O Traidor do Olimpo escrita por Moon Haneul


Capítulo 11
The Old Lady of the Metro




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No jantar, me senti desconfortável com todas aquelas pessoas me olhando. Anne e Harry sentaram-se comigo e Amy na mesa de Zeus. Aquilo era contra as regras, mas ninguém pareceu perceber.

— Não se preocupe, Chloe. — Harry me disse.— Vai ficar tudo bem. Você tem a mim e á Anne. Nada vai dar errado.

— Como você pode ter tanta certeza? — perguntei. — Sua irmã me odeia.

— Ela não te odeia — ele riu. — Ela só não está acostumada com você. Sabe, antes eramos apenas ela e eu.

Aquilo só me concluiu que ela realmente me odiava.

— Apenas tente fazer ela cooperar, certo? — eu disse.

— Certo — respondeu Harry.— Nos vemos amanhã na Colina Meio-Sangue, okay?

— Okay.

No dia seguinte, depois do almoço, eu, Anne e Harry esperamos Quíron no topo da Colina Meio-Sangue. Pedi a Harry e Anne que colocassem suas armas dentro da mochila que Emily havia dado. Anne colocou sua espada de aço, algumas facas pequenas e fez questão de colocar três enormes escudos também. Harry colocou apenas uma espada com uma pequena lâmina preta que ele disse que era de "ferro estígio". E eu decidi ficar com minha espada no cinto.

— Têm certeza de que não querem uma carona? — Quíron estava se aproximando de nós. — Argos pode ajudar.

— Não, muito obrigado, Quíron — disse Anne.

— Anne, acho que ia ser necessário — eu disse.

— Confie em mim — ela sussurrou —, não precisamos.

— Tá' legal...

Quíron olhou para nós três.

— Então, só devo lhes desejar boa sorte — disse ele, virando-se de costas e voltando ao acampamento.

— Anne, por que não precisamos de transporte? — perguntei.— Você acha que uma carruagem mágica vai voar dos céus até nós e nos levar á algum lugar? E para onde podemos ir? Por onde começamos?

— Você é filha de Zeus — disse ela.— Poderia controlar o ar e nos levar a minha casa.

— Sério?

— Claro que não, um filho de Zeus que possui tanto controle assim sobre os ares é meio raro — disse ela.

— E por que deveríamos ir para sua casa? — perguntei.

— Porque é perto — respondeu. — E não temos pra onde ir.

Respirei fundo. Ela estava certa, não tínhamos para onde ir.

— Tá legal, e como chegamos lá? — perguntei.

— Poderíamos ir de metrô — sugeriu Harry.

— Metrô? — eu e Anne perguntamos ao mesmo tempo.

Quando encontramos a linha de metrôs mais próxima — o que não foi fácil — entramos no primeiro metrô para Nova York. O metrô estava surpreendentemente vazio. Além de nós, havia apenas uma velhinha fazendo tricô.

Durante a viagem conversamos sobre várias coisas. Falamos e rimos tanto que acho que a velhinha do tricô estranhou.

— Harry, aquela velhinha está nos olhando desde que entramos no metrô — sussurrei.— Isso é estranho.

Harry franziu a testa e se virou para Anne.

— Olhe aquela velha — disse ele —, parece estar nos vigiando.

— Hum, vamos ver — ela disse com um tom de desafio.

Ela se levantou.

— Anne, o que vai fazer? — eu disse.— Sente-se.

Ela pigarreou.

— O que foi, senhora? — Anne disse mais alto do que eu esperava.— Quer alguma coisa?

— Na verdade, quero sim — a velha se levantou.

— Hum. — Disse Anne, em um tom provocativo. — O quê?

A velha deu uma risada fraca e então começou a se transformar. Quando me dei conta, ela havia se transformado em um enorme leão, mas tinha ainda tinha a cabeça da velha.

— Vocês! — ela gritou. Então nos atacou. Apenas desviamos, então ela começou a jogar espinhos, percebi que eles vinham de seu rabo. Era difícil desviar de todos. Precisávamos de escudos.

— Harry! — gritei. — A mochila!

Ele me alcançou a mochila. Tirei os três escudos que Anne havia colocado lá e dei um á Harry e outro á Anne. Devolvi a mochila á Harry e ele pegou sua espada, então começamos a atacar. O monstro tentava desviar, mas com seu enorme corpo de leão não conseguia se mover mais de 5 centímetros. Nós atacamos bastante, mas parecia não fazer efeito.

Me aproximei um pouco de Harry.

— O que é isso? Algum tipo de velhinha-multante-leão?

Harry fez um som estranho, então eu percebi que ele tinha tentado rir, mas era difícil com aquilo jogando espinhos todo o tempo.

— Não, isso é uma manticora — disse ele, como se fosse óbvio.

Então, o metrô parou e a porta abriu, anunciando que chegamos á Nova York. Saímos correndo de lá. Pensamos que a manticora havia ficado lá, mas, surpreendentemente, ela conseguiu passar pela porta.

Ela começou a nos bombardear novamente. Então, Harry largou o escudo no chão e foi em direção a esfinge com sua espada na mão.

— O que vai fazer? — perguntei. — Não chegue perto dela, é perigoso!

Acho que ele não ouviu uma palavra do que eu disse. Ele começou a escalar a esfinge e subiu em suas costas. A esfinge parou de atacar Anne e começou a tentar bombardear Harry com seu rabo atirador de espinhos, mas seu rabo não chegava até ele.

Então, senti uma coisa raspar em meu braço. Um dos espinhos da manticora raspou em meu braço. Minha visão ficou embaralhada, eu conseguia ver apenas borrões. Concluí que os espinhos eram venenosos. Fiquei tonta e acabei caindo no chão. Vi — em borrões — o monstro virar pó e, em seguida, Harry e Anne correndo em minha direção. Essa foi a última coisa de que me lembro.

Quando acordei, não estávamos mais no subterrâneo. Estávamos á uns dois metros de distância da saída da estação.

Bem na minha frente, estava Harry. E quando eu digo bem, não quero dizer que ele estava sentado próximo de mim, ele estava muito mais perto do que você imagina. Ele tinha um pequeno ferimento sangrando em sua bochecha.

Harry estava colocando em minha boca — praticamente enfiando— uma coisa parecida com pudim ressecado. Aquilo era muito bom. Tinha gosto da torta de amoras que minha mãe sempre fazia como sobremesa uma noite antes do dia do meu aniversário, minha comida favorita. Lembrei da última noite que senti o gosto dela. Minha mãe e eu esperando o relógio dar meia-noite para darmos a primeira garfada. Isso me fez lembrar de casa e instantâniamente senti saudades.

Então, Harry percebeu que eu tinha acordado.

— Que bom que você está bem — ele sorriu.

— Por quanto tempo fiquei apagada? — perguntei ao filho de Hades.

Ele checou o relógio em seu pulso.

— Hum... umas três horas — disse ele.

Três horas? Isso era muito. Eu estava atrasando a missão. Aquilo me incomodou, mas eu não comentei nada com Harry.

— O que era isso que você estava colocando na minha boca? — mudei de assunto.

Isso, minha querida, é, muitas vezes, a salvação dos semideuses. Ele nos cura com apenas uma mordida. Só não pode comer muito. Se chama ambrosia.

Ele se levantou e colocou um pedaço na boca e seu ferimento na bochecha sumiu. Isso me fez lembrar do meu ferimento. Olhei para o meu braço, ele tinha um curativo no lugar do ferimento. Eu o tirei e meu braço estava perfeitamente bem, como estava antes de eu ser atingida.

— Se vocês não se importam — disse Anne, arrumando sua mochila —, temos uma missão para terminar.


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