Cotidianos escrita por Tamires Vargas


Capítulo 2
Depois da derrota, a culpa


Notas iniciais do capítulo

Mais um texto para enriquecer este compilado.
Agradeço a Alasca Duchannes e Lorena Luíza por acompanharem e pelos comentários.

Apreciem a leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/631485/chapter/2

Todo mundo deseja obter sucesso após empregar esforço. Como naqueles filmes que os personagens lutam por alguma coisa, passam uma dificuldade horrenda, mas no final o prêmio é conquistado. Daí a chuva de confetes, os aplausos, sorrisos e mais o que a imaginação fantasiar para um momento como esse. Bonito, emocionante, lição de vida, moral etc. Realmente filmes são lindos, porém são ficções e excetuando os baseados em fatos reais, aquela palhaçada que se vê é feita para mexer com coraçõezinhos ansiosos por algo daquele tipo.

Na vida real você luta, luta, luta... E perde! Mesmo que tenha dado o sangue na empreitada, mesmo que tenha feito os maiores sacrifícios possíveis...

Por quê?

Talvez simplesmente por que seja sua vez de perder. Afinal se todos ganharem ao mesmo tempo, não há recompensa que chegue para dar conta de mais de seis bilhões de pessoas no planeta. É claro que essa não é a resposta que lhe vem na cabeça. Você primeiramente irá se culpar pelo fracasso, a não ser que seja daqueles que jogam a culpa nos outros ou ainda a pequena parcela que consegue distinguir que nem sempre o erro recai sobre as costas do perdedor.

Você pensará em si mesmo como alguém fraco, inútil, fracassado... Ah, esse maldito termo que parece ser a pior ofensa no filmes americanos! Em quantas historinhas se viu um personagem sendo chamado dessa forma? Várias.

Com a gama de pejorativos a postos você se autodeprecia, como se isso resolvesse alguma coisa, e mesmo sabendo que não adianta, continua.

Vencer é lindo! Digno de elogios e júbilo. O vencedor é o cara! O perdedor, o lixo.

“Os fracassados sempre choram do sucesso alheio.”

Parece unânime que a culpa pertence a quem não obteve êxito. Como se todos respirassem vitória desde o nascimento.

“Eu não fiz o suficiente, não me forcei ao limite.”

E qual é o limite? Ele não é algo que fica pendurado na parede do quarto, visível aos olhos para nos refrescar a memória quando agimos abaixo dele. Talvez tenhamos ultrapassado-o sem perceber, entretanto isso não significa sucesso. Só sabemos a quantidade de esforço necessário para alcançar um objetivo ao atingi-lo.

É estúpido e você deve ter ouvido isso pelo menos uma vez na vida, contudo a trajetória realmente é importante, às vezes mais que a chegada.

Perder despedaça... O ânimo, a autoestima, até a opinião que tem de si mesmo, mas, odeio admitir, tem seu mérito. Não é fácil encontrar boas referências em fatos ruins, porém eles estão ali, querendo ou não. Tropeçar faz parte, e faz crescer, e fortalece na medida em que você remenda seus machucados.

Então, outra derrota para anotar no caderninho de decepções e outras lições para serem tomadas a partir dela...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Um pouco triste, mas também bom para refletir.
Bjs a todos!