Capitulo 41– Despedidas

P.o.v Nessie

— Um Milk shake de baunilha, um hambúrguer com bastante cheddar e molho. Uma porção de batata fritas com ketchup, por favor – Rose fechou o cardápio e abriu um sorriso para a garçonete que a encarava boquiaberta.

Ela se recompôs rapidamente e anotou o pedido, se retirou logo em seguida.

— E a sua dieta, Rose ? – Claire a olhou com os olhos arregalados.

— Que dieta ??? – Ela riu.

— Isso que dá ser namorada do Emmett – Ri também enquanto bebericava um gole do meu suco de laranja.

Era domingo, as meninas e eu resolvemos passar o dia juntas e aproveitar esse meu ultimo dia em Forks. Só de pensar que amanhã de manhã eu estaria partindo para Nova York, sentia um aperto no peito e uma vontade boba de chorar. Que besteira. Quando cheguei aqui, chorava com vontade de ir embora, agora já estava a ponto de chorar por ter que deixar Forks.

— Não acredito que vai embora amanhã – Claire suspirou.

Ela e Rose estavam quase tão tristes quanto eu, o que me fazia ter certeza que essas duas, essa nossa amizade, eu levaria para minha vida toda.

— A escola não vai ser a mesma sem você, Nessie. – Rose me olhou triste.

As olhei triste .

— Eu não queria ir, mas.. não posso ficar.

— Não importa o que a gente fale, você não vai mudar de ideia, não é ? – Os olhos curiosos e ao mesmo tempo tristes de Claire, estavam em meu rosto.

Neguei com a cabeça e dei um meio sorriso, aquele sorriso que significava ‘’ eu lamento ‘’.

— Tudo bem.. estamos com você, mesmo eu querendo muito que você mude de ideia – Ela colocou sua mão sobre a minha. Rose também colocou.

— Amigas para sempre, lembra ? – Rose sorriu, Claire também sorriu.

O riso das duas confortaram o coração e não pude deixar  de sorrir junto com elas.

— Amigas pra sempre – Sorri.

— Aqui está o pedido de vocês – A moça que havia nos atendido vinha com uma bandeja repleta com nossos pedidos.  – Bom apetite.

Ela se retirou e encaramos aqueles lanches enormes, Milk shakes, porções de batatas fritas e fora nossos sucos que havíamos comprado.

— Eai? Vão encarar – Murmurei rindo.

— Estão perdendo tempo, por que ? – Claire já havia pegado o seu hambúrguer com uma mão e com a outra já atacava as batatas fritas.

Devoramos tudo em menos de quinze minutos e até eu me impressionei. Realmente estávamos famintas!.

Logo Após o ‘’pequeno’’ lanche, fomos a uma lojinha de roupas que havia em Port Angeles, as meninas me ajudaram a escolher algumas peças e foi uma diversão só enquanto nós entravamos no provadoras, trocávamos de roupas e fingíamos estar em um desfile de moda.

— Você tá com as pernas tortas andando nesses saltos, Claire – Gargalhei enquanto via a mesma desfilar por entre os bancos dali, atraindo os olhares de algumas pessoas.

Ela sorria, se exibia e acenava para as pessoas enquanto continuava com o seu desfile.

— Ai caralho ! – Ela se queixou e no segundo seguinte foi pro chão, a maneira como seu pé entortou e ela caiu que nem um boneco no chão, foi muito engraçado.

— HAHAHAHAHAHAHAHAA – Não aguentei e explodi em uma risada.

— minina do céu, levanta! – Rose estava corada, - Rápido Clar.. tá todo mundo olhando, minha nossa senhora! .

A loja era pequena, mas era de grife então tinha pessoas ali que nem deveriam estar presenciando esse momento trágico.

— Socorro que vergonha! – Ela tentou se apoiar para levantar.

— HAHAHAHAHAHA, socorro – Arfei tentando buscar ar. – Você parecia um boneco caindo.

— Vamos sair daqui, Rápido – A garota passou tão rápido por mim que mal acompanhei com os olhos ela entrando dentro do provador.

As pessoas ainda olhavam para mim e para Rose.

— Ér.. ela tá bem gente – Rose sorriu para as pessoas – Podem voltar a fazer o que estavam fazendo.

Tudo o que pude fazer foi gargalhar.

— Eu acho que o salto não tá bem não – Claire colocou apenas a cabeça para fora e mostrou o salto para nós.

Um pedaço havia quebrado. Arregalei os olhos.

— Claire!!!!!! – Com um salto fui até ela e tomei o sapato de sua mão – Você nem comprou isso e já quebrou!

— E nem Vou comprar! Tá louca ? esse salto custa a minha mesada do ano todo! – Nos olhos como se fosse óbvio.

— Mas agora vai ter que comprar! – Rose tomou das minhas mãos, analisando o estrago -  Nem deve custar tudo isso, deixa eu ver o preço aqui e .. MIL E QUINHENTOS DÓLARES!!!!!!!!

Arregaçamos os olhos as três.

— Gente! E agora ? eu to fudida, - Pelo seus olhos era claro que a Clar estava desesperada.

Quis rir, mas me contive.. ela realmente estava desesperada.

— Vamos cair fora daqui, rápido! – Murmurei olhando para os lados.

Uma vendedora nos olhava desconfiada, mas eu dei um sorriso falso, disfarçando.

— Vai logo, coloca sua roupa e vamos vazar daqui ! – Rose olhou para o salto mais uma vez em suas mãos e o jogou para trás.

— Meu deus, vocês são loucas !- Gargalhei . – Pega as sacolas logo Rose, vamos sair como se nada tivesse acontecido.

Rose fez o que eu pedi e logo já estávamos em pé, com nossas sacolas de compras, esperando Claire sair do provador para nos mandarmos daqui.

— Pronto, ! vamos – Ela saiu de lá toda desengonçada.

— Acho melhor a gente ir rápido, e disfarcem por favor ! – Rose colocou as sacolas na cara.

— Como se você soubesse fizer isso – Rebati – Tira essas sacolas da cara Rose, pelo amor! Não somos criminosas.

— Eu acho que foi aquele lanche que com certeza não deve ter feito bem. Devo ter engordado uns 10 kilos! – Claire choramingou.

— Se controla da próxima vez ! – Gargalhei.

— Vamos.. estamos quase chegando na saída – Rose andava rápido, e olhava desconfiada para os lados, como se realmente estivesse foragida.

— Disfarcem, burras. – Dei  um sorriso para uma senhora que entrava na loja no mesmo momento. 

— HEY HEY, ESPEREM ! – Alguém veio gritando atrás de mim.

— Ai caralho.. – Rose fechou os olhos. Sua mão já estava na maçaneta da porta, mas dois passos e já estaríamos do lado de fora.

— Mais que .. droga – Grunhi.

A moça chegou até nós com um olhar bravo.

— Hey você ! – Ela olhou diretamente para Claire que virou as costas fingindo olhar uma blusa – hey, é você mesmo! .

— Eu ? – Claire a olhou com sua melhor cara de inocente .

— Sim! Você não é a garota que levou um tombo agora há pouco ?

— O QUE ? eu ? magina! Você deve estar confundindo, foi outra loira – Claire gaguejava um pouco – Foi essa daqui que caiu.

Ela apontou para Rose que a olhou indignada.

— Sua salafrária, suja ! – Rose ainda estava de olhos arregaladas – Meu pau pra você! Eu não levei tombo nenhum e muito menos quebrei um salto de mil e quinhentos dólares.

Na hora que ela disse isso a vendedora olhou para trás e vinha um garotinho, não devia ter mais que oito anos, um sorriso animado no rosto e com o salto em mãos.

— Olha tia.. oque  eu achei – Seu sorriso era travesso, e estendeu o par de sapatos para a vendedora que nos olhou brava.

— Seu... – Claire olhou brava para o garoto que mostrou a língua pra ela – Seu praga!

— Vocês três! Me acompanhem!

Engolimos em seco e a seguimos.

                                                                       *

Moral da história: nunca deixe sua amiga desfilar de salto em uma loja de grife. Além de termos levado a maior bronca, tivemos que pagar o salto, por que Claire não tinha dinheiro suficiente. Cada uma pagou 500 dólares, e por fim, saímos da loja falidas.

— Eu to com dois dólares no bolso! – Rose bufou – Eu to falida Gente, vocês entendem isso ? FÁLIDA! .

—Se eu estivesse nesse momento com dois dólares no bolso, estava feliz. – Revirei os olhos – Nunca mais você vai desfilar de saltos em lojas! Claire você fez um rombo no meu bolso!.

— Ai gente.. desculpa, eu não sabia que aquele sapato custava tão caro – Revirou os olhos.

— Nunca mais! Nunca mais Claire, tá louco hein.. gastamos todo o dinheiro que íamos comprar roupas, naquela merda de salto e ainda nem vamos poder levar ele pra casa !

—  Vocês reclamam demais.. – Bufou – Me desculpem okay ?.

Suspirei mas acabei revirando os olhos também. Um silencio se instalou entre nós enquanto caminhávamos até o carro de Claire.

— Mas devo admitir que foi engraçado o seu tombo – Fiz uma careta e logo em seguida nós três nos olhamos e caímos na gargalhada.

— Senti vergonha por você – Rose gargalhou – Suas pernas estavam tortas! .

— HAHAHAHAHAHAHA – Ri alto. – Deus que me perdoe por estar rindo da desgraça alheia.

— Vocês são umas idiotas – Ela riu enquanto entravamos no carro – Eu odeio vocês duas! .

— Quero meus quinhentos dólares de volta  então ! – Rose rebateu rindo.

— Eu também quero! – Sorri desafiadora a ela.

— Mentira gente, eu amo vocês demais, não pode mais nem brincar ? – Ela nos olhou rolando os olhos.

Caímos na gargalhada de novo.

          *

Quando as meninas me deixaram em casa já eram quase oito da noite. Nos despedimos e elas garantiram a mim que estariam no aeroporto amanhã. Nos despedimos em um abraço apertado e algumas risadas e logo em seguidas elas se foram.

Subi para o meu quarto e confesso que estava muito mais leve.. passar o dia com elas me deixou de bom humor e me ajudou a esquecer um pouco dos problemas.

Minhas malas já estavam arrumadas. Ontem, Marta me ajudou a organizar tudo, ficamos conversando até tarde e até assistimos um filme comendo pipoca, ela era uma pessoa incrível e com certeza sentiria muita falta dela!

Depois que coloquei na mala, as poucas roupas que havia comprado hoje, fui direto pro banho, precisava relaxar um pouco e ao menos tentar dormir, amanhã acordaria cedo para pegar o voo! Sairia as oito da manhã e já estava tudo certo.

Meus pais me esperariam no aeroporto de lá, eles haviam chegado do Canadá ontem e estavam loucos para eu voltar para casa. Eu também por mais que queira ficar aqui, estava morta de saudade deles.

Enfim, depois do banho, coloquei um shorts soltinho uma blusa de frio moletom que ficou muito grande em mim, mas não liguei. Fui deitar na cama e desejei que ao menos uma vez pudesse pegar no sono rápido (...)

                                                                           *

Quase meia noite e nada de eu dormir. Me remexi inquieta e encarei a janela aberta, a lua brilhava intensamente naquela noite fria. Eu me encolhi nas cobertas e fiquei assim por um tempo, encarando o nada. Quando por fim, dei um suspiro.. eu estava ansiosa. Caminhei até a janela e meus olhos se focaram no céu. Fechei os olhos e deixei a brisa leve e fria tocar o meu rosto, bagunçando meu cabelo e fazendo com que eu me arrepiasse. Meus olhos se focaram lá em baixo e uma figura de uma pessoa deitada na grama, enquanto estava com fones de ouvido e parecia estar imerso em pensamentos. Jacob..

Naquele momento eu nem sabia o que estava fazendo, só deixei que meus impulsos me guiassem. Só restava essa noite, certo ? apenas mais uma.

Desci as escadas e por fim cheguei a sala, abri a porta da frente sem fazer barulho algum e fui até os fundos, onde ficava o jardim da Sarah. Jacob estava deitado na grama encarando o céu. O vento soprava gelado e fazia com que eu me arrepiasse inteira. Ele não fez nada quando viu que me aproximei. Não levantou para ir embora, como ele fazia todas as vezes em que estava próximo a mim, simplesmente fugia ou me ignorava.

 Ainda com o coração batendo irregularmente, calmamente me deitei ao seu lado. Cruzei as pernas e fiquei  simplesmente ali, ouvindo o som da sua respiração ofegante.. seu perfume amadeirado misturado com o aroma daquele jardim.

http://www.clubemusicas.com/ouvir/9/SYML---Where-s-My-Love/6lkzqV6h.html ( Syml Where’ S My Love )

Ele estava tão calmo e sereno, como eu havia sentido falta de vê-lo assim. Senti uma vontade inexplicável de ter ao menos um contato com ele, não me importava se ele não falasse nada, só queria que ele continuasse aqui, ouvir sua respiração próxima a mim, sentir seu cheiro e saber que ele ficaria bem.. seria o bastante.

Em um ato impulsivo.. mas ao mesmo tempo tão natural, minha mão buscou a sua ansiosamente e as entrelacei. Quente, macia. Meu coração se remexeu inquieto. Fechei os olhos sentindo como se tivessem me acertado.. como se tivessem cortando aquela ferida com uma lamina afiada. Deus, como eu o amava. O amava tanto que chegava a doer.

— Eu sinto muito – Jacob sussurrou. Não olhei para seu rosto, continuei com os olhos fixos nas estrelas.

E naquele momento até o tempo pareceu passar arrastado, só pra eu ficar ao seu lado.

— Tudo bem. – Consegui dizer, a minha voz saiu trêmula. – Isso tudo.. nunca passou de um talvez, e isso já não era mais suficiente.

Não estava me referindo sobre nossos sentimentos. Jamais duvidei do que sentia por ele. Eu me referia sobre o nossos futuro.. sobre nossas escolhas, sobre o que seria de nós. Tudo isso, nunca passou de um talvez.. era algo incerto, cheio de duvidas e incertezas.

—Try so hard to say goodbye.. – Cantarolou baixinho e fez um carinho em minha mão que estava entrelaçada na sua.

 ‘’ Por favor, não se esforce tanto para dizer adeus.. ‘’

Aquela música.. she will be loved,  do Maroon 5. Aquela que ele havia cantado pra mim no dia do jogo.  Fechei os olhos com aquilo e tentei controlar as lagrimas que queriam chegar até os olhos .

— Eu não estou – Menti. – Jake, eu...

— Você se lembra quando naquele dia na praia, você perguntou se eu realmente havia me apaixonado por você, quando eu ainda era criança ? – Disse com a voz entrecortada, suas mãos ainda nas minhas. Era um calor tão bom.. não queria que acabasse nunca.

O olhei confusa, por justo agora ele estar tocando nesse assunto.

— Lembro – Assenti o encarando fixamente.

— Eu lembro como se fosse ontem, quando vi aquela garota do cabelo cor de fogo. Em como ela sorriu e disse que ia ficar tudo bem, quando eu ralei o joelho. Ela assoprou e me disse ‘’ vai passar’’ e depois sorriu, mas não foi qualquer sorriso. Foi com os olhos. Foi com o coração. E logo em seguida ela foi embora, e eu vim para Forks. Eu nunca esqueci daquela garota ruiva.

Pisquei algumas vezes.. eu não me lembrava claramente daquilo, era apenas uma lembrança vaga.. no fundo do meu subconsciente.

— V-você ainda lembra? – perguntei espantada por ele lembrar tão claramente.

— Eu lembro, por que passei o resto do verão implorando pros meus pais voltarem pra Nova York, só pra eu poder te ver de novo – Murmurou com um sorriso de lado.

— E por que não voltou ?.

— Meus pais disseram que se eu os deixasse em paz, em relação a esse assunto, eles me dariam uma bicicleta nova – Deu de ombros.

O olhei tentando controlar o riso.

— Não acredito que foi comprado por uma bicicleta!

— Nem eu – Riu.

E logo em seguida, eram nós dois rindo. Senti algo preencher meu peito.. essa risada... eu não me esqueceria nunca, que foi bem ali que encontrei a minha alegria escondida.

Ficamos mais um tempinho ali, com as mãos uma na outra, nos olhando ternamente, como se quiséssemos guardar cada detalhe um do outro, cada traço. Foi triste, mas aquela, foi a tristeza mais bonita que já vivi.

Mesmo que ali, no chão daquela grama  estivesse duas almas em caco.

— Meu voo está marcado para as oito – Sussurrei desviando do seus olhos escuros. Ele ficou mudo, sua respiração pesada, e senti sua mão se apertar contra a minha, como se não quisesse que eu fugisse dele. –  Você vai estar lá ?

Mesmo talvez, no fundo sabendo da resposta, não consegui evitar de perguntar. Voltei a focar meus olhos em seu rosto, mas ele desviou o olhar e encarou o céu.

— Por que eu deveria ?

Abaixei a cabeça também. Ele estava certo, talvez não devesse ir até lá.. aquilo só iria magoar ainda mais a nós dois.

— Esquece – Engoli em seco.

— Você quer mesmo ir, Renesmee ? – Jacob me obrigou a olhar em seus olhos. Uma suplica gritava através de seus olhos. – Só me dê um bom motivo para estar partindo, pra estar me deixando aqui.

Abri e fechei a boca várias vezes. Senti as lagrimas chegarem ao meus olhos e nesse instante eu me levantei.

— E-eu.. – comecei a gaguejar. A resposta estava na cara, era óbvio que eu não queria ir. – Quero, eu ..quero muito ir.

Essa havia sido a mentira mais estúpida que eu havia inventado.

Ele também se levantou.

— E em nenhum segundo, nem que seja por uma droga  de segundo, você cogitou a possibilidade de ficar ? – Vi seus olhos pretos brilharem em lagrimas.

— Eu .. Eu.. – Não conseguia formular uma frase decente, por que o maldito bolo na garganta me impedia, estava a todo custo tentando não desabar em lagrimas.

— Eu já esperava isso – Disse amargurado. – Eu sou a prova viva de que ainda existem pessoas dispostas a ficar, Renesmee. Porque eu ficaria.

Ele virou as costas para mim. Pensei que ele iria entrar, mas não. Ele ficou parado, a cabeça baixa. Eu fiquei o encarando, sentindo as lagrimas por fim, vencerem e jorrassem livremente pelo meu rosto.

O abracei por trás desejando que ao menos que dessa vez, nem que fosse só dessa vez, eu não tivesse que dizer adeus.

O Abracei fortemente enquanto lutava para não me desmanchar em seus braços. Mas o plano foi por água a baixo quando ele se virou para mim e me sufocou em um abraço apertado. Eu enterrei minha cabeça em seu peito e deixei que as lagrimas escorrerem. Ele me abraçou tão forte, tão forte que eu queria continuar assim pra sempre. Aproveitei para sentir seu cheiro amadeirado e para guardar na memória, como eu amava o seu cheiro.

— Eu amo você – Sussurrei com a voz embargada e o apertei fortemente contra mim –só preciso te dizer que  eu te amo tanto.

Mesmo eu não podendo ver, eu sabia que ele havia fechado os olhos e ficou assim por vários segundos.

— Eu amo você, Renesmee – Sussurrou também.

Sorri em meio as lagrimas e deixei escapar um soluço alto. Era só o que eu precisava saber, só o que bastava nesse momento. Mesmo eu não sabendo o que poderia acontecer daqui pra frente, ou com quem ele estivesse... eu sabia que nem que seja por uma fração de segundos ele havia me amado. Nós realmente havíamos nos amado.

— Não importa onde você esteja ou com quem esteja, eu só quero que seja feliz. Mesmo sendo sem mim – Sussurrei antes de com certa relutância eu me afastar dele e encarar seus olhos que brilhavam em lagrimas.

Fiz um rápido aceno antes de dar um beijo em sua bochecha e o puxar para mais um abraço apertado. Se eu pudesse... eu ficaria assim a vida toda, por que eu não conseguia me afastar.

Ele também não queria me soltar, e quando por fim me afastei, eu não olhei para trás. Por que eu sabia que se olhasse naqueles olhos escuros e marejados, eu certamente, voltaria atrás. E voltar atrás era uma das coisas que eu não pretendia fazer.

Por um segundo eu cogitei a possibilidade de jogar tudo para o alto, e correr até ele e ficar aqui. Mesmo que tenhamos de enfrentar tudo isso, mesmo que eu tivesse que abandonar Nova York, e tudo que havia lá. Mas eram muitos talvez, e eu havia cansado disso.

Eu segui a passos firmes para dentro de casa, deixando que as lagrimas enchessem meus olhos, a ponto de embaçar a minha visão de volta o quarto.

P.O.V Autora

Jacob trincou o maxilar enquanto a via se afastar a passos firmes e decidida em direção a casa. Ele deu um passo, mas depois parou. As lagrimas embaçavam a sua visão, e ele lutava contra a vontade de jogar tudo pro alto e sumir daqui, deixar tudo e todos para trás. Cogitava até mesmo a possibilidade de abandonar seu filho.

Rudemente ele enxugou suas lagrimas e caminhou a passos largos para dentro de casa, subiu as escadas em um piscar de olhos e quando viu, já havia batido a porta do seu quarto com força e andava de um lado para o outro do quarto.

Olhou para a sua mesa cercada de livros e tudo o que pode fazer foi derrubar tudo o que tinha ali. Queria poder descontar sua raiva em algo, poder conseguir tirar de si, aquela dor  que agora mais parecia uma tortura.

— Eu sou um idiota – Grunhiu chutando um livro que havia ficado em seu caminho.

Estava se sentindo um completo idiota. Sabia que tinha sido insuficiente demais para poder tê-la feito ficar. Por estar deixando Renesmee partir para Nova York.

— Como ela pode ir assim ? – Sussurrou com a voz embargada.

Ele não entendia. Estava confuso demais agora para sentir qualquer coisa que não fosse desespero. Ela o amava ! como poderia partir então ?.

Ele encarou a porta por onde havia entrado e imaginou se ela estivesse sentindo o mesmo que ele.

Renesmee chegou em seu quarto e fechou a por atrás de si,correu até sua cama e ficou ali encarando o teto, até novamente se desmanchar em lagrimas.

Ela queria, queria demais que ele a puxasse pelo braço, naquele momento em que ela estava indo em direção a casa. Queria que ele a fizesse voltar. Que ele a convencesse de que aquilo tudo não passava de uma loucura que ela estava fazendo. Que de alguma maneira ele a convencesse de ficar ali com ele, por ele. Que partir não era o certo.

Ela encarou a porta mais uma vez e levantou num pulo. Tocou a maçaneta da porta e fechou os olhos, se perguntando a si mesma se valia a pena ceder aos impulsos e cometer a loucura de ir até o quarto dele e o agarrar com todas as forças. Ficar ali com ele, pra sempre.

Era loucura demais ?

Jacob também olhou para a porta e sua mão tocou a maçaneta. Ele deveria ir até  ela ? deveriam arriscar tudo para viver esse amor ? E ela ? será que também correria esse risco ? ou ela realmente queria ir embora, como dizia. Se ela quisesse ir,ele a deixaria ir.. por que acima de tudo ele sabia, que amar era livre, e prender Renesmee nunca foi sua intenção.

Ele fechou os olhos com força e deu um passo para trás. Caminhou até sua cama, apagou as luzes e foi deitar, sentia que essa noite seria longa demais, que certamente não ia conseguir dormir.

Fechou os olhos, com o coração ainda batendo rápido. Só desejando mais que tudo, que ela não partisse para nova York amanhã.

Renesmee soltou a mão da maçaneta. Era loucura demais. Seus pais a esperavam em Nova York, sua vida estava lá, Jacob já tinha a sua vida aqui, seus pais, seus amigos, seu filho.. não tinha sentido e nem espaço para ela aqui. Seria melhor se ela continuasse com sua vida, e mesmo entendendo  os motivos e razões de Jacob ficar aqui, ela jamais esqueceria daquele garoto dos olhos curiosos. E levaria um pedaçinho das lembranças do que viveram em sua mala. E ela já havia dito o quanto o amava, e sabia também que ele a amava. Aquilo era o suficiente.

Ela deitou em sua cama e fechou os olhos, desejando dormir, amanhã seria um longo dia..

Sentiu seu coração se despedaçar aos pouquinhos, e antes de pegar no sono, ela sentiu.. que o coração que batia ali, era dele.

   P.O.V NESSIE

— Prometa que vem nos visitar – Marta me abraçou fortemente, e ela já estava se desmanchando em lagrimas, eu também já estava a ponto de desabar. Mas mantinha minha pose firme.

— Eu venho sim, não se preocupe. Mamãe! – Brinquei, já que as vezes ela agia como se fosse minha mãe – Obrigada por tudo Marta, de verdade.

Ela sorriu limpando as lagrimas e por fim nos afastamos. Soprei um beijo a ela e fui me despedir do tio Billy e Sarah.

— Billy – O abracei de um jeito desajeitada, ele também parecia tímido.

— Minha menina.. te desejo toda a sorte do mundo ! venha passar suas férias conosco, foi um prazer ter você em nossa casa – Murmurou com a voz grave, mas no fundo podia ver que ele estava triste também.

— Obrigada Tio, por me receber em sua casa. Eu te amo tá ? peça para Marta te ajudar a arrumar as papeladas, se não você vai se perder naquela bagunça!  - Brinquei o abraçando novamente.

— Pode deixar! – Sorriu, - Também amo você Nessie.

Ele me deu um beijo na testa e eu sorri para ele. Me aproximei de Sarah ainda um pouco rígida, mas me desmanchei quando senti seus braços ao meu redor.. apesar de tudo eu a amava, e isso não podia negar.

— Me desculpe por tudo – Sussurrou com a voz embargada – Acima de tudo, eu só quero ver a felicidade dos dois, espero que um dia entenda, minha Nessie.

— Eu entendo.. tudo bem – Sussurrei com a voz embargada também, me recusava a chorar – Obrigada por tudo Tia, saiba que eu te amo demais.

— Eu também te amo demais, - Chorou – Vou sentir saudades, principalmente dessas suas mãos divinas que cuidaram tão bem do meu jardim! Obrigada mesmo.

Soltei um riso em meio ao bolo que se formou em minha garganta.

Emmett e Quil foram os próximos dos quais me despedi.  Emmett me deu um abraço que quase quebrou minhas costelas.

— Vou sentir saudade ruivinha, venha nos visitar! – murmurou piscando freneticamente  - E só pra você saber eu não vou chorar não, tá ? foi só uma merda de um cisco que entrou no meu olho e ..

— SEEEEEEEEEIII... – Todos disseram em coro e eu ri.

— É SÉRIO! – Rebateu.

O abracei novamente enquanto ria.

— Pode chorar Emm, eu já to a ponto de me desmanchar em lagrimas aqui – Apontei para meus olhos que estavam cheios de lagrimas. – Cuide bem da minha amiga, e cuidado com a maquina de refrigerante !

Ele riu e eu também.

Quil me abraçou e eu retribui fortemente.

— Cuide bem da Clar, hein ! – Murmurei .

— Pode deixar.. – Riu – E boa sorte pra você Nessie, apareça por aqui!

— Apareço sim! – Sorri, olhei em volta – Ele não veio mesmo ?.

Disse aquela ultima parte só para que Quil escutasse. Ele me olhou triste e negou com a cabeça.

— Não, eu sinto muito .

Engoli em seco.

 - Tudo bem.

Olhei para as meninas que estavam em um canto, ambas com lagrimas nos olhos.

— Suas bobonas choronas! – Ri enquanto me atirava a eles, e nos abraçamos as três.

— Igual você  ! – Claire rebateu com a voz embargada.

— Você é  a mais chorona – Rose disse com os olhos marejados.

— Sou – Chorei.

As lagrimas vieram com força total e logo as três já estávamos chorando abraçadas.

— Amigas pra sempre ? – Claire perguntou soluçando.

— Amigas pra sempre – Conclui as apertando mais contra mim. – Eu amo vocês.

— Nós também te amamos – Disseram juntas.

— promete que vai ligar, mandar E-mais, falar com a gente pelo skype, pombo correio e sei lá o que mais ? – Claire chorou

— Pombo correio ? – A olhei espantada, mas ri – Vou falar com vocês sempre,! E venho visitar quando puder, ok ?

Elas assentiram e quando o meu voo foi anunciado eu finalmente respirei fundo.

— Bom.. acho que já devo ir. – Passei a mão pelo rosto. – Se cuidem meninas, eu amo vocês !

Vi Claire chorar ainda mais e fez um coração pra mim.

Acenei para todos enquanto caminhava decidida para embarcar. Olhei para trás uma ultima vez, na esperança do que ? de achar que ele está aqui? Era mais que óbvio que ele não viria.. ele não viria, por que eu criava esperanças ?.

Achava que isso era um filme ? que a qualquer momento ele aparecia com um buquê de rosas na mão, e com um beijo pediria para eu ficar ? Eu não estava em um filme. Era vida real, tinha que aceitar isso.

Meu coração se apertou quando olhei todos aqueles rostos, e senti falta de um. Jacob.. Jacob... quis gritar seu nome. Quis que ele viesse, nem que fosse para me dizer Adeus.

Soprei um beijo para os que estavam ali e voltei a atenção a frente, até não poder vê-los mais.

Senti algo se revirar dentro de mim. Eu estava Voltando para Nova York!