O Traidor do Olimpo escrita por Moon Haneul


Capítulo 16
The Mission is Completed




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Os monstros pareceram nos perceber, deram sorrisos sinistros e se dividiram em dois grupos, deixando uma espécie de passarela para passarmos. Eu, Harry e Anne empunhamos nossas espadas, enquanto Thalia e as Caçadoras estavam armadas com seu arco e suas flechas e Isavella segurava uma pequena faca de prata dada à ela por Anne.

— Isso é estranho — Anne sussurrou em meu ouvido. — Nunca vi monstros se comportarem assim antes.

Lá ao longe, eu podia ver algumas jaulas gigantescas feitas com, sei lá, talvez raízes de árvores gigantes, com cães infernais raivosos dentro. Avistei Richard, o garoto que estava em meus sonhos, usando a mesma armadura que eu vira, e empunhando a mesma lança. Ele sorriu sinistramente, como os monstros, ao nos ver.

— Que bom que chegaram para a nossa festa! — disse Richard. — Não poderia começar sem que antes vocês chegassem!

— Rick, pare com isso — Anne disse. — O que você quer? Por quê está fazendo isso?

Richard suspirou, porém não respondeu.

— Por quê está tentando despertar Gaia? — dessa vez quem perguntou fui eu. — Para que tudo isso?

— Você nunca entenderá, minha querida irmã — ele colocou um certo tom de sarcasmo na palavra querida.

— Por quê nos chamou aqui? — perguntei. — O que você quer?

Richard começou a andar de um lado para o outro, lentamente.

— Você faz muitas perguntas, já deve ter percebido — disse. — Chega a ser irritante.

— Ninguém perguntou isso — falei.

— Tem coisas que não precisam ser perguntadas para serem respondidas — disse Richard, logo depois parando de andar de um lado para o outro. — Mas vamos ao que importa! A pergunta realmente importante aqui é: qual de vocês, meus queridos filhos de Hades, irá se juntar à nós e completar nosso exército?

O silêncio tomou conta do local, só se ouvia as respirações ofegantes dos monstros. Era surpreendente o Central Park não estar cheio de pessoas, ainda mais que era verão.

— Ninguém vai se juntar à você! — gritei, cortando o silêncio. — Não somos idiotas o suficiente para isso!

Richard soltou uma risada curta e abafada.

— Então que assim seja — ele fez um sinal com a mão e os monstros começaram a se aproximar.

As gaiolas gigantes com os cães infernais dentro foram abertas e os monstros começaram a atacar. Anne tentava ao máximo matar monstros e ao mesmo tempo proteger Isavella, que se ocupava em enfiar sua faca nos calcanhares dos lestrigões.

Eu e Harry matávamos todos os monstros que víamos pela frente, exceto os lobos, já que nossas lâminas de Ferro Estígio e Bronze Celestial não faziam efeito neles, então os deixávamos para as Caçadoras, com suas flechas de prata. Harry tinha uma pequena vantagem com os cães infernais, já que são criaturas do Submundo e ele é filho de Hades.

Continuamos matando os monstros, até que sobraram poucos. Harry e Anne decidiram investir contra Richard. Os dois se deram as mãos e começaram a se concentrar em algo. Logo estava em nossa frente uma espécie de zumbi. Sério, deveria ser uma pessoa que havia morrido. Ele vestia fardamento militar, sua pele parecia transparente e ele era cinzento. Anne o ordenou algo e ele começou a lutar contra Richard.

Enquanto estava sendo atacado pelo "zumbi", Richard começou a gritar algo, algo que eu não consegui distinguir o que era. Do nada, uma fenda se abriu no chão e de lá saiu um enorme ciclope. Era enorme mesmo, deixava aquelas ciclopes que estavam em minha festa de aniversário no chinelo. Ele estava armado com um enorme bastão de madeira que tinha alguns espinhos na ponta.

O monstro, logo que me viu, rosnou e começou a avançar até mim. Desferi um golpe em sua perna, o fazendo urrar de dor, mas ele logo se levantou e começou a investir contra mim novamente. Thalia de repente atirou uma flecha no olho do monstro, que rugiu de dor. Ela me puxou para o lado pelo braço.

— Nós nunca vamos conseguir matá-lo apenas com nossas flechas de prata e sua espada de Bronze Celestial! — disse ela. — Precisamos invocar um raio.

— Você tem certeza? — perguntei, enquanto, à uma certa distância, as Caçadoras investiam contra o ciclope que se recuperara.

— Absoluta — respondeu. — Mas precisa ser muito forte, o monstro é enorme!

Nos posicionamos em frente ao monstro enquanto as Caçadoras ainda atiravam flechas que, para o monstro, pareciam irrelevantes. Nós nos demos as mãos, como Anne e Harry haviam feito antes, e começamos a nos concentrar. O céu escureceu e o que desejávamos aconteceu: um enorme raio atingiu a cabeça do monstro, que se transformou em pó na mesma hora.

Eu e Thalia nos olhamos, alegres. Não haviam mais monstros, o exército havia acabado, agora restava saber onde estavam Harry e Anne. Fomos onde achamos que íamos encontrá-los, que era onde Richard estava, mas tudo o que encontramos foi um Rick todo ensanguentado e caído no chão, porém vivo e consciente. O "zumbi" havia desaparecido.

— Onde eles estão? — perguntei ao Richard, que apenas riu. Dei um chute em suas costelas em troca. — Onde?

Ele apontou para uma das jaulas de raízes onde antes estavam os cães infernais. Meu coração começou a bater forte. Corremos até lá, e ao ver que Harry estava do lado de fora me acalmei um pouco, Isavella estava ao seu lado. Mas o que vi depois fez com que um gelo percorresse minha espinha: Anne estava trancada dentro da jaula.

As grades eram tão estreitas que eu mal conseguia vê-la. Começamos a dar golpes nas grades da jaula, na esperança de que ela abrisse, mas nada. Harry já estava começando a se desesperar.

— Não tentem, não vai adiantar! — Richard gritou em tom heróico, fazendo com que olhássemos para ele. — Vocês perderam, crianças!

Ele estalou os dedos e, em um piscar de olhos, os vestígios da batalha desapareceram, as jaulas já não estavam mais lá, nem mesmo as cinzas dos monstros. Richard nos olhou e estalou os dedos novamente. Em outro piscar de olhos não estávamos mais no Central Park. Estávamos eu, Harry, Thalia e as Caçadoras nos campos de morangos do Acampamento Meio-Sangue.

— Então era isso — eu disse. — Ele levou Anne, a profecia se realizou. O que iremos fazer agora?

— Eu não sei — disse Harry. — Talvez procurar Anne?

Dei de ombros.

— Droga! Eu deveria tê-la protegido! — exclamou Harry. — Agora ela se foi, por minha causa!

— Harry, ela não está morta. E a culpa não foi sua! — falei. — Era parte da profecia, e o que está em uma profecia sempre se realiza!

Harry se acalmou um pouco e disse que iria contar à Quíron tudo o que acontecera na missão. Enquanto isso, ficamos apenas eu, Thalia e as Caçadoras nos campos de morangos.

— Foi muito bom ter te conhecido... Irmã — Thalia disse.

— Gostei muito de te conhecer também — respondi.

Nós duas trocamos sorrisos.

— Eu gostaria de te dar uma coisa — ela disse. E depois levou a mão ao pulso, de onde tirou uma pulseira e me entregou. — Eu já não o uso mais, você vai precisar mais do que eu.

— Obrigada — respondi, mesmo estando um pouco confusa com a pulseira, não sabia o que ela poderia fazer.

Thalia me explicou que ela virava um escudo e me ensinou a acioná-lo. O escudo era grande e tinha o rosto da Medusa, era bonito e sinistro ao mesmo tempo. Thalia disse que ele se chamava Aegis e que era uma cópia do escudo de nosso pai.

Foi só depois que Harry voltou que notamos uma coisa: onde estaria Isavella? Ficamos confusos e decidimos pedir para um que filho de Íris nos ajudasse a mandar uma coisa que eu não sabia o que era, mas Harry me explicou, dizendo ser uma mensagem de Íris.

O filho de Íris nos ajudou a enviar a mensagem mesmo sem saber a localização da menina. Conseguimos "ligar" para ela e ficamos sabendo que ela estava sã e salva em seu apartamento, e havia contado à Avery o acontecido com Anne. Isavella disse que ela ficou triste e desesperada, mas depois falamos para Isavella avisar a irmã de Anne que Quíron iria marcar uma missão para o resgate dela.

Depois disso fomos dormir, pois já era tarde, e as Caçadoras seguiram sua Caçada. No outro dia, logo que acordei, todos começaram a me fazer perguntas sobre a missão e o que havia acontecido com Anne. Não respondi à ninguém, falei que se quisessem saber que falassem com Quíron.

Ao meio-dia fizeram um pequeno almoço de comemoração para a missão, o que eu achei desnecessário, já que 1) Anne havia ficado para trás e; 2) nós havíamos praticamente fracassado, já que não impedimos realmente Richard de despertar Gaia. Então não sei o que estavam comemorando na verdade.

Passei o dia todo sentada à beira do lago, não queria treinar, nem falar com ninguém. Me lembrei de que não havia visto Harry desdo almoço e já estava escurecendo. Caminhei pelo acampamento todo procurando por ele e só o achei quando me aproximei um pouco da floresta. Ele estava a adentrando, caminhando entre as árvores. Eu decidi segui-lo, queria conversar com ele. Eu o segui até chegarmos em uma praia, que não ficava muito longe do acampamento.

Quando ele chegou, sentou-se na areia e fitou o água do mar. Ele estava usando óculos escuros Ray Ban pretos que, onde ficavam as lentes, haviam vários fantasminhas verdes se movimentando, era sinistro.

— Harry? — eu disse ao me aproximar.

— Ah, Chloe — pareceu surpreso ao me ver. Ele levou a mão ao óculos e apertou um botãozinho na parte superior, que fez com que os fantasmas desaparecessem. — Que bom que está aqui.

Um silêncio se estabeleceu e tudo o que ouvíamos era o som dos grilos e das ondas do mar.

— Harry, olha... — comecei a falar, cortando o silêncio. — Eu sei que se sente culpado, mas nós vamos achá-la, ok?

— Eu não consigo deixar de me sentir culpado — falou. — Mas me sinto melhor agora. Agora que você está aqui comigo.

Ele ficou me olhando, eu não sabia o que dizer. Harry foi se aproximando de mim, cada vez mais. E foi ali; na praia próxima ao acampamento, ao som dos grilos e das ondas do mar, que ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

Aaaeeee, fim da fanfic!
Espero que tenham gostado, gostaria de agradecer a todos aqueles que acompanharam (acredito que foram um ou dois) e leram até o fim!
Obrigada, obrigada, obrigada!
Bom, ainda temos O Traidor do Olimpo Parte 2 pela frente, então nada de lamentações aqui!
Então, foi isso...
Até a próxima!



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