Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 29
Capítulo 29




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Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.

Bertrand Russell

– Devagar. – Rick gritou. – Cuidado. Carl abra a porta. É Hershel.

Eles correram para ver o que tinha acontecido. Assim que Hershel passou, Ally prendeu a respiração.

– Pai. – Beth gritou.

– Temos que deitar ele. – Rick disse levando ele até um cela. – Ele foi mordido.

Ally notou que Daryl e T-Dog não entraram e isso a deixou preocupada.

– Segurem ele. Prontos? – Ally disse pegando Hershel com os outros.

– Ele está perdendo muito sangue. – Maggie disse enquanto eles levantaram o homem e colocaram na cama.

– Ele vai morre? – Beth perguntou chorando.

– Não, querida. – Ally disse abraçando a garota, enquanto Edwin e Carol cuidavam do ferimento de Hershel. – Rick cortou a tempo. Ele vai ficar bem. Não precisa se preocupar com isso.

– Precisamos de bandagens. – Carol disse pressionando o ferimento.

– Acabou. Temos que queimar. – Glenn disse olhando para Hershel. – Posso acender o fogo.

– Não, por favor. – Beth disse apertando Ally. – Não faça isso. Ele vai sofre.

– Não. O choque vai mata-lo. – Edwin disse olhando a perna. – Precisamos manter alto.

– Os travesseiros. – Carol disse colocando alguns em baixo da perna.

– Carl, vá até minha cela e pegue as toalhas que estão ao lado da cama. – Ally disse enquanto tentava acalmar Beth que estava agarrada a ela. – Tem uma caixa preta dentro da minha mochila, sabe onde guardo os pingentes que Daryl me deu? É ela. Traga-a também. Sofia leve Mike, passem pelas celas e peguem os travesseiros, por favor. Amy vai com eles e fique com Mike, ele não precisa ver isso.

Carl saiu correndo para fazer o que a mãe mandou. Os outros fizeram o mesmo. Ally falava palavra calmas tentando fazer com que Beth se acalmasse, mas não estava ajudando muito.

– Aqui. – Carl disse entregando as toalhas para Carol e a caixa para a mãe.

– A uns meses encontrei alguns anticoagulantes e outros tipos de remédios em uma das casas que entramos. – Ally disse abrindo a caixa e começou a mexer. – Hershel me mandou guarda para caso precisasse de uma cesariana, como sangro muito poderia tomar antes dele me corta. Mas acho que dá para ele tomar e ainda sobra. – ela disse enquanto mexia na caixa. – Aqui. Também tem uns anti-inflamatórios.

– Vamos por partes. – Edwin disse pegando o remédio. – Carl, pegue uma garrafa de água.

Eles assistiram enquanto Edwin desmanchava os remédios e dá pequenos goles de água para o homem inconsciente. Rick olhou para Beth e Maggie, antes de pegar suas algemas e algemar uma das mão de Hershel na cama.

– Essa prisão é minha. – eles escutaram um homem gritando.

– Não. Ela é nossa. – Daryl gritou de volta. – É melhor você ficar aí.

– O que está acontecendo? – Ally perguntou olhando para fora da cela.

– Presidiários. Alguns sobreviveram. – Rick disse olhando para Ally, depois para Glenn. – Fiquem aqui, e não saiam por nada.

Os dois saíram deixando os outros sozinhos. Ally se ajoelhou ao lado de Hershel e pegou a mão dele, o pulso estava fraco, mas mesmo assim ele ainda tinha.

– Carl, venha aqui. – eles escutaram a voz de Rick.

– Já volto. – Ally disse se levantando e indo para fora da cela. – Ei.

– Cuide da comida. Veja quanto tem. – Rick disse para Carl.

– Tudo bem. – Carl pegou a comida e se afastou deles.

– Como estão as coisas? – ele perguntou se aproximando dela.

– Bem. Ele ainda está sem febre. Conseguimos parar o sangramento. – ela disse colocando a mão nas costas. – E aqueles prisioneiros? O que vamos fazer?

– Vamos ajudar eles a tomar um bloco de cela. Eles vão ficar lá e a gente aqui.

– Lado a lado. – ela disse olhando para baixo.

– Eu não vou desisti dessa prisão.

– Eu sei. – ela disse olhando para ele. – Eles tem armas?

– Vi apenas uma. – ele disse calmo.

– Certo.

– Ei, vai ficar tudo bem. – ele disse colocando a mão no rosto dela. – Vamos ficar bem.

– Isso não vai dá certo, Rick. – ela disse olhando para ele. – Você sabe disso, não é?

– Sim. Vamos dá um jeito. Vamos estar atentos e prestaremos atenção. Qualquer coisa, mataremos eles.

– Tudo bem. Eu vou ficar com Carol. Edwin vai com vocês.

– Certo.

Ally voltou para a cela. Maggie e Beth estavam ao lado de Hershel. Edwin estava ajoelhado olhando a ferida. Carol arrumava as toalhas para lavar.

– Edwin, Rick está te chamando. Beth, vá ajuda Amy a olhar Mike. – ela disse olhando para Hershel. – Carol, eu vou te ajudar a fazer os curativos.

Eles começaram a arrumas as coisas. Carol e Ally fizeram os curativos o melhor que pode. Quando o ferimento estava fechado, as crianças tinham ido para lá. Amy abraçou Beth e tentava acalma-la.

– Por que vocês não vão fazer o inventário da comida? – Glenn perguntou para as meninas. – Não precisam ficar aqui.

Beth saiu e deixou eles sozinhos a alguns minutos. Maggie tinha ficado com eles, e Amy estava cuidando das crianças. Ally se sentou no chão e ficou olhando para Hershel na cama. Ela passou a mão no rosto dele para ver se ele estava com febre, ainda estava normal. Eles estavam mais calmos, mas ainda estavam tensos.

– O que foi isso? – Maggie perguntou quando eles escutaram um portão sendo aberto.

– Eu pensei que estava fazendo o inventario da comida. – Glenn disse olhando para fora da cela.

– Muito melhor. – Carl disse. O menino entrou na cela e estava com uma mochila nas mãos. – Eu fui na enfermaria. Consegui alguns remédios.

– Você saiu sozinho? – Ally perguntou olhando para ele.

– Sim.

– Carl, isso é perigoso. – ela disse olhando para ele. – Você não pode fazer isso.

– Eu sei me cuidar.

– Eu não disse que não sabe. – Ally disse olhando para ele. – Apenas que você não deve fazer isso. Se fosse sai avisava que Glenn ia com você. Ou até mesmo outra pessoa. Mas não pode sair sozinho por aí. Hershel foi mordido quando fez isso.

– Pare de pegar no meu pé. – ele disse com raiva.

– Carl, não fala assim com ela. – Beth disse parada na porta da cela. – Ela é sua mãe.

– Não. Ela não é. Ela é apenas a mulher do meu pai. – ele disse e saiu da cela.

Ally fechou os olhos e suspirou. Ela sabia que um dia ele falaria isso, mas sempre pensou que doeria menos. Ally abriu os olhos e tirou o cabelo do rosto. Depois arrumou o travesseiro que estava na cabeça de Hershel.

– Ele ainda está sem febre. – ela disse olhando para os outros. – Eu vou ver a comida. Quando ele acorda vai precisar comer.

Ally se levantou e saiu da cela. Depois de respirar fundo, ela foi para onde estava a comida. Sofia, Amy e Mike olharam para ela do canto da sala. Carl estava sentado na escada e também olhava para ela, mas diferente dos outros, ele tentava disfarça. Ally arrumou as coisas o melhor que pode, já com aquela barriga era difícil. Em pouco tempo Carol estava ao lado dela.

– Maggie quer ficar sozinha com o pai. – ela disse pegando a panela das mãos de Ally. – Como você está?

– Bem. – ela disse pegando um esquilo morto e cortando para jogar na panela. – Por que não estaria?

– O que Carl disse...

– É verdade. Eu não sou a mãe dele. – ela disse sem olhar para Carol. – Não posso mudar isso.

– Ele está errado ao falar isso.

Ally não respondeu, apenas terminou o que estava fazendo. Pouco tempo depois, Carol se afastou dela com Glenn. Ally terminou a comida e foi em direção as escadas. Ela queria deitar um pouco. Estava cansada e com as costas doendo. Carl olhou para ela com medo, mas ela apenas passou por ele. Ela se sentou na cama e respirou fundo.

– Eu não vou chorar. – ela disse para si mesma. – Está tudo bem. Sem lágrimas.

Ally se deitou na cama e olhou para cima. Ela tinha que ser forte. Chega de chora. Ela só tinha deito isso muito nos últimos dias. Chega de lágrimas. Ela ficou assim um bom tempo, antes de se levantar e descer as escadas.

– Já comeram? – ela perguntou olhando para as crianças.

– Sim. – Carl respondeu. Ele estava parado ao lado de Beth na porta da cela de Hershel. – Acabamos de comer.

– Bom.

Ally foi comer. Ela pegou um pouco de abobora e se sentou em uma das mesas, quando escutou os gritos de Beth.

– Faça alguma coisa. Alguém ajuda, por favor. – a menina gritava desesperada.

Ally passou correndo pelo filho e foi em direção da cama. Ela colocou uma mão na testa de Hershel e a outra no peito. Não sentiu nada. Depois colocou a cabeça em seu peito. Ela não escutou o coração dele. Ela olhou para ele e abriu a boca dele. Ally nunca tinha feito reanimação, mas já tinha feito um curso relâmpago de primeiros socorros. Ela assoprou duas vezes na boca dele e começou a massagear o peio.

– Vamos. – ela disse enquanto escutava Beth e Maggie chorando. – Vamos.

Ally assoprou novamente. Dessa vez teve resposta. Hershel passou o braço solto sobre ela e a puxou.

– Não. – Maggie gritou e correu para puxa-la.

Elas duas forçaram e conseguiram soltar Ally do aperto de Hershel. Quando estavam no canto da cela, viram que Hershel estava com os olhos abertos, mas diferente do que pensavam, eles estavam normais. Ele olhou para elas e desmaiou novamente.

– Abaixe isso, Carl. – Ally disse respirando com dificuldade. – Ele ainda está vivo.

Nessa hora o portão foi aberto. Em pouco tempo Glenn estava ali.

– O que aconteceu? – Glenn perguntou quando Ally se aproximou da cama e mediu o batimento cardíaco dele.

– Ele parou de respirar. Mas está tudo bem agora. – ela disse olhando para ele. – A pulsação dele está mais forte do que antes da parada.

Eles se juntaram ali e ficaram olhando para Hershel. Beth e Maggie estava ajoelhadas ao lado do pai. Ally estava mais distante, nos pés da cama olhando para a frente. Carl estava ao lado dela com a mão na arma. E os outros estavam fora da cela. Eles ficaram ali, apena escutando o som da respiração de Hershel e seus pequenos gemidos de dor. Eles escutaram o portão abrindo e Carl saiu.

– O Hershel parou de respirar. – Ally escutou a voz de Carl. – A mãe salvou ele.

– É verdade. – Glenn concordou.

Rick entrou na cela e olhou para a esposa que olhava para frente. Ele se aproximou da cama.

– Ainda sem febre. – ela disse sem olhar para ele.

Rick se aproximou da cabeceira da cama e tocou nas costas de Beth e Maggie que tinham se levantado. T-Dog e Glenn se aproximaram também. Quando Hershel gemeu algo parecido com água, Maggie se sentou na cama, mas ele ainda não tinha aberto os olhos. Ally deu um passo para a frente quando notou os cilhos de Hershel se mexendo. Rick olhou para ela e depois para ele, que lentamente abriu os olhos.

– Papai. – Maggie disse se aproximando dele.

– Papai. – Beth disse se ajoelhando sorrindo.

Rick tirou as algemas de Hershel enquanto ele olhava em volta. Assim que sentiu a mão livre, Hershel olhou para Rick e estendeu a mão para ele. Rick a segurou e se ajoelhou ao lado dele. Ally olhou para eles com um pequeno sorriso nos lábios, mas mesmo assim teve que sair dali. Ver aquelas duas meninas com seu pai, o estresse emocional que estava passando e o que Carl tinha dito para ela mais cedo, a estava matando. Ela andou lentamente para longe deles. Ela foi até um lugar mais alto onde ficou olhando para longe. Uma espécie de ponte que ligava um bloco a outro. Ela tentava a todo custo não chorar.

– Tudo bem? – Rick perguntou se aproximando dela.

– Sim. – ela respondeu sem olhar para ele. – Apenas precisava de um pouco de ar. Estava me sufocando ficar lá dentro.

– O que aconteceu quando eu estava fora?

– Nada. – ela disse olhando para os corpos que estavam no chão. Os únicos que eles realmente tiraram foram os do campo onde acamparam e os de dentro da prisão que jogaram ali no canto.

– Não é o que parece.

– Estou bem. – ela disse sem olhar para ele. – Apenas cansada. Esse foi um dia estressante, apenas isso.

– Tem certeza?

– Sim. – ela disse finalmente olhando para ele. – Não tem nada com que se preocupar. Estou bem.

– Vamos começa a limpeza amanhã. – Rick disse olhando para longe.

– É. Para Carl e as crianças terem um lugar seguro para viverem. – ela disse segurando a grade.

– É. Aqui será um bom lugar. – Rick disse olhando para ela.

Eles ficaram um tempo em silêncio. Ally teve uma pequena guerra mental se deveria contar para o Rick o que Carl tinha dito ou não. Mas sabia que se ele soubesse, iria ficar com raiva e brigaria com o filho, por isso decidiu guarda para si mesma o que estava sentindo.

– Venha, xerife. Você tem que comer alguma coisa. – ela disse passando por ele e entrando na prisão.


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está. Os capítulos de ontem foi um bônus. Para os que querem saber e estão doidos. O parto será no próximo, que provavelmente será postado terça.
Lyne



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