Entrando em Apuros em Vegas escrita por LelahBallu


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Duas em um dia!! Estou melhorando :) Espero que gostem do capítulo, e obrigada por cada comentário aqui, amei lê-los e o incentivo para continuar, agora vamos ao capítulo.



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Encarei a figura masculina em minha frente, ainda exibia um olhar rabugento meus olhos desceram do seu rosto e logo percebi que ele seguia estando nu, engoli em seco ao notar que agora eu o encarava.

— Eh... – Lambi meus lábios ressecados. – Oliver certo? Eu uh você poderia... – Balancei em minhas mãos abertas fazendo menção ao seu corpo. – Se importa se...

— Você está ficando vermelha.

— Você poderia se vestir? – Terminei aborrecida colocando uma mão em frente aos meus olhos.

— Pelo pouco que pude entender não é nada de que você não já tenha visto. – Escutei e entreabri meus dedos observando seu sorriso me provocando, havia cruzado os braços em uma atitude infantil, voltei a fechar meus dedos quando percebi que meus olhos haviam voltado a descer.

— Bem não é nada do que eu tenha me lembrado. – Murmurei o provocando. – Apenas vista algo.

— Você levou o lençol consigo. – Retrucou.

— Tenho certeza que havia mais cobrindo a cama. – Meu tom estava saindo cada vez mais ácido. – Você já está descente? – Perguntei sem paciência.

— Querida esposa, você vai descobrir que eu nunca estou decente. – Minha paciência se esvaiu e baixei a mão, quando vi que ele ainda seguia sem roupa virei-me e procurei no armário da pia. Qualquer hotel que se preze deixava as toalhas disponíveis, e pelo quarto esse não seria diferente, puxei a toalha e joguei em seu peito. Ele pegou a toalha e envolveu em sua cintura. – Feliz?

— Estarei feliz quando descobrir que isso não passou de uma brincadeira típica de Helena e que na verdade eu não me casei com um desconhecido totalmente idiota. – Cruzei meus braços.

— Você fica fofa quando está zangada. – Murmurou.

— Quer parar de me provocar? – Exigi. – Você não está nem um pouco incomodado por estar casado?

— Eu não estou casado. – Deu de ombros. – Isso cheira a brincadeira de um amigo meu, logo ele vai ligar rindo da minha cara.

— Oliver temos tatuagens. – Falei entre dentes. – Nós transamos.

— Tenho certeza que essa parte foi divertida. – Piscou. – Quanto ele te pagou?

— Que merda você está falando? – Franzi o cenho. – Você acha que sou uma prostituta? – O encarei boquiaberta.

— Eu acho que Tommy te contratou para fingir que algo aconteceu e que eu cometi a estupidez de ter casado com outra mulher no dia da minha despedida de solteiro. – Esclareceu. – Se você faz outro trabalho por fora...

— Oh merda. – Meneei a cabeça. – Eu casei com um idiota.

— Você pode parar com o teatro...

— Espere... – Estendi uma mão mandando-o se calar, apenas agora assimilando o que ele havia dito. – Você está noivo?

— Escute Felicity, se esse realmente é seu nome, eu não tenho tempo para isso. –Falou dando-me as costas e saindo do banheiro, eu o segui furiosa. – Tommy realmente se superou agora, me lembrarei disso quando ele se casar, mas já chega, eu preciso arrumar minhas coisas e... – Parou olhando em volta. – Onde estão minhas coisas? Que quarto é esse?

— Esse não é seu quarto? – Franzi o cenho apreensiva.

— Esse é bem maior. – Deu de ombros. – Para onde você me trouxe?

— Quando vai entrar na sua cabeça que eu não me casaria com você mesmo que de brincadeira? – Perguntei mais uma vez lamentando minha sorte. – Nós realmente nos casamos idiota, ou ao menos é o que parece, eu preciso encontrar Helena para ter certeza.

— Quem é Helena?

— Você se lembra de alguma coisa de ontem à noite? – Perguntei o avaliando. – Lembra-se de como nos encontramos? Se eu estava com uma morena de olhos azuis? – Ele franziu o cenho, parando alguns segundos para pensar.

— Eu não consigo me lembrar de nada de ontem. – Encarou-me com olhos acusadores. – O que vocês me deram.

— Escute. – Pedir. – Tente parar de ser um babaca por cinco minutos, apenas cinco minutos onde vamos poder juntos procurar entender o que aconteceu e descobrir onde estamos, então você volta a ser... Você.

— Você não é muito matutina não é mesmo?

— Céus você não consegue sequer por segundos!

— Ok. – Assentiu. – Vou entrar nisso, vou fingir que não se trata de um trote de Tommy, e vou fingir que acredito na sua atuação, mas peço que seja rápida por que logo minha noiva vai ligar e ela não vai gostar de saber que estive em um quarto de hotel com outra mulher mesmo por uma brincadeira.

— Eu espero que sua noiva seja do tipo compreensiva ou as coisas vão ficar bem feias quando você assumir que isso é bem real. – Retruquei. – Certo vamos começar pelo básico, precisamos saber onde estamos. – Apontei para o telefone. – Ligue para a recepção.

— Por que eu tenho que fazer isso? – Reclamou.

— Oh criança. – Debochei. – Por que eu acredito que mesmo bêbada tenha ciência de que não posso pagar por esse quarto de hotel, deve estar registrado em seu nome. – Dei de ombros. – Você tem cara de riquinho mimado.

— Eu tenho cara de riquinho mimado? – Fez careta. – Você se escuta?

— Apenas faça a ligação Oliver. – Mandei.

— Claro docinho. – Falou com ironia. – O que não faço por você? – Revirei os olhos e me afastei indo até a varanda e abrindo as portas duplas da varanda. De imediato reconheci onde estávamos, olhei para baixo estávamos em um dos últimos andares, se tratava do hotel mais alto de Las Vegas o mais caro e acima de tudo o hotel que minha mãe trabalhava.

— Oh inferno. – Murmurei. Escutei a porta se abrir atrás de mim.

— Descobri onde estamos. – Oliver murmurou as minhas costas, virei-me e resisti à tentação de falar que eu também havia descoberto. – A boa noticia é que estamos no mesmo hotel no qual eu estava/estou hospedado.

— E a ruim?

— Estamos na suíte nupcial. – Falou. – Nós nos casamos?

— Você está me perguntando? – Perguntei pasma. – O que eu tenho feito além de falar isso? – Aproximei-me e ergui seu pulso. – Realmente achou que isso era falso? – Ele passou a mão no rosto parecendo genuinamente apreensivo e preocupado.

— Droga. – Murmurou. – Droga droga droga. – Murmurou repetidas vezes. – Mil vezes droga.

— Eu entendi. – Falei ácida.

— Laurel vai me matar. - Levou ambas as mãos a cabeça e se afastou voltando para o quarto, mais uma vez o segui. – Pior seu pai vai me matar, pior ainda ele vai me matar junto com Laurel.

— Eles parecem encantadores. – Falei em tom baixo que ele obviamente ouviu, pois me lançou um olhar sem paciência. – O quê? Você foi bem irritante há alguns minutos.

— Essa tatuagem é de verdade?

— Minha pele está ardendo e vermelha. – Reclamei.

— Preciso encontrar Tommy. – Falou indo até a porta. – Ele deve saber de algo.

— Oliver! – O chamei, ele se virou com a mão na maçaneta. – Você vai assim? – Perguntei apontando para o seu peito desnudo.

— Nossas roupas devem estar na sala. – Respondeu. – E é para lá que essa porta nos leva.

—Ah agora você está irritado e levando a sério? – Perguntei seguindo-o. – Estou cansada de te seguir a propósito.

— Acostume-se. – Falou deslizando a porta. – Até resolvermos isso você não ficará longe de mim.

— Você só pode estar brincando.

— Ah eu queria. – Retrucou apanhando as roupas jogadas no chão. – Parece que realmente nos divertimos. Eu suspeito que isso seja seu. – Falou erguendo uma calcinha com o indicador. Puxei-a de suas mãos com força, ele sorriu e voltou a se abaixar para pegar mais roupas.

— Estúpido.

— Chata.

— Idiota. – Murmurei voltando a tomar minhas peças de suas mãos.

— Irritante. – Suspirei.

— Você é tão infantil. – Murmurei meneando a cabeça. – Por que nos vestirmos para resolver isso logo?

— Está bem. – Concordou antes de puxar a toalha e joga-la no chão, ele fez isso apenas para me irritar, eu teria mandado ele para o inferno, mas as palavras ficaram presas em minha garganta, pois a porta que dava para o corredor se abriu e um moreno de olhos azuis entrou, ele nos fitou surpresos e riu.

— Eu preocupado com você e você está se divertindo! – Debochou. Oliver rapidamente vestiu suas calças e eu segurei o lençol com mais firmeza. O moreno dirigiu seu olhar mais atento a mim, um sorriso escorregou de seus lábios enquanto me analisava. – Tommy Merlyn a propósito.

— Tommy no que você me meteu dessa vez?

— Eu te meti? – Franziu o cenho e me encarou. – Você não é a loira da boate?

— Que boate? – Me agarrei a sua informação. – Havia uma morena comigo?

— Sim. –Assentiu. – Um pouco arisca ela devo acrescentar.

— Tommy. – Oliver voltou a chama-lo. – O que aconteceu ontem? Como viemos parar aqui? Isso é uma brincadeira sua?

— Do que você está falando Ollie? – Perguntou confuso. – Você não se lembra de ontem à noite,

— Não. – Falou a contra gosto. - Preciso que você esclareça algumas coisas.

— Espere. – Pedi. – Eu preciso me trocar antes dessa conversa. – Falei encarando Oliver, ele assentiu e eu saí voltando ao quarto, me troquei com pressa já que imaginava que os dois não ficariam calados me esperando, vesti o vestido branco de renda com mangas longas e cor de pele com apenas os punhos com renda, percebi que sem dúvida nenhuma Helena havia me vestido, senti-me envergonhada em voltar lá com a roupa do dia anterior, mas era melhor do que vestida em lençol, arrumei meus cabelos em improviso e voltei, como eu imaginava ambos os homens estavam conversando em tom baixo e Oliver parecia bastante irritado, quando entrei eles me olharam com interesse, ignorei o olhar atento de Oliver e concentrei minha atenção em Tommy.

— Fale-me sobre essa boate. – Pedi indo direto ao assunto. – Quem mais estava comigo fora Helena e o que aconteceu lá. – O seu olhar deslizou do meu rosto até meu pulso com curiosidade.

— Vocês realmente se casaram? – Perguntou incrédulo. – Fizeram tatuagens e se casaram?

— Você não estava conosco?

— Eu me afastei por cinco minutos e vocês tinham sumido. – Deu de ombros. – Procuramos por vocês, mas imaginei que Oliver estava tendo uma despedida de solteiro. – Concluiu. – Cara... – Encarou Oliver dando-se conta do que tinha falado. – Laurel vai te matar.

— Espere. – Chamei a atenção de Tommy. – Conte-me melhor como aconteceu e em que boate estávamos, em que momento vocês abordaram a gente?

— Em nenhum momento nós abordamos vocês. – Tommy negou, Oliver ergueu um dedo muito feliz com essa informação, eu bati em seu dedo e voltei a focar atenção em Tommy. – Sua amiga louquinha veio puxando você e nos apresentou. Vocês já pareciam estar um pouco... Você sabe... Bêbadas.

— Oliver estava bêbado? – Perguntei.

— Não ainda. – Negou.

— Eu sabia. – Falei passando a encara-lo. – Você se aproveitou da minha embriaguez.

— Eu me aproveitei de você? – Perguntou rindo. – Eu tenho certeza que você fez de tudo para que eu me aproveitasse.

— Seu bastardo idiota. – Estalei os dedos. – Eu já tenho ideia do que aconteceu, eu estava bêbada, sobe a influência de Helena, que provavelmente insistiu que eu conhecesse alguém novo e viu vocês dois, ela nos apresentou e você se aproveitou que eu estava bêbada e frágil.

— Você frágil? – Voltou a rir. – Tommy por favor esclareça para essa...

— Oliver. – Tommy o repreendeu.

—... Louca. – Concluiu. – Que eu não preciso me aproveitar de uma bêbada. Eu tenho uma noiva e eu amo ela. – Falou convicto.

— Ele não se aproveitou de você Felicity. – Tommy falou. – Eu estava interessado em sua amiga, Oliver não queria que vocês sentassem junto conosco, mas eu insisti, acabamos todos bebendo bastante e vocês dois de repente passaram a agir estranho.

— Defina estranho. – Pedi.

— Bem, vocês quase não estavam se falando e de repente saíram para dançar. – Sorriu. – De maneira bem intima.

— Ele quer dizer que você estava se esfregando em mim. – Oliver falou.

— Cala a boca. – Exigi.

— Vocês tem certeza que vocês casaram? – Tommy perguntou olhando de um para outro. – Eu não consigo imaginar um momento onde vocês tenham parado de brigarem para dizer “Sim”.

— Eu preciso encontrar Helena. – Falei ignorando sua pergunta.

— Você não vai a nenhum lugar sem mim. – Oliver falou.

— Desculpe? – Perguntei incrédula.

— Nós dois não vamos nos separar até resolvermos isso. – Falou.

— Oliver eu preciso de um banho, trocar de roupas, comer algo. – Falei. – Assim como você, eu preciso das minhas coisas e preciso da minha melhor amiga, por que ela pode me esclarecer às coisas sem ser tendenciosa.

— Eu estou sendo tendencioso? – Tommy perguntou.

— Claro que você vai defender seu amigo. – Respondi.

— E sua amiga não vai. – Oliver falou erguendo uma sobrancelha.

— Ouça eu volto logo. – Falei. – Eu prometo. – Eu só preciso descer e ir para minha casa que fica a poucas quadras daqui.

— Você está sem suas chaves. – Oliver cruzou os braços esperando eu contra argumentar.

— Mais uma razão para eu encontrar Helena.- Respondi. – Nós moramos juntas, além disso, preciso encontrar minha mãe.

— Sua mãe? – Oliver estranhou.

— Você também pode conhecê-la como “sogra”. – Tommy o provocou ganhando um olhar ácido de nós dois, ele ergueu as mãos em sinal de desculpas. – Não vou mais provoca-los. – Se afastou dando as costas.

— Diga-me em que quarto você está e eu te encontro dentro duas horas. – Falei. – Melhor, vamos nos encontrar em algum outro lugar desse hotel que não seja em um quarto. – Falei rapidamente.

— Está bem. – Concordou a contra gosto. – Mas você tem duas horas antes que eu comece a procurar pelos quatros cantos atrás da Srª Queen.

— Quem?- Franzi o cenho.

— Esta seria você. – Tommy voltou a se aproximar. Lancei outro olhar azedo. – Eu só queria esclarecer. – Voltou a erguer as mãos e se afastar.

— Você disse que estava interessado em Helena. – Comentei o avaliando, ele se voltou com o olhar desconfiado. – Até que ponto foi seu interesse?

— Eu disse que estava interessado foi?

— Tommy. – Oliver o encarou. – Vocês dois passaram a noite juntos?

— Por que isso é importante?

— Vocês estavam juntos hoje pela manhã? –Perguntei.

— Já é quase meio dia. – Respondeu.

— Vocês estavam juntos? – Repeti.

— Não. – Negou. – Sua amiga é bastante escorregadia, ela me provocou e foi embora. – Deu de ombros. – Rindo.

— Ela deve estar me procurando.

— Como você me achou? – Oliver perguntou ao amigo.

— Quando você demorou a voltar eu desci até a recepção e perguntei se Oliver Queen tinha deixado algum recado para mim. – Explicou. – Pois você deixou inclusive seu celular comigo. Eles responderam que você tinha dado entrada em outro quarto, com uma garota, então eu subornei o rapaz pela chave para surpreendê-los, e vocês conseguiram me surpreender. – Concluiu piscando para mim.

— Já chega, eu preciso de um tempo de vocês dois. – Falei indo para a porta.

— Lembre-se duas horas. – Escutei a voz de Oliver se erguer atrás de mim, não voltei para encara-lo ou responder, caminhei pelo corredor longo e entrei no elevador, no momento em que atingi o hall da entrada olhei atenta para todos os lado temendo encontrar duas pessoas especificamente, uma dela era minha mãe, eu queria encontra-la sim, até por que eu não havia dito a Oliver, mas eu trabalhava no hotel e uma hora ou outra teria que encontra-la, ela era gerente do restaurante do hotel e eu servia as mesas, hoje era meu dia de folga, acredito que foi por isso que entrei nessa confusão, pois jamais concordaria em ir a uma boate com Helena caso tivesse que acordar cedo. Eu precisava ir até meu armário de funcionários e pegar uma muda de roupas que eu sempre deixava lá, me trocar para procurar minha mãe e pedir sua cópia da minha chave, andei sorrateiramente pelo pela entrada de funcionários e fui até meu armário, peguei minhas roupas e me troquei após uma ducha rápida, peguei meu kit de higiene extra e escovei meus dentes, arrumei meus cabelos e passei uma maquiagem leve para melhorar minha aparência, eu ainda planejava meu banho, mas precisava encontrar minha mãe antes e inventar uma bela desculpa para estar sem as benditas chaves, foi impossível chegar aqui sem encontrar um ou outro rosto conhecido, mas tinha evitado minha mãe com sucesso.

Já pronta sai em sua busca e a encontrei na adega verificando mais um funcionário a organização dos vinhos e como estava o estoque. Puxei mais a manga do meu casaco me certificando que cobria a tatuagem.

— Mãe. – A chamei me aproximando, ela se virou com um sorriso radiante e veio me abraçar, ela me via todos os dias e essa sempre era sua reação.

— Felicity. – Se afastou ainda segurando meus ombros. – O que você está fazendo aqui? É seu dia de folga, saia, divirta-se, conheça algum bonitão.

— Ha. – Soltei pensando na ironia que era. – Engraçado você falar nisso. – Murmurei em tom baixo. – Eu vim aqui na verdade por que preciso da chave que a senhora tem de casa.

— O que aconteceu com a sua? – Perguntou estranhando.

— Helena perdeu a dela. – Falei. – E teve que levar a minha. – Completei. – Por isso preciso da sua.

— Típico de Helena. – Sorriu. – Aquela garota só não perde a cabeça... Por que em fim, você conhece o ditado, Henrique meu querido eu vou ali com minha filha. – Sorri para Henrique. – Vai adiantando enquanto estou fora. – Voltou-se para mim. – Vamos querida, vou pegar suas chaves enquanto você me explica por quê achar engraçado meu comentário.

— Eu falei que achava engraçado? – Desconversei. – Você deve ter entendido errado.

— Eu sei muito bem o que escutei Felicity. – Falou já andando, a acompanhei e fiquei em silêncio. – E então?

— Então o quê? – Perguntei enquanto estrávamos em seu escritório.

— Eu quero saber se minha menina encontrou um rapaz em especial. – Murmurou indo direto para suas gavetas.

— Eh... Não, nada de rapazes. - Falei rapidamente. – Mãe por que suas chaves não estão na sua bolsa?

— Eu guardo a sua aqui. – Respondeu revirando as gavetas e obviamente não encontrando nada.

— Não, você guardava ai, até que colocou todas em um só chaveiro. – Falei. – E colocou na sua bolsa.

— Que cabeça a minha filha. – Meneou a cabeça. – Eu vou confessar algo, sua mãe precisa de sexo.

— Mãe! – A recriminei. – Eu realmente não preciso escutar isso agora.

— Você também precisa de sexo. – Apontou o dedo. – Do tipo louco e intenso.

— Mãe...

— Está bem. – Ergueu as mãos em sinal de rendição. – Vamos comigo até o restaurante.

— Por quê? – Estranhei.

— Por que deixei minha bolsa na parte de baixo do balcão da entrada.

— De novo... Por quê? – Perguntei andando ao seu lado.

— Precisei resolver um pepino de última hora no momento em que eu estava chegando. – Explicou. – Um dos novos garçons entrou em uma discussão acalorada com um cliente, tive que acalmar o cliente. – Suspirou. – Mesmo ele humilhando o pobre rapaz, odeio esse tipo de gente, em fim, eu entreguei a minha bolsa para a garota magrelinha... – Estalou os dedos pedindo ajuda.

— Sophie? – Sugeri.

— Sophie. – Concordou. – Eu entreguei a bolsa para ela. – Explicou, entramos no restaurante pela entrada de funcionários, passando pela cozinha, cumprimentei alguns dos meus colegas e a segui, o cheiro de comida fez com que meu estômago roncasse de fome, mas o ignorei. A entrada da cozinha dava direto para a parte fechada do restaurante, para pessoas que gostam de um ambiente mais íntimo e quente, o local já estava lotado, principalmente por ser o horário de almoço, minha mãe parou ao lado balcão do bar, entretanto.

— Pensei que a bolsa estivesse no balcão da entrada. – Franzi o cenho.

—Provavelmente está. – Concordou. – Mas quero que espere aqui, sente-se e aguarde, não tenho certeza se ela guardou lá, e se não tiver guardado vou ter que ir atrás dela, isso pode demorar um pouco. – A contra gosto sentei em uma das baquetas.

— Mãe. – A chamei. – Por favor, não demore. – Pedi. – Preciso ir urgentemente para casa.

— Sabe você não me disse por quê precisou sair de casa em um dia de folga. – Cruzou os braços. – Mesmo sabendo que Helena estava com sua chave.

— Eu precisei olhar os preços de alguns computadores. – Menti. - Agora você pode, por favor, ir atrás da chave? – Perguntei ansiosa, não havia me esquecido do prazo que Oliver havia me dado.

— Ok. – Concordou. – Mas eu sei quando minha filha está mentindo para mim. – Alertou antes de se virar.

— Presa fora de casa. – Roy sorriu para mim do outro lado do balcão. – O que você andou aprontando Smoak?

— Não queira nem saber Harper. – Falei baixando a cabeça e apoiando em uma mão.

— Sério Lis. - - Murmurou me chamando pelo apelido. – Você está tensa. Parece que precisa de uma bebida.

— Bebida provavelmente me trouxe até aqui. – Suspirei. – Roy... Você teve noticias de Helena hoje?

— Não. – Negou prontamente. – Tem uma chamada perdida no meu celular, mas quando retorno só dá fora de área, agora estou preocupado Lis, o que aconteceu?

— Nada. – Murmurei querendo apagar a preocupação de seu rosto. – Vá atender algum cliente. – Sugeri. – Não é nada que eu não possa lidar.

— Você sabe que sempre pode contar comigo. – Apertou minha mão sobre o balcão.

— Eu sei. – Sorri de volta.

— Eu interrompo? – A voz masculina atrás de mim pareceu ligeiramente aborrecida, me virei no assento para encara-los e Oliver se sentou ao meu lado enquanto Tommy sentava do outro. – Você foi mais rápida do que eu esperava. – Falou sem esperar minha resposta. – Roy os encarou curioso e cruzou os braços em postura de defesa. – Seu namorado? – Oliver perguntou lançando um sorriso arrogante.

— Não seja um imbecil. – Pedi. Meus olhos foram atraídos imediatamente para o seu pulso desnudo. – Mais que merda Oliver por que não cobriu isso? - Perguntei começando a entrar em apuros, minha mãe logo voltaria.

— O quê? – Encarou o pulso. – Eu não me preocupei com isso.

— Felicity quem são esses caras? – Roy perguntou protetor alheio à tatuagem com meu nome no pulso de Oliver. – Estão te incomodando.

— Roy, por favor, pegue algum pano, guardanapo, qualquer coisa... – Ele me encarou sem entender nada até que seus olhos finalmente encararam o pulso de Oliver.

— Mas que diabos Felicity...

— Vai. – Ordenei.

— Por que está tão aflita com essa tatuagem estúpida? – Oliver perguntou atônito.

— Não lhe interessa. – Cuspi. – Apenas dê um jeito de cobrir isso.

— Felicity onde está sua aliança? – Tommy perguntou ao meu lado. – Precisamos dela para saber onde vocês compraram.

—Está no meu bolso. – Falei. Havia a escondido no bolso da calça jeans antes de encontrar minha mãe.

— Oliver você precisa ir. – Falei. – Você dois.

— Mas combinamos que...

— Em duas horas. – Falei entre dentes. - Minhas duas horas ainda não acabaram, eu ainda não fui para casa e ainda não encontrei minhas chaves. – Conclui sem paciência.

— Então o que você está fazendo aqui e como se trocou? – Oliver me encarou confuso.

— Eu trabalho aqui. – Expliquei. – Junto com minha mãe ela tem as chaves e foi...

— Pronto querida. – Fechei meus olhos ao escutar sua voz. – Achei suas chaves. Ah olá. – Sorriu para os dois homens. – Esses amigos eu ainda não havia conhecido. – Eu vi o sorriso de Oliver e pude perceber o que ele faria antes mesmo dele abrir a maldita boca.

— Prazer em conhecê-la. – Sorriu, um sorriso encantador e charmoso que eu sabia já tinha encantado minha mãe. – Eu sou Oliver Queen, marido de Felicity.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e aguardo vocês nos comentários! Xoxo LelahBallu.