Entrando em Apuros em Vegas escrita por LelahBallu


Capítulo 4
Capitulo 03


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!! Segunda fic do dia, não se acostumem!!
Quero pedir desculpas pelo atraso, mas para aqueles que me acompanham no tt já sabem que meu notebook está com problemas e tenho tido que priorizar fics. Obrigada pelo interesse, incentivos e pelos comentários. Estou com um pouco de pressa e não posos me aprofundar aqui, então, vamos ao capítulo!



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– Felicity. – Escutei a voz de Oliver me chamar sem paciência, encarei o homem a minha frente e agradeci pela sua atenção, só então encarei Oliver que estava sentado em um dos bancos da capela, os braços apoiados no banco da frente e o queixo apoiados neles. – Vamos dar um tempo, estou cansado. – Suspirei analisando minha grande/pequena criança.

– Eu posso continuar sem você. – Falei e lancei um olhar para Helena que estava deitada em um dos bancos. – Você vem Helena?

– Lis escute seu marido. – Pediu, olhei para o teto pedindo paciência, Oliver tinha me dado um pouco de espaço e diminuído em suas provocações, mas em compensação Helena estava fazendo justamente o que minha mãe havia dito, ao passo que Oliver tinha freado mais suas piadas Helena as fazia por ela, ele e minha mãe juntos.

– Estou quase considerando deixa-la aqui sem carona. – Alertei antes de me sentar ao lado de Oliver que me olhou brevemente antes de encostar a coluna no encosto do banco e relaxar a cabeça fechando os olhos, ele realmente parecia cansado, desde o momento em que eu havia tomado banho, dado um breve resumo sobre meu dia de recém casada a Helena e ter comido um pouco, estávamos procurando pela capela onde eu e Oliver possamos ter nos casados, até o momento não havíamos tido nenhum sucesso.

– Você não pode. – Veio à resposta. – Oliver está dirigindo e eu acho que ele meio que gosta de mim, do tipo a amiga divertida da minha mulher, não se preocupe não estou de olho no seu homem. – Eu definitivamente ia deixar ela aqui.

– Vamos deixar para amanhã Felicity. – Encarei Oliver, ele ainda não havia aberto os olhos, mas seguia falando. – Amanhã cedo eu pego você e Helena e continuamos.

– Você devia estar desesperado. – Murmurei. Seus olhos se abriram me encarando com atenção. – Você está prestes a casar...

–Querida eu já me casei. – Deu de ombros. – Já me convenci que não poderei me casar com Laurel até ser um homem divorciado e poder pedir uma nova licença, eu terei que me explicar com ela de qualquer forma, então até lá eu espero ter tido algumas horas de sono.

– Você promete me pegar nas primeiras horas da manhã? – Perguntei não confiando de todo nele.

– Sim. – Confirmou.

– Droga eu não posso. – Neguei levando uma mão a cabeça. – Hoje foi meu dia de folga, mas amanhã tenho que estar no restaurante.

– Podemos ir durante sua hora de almoço. – Sugeriu. – Qualquer coisa ou eu farei como sua amiga e dormirei nesse banco.

– Eu ainda não dormi. - Revirei os olhos ao escutar a resposta de Helena. – Mas concordo com ele.

– Está bem. – Concordei. – Mas você não pode se atrasar. – Avisei, ele assentiu com um sorriso e se ergueu meus olhos acompanharam cada movimento seu ao se espreguiçar, eu tinha que admitir eu me casei com a sexualidade transformada em espécime masculino. – O quê? – Perguntei quando ele me estendeu a chave do seu carro. – Você vai me deixar dirigir?

– Apenas por que estou muito cansado. – Falou.

– Eu senti algo semelhante a uma onda de simpatia ao seu favor. – Provoquei. – Você devia ter começado o dia me entregando essa chave.

– Prometo me lembrar disso. – Retrucou. – Onde está Tommy? – Perguntou olhando em volta. Helena se ergueu de vez, ficando apenas sentada no banco ao escutar a pergunta.

– Eu acho que esse a gente pode deixar. – Ela falou ajeitando os cabelos.

– Por quê? – Brinquei. – Vocês formam um casal e tanto.

– Ok senhorita eu sou engraçada. – Levantou-se colocando as mãos na cintura. – Perdeu o direito de fazer piadas ao se casar com um estranho.

– Cheguei! – Tommy entrou pela entrada lateral da capela, carregava alguns sacos. – E trouxe comida!

– Eu acho que me casei com o cara errado. – Falei sorrindo para ele que apenas piscou em resposta, peguei uma das sacolas em suas mãos.

– Ah mandaram avisar que logo vai começar a realizar alguns casamentos aqui, precisamos sair.

– Está bem. – Oliver concordou. – Eu preciso da minha cama o quanto antes. – Entreguei a ele um dos pacotes. – Acho que vou comer isso quando chegarmos ao hotel.

– Sim. – Concordei. – Deixarei para quando chegar em casa também.

– Eu preciso trocar de roupas. – Tommy resmungou.

– Eu preciso dormir. – Helena falou em meio a um suspiro.

– Eu não sei por que você está tão cansada. – A encarei com aborrecimento. – Você ficou sumida por horas e descobri que você estava em casa dormindo enquanto eu ficava preocupada com você.

– Eu vi você saindo com ele. – Apontou para Oliver. – Eu sabia que você faria sua caminhada de vergonha no dia seguinte, por isso não me preocupei, nunca pensei que você também carregaria junto a ela um anel e uma tatuagem. – Olhei para a aliança na minha mão esquerda e encarei Oliver que estava quase dormindo em pé.

– Esquecemos de procurar a loja em que você comprou isso. – Ergui a mão.

– Felicity. – Sua mão encontrou a minha e passou a me puxar. – Amanhã eu te levo onde quiser, agora eu quero ir para cama.

– Juntos? – Tommy e Helena perguntaram ao mesmo tempo, limitei-me a soltar minha mão da de Oliver e lançar um olhar descrente para os dois.

– Vocês realmente nasceram um para o outro. – Murmurei.

– Talvez devêssemos nos casar. – Helena retrucou com ironia. – Você e Oliver poderiam nos indicar a capela.

– Helena! – Escutei a voz de Oliver ergue-se antes de voltar a me puxar dessa vez pelo braço ao notar que eu tinha parado bruscamente com o intuito de ataca-la, isso mesmo eu ia acabar matando minha melhor amiga. – Eu estou pensando seriamente em deixa-la aqui, não se esqueça que dei as chaves do meu carro a ela.

– Grande erro. – Escutei-a resmungar.

– Ok. Agora você pode me soltar. – Murmurei quando estávamos descendo os degraus da calçada, neste momento um homem parou e me fitou longamente, estranhei tanto seu gesto que quando Oliver soltou meu braço eu me segurei ao seu.

– O que foi? – Perguntou confuso.

– Aquele homem está me encarando. – Falei baixinho.

– A essa altura você já devia estar acostumada. – Percebi tardiamente que ele havia feito um elogio, mas sua atenção estava concentrada no homem. – Você está certa, ele a está encarando e está vindo.

– Olá! – Nos cumprimentou com um enorme sorriso e o encarei confusa com a familiaridade com ele falou conosco. Ele sorria e olhou de Oliver para mim. – Só queria cumprimenta-los, eu esperava que a esta altura você tivesse levado sua garota para uma lua de mel por que vocês estavam tão animados ontem...

– Espere. – Ergui uma mão em gesto de silêncio. – Ontem? Você esteve conosco ontem?

– Claro. Vocês não se lembram? – Olhou de um para o outro e riu. – Não me surpreende... Por que para ser sincero vocês estavam meio altos... – Interrompeu sua risada com um pigarro ao encarar o rosto sério de Oliver. – Bem, eu fui uma das testemunhas ontem. Você me parou na praça... – Apontou para Oliver. – E disse que estava “prestes a se casar com minha garota bonita” e que precisava de algumas testemunhas, então você ofereceu uma generosa quantia e eu aceitei junto com uma garota que passava por perto. – Ele nos encarou ansioso. – Você não quer o dinheiro de volta não é?

– Não. – Oliver rapidamente negou.

– Você teria como escrever o endereço e nome da capela onde nós... Onde houve o casamento? – Perguntei. Demoraria um pouco para eu me acostumar ao fato de que havia me casado.

– Se vocês puderem me dar caneta e papel... – Pediu. Helena se aproximou mexendo em sua bolsa, demorou alguns segundos até que ela puxasse uma caneta e uma nota fiscal.

– Pode escrever no verso. – Helena sugeriu com um sorriso. Ele assentiu contente por ter a atenção de uma garota bonita e começou a escrever, troquei olhares com Oliver.

– Você quer ir agora? – Perguntou em tom cansado, ia afirmar que sim, que queria acabar com isso o mais rápido possível, mas repensei, indo agora ou não havia garantias de que eu não estaria mais casada amanhã nesse mesmo horário, e Oliver estava cansado, considerando seu esforço para não me irritar nas últimas horas, decidi compensa-lo com algumas horas de sono.

– Não. – Falei por fim. – Vamos manter o plano e ir na hora do almoço. – Suspirei. – Vou deixar vocês garotos dormirem um pouco. – Escutei a comemoração de Tommy e um “Oba” fraco vindo de Helena. O homem a encarou com curiosidade, mas ela não estava mais prestando atenção nele.

– Aqui. – Ela me entregou o papel após agradecer com educação ao homem, Oliver apertou sua mão em agradecimento e lhe dei um breve aceno, logo ele se afastava decepcionado por não ter chamado mais nenhuma atenção de Helena que sequer tinha percebido seu interesse. Encarei o endereço com curiosidade.

– Ia ser nossa próxima visita. – Falei entrando no carro, Oliver me lançou um olhar apreensivo. – Calma, eu já disse que só vamos mais tarde, eu só estava comentando. – Ele permaneceu em silêncio, talvez tentando não me dar alguma chance de mudar de ideia, segurei a vontade de provoca-lo e tomei meu tempo aproveitando as vantagens de dirigir seu carro. Quando parei o carro em frente a minha casa Helena foi a primeira a abrir a porta saltando do carro com pressa absurda e com um rápido adeus caminhou até a porta de casa e entrou, eu sentia que precisava perguntar mais sobre o que havia acontecido na noite anterior, estava claro que ela havia omitido algo relacionado a Tommy, ou não estaria tão ansiosa para se afastar dele, saí do carro meneando a cabeça, Tommy rapidamente assumiu o volante, isso significava que Oliver não precisava sair do carro, mas ele o fez mesmo assim, acompanhando-me até minha porta.

– Ok. – Murmurei sem jeito. – Então, nos vemos as 12:30 no restaurante do hotel, certifique-se de ter almoçado mais cedo, por que não podemos demorar muito, estou saindo meia hora mais cedo, e no máximo chegarei meia hora atrasada, então não podemos perder tempo.

– Sim, senhora. – Fez gesto de continência. Lancei um olhar impaciente para ele que respondeu com um suspiro exaltado. – Ok, eu entendi que você não acha engraçado o fato de ter acabado se casando com um cara estranho que acabou sendo eu, aparentemente a última pessoa na terra que você gostaria de ter casado, mas por que você não pensa em mim? Não está sendo uma droga apenas para você, eu sou noivo Felicity, e minha noiva não é do tipo que perdoa isso fácil, eu faço piadas, por que não quero me concentrar o quão sério é o fato de que eu, o cara que sempre amou esta única garota, que está prestes a casar com ela foi capaz não só de trair, mas também casou com uma completa desconhecida, que sequer se lembra como isso aconteceu, eu basicamente não tive nenhum respeito pelo meu relacionamento, e ter você me julgando como se não tivesse cometido o mesmo erro me irrita! Então eu te ataco, e faço piadas, por que eu não quero pensar o quão estúpido eu fui na noite anterior.

O observei enquanto tomava uma respiração profunda e encarava o chão, toquei em seu ombro o surpreendendo, ele me encarou confuso.

– Vá dormir Oliver, você está precisando descansar. – O aconselhei. – Amanhã vamos resolver isso.

– Não é tão fácil assim. – Balançou a cabeça em negação. – Eu não sou um idiota, você me pegou em meus piores dias, eu sei que preciso contar isso a ela, resolvendo logo ou não.

– Vá para hotel. – Aconselhei. – Descanse um pouco, antes de dormir ligue para ela.

– Não quero contar sobre isso por telefone. – Confessou.

– Você está certo. – Assenti. – Mas ela precisa escutar noticias suas, eu passei todo o dia com você Oliver, posso não me lembrar da noite passada, mas posso afirmar que hoje você não fez nem atendeu nenhuma ligação dela. Ela deve estar preocupada, se ela é tão ciumenta como você faz soar não sei como ela está tranquila com uma despedida em Vegas. – Ele me encarou constrangido e seus olhos desviaram dos meus, tal como criança no exato momento em que roubou um biscoito do pote e foi flagrado no ato. – Oliver... – O chamei em tom de repreensão. – Ela não sabe que você está aqui?

– Não. – Confessou. – Tommy me carregou, ele ligou para o escritório e fez com que minha assistente mentisse para ela e minha família, eu estou em uma reunião...

– Onde supostamente você deveria estar? – Perguntei surpresa.

– Na Rússia. – Moveu-se inquieto deslocando seu peso de um pé para o outro.

– Na Rússia? – Indaguei incrédula. – Na Rússia? – Repeti ainda não acreditando. – Vocês dois são loucos? Você achava que mesmo que não tivesse tido esse casamento ela não descobriria essa mentira absurda?

– Não é tão absurda assim...

– Você precisa ligar para ela. – Falei com convicção. – Quando é o casamento?

– Em quatro dias? – Era para ter sido uma afirmação, mas no momento ele estava agindo como se eu fosse uma professora rigorosa o colocando contra a parede. – Era para eu almoçar com ela amanhã. – Confessou hesitante.

– Oliver!

– Eu sei, preciso ligar para ela. – Assentiu.

– Vá embora. – Mandei. – Vá para o hotel e ligue para sua noiva. – Ele abriu a boca para dizer algo mais e não pude evitar rir. – Desculpe, mas você está tão ferrado.

– Eu estou não é? – Sorriu.

– Agora vá. –Pedi.

– Boa noite Felicity. – Murmurou.

– Boa noite. – Sussurrei de volta antes dele girar nos calcanhares e caminhar até seu carro. Entrei rapidamente dentro de casa sendo mais uma vez recepcionada por Lady, ela era adorável, mas precisava voltar para sua dona, acariciei sua cabeça enquanto refletia que quem precisava voltar para sua dona também era Oliver Queen.

Joguei-me em minha cama após passar um longo tempo na minha banheira, quando deitei senti toda a carga do dia drenar minhas energias, fechei os olhos com um suspiro e fiz uma pequena oração para que o dia de amanhã não fosse tão longo e complicado quanto o de hoje.

Encarei os botões do painel com um sorriso idiota enquanto sentia seu braço envolta de minha cintura, sua boca na curva do meu pescoço, a língua percorrendo minha pele, estremeci sentindo sua caricia e soltei minhas sandálias de salto no chão, girei em seus braços envolvendo seu pescoço.

– Estamos quase lá. – Falei com uma risada. – Não podemos fazer aqui no elevador. – Sussurrei contra seu ouvido. Pulei ao sentir sua mão apalpar minha bunda e rir com sua urgência, estávamos bêbados, qualquer um que nos visse poderia perceber isso, mesmo nós seriamos capaz de percebermos.

– Eu a quero agora. – Murmurou pressionando-me contra a parede fria do elevador a mão deslizando por minha perna e erguendo a barra do meu vestido, nossos lábios estavam próximos, mas não chegavam a se tocar, encarei sua boca com interesse feminino, eu estava ansiosa para tirar suas roupas e no momento não me importaria nem um pouco se fosse aqui no elevador, mas as portas se abriram nos surpreendendo, ele se afastou com um sorriso enorme. Abaixei-me para pegar minhas sandálias e encarei surpresa o casal de idosos que nos encarava atônitos. Oliver sorriu para eles. – Boa noite. – Saiu puxando minha mão, antes que as portas se fechassem por completo voltou-se para o elevador e ergueu nossas mãos entrelaçadas em um gesto vitorioso. – Nos casamos!! – Comemorou. O senhor assentiu assustado com seu comportamento. Andamos apressados e com passos trôpegos até a suíte que o recepcionista havia nos entregado a chave e entramos rapidamente, eu não tive que andar muito a sua frente até que minha cintura fosse novamente envolvida por mãos fortes e ele me girasse para si, sua cabeça encostada na minha, um sorriso terno nos lábios. – Nos casamos.

– Nos casamos. – Repeti bobamente.

– Agora está na hora da nossa noite de núpcias. – Murmurou contra meus lábios. Assenti vagamente enquanto seu corpo empurrava o meu cegamente para trás até que senti meus joelhos cederem e perceber que ele havia me guiado para o sofá, seu corpo subiu sobre o meu enquanto seus lábios cobriram os meus em um beijo feroz, gemi ao sentir o contato de nossas línguas e sussurrei seu nome quando sua mão entrou por baixo do meu vestido, fazendo contato intimo com a parte inferior do meu corpo.

– Oliver... – Sussurrei novamente enquanto sentia seus dedos moverem-se dentro de mim. – Oliver... – Falei em tom mais audível percebendo que já não sentia seu corpo sobre o meu, senti apenas o ar frio do meu quarto, abri os olhos dando-me conta que havia sonhado com Oliver, mais do que isso, esse não havia sido apenas um sonho, havia sido totalmente real, por que tratava-se de uma lembrança. Suspirei aborrecida quando entendi que queria mais do que tudo retornar ao sonho.

POV OLIVER

Caminhei com o semblante fechado até o restaurante, já estava quase na hora que havia marcado com Felicity, Tommy logo desceria e juntaria a nós, eu havia evitado o restaurante mais cedo e tinha optado por comer algo no quarto, eu não estava ansioso para encontra-la. Não quando tinha a memória de estar enterrado profundamente dentro dela estava marcada a ferro em minha mente, eu havia dormido e tudo havia voltado de vez, as imagens me atormentando, a forma como eu havia erguido seus braços e segurado seu pulso com uma mão evitando com que ela me tocasse e dado minha atenção para seus seios, como permaneci segurando ela dessa forma enquanto penetrava seu corpo uma e outra vez até dar-me por satisfeito e inclinar meu rosto contra seu pescoço lambendo o sal das gostas de suor em sua pele, tudo estava impregnado em minha mente, seu sabor, seu cheiro, seu toque. Eu não sabia como conseguiria sentar a sua frente sem que ela percebesse o quanto apenas a memória tinha o poder de me deixar excitado. Então eu estava rabugento, excitado e extremamente frustrado.

– Você viu Felicity? – Perguntei sem rodeios ao barman. Ele ergueu uma sobrancelha inquisitiva.

– Não é você que é casado com ela? – Perguntou divertido.

– Eu não estou com muito humor hoje. – Alertei.

– Ela foi se trocar. – Respondeu. – Logo estará aqui. Sente e aguarde. – Lancei um olhar aborrecido a ele, mas fiz como sugeriu, sentei observando o movimento, me concentrei nas pessoas tentando a todo custo não deixar minha mente voltar para as memórias da noite anterior. Surpreendi-me ao notar a figura masculina vindo em minha direção.

– Sr. Queen. – Cumprimentou-me com sorriso de boas vindas.

–Sr... – Procurei em minha mente de onde supostamente nos conhecíamos, mas não encontrei a resposta.

– Palmer. – Completou por mim. – Ray Palmer, nos vimos apenas uma vez quando eu estava em uma viagem de trabalho em Star City. Vocês estavam em um jantar de noivado, se eu não me engano, não conheci a noiva, eu não quis interromper, mas você havia dito que não havia problemas...

– Oh sim. – Assenti erguendo minha mão para cumprimenta-lo de forma apropriada finalmente me lembrando dia, Laurel havia ficado furiosa por eu ter colocado os negócios a frente da comemoração do nosso noivado, eu realmente não ligava muito, esse noivado já havia sido decidido a muito tempo, não era nenhuma novidade, não é como se o jantar fosse muito diferente dos outros que já tivemos.

– Está hospedado aqui? – Perguntou com interesse.

– Sim. – Assenti. – Eu e um amigo.

– Espero que meus funcionários estejam de tratando bem. – Comentou com preocupação, apenas quando o disse soube que ele era dono da rede de hotéis, mas assenti me negando a demostrar meu deslize. – Ainda não arranjaram uma mesa para você? – Perguntou olhando ao redor. – Eu posso...

– Oh não, estou esperando uma amiga. – Falei. Havia prometido a Tommy que resistiria a vontade provocar Felicity falando para todos que estávamos casados, havia inclusive vestido uma camisa de mangas cumpridas para evitar que vissem a tatuagem já que ela se importava tanto com isso, fora isso havia chances de reencontrar Ray Palmer, não havia necessidade de que esse assunto voltasse a surgir de forma constrangedora em uma reunião. – Uma funcionária.

– Eu a conheço? – Perguntou curioso. – Sempre procuro conhecer a maioria dos meus funcionários, mas são tantos... – Comentou com pesar.

– Felicity. – Falei imaginando que uma garota que trabalhava servindo mesas passaria despercebida por ele, mas seu semblante mudou a menção do seu nome, um sorriso se apresentou em seu rosto e havia claro interesse masculino em sua expressão. – Você a conhece?

– Não muito. – Confessou, o que pude deduzir que não o quanto ele queria. O porquê isso havia me irritado ainda era uma incógnita. – Mas conversamos algumas vezes, ela é bem...Interessante, gentil e linda.

– Sim. – Concordei gostando cada vez menos dele, seu jeito efusivo fez com que eu abrisse a boca e soltasse a frase seguinte. – Eu preciso parabeniza-la.

– Por que? – Perguntou confuso. – É seu aniversário? – Sinceramente eu não fazia ideia de quando era o aniversário dela, mas sabia que não poderia quebrar minha promessa para com Tommy, então resolvi contorna-la.

– Pelo casamento. – Falei olhando de forma despreocupada para meu celular, fingindo ler uma mensagem, quando ergui meus olhos notei que havia desconcertado o homem. – Você não sabia? – Fingi surpresa.

– Não. – Negou. – Eu não sabia. - Então voltou a estender a mão. – Preciso ir Sr. Queen, tenha uma boa estadia.

– Obrigado. – Sorri apertando sua mão e dando leves tapinhas em seu ombro. – Foi um prazer Sr. Palmer. – Continuei sorrindo mesmo após sua saída, mas meu sorriso caiu quando encarei a expressão do batender que meneava a cabeça em repreensão. – O quê? – Perguntei inocente.

– Ai está você. – Felicity murmurou apressada alheia ao fato de que seu amigo me fulminava com o olhar. Voltei minha atenção para ela e tentei ignorar o corpo feminino, mas ficava difícil depois que minhas memórias haviam voltado todas de uma vez e com tanto impacto. – Onde está Tommy? – Perguntou ansiosa.

– No quarto – Respondi. – Ele logo vai descer.

– Oliver, você falou com sua noiva? – Meneei a cabeça em negativa. Ela me lançou um olhar de censura. –Oliver...

– Ela não atendeu. – Dei de ombros. – Deve estar ocupada com os preparativos, deixei uma mensagem avisando que chegaria apenas amanhã.

– Oliver você precisa avisar que não vai haver casamento. – Alertou-me. – Não nesses próximos dias. Você não quer ser o cara que deixa a noiva no altar. – Acrescentou.

– Eu sei, eu pedi para retornar a ligação e que era urgente. – Assenti.

– Ótimo. – Concordou. – Depois vocês conversam direito, você se explica, pede desculpas e fala o quanto está arrependido, e acima de tudo não se esqueça de dizer o quanto a ama. Ela vai te perdoar.

– Você me perdoaria? – Perguntei a encarando, observei a forma como mordicou o lábio inferior demonstrando insegurança. – Felicity eu me lembro de tudo. – Seus olhos arregalaram-se em sinal de surpresa.

– Eu também. – Confessou. – Nós realmente nos casamos, está tudo legalizado. – Respirou fundo. – Acho que não precisamos ir mais a capela para confirmar.

– Eu que comecei tudo, eu que sugeri o casamento. – Murmurei culpado.

– Estávamos bêbados. – Falou em tom de desculpa. – E era para ser uma brincadeira.

– Levamos essa brincadeira a sério demais. – Retruquei me erguendo, cruzei os braços e a encarei por alguns momentos, permanecemos em silêncio enquanto ficávamos perdidos em meio às lembranças. – Não recebemos nenhum certificado. – Lembrei.

– Tem certeza que essa conversa é para se ter aqui? - Encarei o rapaz que Felicity havia chamado de Roy.

– Apenas concentre-se em outra coisa. – Murmurei, não havia nenhum movimento no bar agora, todos almoçavam nas mesas, se ele se afastasse teríamos nossa privacidade.

– O ministro disse que levaria os documentos ao cartório para homologar. – Comentou. – E que havia um prazo para recebermos a certidão. – Toquei a lateral da minha cabeça, fazendo movimentos com os dedos tentando aliviar a pressão que havia começado a surgir. – Mas Oliver, ele disse que não éramos obrigados a pegar no cartório, que eles poderiam mandar a um endereço se solicitássemos, de qualquer forma você pode voltar para a sua cidade e eu posso mandar para você, basta deixar o endereço.

– Não é tão simples Felicity. – Murmurei entredentes fechando meus olhos.

– Claro que é. – Protestou. – Eu pego os documentos, mando para você, contratamos um advogado que vai no indicar as melhores opções e pronto, será como se nunca tivesse acontecido, seu casamento não poderá ser em três dias, eu sei, mas depois de tudo passado você poderá se casar.

– Você não me respondeu. – Abri meus olhos.

– Como?

– Você me perdoaria? – Voltei a perguntar.

– Eu não sou ela. – Falou rapidamente. – Eu não posso responder por ela, você fez uma coisa terrível, honestamente o casamento estaria arruinado para mim. Mas ela pode ser diferente, ela não é estúpida, Oliver, ela sabe que você está tendo sua despedida de solteiro, ela apenas preferiu ignorar isso e se ela ignorou o fato de você te mentindo onde estava, pode ser que o que aconteceu aqui, o que aconteceu antes de vocês se casarem também seja ignorado. – Deu de ombros. – Concentre-se no agora, no que você precisa fazer para poder estar livre para se casar com ela.

– O que eu preciso fazer agora? – Perguntei aflito, nenhuma resposta vinha a minha cabeça agora, eu estava preocupado pela decepção que Laurel enfrentaria.

– Arranjar um advogado. – Ri com a ironia de sua resposta, ela não entendeu meu humor naquele momento, meneei a cabeça enquanto ela me observava inquieta. – Eu disse algo engraçado? O que foi?

– Eu já tenho um advogado. – Soltei mais um sorriso irônico.

– Isso é ótimo! – Comemorou. – Não é ótimo?! – Perguntou estranhando minha carranca. – Oliver?

– Não. – Meneei a cabeça. – Não Felicity, não é ótimo, por que meu advogado na verdade é advogada, a pessoa que nos ajudará a anular esse casamento é minha noiva.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Nos vemos nos comentários, xoxo LelahBallu