Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 28
Capítulo 28




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Na vida, nada se resolve, tudo continua. Permanecemos na incerteza; e chegaremos ao fim sem sabermos com o que podemos contar.

André Gide

Já estava anoitecendo quando Rick e Daryl voltaram. O xerife estava com uma mochila nas costas e parecia satisfeito. Daryl estava com outra e também estava com um pequeno sorriso. Rick foi direto para as escadas e foi até a cela que dividiria com Ally que já estava deitada. Ela olhou para o marido que parou na porta e ficou olhando para ela.

– Achamos quase tudo o que precisamos em uma pequena loja que tinha alguns quilômetros daqui, mas não encontramos formulas. – ele disse colocando a mochila na cama de cima. – Para que você precisa de formulas?

– Caso meu leite não seja o bastante. Caso aconteça alguma coisa comigo...

– Não vai acontecer nada.

– Não sabemos disso. – ela disse olhando para ele, calmamente. – Não tem como saber isso. Mas não estou falando apenas caso eu morra no parto, estou falando de perde sangue, sofre uma cesariana... Um monte de coisa pode dá errado em um parto. E vamos ser sinceros, Rick, eu não como quase nada a meses. Posso ficar mais fraca do que já estou e Beth já se prontificou em me ajudar a cuidar do bebê nos primeiros dias. Se eu estiver fraca, Beth vai precisar alimentar o bebê. Meu leite pode ser fraco e ele vai passar fome, então vamos precisa das formulas. Eu estou apenas pensando em todas as alternativas. Não nas negativas, nem nas positivas, apenas em todas.

– Tudo bem. – ele disse se sentando ao lado dela. – Pensando em todas as alternativas.

– É. – ela disse olhando para ele. – Em todas.

– Mãe, Hershel mandou eu trazer isso para você. Você tem que comer. – Carl disse entregando um prato para ela, depois de entra no quarto.

– Obrigada. – ela disse sorrindo para ele.

Ally colocou o prato ao lado do corpo e se preparou para se sentar. Rick a segurou pelo braço e a sentou. Ela pegou o prato e viu que tinha carne e abobora. Suspirando, ela levou um pedaço de carne a boca. Assim que deu a primeira mordida, sentiu seu estomago revirar. Ela afastou o prato e se esticou na cama. Ela fez ânsia, mas não vomitou.

– Ally – Rick disse se aproximando mais dela.

– Estou bem. – ela disse respirando fundo. – Certo, nada de carne para gente.

Ally pegou a abobora e levou na boca. Seu estomago ainda estava revirado, mas ela conseguiu comer.

– Eu vou trocar com você. – Rick disse olhando para ela. – Fico com sua carne, você com a minha abobora.

– Com a minha também. – Carl disse olhando para ela.

– Não precisa. Estou bem. – ela disse olhando para eles. – Estou sem fome, e vocês também precisam comer. Posso aguentar até amanhã. Daryl vai pegar mais abobora. Tenho certeza que assim que o bebê nascer, eu vou voltar a comer normalmente.

– Tem certeza, mãe?

– Claro, querido. Vai comer. – ela disse pegando mais um pedaço de abobora.

– O que você estava falando com Hershel? – ele perguntou olhando para ela. – Quando eu sai ele parecia surpreso. O que você pediu para ele?

– Falei que se tivesse que escolher entre mim e o bebê na hora do parto. Que escolhesse o bebê. – ela disse olhando para ele. – Não me olhe desse jeito. Mesmo se estivéssemos em um mundo normal eu pediria isso a ele. Entre minha vida e a do bebê... Eu estou apenas sendo mãe. Essa não me parece uma escolha difícil de se fazer.

– Por que ele estava surpreso? – Ally desviou os olhos sem coragem de olhar para ele. – Ally?

– Eu falei para ele que se eu morresse, era para ele te tirar da cela e te levar para longe. Daryl fará o que é preciso.

– O que?

– Você não poderia fazer isso, Rick. Daryl é meu irmão. Não sabemos o que vai acontecer se eu morrer. Edwin, Carol e Hershel estão preparados para fazer o que for preciso, mas talvez não possam me salvar. Não sabemos se eu morrer vou volta ou não, por isso, apenas para ter certeza, Daryl vai me acerta na cabeça.

– Eu te amo. – Rick falou depois de um tempo em silêncio. – E quero fazer isso.

– Eu sei, e por isso que você não pode. Eu também te amo. – ela disse passando a mão no rosto dele. – Toma. Minha fome passou.

– Certo. – ele disse pegando o prato e saindo dali.

Ally fechou os olhos e suspirou, antes de volta a se deitar. Ela dormiu rapidamente.

Ally acordou só seguinte sentindo um peso atrás de si. Ela abriu os olhos e viu que Rick se deitado atrás dela, ela suspirou e fechou os olhos, se aproximando mais dele de modo que ficasse com as costas grudas no peito dele. Voltou apenas acorda no dia seguinte, com a luz fraca que entrava pela janela. Ela se virou e ia se sentar quando sentiu o aperto na cintura dela.

– Ainda é cedo. – Rick disse no ouvido dela. – Pode ficar deitada um pouco mais.

– Estou com fome. – ela disse colocando a mão por cima da dele. – Acho que isso é bom.

– Claro que é. – ele disse se levantando. – Quer que eu pegue?

– Não. Preciso me movimentar um pouco. – ela disse se sentando na cama. – Onde fica o banheiro aqui?

– Vem. Eu te levo. – Rick disse rindo.

– Isso daqui é um labirinto. – Ally disse pegando a mão dele. – Acho que preciso de um mapa.

– Você aprende. – ele disse enquanto eles desceram as escadas. – Não é assim tão difícil.

Eles andaram um pouco e Rick parou na porta do banheiro. Depois de usar o banheiro, Ally foi com Rick até ondo ficava o refeitório improvisado deles. Ela pegou seu prato da noite passada e começou a comer. Eles ficaram em silêncio por um bom tempo.

– Podemos improvisar uma cozinha aqui. – Ally disse olhando em volta. – Até terminamos de limpa e arrumar as coisas. Acho que será bom. Podemos arrumar uma melhor depois, ou até mesmo usar a da prisão, mas acho que o fogão precisa de gás.

– Vamos dá um jeito. Mas você está certa. Podemos fazer uma cozinha aqui. Vai ajuda quando o bebê nascer e você precisar preparar as formular para ele.

– É.

– Bom dia, casal. – Edwin disse saindo da cela dele.

– Bom dia. – Ally disse enquanto Rick apenas acenava com a cabeça. – E aí, você e Amy...

– O que? – ele perguntou olhando para ela surpreso e um pouco vermelho.

– Eu a vi na sua cela. E eu pensei que ela ia ficar com a Beth. – Ally disse olhando para ele.

– Beth ficou com o pai. E ela não queria ficar sozinha. Então, eu pensei que não fazia mal.

– Você está mentindo. – ela disse sorrindo. – Está corando, Edwin.

– Não tô, não.

– Tá sim. – Rick disse rindo.

– O que é tão engraçado? – Sofia disse olhando para eles ao lado de Carol.

– Nada. – Edwin disse ficando mais vermelho ainda.

– É o amor. – Ally disse rindo enquanto colocava mais abobora na boca. – O amor é lindo, não é? Sabe, até meu bebê está apaixonado.

– Seu bebê? – Edwin perguntou louco para sair do foco deles.

– Carl. – ela disse coçando o nariz. – Pode não ser mais um bebê, mas para uma mãe, o filho nunca cresce.

– Eu não sou um bebê. – Carl disse passando pelo pai coçando os olhos.

– Mas está apaixonado. – ela disse olhando para ele.

– Quem está apaixonado por quem? – Daryl perguntou entrando ali com a besta nas mãos.

– Carl. – Ally respondeu bebendo um pouco de água que Rick tinha dado para ela. – Serio, como do possível romance entre Edwin e Amy, mudou para a paixão do Carl?

– Não sei. – Rick disse olhando para ela. – Mas por quem Carl estar apaixonado?

– Ninguém. – Carl e Sofia responderam juntos e rapidamente.

– Mais claro que isso, impossível. – Carol disse passando pelo caçador que olhava para os dois.

– O que? – Daryl perguntou olhando para Carl arrumando a besta nas costas. – Por quem? Acho que ainda não descobri.

– Você costumava ser mais esperto antes de se apaixonar, Daryl. – Ally disse como quem não quer nada, enquanto se levantava.

– O que? – todos perguntaram juntos.

– Que foi? – Ally perguntou notando que todos olhavam para ela.

– Por quem Daryl se apaixonou? – Carl perguntou olhando para Carol, que estava de boca aberta e corada.

– Pela Sofia e Mike. Eu já disse para vocês que para ele, eles são como filhos. – ela disse sorrindo para o irmão que estava mais pálido que ela. – Qual é, gente, isso também é amor. Eu sei o que vocês esperavam que eu fosse dizer outra coisa, mas ainda não aprendi a ler mentes, nem emoções. O que acho que seria muito legal. Bom, se vocês me dão licença, vou ver se meus cachorros tem água.

Ally passou por eles e foi até o outro lado do bloco de celas onde Laica e Poseidon estavam deitados dormindo. Eles ainda tinham água. Ally então subiu para a sua cela. Ela pegou a mochila que estavam as roupas do bebê e as tirou de lá as separando. Rick tinha trazido um conjunto para menino e um para menina que Ally achou uma graça. Mesmo assim ela queria lavar antes do bebê nascer. Não queria correr riscos desnecessários. Depois de separar tudo, ela arrumou as outras coisas, para que estivessem tudo pronto para a chegada do bebê.

– Estamos indo. – Rick disse parado na porta da cela. – Vamos ver se encontramos o refeitório.

– Tudo bem. – ela disse sorrindo para ele. – Cuidado.

– Eu vou tomar. – ele disse saindo.

Ally suspirou e continuou o que estava fazendo. Ela estava quase terminando quando Carol chegou a porta da cela.

– Daryl trouxe a água para levarmos a roupa. – ela disse olhando para a mulher. – Já fervi a água. Podemos ir agora.

– Certo. Será que você pode pegar a roupa? – ela disse se levantando. – Se Carl me ver descendo as escadas com isso vou levar uma bronca.

– Claro. – Carol disse rindo enquanto pegava as roupas. – Você está odiando isso, não é?

– O que você acha? – ela perguntou rindo.

As duas desceram as escadas e foram para o canto onde tinha um tanque. Carol lavou as roupas, não apenas as do bebê, mas também as deles que estavam precisando, e depois Ally a ajudou a estender em uns varais que Amy e Beth tinham feito mais para o fim dos blocos de cela. Enquanto Ally e Carol cuidavam das roupas, Sofia, Amy e Beth cobriam as camas com os lençóis que Daryl e Rick tinham encontrado na loja quando foram busca as roupas para o bebê. Elas conversavam e ficavam de olho em Mike que estava brincando com Poseidon e Laica correndo de um lado para o outro. Ally tinha acabado de estender a última peça de roupa quando escutou.

– Devagar. – Rick gritou. – Cuidado. Carl abra a porta. É Hershel.


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