Ser Mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra.

Barbosa Filho

Ally estava sentada na varanda olhando para longe. Ela tinha acabado de doar sangue novamente. Ela estava abraçando as pernas. Rick estava conversando com Hershel. A cada dez minutos alguém vinha ver como ela estava. Beth era a que mais vinha. Ela tentava conversava com Ally e entrava quando ela não lhe respondia. Maggie apenas olhava para ela e entrava. Patrícia, a ajudante de Hershel, vinha e perguntava como ela estava antes de entrar de novo. Ela viu quando Daryl parou o carro com tudo na frente da casa. Ally se levantou e desceu as escadas correndo. Daryl abriu a porta do carro e desceu indo até ela.

– Como você está? – ele perguntou a abraçando.

– Mal. Conseguiu tudo? – ela perguntou se afastando dele.

– Sim. – ele disse indo até a picape. – Deixe comigo.

Ele disse pegando a bolsa da mão de Otis. Ally olhou para o braço de Otis e notou que tinha sido mordido. Ela não disse nada apenas pegou uma bolsa. Nessa hora Hershel e Rick desceram as escadas. Rick pegou a bolsa da mão de Ally e foi em direção a casa. Ally subiu atrás dele.

– A, eu vou volta para a estrada. – Daryl disse. – Dá uma última volta atrás daquela garotinha.

– Tudo bem. – ela disse entrando na casa. – Cuidado.

Ela entrou na casa e viu que Hershel e Patrícia já estavam se preparando para a cirurgia. Ally foi até a cama e deu um beijo na testa de Carl, depois saiu com Rick para esperar a cirurgia. Rick e Ally ficaram lá fora sentados nas escadas de mãos dadas. Eles ficaram assim por algumas horas. Glenn, T-Dog e Edwin chegaram na fazendo e pararam os carros indo até eles. Eles se abraçaram e depois foram esperar. Glenn explicou que os outros ficaram na estrada para caso Sofia volta para lá. Glenn disse que ia falar com alguém da fazenda para falar onde eles podiam acampar e voltou pouco tempo depois com a Maggie, que o levou até onde Hershel já tinha falado para ela. Edwin tinha entrado e foi ajudar Hershel. Ally já não aguentava ficar sentada e começou a andar de um lado para o outro.

– Ally, Rick? – Edwin chamou saindo de dentro da casa.

– O que foi? Como ele está?

– Hershel está chamando vocês. Ele fez o trabalho todo, apenas dei assistência por que Patrícia está chorando por causa do marido. – ele disse apertando o ombro de Rick. – Bom, eu vou ver como Otis está.

Ally e Rick entraram na casa e foram para sala onde Carl estava. Ele estava mais pálido do que antes. Eles foram para o lado do filho.

– Ele está bem. – Hershel disse olhando para os dois. – Vai precisar fazer outra transfusão e descansar um pouco. Mas ele está bem.

– Conseguiu tirar tudo? Não ficou nenhuma? – Ally perguntou se ajoelhando ao lado da cama.

– Sim. A operação foi um sucesso. Ele ficará bem. Apenas precisa descansar um pouco. Quem fará a próxima transfusão? – ele perguntou olhando para os dois.

– Eu. – Rick respondeu. – Ally já está pálida demais.

– Tudo bem. – ela disse passando a mão no rosto de Carl. – Como Otis está?

– Mal. Ele está quase morto. A febre está muito alta. – Hershel arrumou as coisas dele e saiu deixando eles sozinhos.

– Ele vai ficar bem. – Rick disse com a voz quebrada. – Ele vai.

– Ei. – Ally disse se levantando abraçando ele. – Está tudo bem. Ele está bem agora.

– Eu sou um péssimo pai. Como pude deixar isso acontecer? – ele perguntou colocando a cabeça no ombro dela. – Como? Eu não podia deixar isso acontecer. Eu sou o pai dele.

– Está tudo bem. Ele vai ficar bem. – ela se afastou um pouco dele e segurou o rosto dele entre suas mãos. – Ele está bem e está aqui com a gente. Temos que ser fortes para ele. Ele vai precisar e também temos que pensar em Sofia. Juntos a gente consegue, mas tem que ser juntos, tudo bem?

– Sim. Juntos. – ele disse a apertando mais contra ele. – Juntos.

Os dois passaram a noite sentados ao lado de Carl. Rick tinha feito a última transfusão. Ele estava pálido, mas Beth tinha falando para Ally que ela estava bem mais pálida. Ally não a questionou nem nada. Apenas concordou com a cabeça e se sentou na cama ao lado de Carl. A noite foi longa. Ally viu quando Patrícia e Beth passaram chorando quando Otis morreu. Hershel disse que eles iam cuidar do corpo, para que Rick e o pessoal não precisavam se preocupar com isso. Glenn e T-Dog ficaram de guarda o que Hershel agradeceu já que Maggie estava cansada de passar a noite acordada. Ally não conseguiu dormi nada, Rick ainda cochilou na poltrona ao lado dela. Edwin tinha ido duas vezes checar Carl no meio da noite, ele apenas disse que ele estava bem e voltou para fora com os outros. De manhã Hershel foi examinar Carl.

– A febre baixou. – ele disse sorrindo fracamente. – Está um pouco mais corado, isso é bom.

– Hum... – Carl disse se mexendo. – Ai.

– Carl? Querido? Você pode me ouvi? Está tudo bem agora. – Ally disse se aproximando dele. – Oi, querido. Como você está?

– Sofia? Vocês acharam ela? – ele perguntou olhando para o pai e depois para ela.

– Não sabemos, querido. – Ally respondeu quando viu que Rick não sabia o que falar. – A gente veio para cá cuidar de você. Daryl e os outros continuaram procurando por ela.

– Vamos acha, não é? E ela vai estar bem.

– Claro. Ela vai estar melhor do que a gente. – ela disse beijando a testa dele. – Descanse, querido. Você vai precisar.

– Tudo bem. – ele disse fechando os olhos.

Ally e Rick se olharam. Eles estavam cansados, mas feliz. Carl pelo menos acordou e estava bem. Faltava apenas saber se acharam Sofia. Nessa hora T-Dog entrou na sala.

– Eles chegaram. – ele disse olhando para Rick.

– Estamos indo. – o xerife disse levantando.

Ally beijou a testa de Carl e pegou a mão de Rick. Juntos eles foram para fora. Hershel e outros estavam lá fora esperando para conhecer eles. Beth olhava meia assustada para Daryl, pelo que Maggie tinha falado como ele para bem dizer levou Otis para lá aos tapas, Beth tinha ficado no quarto o dia todo escrevendo, então não tinha visto Daryl.

– Como ele está? – Dale perguntou olhando para eles.

– Bem. Graças ao Hershel e a família dele. – Rick respondeu. – E Daryl também ajudou.

Dale se aproximou de Rick e o abraçou. Carol abraçou Ally.

– Garças a Deus. – ela disse apertando Ally. – Estávamos tão preocupados.

– Está tudo bem agora. – ela disse sorrindo tristemente. – Alguma sorte com Sofia?

– Não.

– Não se preocupe. Vamos achar ela. – Ally disse se afastando dela. – Sei que ela está bem.

– Tudo bem. – ela disse tentando acreditar naquelas palavras.

– Como aconteceu? – Dale perguntou.

Enquanto Rick explicava Ally foi para a varanda. Ela estava sentindo a cabeça leve e estava suando um pouco. Daryl se aproximou dela e se ajoelhou ao seu lado.

– Tudo bem?

– Sim. – ela respondeu passando a mão no rosto. – Apenas tirei sangue demais.

– A, você está mais branca do que daquela vez que viu aquele cervo em decomposição. – ele disse tirando o cabelo do rosto dela. – E olha que aquele dia você ficou bem pálida. Está tudo bem mesmo? Tem certeza?

– Não. Mas vou ficar bem. – ela disse sorrindo, tentando manter a visão em foco. – Alguma sorte na busca de Sofia?

– Não. Ainda não achei nada. – ele disse com raiva. – Como uma garotinha pode sumi tão fácil?

– Não sei.

Eles ficaram em silêncio. Ally decidiu não participar do velório que fariam para Otis. Ela estava se sentindo cansada e ainda estava pálida e fraca. Ela não tinha dito para ninguém mas estava tonta, sentia como se o mundo estivesse girando. Ela ficou ao lado de Carl o resto do dia. Passando a mão na cabeça de Laica que estava sentada com a cabeça no colo dela. Daryl tentou usar os cachorros na busca, mas o cheiro de Sofia se perdeu no meio do cheiro de tantos walkers. Poseidon estava na varanda dormindo. Ally viu quando os outros estava planejando as buscas por Sofia. Rick voltou pouco tempo depois sozinho.

– Então? – ela perguntou quando ele beijou a testa dela.

– Daryl vai sozinho. – ele disse se sentando ao lado dela. – Hershel disse que doei muito sangue para ir. T-Dog vai volta para a estrada para ver se ela voltou. Os outros vão arrumar o acampamento. Amanhã vamos fazer do modo certo. – ele olhou atentamente para ela. – Você está bem?

– Sim. Por quê? – ela perguntou.

– Daryl está preocupado com você. Ele me disse que era para ficar de olho.

– Daryl apenas não quer perde mais ninguém. Ele se apegou ao grupo, apenas não admite isso ainda. – ela suspirou. – Eu vou ficar bem, certo?

– Certo.

O dia se passou rapidamente. Daryl voltou sem Sofia, mas com notícias. Todos os dias era a mesma coisa, ele saia e volta sem a menina e isso o deixava louco. Ele tinha encontrado uma casa, onde tinha comida e uma cama improvisada. Parecia que tinha sido usada a pouco tempo, e ele tinha visto pegadas de criança frescas. No dia seguinte, ele continuaria as buscas. Durante dois dias foi isso. Eles saiam cedo para procurar Sofia, mas não encontravam nada. Rick estava ensinando os outros atirar. Hershel estava com o pé atrás, mas como Daryl tinha dito que eles podiam usar um local mais distante da fazenda. Depois disse ele aceitou. O caipira ajudar Rick quando dava. Carl estava melhor, já queria sair da cama, mas Hershel e Edwin falaram para ele que não dava para ele sair ainda. Estava fraco.

Eles ainda não tinham encontrado Sofia. Carl estava melhor, mas ainda não podia sair da cama. Ally estava tensa e um pouco distante do grupo. Ela estava desconfiada de uma coisa, por isso decidiu que ia para a cidade. Rick estaria dando aula de tiro e Daryl por ai. Então, ela não teria problemas para sair da fazenda. Ela tinha acabado de colocar sua última faca de caça e foi para a casa. Ela e Rick estavam dormindo na barraca, então as coisas dela estavam lá.

– Carol, você pode ficar com Carl para mim? – ela perguntou olhando para a mulher que estava sentada na varanda costurando as roupas do Daryl. Como ela tinha conseguido as roupas dele, Ally não fazia ideia.

– Fico. Onde vai?

– Na cidade. Preciso de umas coisas. – ela disse se encostando na parede. – Vou aproveita que Rick não está aqui e Carl está dormindo. Quer alguma coisa?

– Tenho umas coisas que preciso. E acho que seria bom se você conseguisse uma calça para Daryl. As dele estão horríveis.

– Eu sei. – ela disse rindo. – Me dê a lista.

Carol demorou um pouco para termina a lista, já que os outros também colocaram algumas coisas na lista. Ela estava quase saindo quando viu Daryl. Ele estava vindo em sua direção de dentro da floresta, ela tentou ir mais rápido que ele mas não deu.

– Onde vai?

– Na cidade. – ela disse rapidamente. – Pega algumas coisas.

– Esse é o trabalho do Glenn. – ele disse desconfiado.

– Não para o que preciso. E ele está aprendendo a atirar. Posso fazer isso.

– Não sozinha. – ele disse colocando a besta nas costas. – Vou pegar minha moto.

Ele deixou ela e voltou. Ally sabia que era apenas uma questão de tempo para ele alcançar ela se ela fosse andando, então era melhor esperar mesmo. Assim que ele parou ao lado dela, ela subiu na garupa. Eles não falaram nada durante o caminho. Eles chegaram a cidade e saiu da moto. Ally colocou a mão na espada e foi andando. Eles foram primeiro no mercado. Carol queria fazer um jantar de agradecimento para Hershel e precisava de algumas coisas. Eles pegaram tudo o que Carol ia precisar e foram para a farmácia. Ally pegou primeiro os remédios que Hershel precisava. Ally aproveitou que Daryl estava pegando alguns remédios que achava que eles podiam precisar no futuro.

– A, o que você acha que podemos... – Daryl se virou bem nessa. – Para que é isso? O que é isso?

– Eu... – ela pensou em menti, mas suspirou e mostrou para ele. – Um teste de gravidez. Acho que estou gravida e para saber tenho que fazer o teste. Eu quero saber se estou gravida, se não estou.

– É do Rick?

– Não. Do alien que veio nos visitar ontem à noite. – ela disse se levantando enquanto guarda o teste na mochila. – Claro que é do Rick, Daryl. De que mais séria?

– Certo, desculpa. – ele disse olhando para a mochila. – Por que três?

– Para ter certeza. Caso um não der certo.

Eles saíram da farmácia em silêncio. Ally tinha pegado duas bombinhas, já que na correria no CCD ela tinha perdido as suas. Eles foram em silêncio o caminho todo até a fazenda. Ally estava pensando no que ia fazer se estivesse mesmo gravida. Ela ainda não sabia. Uma gravidez não seria nada fácil de levar naquela vida que eles levavam. Correndo para se manterem vivos por mais um dia. Eles chegaram na fazenda e levaram as coisas que Carol e os outros pediram para dentro. Depois de ver Carl rapidamente, Ally saiu. Ela foi para mais longe possível e fez os testes. Ela balançava o pé enquanto esperava. Depois de respira fundo ela viu. O três deram positivo.

– Ei. – Daryl disse vindo para o lado dela. – E aí?

– Positivo. – ela disse fechando os olhos.

– E o que você vai fazer?

– Não sei. Me dê um tempo.