Ironia da vida: a mulher dá-se como prémio ao fraco e apoio ao forte, e nunca ninguém tem o que precisa.

Cesare Pavese

Ally não sabia o que Rick queria falar com ela, mas ia ao lado dele, segurando sua mão pelos corredores da prisão. Rick a levou até uma das torre internas e se sentou a puxando para seu colo. Ally sentia falta disso. Passar um tempo sozinha com Rick. Desde que saíram da fazendo quase não ficaram juntos. Corriam de um lado para o outro todo dia. Depois eles acharam a prisão e tiveram que limpar. O nascimento de Judith e o Governador. Apesar de dormirem na mesma cela e passaram grande parte do dia juntos, Ally sentia que eles estavam se distanciando e odiava isso.

– Eu vou sair da liderança. – Rick disse com a cabeça escondida pelos cabelos dela. – Carl tem razão isso está me deixando louco. Vou falar com os outros e vê o que eles acham que devemos fazer. Se devemos lutar ou ir embora. O que eles decidirem, será.

Eles ficaram em silêncio. Ally não sabia o que falar. Não esperava essa decisão. Queria que o marido fizesse o que fosse melhor para ele, mas deixar o grupo decidi isso não lhe parecia certo. Rick os tinham levado até ali. Os tinha mantidos vivos. Tinha feito coisas das quais não se orgulhava, mas mesmo assim era cobrado.

– Não vai falar nada?

– Eu sou sua esposa, Rick. Meu dever é ficar ao seu lado. Se isso é o que você quer e acha melhor para nós, eu concordo com você. Eu quero ficar e lutar. Esse é meu voto. – ela se afastou um pouco dele e passou a mão em seu rosto. – Não vou ficar contra você, nem comprarei nada. Você é a pessoa que nos trouxe aqui e sei que uma hora ou outra vai voltar a liderança. E você também sabe disso.

– Eu sei. Eu tenho medo do pode acontecer. Mas tenho que deixar eles cometerem seus próprios erros. – Rick disse olhando para o rosto dela. – Por que não deixa mais seu cabelo solto?

– O que? –Ally o olhou confusa.

– Seu cabelo. Você não o deixa solto desde que Judith nasceu.

– Eu tenho um bebê para cuidar. Acha que é fácil controlar o cabelo e um bebê?

– Desculpa.

– Não. Apenas estou esperando ela dormi mais durante a noite. Depois posso deixar solto. Não se preocupe.

– Tudo bem. Eu sinto falta dele solto. – ele disse apoiando a cabeço no ombro dela. – Gostava de ver você parecendo um leão quando acordava.

– Agora que não deixo ele solto mesmo. – ela disse rindo. – Venha. Você tem que comer alguma coisa, xerife.

Juntos eles foram até onde os outros estavam. Todos já estavam comendo e olharam para os dois. Daryl estava um pouco mais afastado deles com Judith no colo. Ele sorriu para eles e voltou seu olhar para a menina em seus braços. Ally e Rick se sentaram juntos e começaram a comer, antes deles receberem olhares de todos ali. Rick respirou fundo e se levantou.

– Eu vou deixar a liderança. – ele disse calmamente. – Isso não é mais uma tirania. Voltamos a ser um democracia. Vocês podem escolher se vamos lutar ou ir embora. Conversei com Ally e eu queremos lutar. Esse é nosso voto. – Rick disse e se sentou.

– Eu voto por lutar. – Daryl disse olhando para eles. – Não podemos deixar que aquele filho da mãe ganhe da gente.

– Eu quero lutar. – Glenn disse olhando para Maggie. – Esse lugar é o meu.

– Estou com vocês. Quero lutar. – Maggie disse segurando a mão do namorado.

– Lutar parece o melhor. Levamos meses para encontra esse lugar. Perdemos T-Dog por causa disso. Não podemos ter perdido ele por nada. – Beth disse olhando para o chão. – Não que ter salvo a vida de Carol fosse nada.

– Voto por irmos. – Hershel disse olhando para as filhas. – Mas se vocês querem lutar, vamos lutar.

– Edwin e eu vamos lutar. – Amy disse. – Já tínhamos falado sobre isso.

– Acho que nem preciso vota. Lutar. – Michonne disse parada na porta.

– Eu também voto pela luta. – Carol disse passando a mão no cabelo de Mike. – Mas vamos ter que pensar muito no que vamos fazer.

– Eu já tenho tudo planejado. – Ally disse. – Quando a votação acabar, eu mostro.

– Vamos lutar. – Sasha disse olhando para o irmão que concordou. – Vocês acolheram a gente e nos ajudaram. É o mínimo que devemos fazer.

– Então são um contra doze. – Rick disse olhando para a comida. – Vamos lutar.

– Acha mesmo que é o melhor? – Hershel perguntou olhando Rick.

– Sim. Acho. Não colocaria minha esposa, meus filhos e vocês em perigo, se não achasse que temos outra opção. A única coisa que podemos fazer é lutar.

– Então o que vamos fazer?

Ally começou a explicar os planos dela. Era fácil e simples. Mas muito bem elaborado. Na verdade tudo para bem dizer consistia em manter todos fora da prisão na hora do ataque. Apenas alguns atiradores iam ficar lá fora, prontos para defender a casa deles. Eles montariam um acampamento perto dali. Ally disse que dessa vez não lutaria, que ficaria no acampamento com os outros. Apenas por que Judith precisava dela. Hershel, Beth e Amy, também ficariam lá fora. As crianças ficariam com eles e outros lutariam. Carl não gostou disso, mas concordou. Eles colocariam alguma coisa para dá um sinal para eles que o perigo estava perto.

– Amanhã vamos acampar lá fora. Na floresta. – Rick disse olhando para eles. – Assim ficarei mais tranquilo. Estaremos onde dá pare ver o que está acontecendo aqui.

– Vamos deixar você lá, e voltaremos. – Daryl disse olhando para eles. – Vamos matar os que entra aqui e depois vamos atrás do líder. Vocês vão poder esperar aqui dentro. Acho que depois de mandar eles para longe, não voltaram assim para nos atacar. Quando o Governador estiver morto. Voltamos para cá.

– Tudo bem.

– Peguem suas coisas. Apenas o que mais precisarem. – Rick disse olhando para as crianças. – Acho melhor deixar a comida aqui. Trancamos em uma cela. Assim como nossas coisas.

– Podemos tranca esse bloco. – Hershel disse. – Fechamos aquele portão e eles não passam. Ele terem que sair por ali. Teremos mais vantagem em cima deles.

– Certo. – Rick disse se levantando. – Vamos dormi. Amanhã será cansativo.

Rick foi até Daryl e pegou a filha, enquanto Ally seguia para a cela. Carl e Mike foram com eles e entram na cela deles depois de dá boa noite para os dois. Ally se sentou na cama e deu de mamar para a filha, antes de colocar ela no berço e se deita ao lado do marido.

– Vai ficar tudo bem. – Rick disse a puxando para deitar em seu peito e apoiando o queixo na cabeça dela.

– Eu sei. – ela disse passando o braço pela cintura dele. – Vamos continuar aqui. Vamos arrumar aquele portão. Eu confio em você, Rick. Desde que você chegou no acampamento, cofio em você mais do que em mim mesma. Vamos viver. Eu sei disso.

– Obrigado por não teimar comigo dessa vez. Por ficar lá fora, cuidado das crianças. – ele disse passando a mão nas costas dela.

Ally se afastou um pouco dele. Ela olhou para o rosto dele antes de se aproximar e o beijar. O beijo começou lento, mas aos poucos foi aumentando a intensidade, a paixão e o desejo. Rick a virou na cama e ficou por cima dela. Ally colocou os dois braços ao redor do pescoço dele, e o puxou para mais perto ainda. Eles ficaram assim por um tempo, até que o ar começou a fazer falta.

– Eu te amo. – Rick falou escondendo o rosto no vão entre o ombro e o pescoço dela.

– Eu também te amo. – ela disse sorrindo para ele. – Amo muito.

Rick sorriu, antes de virar eles novamente na cama para que pudesse finalmente dormirem.