Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 46
Capítulo 46




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Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.

William Shakespeare

Ally acordou sentindo a mão de Rick fazendo carinho nas costas dela. Mesmo morrendo de preguiça, ela olhou para o marido. Rick estava sorrindo para ela. Ally devolveu o sorriso e piscou quando ele a beijou de surpresa.

– Bom dia. – ela disse baixinho.

– Bom dia. – Rick passou a mão no rosto dela. – Tudo bem, amor?

– Tudo. – ela disse rindo baixinho. – Por que a pergunta?

– Ontem você estava estranha. Não sei, parecia distante. Depois veio e quando vim para a cela, já estava dormindo.

– Apenas cansada. Mas estou bem, amor. – ela disse e mordeu o lábio inferior dele. – Temos muito o que fazer hoje.

– Eu sei. – ele suspirou e fez uma pequena careta. – Estou dolorido, Deus, nunca imaginei que cuidar de plantas dava tanto trabalho.

– De plantas e de pessoas. – afirmou se sentando na cama. – Eu não consigo entender com mesmo não sendo mais o líder, você tem que tomar tantas decisões difíceis assim. Você é bom demais para essas pessoas.

– Eu ajudo no que posso, amor. Sei que faz o mesmo. – ele sorriu para ela. – Não acredito que você passa tantas horas ouvindo as reclamações dos outros, lavar roupas, ajudar na cozinha e ainda cuidar de Carl e Judith.

– Esqueceu de falar que também dou atenção ao meu marido.

– Isso também. – Rick a beijou e os girou com cuidado na cama para que ficassem em cima dela.

Desde que eles tinham caído na cama alguns meses, Rick os girava com mais cuidado. Rick os tinha rodado na cama, mas se esqueceu que eles estavam em uma cama de prisão minúscula. Ally tinha ficado com um galo horrível na testa por duas semanas, depois desse dia, o xerife passou a ter mais cuidado na hora de rodar na cama. Ally levou as mãos a nuca do marido e puxou os cabelos dele delicadamente. Rick se apoiou nos cotovelos e a beijou com mais entusiasmo. Quando ele colocou uma das mãos por baixo da blusa dela, Judith começou a chorar.

– Acho que meus filhos não querem mais irmãos. – Rick resmungou saindo de cima da esposa, que riu.

– Acho que eles estão com a razão. Judith tem apenas oito meses. – Ally pegou a filha e se sentou na cama. – Acho que não estou pronta para ter outro bebê e nem sei se um dia vou estar.

– Sei que o parto foi difícil, mas ver você gravida foi incrível. Você ficou linda com aquela barriga. – ele olhou para a filha que estava deitada na cama, enquanto a mãe trocava a fralda dela. – Quer que eu pegue a mamadeira dela?

– Por favor. Ainda não acredito que meu leite não deu para ela.

– Você a amamentou enquanto deu. Mas essa menina é esfomeada.

– Como eu disse quando estava gravida. Ela é uma monstrinha. – Ally sorriu para a filha. – O que você está fazendo ai que ainda não foi buscar a mamadeira dela?

– Já vou, amor. – Rick piscou para ela e saiu da cela.

Ally terminou de trocar a filha e a pegou no colo saindo da cela. Rick estava sentado na mesa que tinha ali com a mamadeira na mesa. Ally entregou a filha para o marido e começou a alimentar ela. Ally começou a fazer o café para o marido. Rick era sempre um dos primeiros a acorda, para cuidar da horta. Ally sempre levantava com ele e preparava o café dele. Ela queria ajudar ele, mas não conseguia. O sol era muito forte demais e ela sempre acabava com dor de cabeça e nos olhos. Ela terminou de fazer a comida do marido e entregou para ele. Rick comeu enquanto conversava com a filha que ria para o pai. Rick sorriu para a esposa que estava terminando de tomar café e entregou a filha para ela, saindo logo em seguia. Ally olhou para a bebê e depois a pegou no colo e levou para a cela. Ela colocou a filha no berço e foi arruma a cama. Ela pegou as roupas do marido que estavam espalhadas pela cela e depois desceu. Ally tinha colocado a filha na cadeirinha e começou a ajudar a preparar o café dos outros. Carl se sentou ao lado dela e começou a tomar seu café. Ally sabia que ele queria ajudar na guarda, queria a arma dele de volta, mas Rick ainda estava com um pé atrás com isso. Não sabia se o filho estava preparado para isso.

– Como foi a noite? – Ally perguntou sorrindo para o filho. – Andou muito com a Sofia?

– Não, Daryl a mandou dormi e eu fui logo atrás. Não sei por que ele vive pegando no meu pé. Qual é, a gente já tem idade de namorar.

– Por que você não fala com ele? Ele apenas quer cuidar de Sofia. – ela sorriu para o filho e olhou para Carol que vinha com algumas crianças. – Você terá que esperar ele voltar, vai sair hoje para uma corrida e ainda não acordou. Se você quiser eu posso ir com você.

– Vou pensar. – ele disse bebendo seu café. – Onde está meu pai?

– Você não sabe mesmo? – Ally sorriu novamente. – Ele disse que hoje não ia precisar da sua ajuda agora cedo, pode ficar com seus amigos, com a Sofia...

– Chega, mãe. – ele disse corando quando Carol chegou com os outros.

– Vê, filha. Agora você precisa de mim, mas aqui a pouco vai me trata igual a ele. – ela disse olhando para a filha que brincava com um bichinho de pelúcia. – Mas eu não ligo. Isso é ser mãe.

– O drama que a senhora faz me deixa louco. Apenas disse para você que chega de falar nesse assunto.

– Ainda me perguntou porque fica tão envergonhado. Você pode limpa a boca da sua irmã para mim, por favor? Ela está fazendo bolha de baba novamente.

Carl pegou a fralda ao lado da irmã e limpou a boca dela que riu. Ally sorriu para os filhos. Mesmo com todas as dificuldades que eles passavam, seus filhos estavam seguros e felizes. Ela queria que eles tivessem mais segurança. Que pudesse correr fora daqueles muros, que quando sentisse vontade de comer alguma coisa, fosse apenas ao mercado e compra os ingredientes para fazer. Queria poder ver o filho ser um menino normal. Tudo bem, que se o mundo ainda fosse normal, teria que lidar com Lori e Shane, mas mesmo assim seus filhos teriam a chance de terem uma vida normal.

– Mãe, por que está olhando para a gente?

– Porque meus filhos são lindos. – ela sorriu e parou de frente para eles. – Apesar de ficar muito triste que vocês não se pareçam comigo.

– Deve ser por que Carl não é seu filho e as filhas sempre se parecem mais com os pais do que a com a mãe. – Amy disse olhando para ela.

– Mas não posso sonhar que um deles fosse ser parecido comigo? A vida é cruel. – ela disse se sentando ao lado da filha e pegando no colo, para dá água para a filha.

– Você que é dramática, mãe.

Ally apenas se limitou a olhar para o filho antes de voltar sua atenção para Judith. Quando todos já tinham tomado café, Beth, Carol, Amy e Karen lavaram a louça, enquanto ela arrumava as mesa. Ally cantava para Judith que estava animada em sua cadeirinha. Quando terminou ali, ela entrou com a filha e foi arrumar as celas das crianças. Apesar de gosta de ajudar, Ally achava que era um pouco demais ter que arrumar as celas dos outros adultos. Ela pegou as roupas que os meninos deixaram esparramadas, arrumou as camas e varreu a cela. Quando terminou nas celas, foi anda um pouco com Judith. Ela viu Carl ajudando Rick e Hershel na plantação. Viu quando eles olharam para a cerca e Carl correu. Ela olhou para fora e viu Michonne vindo a cavalo. Apesar que no começo ela não gostava muito de Michonne, agora elas eram amigas. Apesar de Michonne não ser de falar muito, elas conversavam mais agora. Ela viu na hora em que Daryl e os outros faram em direção ao portão. Michonne entrou e entregou alguma coisa para Carl, provavelmente quadrinhos, depois entregou alguma coisa para Rick. Ally franziu o cilho, apesar de serem amigas, ela ainda não gostava do modo como Michonne olhava para seu marido. Daryl e Michonne conversaram um pouco e Michonne foi em direção ao carro e entrou. Ally suspirou e entrou. Ela passou grande parte do dia cuidando as crianças, antes deles irem para o grupo de leitura. Ally estava terminando de dá comida para a filha quando Rick chegou.

– Ei. – ele disse olhando para a esposa com um olhar distante.

– Ei. O que aconteceu? – ela perguntou limpando a boca da filha.

– A gente já conversa. Vou tomar um banho e venho conversar com você.

– Tudo bem, amor.

Ally olhou para Rick se afastando. Ela terminou de dá a comida para a filha, a colocou no berço e depois levou o prato para a cozinha. Quando ela voltou, encontrou Rick sentado na cama com Judith no colo. Ela se aproximou dele e se abaixou para ficar na altura dele.

– O que aconteceu?

– Eu encontrei uma mulher na floresta. – ele disse olhando para ela. – Ela estava com um javali e me pediu para ajudar a levar para o marido, eu ajudei. Quando a gente chegamos lá, ela me mostrou onde ele estava. Era um walker. Ela estava perdida. Acabou se esfaqueando e me pediu para matar ela. Eu o fiz.

– Ei, baby, a culpa não foi sua. – ela disse passando a mão no rosto dele. – Ela estava perdida, estava louca. Algumas pessoas estão perdendo a razão a muito tempo, antes disso mesmo acontecer. Antes mesmo do mundo acabar, as pessoas se perdiam. Ela estava desesperada. Estava com medo e sozinha. A vida era frágil antes mesmo disso começar. A culpa não foi sua, Rick e nunca será.

– Eu pensei que ia ficar como ela. Quando Judith nasceu e pensei que estava te perdendo. Eu fiquei com medo de ficar assim. Sabia que ia fazer a mesma coisa. Que ficaria daquele jeito. Se eu perde você, Carl e Judith...

– Não. Não vai. Você vai seguir em frente. Será o mesmo homem maravilho que é agora. Sei que muitos aqui não entendem seu modo de pensar. Sei que Hershel ainda acha errado suas escolhas passadas, mas amor, mesmo quando você age como um louco, você faz isso pelo bem das pessoas, você faz pelo que acreditar ser certo. Quero que me prometa, que se alguma coisa acontecer comigo, seguira em frente. Temos dois filhos, Rick. Se eu morrer, ou me transforma, preciso ir sabendo que eles estão seguros, que estão com você. Eu te amo e sei o que seu coração guarda. Sei as dores, sei os medos que leva consigo. Quero que siga em frente e seja forte. Faça o que achar certo, saiba que estarei ao seu lado como estou agora. Você me conhece, sabe como penso. Eu sei que vai consegui. Você é um homem incrível. Meu marido, meu amigo, pai dos meus filhos e sei que posso contar com você para sempre, sei que fará o que é certo para eles.

– Eu te amo.

– Eu sei. – ela sorriu gentilmente para ele. – Vamos, deite. Está cansado. Eu vou trazer alguma coisa para você comer. Cuida dela para mim?

– Claro. – ele disse se deitando.

Ally desceu as escadas e foi pegar comida para o marido. Ela passou por todos que olharam para ela com um olhar questionário, mas não ligou. Pegou a comida de Rick e foi para a cela.

– Mãe? Meu pai chegou? – Carl perguntou subindo as escadas.

– Sim, querido. – ela respondeu entregando a comida para o marido.

– Ei, filho, o que foi? – Rick perguntou segurando o prato enquanto olhava para o filho parado na porta.

– Nada. Apenas estava preocupado. Beth disse que não tinha te visto o dia todo.

– Voltei a pouco. Estou bem, não precisa se preocupar.

– Certo. Eu vou dormi.

– Comeu? – Ally perguntou olhando para ele.

– Comi. Boa noite.

Carl saiu da cela. Ally pegou a filha no colo e começou a fazer a filha dormi. Quando olhou para o rosto da filha e viu que estava dormindo a colocou no berço. Rick se levantou e levou o prato lá para baixo, quando voltou a esposa já estava deitada. Ally sorriu para ele e abriu os braços para abraça-lo quando ele se aproximou da cama.

– Vai ficar tudo bem, Rick. Não se preocupe.

– Eu sei. – ele disse sentindo o cheiro do cabelo dela.

Rick se deitou na cama e a abraçou por trás como fazia sempre.

– Está no lado errado. Assim quando ela acorda terei que te jogar no chão.

– Eu levanto. – ele disse a apertando contra ele. – Estou morto de cansaço.

Ally sorriu e segurou a mão do marido. Ela estava cansada e não demorou para dormi. Ally acordou antes do sol nascer e antes de Judith acorda. Ela se afastou delicadamente do marido e levantou. Ally saiu da cela e foi preparar a mamadeira da filha. Quando estava acabando escutou o chovo de Judith, que não durou muito. Pouco depois Rick desceu com a filha no colo. Ally deu a mamadeira para ele e subiu para arrumar a cama. Ela estava terminando de arrumar as coisas quando Rick entrou e colocou a filha no berço. Ele se trocou e pegou a filha novamente. Antes de sair ele beijou Ally que riu e se afastou dele. Ela terminou de arrumar a cama e varreu a cela. Quando ela desceu as escadas e pegou a filha que estava no colo do pai.

– A cada dia que passa, você fica mais linda. – Rick disse a beijando novamente.

– Claro. – ela rolou os olhos. – Chamou Carl?

– Sim. Eu vou preparar o café para você hoje. – ele disse passando por ela.

– Serio? Nossa faz tempo que não como sua comida. – ela disse quando Carl saiu dá cela.

Rick fez o café, eles comeram em silêncio e depois Rick e Carl saiu do bloco de cela.

Ally suspirou e olhou para a filha.

– Vamos ao trabalho, monstrinha?


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