Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/631542/chapter/10

O futuro é construído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e mutáveis, e cada evento influencia todos os outros.

Alvin Tofller

Mas um mês se passou. Nesse eles quase não viram mais errantes sozinhos. Antes do primeiro ataque tinham sido apenas um. Agora já foram cinco. Ally e Rick estava cada vez mais firme. Passavam muito tempo juntos. Ficavam também com Carl toda vez que não tinham que ficar de guarda. Shane não tinha tentado se aproximada dela de novo, ainda mancava por causa da flechada que tinha levado. Ally e Andreia tinham colocado os mapas nos carro em uma noite de vigia. Eles tinham combinado que caso acontecesse alguma coisa. Daryl pegava os suprimentos e levava até o centro de refugiados. De certo modo eles podiam se encontra antes, já que todos pegariam a mesma estrada. A não ser se tivessem muitos walkers.

– Oi. – Shane disse parando ao lado dela e de Rick na fogueira. Essa era a primeira vez que falava com ela desde que tinha levado a flechada. Ele ainda mancava quando andava.

– Preciso que vocês vão na cidade amanhã. – ele disse tenso. – Precisamos de mais comida e vocês falaram que onde pegaram aquelas, ainda tinha.

– Tudo bem. – Rick disse. – Podemos ir.

Shane se afastou. Ally sorriu e beijou o namorado. Desde que se assumiram, eles se beijavam na frente dos outros. Ally podia jurar que Lori ainda gostava de Rick, já que sempre que estavam juntos ela estava de cara feia. Ás vezes, quando eles se beijavam ela saia de perto. Mas Ally não ligava para isso. Rick estava com ela e era isso que importava para ela. Daryl se sentou ao lado deles e parecia nervoso. Ele bufava e falava sozinho.

– Tudo bem, cara? – Rick perguntou abraçando Ally.

– Ela em chamou de tio. Tio. Isso tem cabimento? Eu? Tio dela? – Daryl falava com se eles soubessem do que ele estava falando.

– Ela quem? – Ally perguntou confusa.

– Sofia. Eu a ajudei a pega água e ela me agradeceu. Até tudo bem. Mas ela estragou tudo quando completou seu agradecimento. – ele disse cruzando os braços.

– E como ela te agradeceu? Ela não pode ter falado uma coisa tão ruim assim. Pode?

– Obrigada, tio Daryl. – ele disse fazendo uma vozinha fina. – Tio Daryl. Tio.

– Daryl, ela apenas te chamou assim por que gosta de você. – Ally disse segurando a risada. – Isso é coisa de criança, é assim mesmo. Ela me chama de tia também. Bom, ela chamava.

– O que você fez para ela parar?

– Falei para ela que eu sou muito nova para ser tia. Que ela podia me chamar de parenta. – disse e não conseguiu segurar a risada pela a cara chocada de Daryl. – Deus, homem, o que deu em você? Ela apenas te chamou de tio. Não é o fim do mundo.

– Mas ele não sou tio dela. Eu não tenho sobrinho. Pelo menos não que eu saiba.

– Não. Daryl, ela gosta de você. Você a ajuda. Eu vi você mostrando para ela e para Carl como seguir rastros. Pare com isso. – ela disse sorrindo. – Você é um bom homem. E eles gostam de você. Olha, podia ser pior. Ela podia ter te chamado de titio Daryl.

– Cala a boca. – ele disse e se deitou colocando a cabeça no colo dela. – Eu não sou tio, e muito menos titio.

– Mas seria um titio muito charmoso. – ela piscou para ele rindo.

– Cala a boca. – ele resmungou fechando os olhos. – Eu estou morrendo de sono.

– Então durma. – Ally disse rindo.

Daryl fechou os olhos e se aproximou mais dela. Ally riu e começou a conversa com Rick que ainda estava rindo de Daryl.

– Eu não acredito que tudo isso por que foi chamado de tio. – Rick disse abraçando o ombro da namorada. – E você é chamada de parenta?

– Sim. As crianças acham engraçado. – ela disse o beijando rapidamente. – Mas elas me chamam mais de Ally do que de parenta.

Eles ficaram mais um tempo conversando. Até que decidiu que estava na hora de ir para as barracas. Ally acordou Daryl e o levou até a barraca. Ela dormiu rápido e não teve muitos sonhos. Ela acordou cedo. O sol nem tinha nascido ainda. Daryl roncava ao seu lado todo largado. Ela riu e saiu. Rick já estava esperando por ela para tomar café. Ela piscou para ele e foi para a barraca dele. Ela se trocou e saiu. Eles tomaram café e foi para o carro. Eles foram até a cidade conversando animadamente sobre tudo. Ally estava se divertindo muito ao tentar ensinar Rick falar português. Mas estava sendo difícil para ele. Quando eles chegaram ao mercado, entraram. Eles não queriam demorar muito. Ally pegou tudo o que estava na lista dela, enquanto Rick foi pegar as da dele.

Ela terminou e colocou tudo no carro. Depois foi ajudar Rick. O xerife estava esvaziando a prateleira com feijões enlatados.

– Eu pego aquelas. – ela disse vendo ele tenta escalar para pegar a mais alta.

Rick sorriu para ela e se afastou. Ally subiu rapidamente e começou a pegar as latas. Ela pegava e entregava para ele. Eles trabalhavam rápido e já estavam acabando. Estava indo tudo bem, até que Ally se desequilibrou. Sua mão escorregou e ela caiu. Ela só não foi para o chão por que Rick a pegou. Eles se olharam por um tempo e começaram a se beijar. Um beijo urgente e demorado. As mãos deles ganharam vida própria. Rick a prensou contra a prateleira e ela envolveu as pernas na cintura dele. Eles não sabem como começou, mas quando notaram as roupas deles já estavam espalhadas pelo chão. Ally estava tensa, mas era aquilo que ela queria. Era aquilo que ela precisava.

– Tem certeza disso? – Rick perguntou se posicionando entre as pernas dela.

– Sim. – ela disse passando a mão no rosto dele. – Seja rápido, por favor.

Rick entrou nela com uma única estocada. Ally mordeu os lábios para abafar um grito de dor. Rick parou e esperou ela se acostumar com ele. Depois ele começou a se movimentar. Eles ficaram assim por um tempo. Quando eles chegaram ao ápice, ficam um tempo assim. Rick estava deitado em cima dele e eles estavam tentando normalizar suas respirações.

– Desculpe. – ele disse saindo de cima dela e se deitando ao lado. – Sou pesado.

Ele puxou Ally para cima dele e beijou a testa dela. Ally apenas sorriu e olhou para ele. Rick passou a mão no rosto dela e tirou os cabelos que estavam grudados ali.

– Você é incrível. – ele disse beijando o nariz dela.

– Você também é. – ela disse rindo.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Ally olhava para longe, seus pensamentos distantes. Rick ficou com medo dela ter se arrependido. Ele sabia como isso era importante para ela, e ele não queria que ela se sentisse culpada ou se arrependesse do que eles fizeram.

– Eu não me arrependi. – ela falou depois de um tempo em silêncio. – Antes de me pergunta, dá para ver na sua cara que é isso que você está pensando. – Ela se sentou e olhou para ele. – Eu sempre disse para minha mãe que quando eu encontrasse o cara certo e decidisse me entregar para ele, ela seria a primeira pessoa a saber. Se não antes, depois. Eu era muito ligada a ela. E agora... Eu nem sei se eles estão vivos, Rick. Não sei se eles foram comidos, se se transformaram. Se estão passando fome, frio. Eu tentei falar com eles, mas poucos dias depois que o apocalipse começou, todos os telefones morreram. Eu tentei, ainda hoje quando encontro um telefone tento ligar para casa, mas nada.

– Eu sinto muito, querida. – ele disse a abraçando. – Eu queria te dizer que eles estão bem, mas não posso.

– Eu sei. – ela disse e tentou sorrir. – Não vamos falar sobre isso. Temos que nos vesti e volta para o acampamento.

Rick concordou e se levantou. Eles se trocaram em silêncio. Ally sorriu e voltou pegar os resto dos feijões. Eles levaram para o carro e voltaram para pegar algumas coisas que estavam faltando. Depois entraram no carro e partiram. Ally não falou muito o caminho todo. Ela estava pensando em sua família e Rick respeitava isso. Quando eles chegaram ao acampamento, Ally foi direto para a barraca que dividia com Daryl. Rick não disse nada, apenas começou a tirar as coisas do carro.

– Está tudo bem com Ally? – Lori perguntou se aproximando dele.

– Sim. – ele respondeu simplesmente. – Por quê?

– Eu acabei de passar pela barraca dela e escutei ela chorando. – ela respondeu olhando para Daryl que estava atrás de Rick. – Pensei que tinha acontecido alguma coisa na corrida.

– O que aconteceu com minha irmã? – Daryl perguntou nervoso.

– Ela se lembrou da família. – Rick respondeu suspirando. – Ela está triste por não saber se eles ainda estão vivos ou não. Está tensa e triste. Ela não falou muito no caminho de volta. E acho que ela não quer falar com ninguém agora.

– Você está certo. Ela odeia que a vejam chorar. – Daryl disse e passou a mão nos cabelos. – Deixa ela sozinha um pouco. Vai fazer bem para ela.

Ally estava abraçada a suas pernas. Ela não chorava mais, mas ainda sentia um grande aperto no peito. Ela sentia falta dos pais, sentia falta dos irmãos. Mas mesmo assim sabia que não podia ficar pensando muito nisso, não podia pensar ou então ia enlouquecer.

– Ally? Posso entra? – Dale perguntou do outro lado da porta da barraca.

– Pode. – ela disse na mesma posição.

– Oi. Rick disse que você estaria aqui. Pensei em vim e conversa um pouco com você. – ele disse se sentando ao lado dela. – Quer falar sobre isso?

– Não. – ela respondeu olhando para ele. – Estou bem. Apenas precisava chorar um pouco. Estou bem.

– Ás vezes, precisamos falar. – ele disse sorrindo bondosamente para ela.

– E, ás vezes, precisamos guarda o que sentimos. – ela disse olhando para ele. – Eu nunca gostei de falar como me sinto. Nunca. Estou bem. Eu sou assim. Me sinto melhor depois de chorar do que falar. Eu vou ficar bem. Eu estou bem.

– Tem certeza?

– Sim. – ela disse sorrindo fracamente. – Eu sou durona e se eu precisar falar sobre o que estou sentindo vou atrás de alguém para falar sobre isso. Pode ter certeza disso.

– Tudo bem. – ele disse e se levantou. – Qualquer coisa é só me procurar. A qualquer hora. Estarei disposto a te ouvi.

– Tudo bem. – ela sorriu novamente.

Ally suspirou e fechou os olhos. Por que toda vez que ela se sentia mal, todos queria falar com ela? Se ela quisesse falar com alguém, ela falaria. Sim, ela precisava falar com alguém sobre tudo o que estava sentindo, mas não com qualquer um. Não precisavam que perguntassem se ela queria conversa. Queria desabafar. Sim, ela precisava, mas queria ir atrás deles, não ao contrário. De todos ali só tinha três pessoas que ela se sentiria a vontade para falar sobre isso. Daryl, Rick e Carol. Os dois primeiros estavam fora de cogitação. Então, apenas lhe restava uma opção. Ela suspirou e saiu da barraca. Quando chegou onde os outros estavam. Todos olharam para ela, Ally apenas revirou os olhos e foi até onde Carol estava.

– Posso falar com você? – ela perguntou olhando para Carol.

– Claro.

As duas saíram dali e foram para onde os carros estavam. Ally se sentou no capô do carro de Rick e olhou para longe. Ela suspirou e começou a falar. Ela falou sobre sua família, suas dúvidas, suas esperança de encontra sua família viva, seus medos, seus sentimentos, tudo o que estava pensando e sentindo. No fim ela tinha falado tudo o que manteve guardado em seu peito. Contou tudo o que escondeu, o que não queria falar para ninguém para que não tivessem mais problemas do que já tinham. Ela simplesmente falou tudo o que queria e o que não queria. Ela até contou o que tinha acontecido entre ela e Rick naquela manhã.

– Eu queria que minha mãe estivesse aqui. – ela disse e secou uma lágrima. – Ela provavelmente me falaria que não deveria ter... transado... – ela disse baixinho e ficando vermelha. – Com Rick sem proteção. Falaria que posso engravidar, pegar doença e várias outras coisas. Ela também me perguntaria como foi, se me senti bem, se me senti pressionada. Ela também ameaçaria Rick.

– Eu queria saber o que te dizer para fazer você se senti melhor, mas não sei.

– Tudo bem, Carol. – ela disse sorrindo. – Estou bem. Não precisa tentar me conforta, apenas precisava falar.

– Eu sei que não é a mesma coisa. Mas pode falar comigo sempre que precisar.

– Obrigada.

– Oi, meninas. – Daryl disse envergonhado se aproximando delas. – Tudo bem aqui?

– Sim. – Ally respondeu. – O que foi?

– Preciso conversa com você e saber se vou ter que dá uma flechada em Rick. Ele me perguntou uma coisa e se a conclusão que cheguei a respeito dessa pergunta for a que penso, preciso encontra uma boa flecha. – ele disse coçando a nunca.

– A gente nós vemos depois. – Carol disse se afastando deles.

Daryl esperou Carol se afasta para ir sentar ao lado de Ally.

– Rick me perguntou se estava tudo bem você voltar para a sua barraca. Com ele. – Daryl disse calmamente, mas Ally podia sentir a tensão em sua voz. – Ele me disse que ainda não tinha falado com você, primeiro queria saber o que eu achava sobre isso, eu disse para ele que se for isso que você quer tudo bem. Mas isso me leva a outro impasse. Você e eles dormiram juntos?

Ally olhou para Daryl por um tempo. Ela nunca pensou que teria essa conversa com Daryl.

– Sim. – ela respondeu. – A gente dormiu juntos.

– Você deixou ele avança? Não se sentiu mal ou pressionada?

– Eu quis, eu deixei. Ele não me obrigou a nada. Ele me perguntou se eu queria ou não.

– Você vai aceitar o convite dele?

– Se ele fizer, sim. – Ally disse. – O mundo acabou Daryl, não sei o que me aguarda amanhã. Vou viver como se amanhã fosse o último dia. E pode ser.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Daryl não concordava muito com a decisão dela, mas sabia que estava certa. No mesmo dia ela voltou para sua barraca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Survival Instinct" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.