber a hora de deixar ele sair. Eu também o tenho, Rick, apenas o controlo melhor.

– Eu poderia ter matado ele.

– Mas não matou. – ela disse olhando para ele. – Não precisou de pontos, mas não aconselho que dirija muito pelos próximos dias.

– Eu sou assim, Ally. Não o tempo todo. Mas sou. Sei que esse ser louco está lá. Esperando para sair. Posso senti. Quero fazer isso ir embora. Mas não vai.

– Querido, não importa isso. Você volto. Pode volta. O monstro dentro de você não te faz um monstro. Apenas mostra que você é capaz de fazer qualquer coisa por aqueles que ama. Sei que odeia isso, mas manter isso trancado por tanto tempo te fez mal. Enquanto souber voltar, não importa o que faça. Você ainda é você mesmo. Não importa quantos mate. Ainda será o mesmo xerife pelo qual me apaixonei. E mesmo que eu não esteja lá para te mostra qual é o caminho certo, você saberá. Escute seu coração, Rick, sempre. E saiba que sou sussurrando para você o certo a fazer. Sempre. Não importa o que aconteça.

Ela pegou outro pedaço de algodão e passou no lábio ferido dele. Depois limpou a bochecha e passou a mão na ferida delicadamente.

– Vocês vão para os escritórios. – ele disse quando ela se afastou dele. – Todas as crianças e idosos vão para lá. Quero que fique com as crianças. Carl e você ficaram encarregados da segurança. Daryl vai atrás de remédios com os outros.

– E você?

– Ficarei lá fora. Preciso fazer algumas coisas. Descobri quem fez aquilo, Maggie e Carol vão me ajudar.

– Amor... – Ally mordeu os lábios e respirou fundo. – Tudo bem, tome cuidado.

– Tomarei. Pegue suas coisas, vou ajudar vocês levarem para lá.

Ally respirou fundo e guardou as coisas antes de ir para a cela dela pega as coisas que ia precisa enquanto Rick foi conversa com Carl. Ela pegou uma mochila com roupas para ela e Judith, depois pegou roupas para Carl. Ela desceu as escadas e Rick pegou as mochilas, enquanto ela pegava a filha do colo do filho e eles iam para o bloco A. Rick colocou as mochilas no chão e passou a mão no rosto da filha e da esposa, antes de aperta o ombro do filho e sair. Ally fez com que todos entrassem antes de fechar a porta. Ela colocou as mochilas no canto e fez as crianças se sentarem e continuarem a jogar, enquanto se afastava com Judith. Carl falou rapidamente com Sofia e saiu falando que ficaria de guarda lá fora.

Ally passou o dia andando de um lado para o outro com a filha. Apenas a entregou para Beth quando Carl disse que Hershel ia sair e que ia com ele para que não fizesse uma loucura. Ally concordou e saiu para ficar de guarda. Ela andou de um lado para o outro com Laica e Poseidon ao lado dela.

– Onde está Hershel? – ela perguntou quando viu o filho vindo sozinho.

– Ele disse que iria ajudar Edwin. Parece que Bob foi com Daryl e o Dr S está doente também. Não sei se o pai ou Maggie vão deixar ele entra. – ele respondeu olhando para os cachorros que brincavam nos pés da mãe.

– Entre. Troque de roupa e fique com sua irmã. Eu ficarei aqui.

– Mãe, eu deveria ter mantido ele aqui?

– Não, amor. Ás vezes, temos que deixar as pessoas por si só. Se fosse por mim, seu pai estaria trancado naquela sala com Judith, mas ele precisa estar lá fora. Vá descansar.

Ally viu o filho se afastando e passou a mão no rosto. Ela estava com medo. Medo de perde tudo aquilo que tinham lutado tanto para conseguir. Ela sentia que o mal ainda não tinha acabado. Mesmo se eles conseguiram a cura para isso era apenas uma questão de tempo para que outra aparecesse. Ela suspirou e limpou o rosto. Estava tão tensa que nem notou que estava chorando.

– Ally? – ela escutou a voz de Maggie.

– Oi?

– Tudo bem? Estava chorando?

– Estou bem. Apenas estressada.

– Beth está lá dentro?

– Sim. Quer que eu a chame?

– Quero. Será que você pode... Eu queria...

– Tudo bem. – ela disse sorrindo. – Está na hora da Judith mama e vou dá comida para Carl e os outros. Sofia está nervosa por causa de Daryl. Pode esperar naquela porta. Vou manda ela passar pela a porta de acesso e vocês poderão conversar em paz.

– Tudo bem.

– Ela já vem.

Ally foi para a porta e abriu. As crianças estavam espalhadas pela sala brincando de mimica. Carl estava no canto com Judith inquieta no colo. Beth estava mexendo alguma coisa na panela e olhava de tempos em tempos para Carl e Judith. Amy estava sentada com Mika na frente dela e arrumava o cabelo dela. E Sofia estava sentada em um canto lendo uma história para Mike.

– Maggie está lá fora. – Ally disse se aproximando de Beth, e tirou a colher da mão da loira. – Vai lá, querida. Amy e eu cuidamos de tudo aqui.

Beth concordou com a cabeça e se afastou. Ally terminou de preparar a comida e desligou o fogo. Ela serviu a comida para as crianças e pegou a filha no colo. Ela se sentou no canto e esmagou a comida, dando aos poucos para a filha. Quando ela terminou. Sorriu para as crianças e foi atrás de Beth. Ela estava chorando, mas tentava fingir que estava bem. Ally se sentou ao lado dela e colou a filha no chão com uma boneca para ela brincar.

– Meu pai está lá dentro. – Beth disse passando a mão no rosto, secando as lágrimas.

– Eu sei, querida. Sei também como você está se sentindo. Me senti do mesmo jeito quando Carl e Rick poderiam estar doente. Me sinto assim, com Rick estando lá fora. Sei que não é a mesma coisa, mas sei como você se sente.

– E se ele ficar doente?

– Daryl foi buscar remédios. Não precisa se preocupar. Seu pai é forte, não fique assim querida. Acho que ele está mais seguro lá do que aqui.

– Rick também está correndo perigo, não é?

– Sim, querida – Ally desviou os olhos e olhou para a filha. – Ele também está na zona de risco, assim com Maggie, Carol. Mas eles vão ficar bem. A gente chegamos até aqui, não é? Apesar de tudo, chegamos aqui. Com três crianças e uma mulher gravida. Limpamos essa prisão, perdemos T-Dog, lutamos contra o Governador, trouxemos um monte de pessoas estranhas para dentro da nossa casa. Fizemos amigos, aumentamos nossa família. Perdemos pessoas. Ganhamos outras. A vida é assim mesmo. Sei que está com medo de perde seu pai, também estou. Ele é como meu pai. Mas vamos ficar bem. Sempre ficamos.

– Sempre. Temos que acreditar. Assim como você e Daryl acreditaram que Sofia estava viva.

– Sim. Temos que acreditar.

As duas ficaram em silêncio, apenas se olhando Judith brincar. Ally passou a mão na cabeça da filha e arrumou o cabelo dela.

– Ela está cada dia mais linda. – Beth disse, fazendo com que Ally sorrisse.

– Cada dia se parece mais com Rick. – Ally pegou a boneca no chão e deu na mão da filha. – Ás vezes, penso como ela pode ter passado novo meses na minha barriga e não se parecer em nada comigo.

– Ela tem sua personalidade. É tão teimosa quanto você.

– Acho que está certa. – Ally riu. – Ela também odeia dormi, tenho que cantar pelo menos três músicas para conseguir fazer com que ela comece a fechar os olhos.

– Ally, eu vi uma coisa que me chamou a atenção. Ontem quando você ainda não tinha entrado, eu estava cuidando do pé de Michonne. A gente conversamos um pouco até que a Judith começou a chorar. Eu estava tentando fazer ela dormi, quando ela gorfo em mim. A entreguei para Michonne para ir me limpar. Quando voltei ela estava abraçada a Jude, chorando.

– Michonne perdeu muito quando isso começou, Beth. Ela não quer e não vai falar sobre isso.

– Mas você sabe. – afirmou Beth.

– Sei. – Ally concordou. – Ela me contou antes de sair com Daryl atrás do Governador pela primeira vez. Mas prometi que guardaria isso para mim até que ela esteja pronta a dividi com o grupo. Ela é uma boa pessoa.

– Eu não consigo te entender. – admitiu Beth. – Mesmo sabendo que ela sente alguma coisa por Rick, você ainda a ajuda, se tornou amiga dela.

– Michonne é uma boa pessoa. Ninguém pode mandar no coração, Beth. Apesar de não me arrepender, não escolhi amar Rick. Apenas aconteceu e eu não podia estar mais feliz. Rick me completa. Me transforma em alguém melhor a cada dia que passa. Ele é e sempre vai ser o amor da minha vida. E se um dia ele decidi que gosta de Michonne, paciência.

– Eu queria ser como você. Ter controle dos meus sentimentos desse modo.

– Eu não tenho controle, Beth. Apenas não mostro o que estou sentindo. Eu sou humana. Sinto medo, tristeza, alegria, angustia, solidão, enfim, tudo que você ou qualquer outro, mas os guardo para mim. Eles estão aqui. – Ally levou a mão ao peito e depois a cabeça. – E aqui. Não queira esconder quem é. Não pense que por chorar, você é fraca, que por teme alguma coisa, seja medrosa. Todos temos nossos fantasmas, apenas temos que lidar com eles do nosso modo.

– Eu vou tentar lutar com os meus. Desde que tudo isso começou, apenas tenho empurrado eles para o lado ou corrido deles e me escondendo. Vou enfrentar eles e vou ganhar.

– É assim que se fala. Agora venha comer alguma coisa.

Ally se levantou e pegou a filha no colo, saindo dali com Beth e Judith. A loira pegou comida e foi se sentar ao lado de Sofia e as duas começaram a conversar. Ally se sentou na porta e deixou que seu corpo escorregasse até que estivesse sentada no chão. Judith se esticou no colo dela e reclamou, Ally a deitou e começou a cantar. Em pouco tempo Judith estava dormindo. Ela colocou a filha delicadamente no chão coberto e a cobriu delicadamente com sua blusa.

– Carl? – ela chamou olhando para ele. – Vou lá para fora. Cuide dela.

– Pode deixar, mãe.

Ally abriu a porta e saiu. Ela andou um pouco antes de olhar em volta e fechar os olhos por causa do silêncio. Agora tudo se resumia aquilo. Silêncio. Apesar de gosta do silêncio, isso ás vezes a deixava louca. Fazia com que quisesse fazer uma festa, apenas para parar seus pensamentos. Apenas para pensar em coisas boas, e esquecer as ruins.


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