As ligações de amizade são mais fortes que as do sangue da família.

Giovani Boccaccio

Ally estava olhando para a floresta quando escutou o som da moto. Ela pegou o rifle e se preparou para a tira. Ela mirou no motoqueiro e soltou um suspiro quando viu que era Daryl. Ela olhou em volta para ver se encontrava mais alguém, algum carro, mas não, Daryl era o único. Apesar de tudo tinha esperança de Rick estar com ele. Ela pulou de cima do carro chamando a atenção dos outros. Daryl parou a moto e sorriu para ela. Ally correu para ele e o abraçou enquanto os outros saiam do carro. Ela aperto o irmão e deixou umas lágrimas descerem.

– Graças a Deus. – ela disse se afastando dele. – Você está bem? Foi mordido?

– Não. Estou bem. – ele disse mal humorado. – E vocês?

– Tudo bem. – ela disse olhando por cima do ombro dele. – Viu mais alguém?

– Não. Quando eu sair de lá as coisas ainda estavam uma loucura. Apenas vi Poseidon e Laica entrando no trailer de Dale antes de virar a esquina, mas não vi se alguém estava lá dentro além de uma mulher loira. Não sei se era Andrea ou Amy. Achei que eles estariam mais seguros lá do correndo ao lado da moto.

– Você está certo. Eles correria muito perigo correndo com você. – ela disse passando a mão no rosto. – Pensei que seria melhor vim para cá. O plano é ficarmos até o amanhecer.

– Tudo bem. Vá dormi um pouco, eu fico de guarda. – ele disse tirando o cabelo dela de frente do rosto. – Vai ficar tudo bem.

Ally suspirou e fez que sim com a cabeça. Ela entrou no carro com os outros, enquanto Daryl parava a mota ao lado do carro. Ally fechou os olhos, mas não conseguiu dormi. Enquanto estava sentada no banco do motorista. Baixinho ela cantava uma música antiga que escutava quando era criança, tentando se acalmar. Ela estava quase terminando a música quando o trailer apareceu no horizonte. Ally e Carl saíram do carro, Carol não deixou Sofia sair de novo e Mike acabou dormindo durante a noite. Em pouco tempo o trailer se aproximou e parou ao lado de Daryl. Os cachorros foram os primeiros a descer, sendo seguidos por Rick. Carl correu para os braços do pai. Ally se abaixou e abraçou seus cachorros. Depois se levantou e foi até Rick. Eles se abraçaram meio torto já que Carl ainda estava grudado no pai.

– Você está bem? – Rick perguntou.

– Sim. Fomos os primeiros a sair. – ela disse se afastando dele. – E você?

– Bem. Demorou um pouco, mas conseguimos.

Ally olhou em volta e viu que Dale e Andrea estavam ali. Não avia sinal de mais ninguém. Ela olhou para Daryl e Carol com as crianças no carro.

– Viu mais alguém saindo? – Daryl perguntou encostado na carro.

– Vi Lori e Shane correndo para o meio da floresta. Morales saiu pouco depois de você. Pensei que se vocês estivessem aqui encontrariam com ele. O resto não sei. – Rick respondeu beijando a testa da esposa.

– Ele deve ter pegado a estrada segundaria. – Ally explicou passando a mão no cabelo de Carl. – Ela também traz para cá, mas no dobro do tempo.

– Voltem para o carro. – Daryl disse de novo. – O xerife e eu cuidamos da segurança. Vocês podem dormi um pouco.

– Não sei se consigo dormi. – Ally disse. – Mas você deve dormi, Carl.

– Por quê? E se minha mãe chegar? – ele perguntou olhando para ela.

– Porque está cansado. E se ela chegar, seu pai te acorda. – ela disse bagunçando o cabelo dele. – Venha. Vou te colocar para dormi. – Ela se virou para os outros. – Peguei um pouco de comida e bebida. Vou colocar no porta-malas, assim vocês podem pegar sem ter que abri a porta do carro se sentiram fome.

– Tudo bem. Eu te ajudo. – Rick disse.

Ally abriu a porta do motorista e pegou as mochilas. Ela tinha levado uma de comida e outra de roupas. Tinha pegado alguns cobertores para que pudessem dormi. Carl entrou e se sentou ao lado de Sofia. Ela estendeu o coberto dela para ele e eles ficaram ali juntos. Aos poucos caíram no sono. Ally e Carol não tiveram tanta sorte. Elas ficaram conversando baixinho e pouco depois que o sol começou a nascer saíram do carro para fazerem o café.

– Rick. – Daryl chamou apontando para a estrada.

Dois carros vinham em direção a eles. Assim que os carros pararam Amy desceu correndo do primeiro. Ela e Andrea se abraçaram. Aos poucos os outros foram saindo. Jim, T-Dog e Glenn saíram do primeiro. Os Morales, Carlo e Jacque saíram do segundo.

– Pensei que o ponto do encontro fosse outro. – Glenn disse olhando para todos.

– E era, mas eu parei aqui por que sabia que Rick e Daryl viriam para cá. – Ally explicou sorrindo para ele. – Acho que foi melhor assim.

– Por quê?

– Porque para ir para a cidade tem que passar por aqui. E mais ninguém veio. Vocês fizeram o caminho mais longo. Se qualquer outro tivesse vindo para cá, teriam passado por aqui.

– Quer dizer que eles morreram? – Jim perguntou.

– Não. Eles podem ter fugido para dentro da floresta, como Rick disse que viu Lori e Shane fazendo. – Daryl disse olhando em volta. – Não é certo, mas é uma chance. Eu vou pegar o resto das coisas. Esperem aqui.

– Vou te ajudar. São muitas sacolas. Glenn, você pode vim com a gente?

– Claro, Rick.

Daryl entrou na floresta com Glenn e Rick logo atrás dele. Ally e Carol terminaram o café bem na hora que as crianças acordaram. Daryl e os outros voltaram em pouco tempo com o resto das coisas. Eles colocaram na mala do carro e foram comer.

– Antes que eu me esqueça. – Dale disse. – Salvei seu violão.

– Serio? – Ally perguntou surpresa. Por mais que gostasse de tocar, vilão não estava na frente de prioridade de resgate.

– Sim. Mas não aquele que você encontrou na cidade, o que você trouxe com você quando veio para o acampamento. – ele disse sorrindo pela cara de espanto dela. – Eu o achei na barraca de Shane quando fui pegar Andrea para entrar no trailer depois de ver Amy entrando no carro com Jim. Peguei, está no trailer.

– Onde? – ela disse se levantando.

– Em cima da mesa.

Ally correu e entrou no trailer. Assim que viu o violão o pegou e o abraçou. Ela saiu pouco depois com o violão nas mãos e se sentou onde estava antes de se levanta. Ela ainda segurava o violão como se alguém fosse roubar.

– Qual é a história do violão? – Sofia perguntou olhando para o instrumento.

– Eu o ganhei de presente de formatura do meu pai. – ela disse suspirando. – Quando chegamos ao acampamento ele sumiu, mas nunca pensei que Shane pudesse ter pegado.

– Ele tinha dito que achou para a mamãe. – Carl disse olhando para ela. – Eu tinha reconhecido de algum lugar, mas não me lembrava que era seu.

– Tudo bem. O que importa é que ele está comigo agora. – ela disse.

– Temos que encontra uma capa para ele. – Rick disse sorrindo.

– Sim. Temos.

Eles terminaram de comer em silêncio. Na verdade Jim não tinha comido. Ele tinha sido mordido e disse que não queria, ele tinha pedido para Rick mata-lo, mas ele não o fez. Daryl se ofereceu para fazer o trabalho, mas o xerife disse que isso só ia acontecer na hora certa. Mesmo assim Jim se mantinha afastado de todos.

– Temos que ir. – Rick disse. – Se não chegaremos muito tarde na cidade.

– Eu estava pensando sobre isso. – Ally disse pegando seu mapa. – O CCD fica a poucos dias para cá. Como você me disse que queria ver como estão as coisas por lá antes de seguir em frente, achei que fosse gosta da ideia, já que estava falando sobre ir para lá. Se não dê certo lá, podemos tentar o centro de refugiado.

– Tem certeza que esse é o caminho? – Andrea perguntou.

– Tenho.

– Ela aprendeu a geografia do país. – Daryl disse com a boca cheia. – Ela disse que isso seria importante para uma caçadora. E também disse que assim seria mais fácil aprender a andar pela floresta. Se tem uma coisa que essa ai sabe fazer é ler um mapa. Se ela disse que por esse caminho chegamos lá, pode acreditar nela.

Todos ficaram em silêncio por um tempo. Era uma decisão difícil. Rick suspirou. Ele não sabia o que fazer. Tinha que manter aquelas pessoas em segurança.

– Vamos para CCD. – ele disse por fim. – Caso não tenha nada lá, vamos para o local que Ally disse. – ele olhou para a esposa. – Pode fazer rotas de fuga?

– Claro. Começo assim que partimos. – ela disse sorrindo para ele. – Só mais uma coisa. E as armas? Estamos quase sem.

– Eu peguei uma bolsa antes de sair do acampamento. – Daryl disse lambando os dedos. – Ela estava perto da moto. Na correria devem ter deixado cair de alguém.

– É um bom começo. – Rick disse. – Acho que devemos descansar um pouco.

– E ele? – Daryl disse apontando para Jim.

– Ele não vai se transforma agora. – Rick disse se levantando. – Pare de querer mata-lo.

– Eu só perguntei. E o moleque? – ele perguntou apontando para Mike com o queixo.

– O que tem?

– Ele não precisa de uma mãe ou de um pai? Ou algo assim. Sei que vamos ficar com ele, mas ele é muito novo para ficar sozinho. Vai atrapalhar o grupo. É apenas um atraso.

– Eu cuido dele. – Carol disse.

– Beleza. Eu vou puxar um ronco. Me acordem quando forem sair. – e se afastou.

– Eu sei que ele é seu irmão. – Rick disse olhando para Ally. – Mas dá um vontade de mata-lo.