O Pescador e Os Banidos escrita por LoKs22


Capítulo 3
Capitulo 3: Aquele que os salvaram do Selvagem


Notas iniciais do capítulo

Yooooo!!. Eu voltei =D. Depois de seila quantos meses eu voltei com essa história. Eu tive que deixar essa em hiatus por causa de outras histórias e desafios que eu estava planejando fazer. Agora que eu terminei tudo isso vou voltar com essa história para valer. Não que isso quer dizer que os capitulos vão chegar semanalmente. Quer dizer que vai demorar menos tempo para eu publicar o proximo. Enfim, espero que gostem



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Era uma manhã ensolarada, o reflexo do sol refletia no lago de uma forma ainda mais brilhante, enquanto dava para escutar o barulho de pássaros cantando e as arvores balançando ao vento. Os três acordaram ao mesmo tempo totalmente revigorados e cheios de energia, comeram parte dos suprimentos restantes para o café-da-manhã e era só uma questão de tempo até não sobrar mais nada. Akrion buscou mais agua, antes pediu para os outros dois replantarem as arvores que cortaram ontem e regarem com a agua que ele tinha acabado de pegar.

― Agora o que faremos? Esperamos? -Questionou Akrion.

― Sei lá, que tal exploramos um pouco? -Sugeriu Mathion.

― Se eu fosse vocês deixaria a exploração para outro dia. –Disse uma voz familiar surgindo da floresta ao longe, que se mostrou ser o Pescador. – Bom dia jovens, que tal trabalharem um pouco nessa casa de vocês?

― Bom dia, Pescador. –Disseram ao mesmo tempo.

― Nós não sabíamos que hora o senhor ia chegar. –Respondeu Mathion.

― Eu sempre venho ao lago todo dia no mesmo horário. –Respondeu ele – Quando o sol acaba de nascer e fica se erguendo no horizonte. Adoro ver esse cenário.

― Legal. Já vi que o senhor é um homem que gosta de ver paisagens.

― Sim, eu sou assim. –O Pescador se aproxima da cabana velha e olha para a madeira que os três tinham juntado ontem. – Prontos para começar? Vai ser demorado. É bem provável que vocês fiquem o dia todo arrumando esse lugar.

― É isso ou seguir a floresta de novo. –Comentou Turkon – Prefiro gastar minhas forças nessa cabana.

― Eu também. –Os outros dois concordaram.

― Otimo! –Disse o Pescador com um tom de felicidade. – Vamos começar pela sala principal.

E o dia deles foi assim, Akrion juntou as fibras que coletaram, as amarrou entre si para ficarem mais resistentes e junto à madeira, que foi cortada rapidamente para ficar como uma tabua pelo Turkon. Mathion pegou as tabuas e as ajeitou. Enquanto Akrion, usando as fibras que amarrou antes, juntou a tabua com a parede da cabana. Tiveram que fazer isso por horas, tendo certeza que tamparam todos os buracos da casa e reforçaram completamente a parede de todos os cômodos da casa. A remodelagem deixou a cabana um pouco mais reluzente e bonita, porém o telhado ainda está instável. Eles pegaram os troncos maiores e resistentes, cortaram eles para ficar de um tamanho certo, o que demorou mais tempo, e o colocaram embaixo do telhado para funcionar como um poste e sustentar o telhado, com isso feito eles puderam retirar os postes antigos e guarda-los para depois. Foi demorado, mas eles conseguiram. Depois de feito eles comeram e beberam para repor a energia gasta.

― Nossa finalmente acabou. –Disse Mathion se alegrando enquanto comia.

― Foi mais facil do que eu imaginei. –Comentou Akrion – Digo, foi complicado, mas achei que seria mais difícil.

― Isso porque vocês só melhoraram o que já estava feito. –Exclamou o Pescador. – Para fazer uma casa daquelas, precisa de ferramentas muito mais complexas e uma dedicação maior.

― Os antigos donos tinham essa dedicação? –Questionou Akrion.

― Sim, provavelmente, a casa parece ser bem feita, mesmo estando com problemas parece ser uma boa casa.

— Nossa, parece que estamos ficando sem comida pessoal. –Comentou Akrion.

— Bem, vocês poderiam caçar na floresta. –Sugeriu o Pescador. – Não é tão difícil.

— É pessoal! – Disse Mathion animado. – A gente não vai ir atrás de uma alcateia de lobos. Vamos pegar coisas pequenas, como porcos. Não vai ser tão difícil assim.

— Eu não sei, a gente não tem material para caça. O máximo que temos é a espada de pedra.

— Isso vai ser o suficiente. –Disse Mathion – Eu acho que consigo pegar alguma coisa. Eu vou entrar na floresta.

— Talvez eu devesse te ajudar garoto. –Sugeriu o Pescador. – Não quero que você fique perdido na floresta.

— Eu não vou muito longe, confie em mim.

Mathion pegou a sua espada de pedra e adentrou a densa floresta. Sem medo do que podia encontrar. Enquanto isso, os outros três conversam na fogueira.

— É incrível o quanto de energia o seu amigo tem. –O Pescador elogiou. – Mesmo depois de todo o trabalho ele continua querendo fazer mais coisas para ajudar vocês.

— Verdade. –Concordou Akrion. – Ele é sempre assim, ajuda o máximo que ele acha que consegue.

— Eu não acho que foi uma boa ideia deixar ele ir na floresta sozinho. –Disse Turkon.

— Eu confio no amigo de vocês, senão eu o teria seguido.

— Pescador, posso perguntar uma coisa? –Pediu Akrion mudando de assunto.

— Diga, jovem.

— É que a nossa língua nativa não é muito fácil de aprender, sabe? Nem o povo da vila vizinha conseguia falar tão bem ela. Eu queria saber como o senhor consegue? Você era da nossa vila ou o que?

— A resposta é um pouco longa, mas eu posso te contar. Foi assim....

— Pessoal! Pessoal! –Gritou uma voz vindo da floresta que se mostrou Mathion. – Corram!

— Qual é o proble... –Akrion tentou perguntar, mas foi interrompido quando um javali selvagem gigante surgiu pela floresta. Correndo atrás do Mathion.

O javali tinha 2 metros de altura, seus olhos estavam vermelhos de raiva. Suas presas saiam da boca e formavam uma espiral. Ele gritava muito alto e o grito ecoava pela floresta adentro. Afugentando qualquer tipo de pássaro ou animal pequeno.

— O que diabos é isso?! –Gritou Akrion.

— Eu estava procurando algo para comer e esse bicho do nada apareceu e tentou me matar. – Explicou Mathion enquanto corria.

— Mathion, cuidado! –Avisou Turkon sobre um galho preso no chão.

Mathion acaba tropeçando e o javali se aproximava em velocidade máxima, parecia que ele ia passar por cima do garoto. Até que algo foi jogado na cabeça do javali.

Foi o Pescador que tinha jogado. Ele tinha feito a volta e ficou perto da cabana quando atingiu o javali.

— Ei, sua criatura idiota! –Gritou o Pesacador. – Por que não vem para cima de mim e ver se você merece ter esse tamanho.

Os insultos atraíram o javali. Não que ele tenha entendido o ele disse. Ainda em fúria, o javali correu em direção ao Pescador e ele fez a mesma coisa.

O Pescador estava com sua vara de pescar nas duas mãos. Quando o javali ia atacar o Pescador, durante a corrida, ele pulou. O Pescador deu um pulo muito alto para alguém de sua idade. Ele, ainda no ar, usa a sua vara de pescar e joga sua linha em uma das presas do javali. Prendendo a si mesmo dando a volta pela presa e se puxando com o anzol. Após isso, ele cai em cima da criatura selvagem, começando a controlar a direção que a criatura corria puxando a vara de pescar.

O Pescador puxa a linha fazendo com que o javali corra em direção a uma arvore. A criatura tenta se mover para os lados, mas a força do pescador é mais forte e isso acaba fazendo com que o javali continuasse em linha reta. Pouco antes da criatura bater de cara com a parede, o Pescador pula, deixando sua vara de pescar de lado.

O javali bateu de frente com uma arvora frutífera não notada pelos jovens. Ele acaba perdendo uma de suas presas no processo. O impacto faz com que várias frutas caíssem no javali. O Pescador acaba dando um golpe final no javali com sua faca de descamar peixes.

Os três amigos ficam muitos surpresos. Mathion, ainda caído no chão, fica com um sorriso, como se tivesse ficado maravilhado com o que viu, e os olhos arregalados de surpresa. Akrion ficou de boca aberta, não acreditando no que viu. Yurkon só ficou com os olhos arregalados de surpreso, assim como Mathion.

― O que é você?! –Gritou Akrion perguntando para o Pescador. – Ninguém nunca conseguiria fazer algo assim como o senhor, não nessa idade.

― Eu já deveria ter contado para vocês. –Respondeu ele – Eu ia falar sobre isso agora antes do javali aparecer.

― Ah é, me desculpem por isso. –Lamentou Mathion – Eu pensei que tinha visto um animal pequeno, então acertei ele com a espada. Quando percebi, eu tinha acertado o javali. Infelizmente, ele quebrou a espada, eu a deixei cair enquanto corria e acabou no que deu. Foi mal pessoal.

― Tudo bem Mathion –Confortou Akrion – Acho que aconteceria o mesmo se fosse eu no seu lugar. Mas o senhor Pescador nos deve algumas respostas.

― Claro perguntem o que quiser. –Respondeu ele - Só esperem eu levar o javali até ai.

O Pescador carrega o javali com uma mão só e segue até os jovens. Mathion também vai até a fogueira. Eles não estavam muito distantes entre sim. Quando o Pescador deixou o corpo do javali perto da fogueira, ele se sentou e esperou a pergunta dos três amigos.

― Eu perguntou primeiro. – Disse Mathion animado. – Como você faz isso? Não me faça de bobo usando uma desculpa esfarrapada, ok?

― Eu não pretendo mentir garoto. –Afirmou ele – Existe uma coisa chamada Benção Espiritual. Raramente um ser humano recebe uma Benção Espiritual. Eu recebi três durante a minha vida toda. Uma foi o da agilidade, o outro foi o da força e o último foi o da longevidade. É muito difícil convencer os espíritos a darem esse tipo de benção, algo que vocês tem que ter em mente é nunca ajudem um espirito esperando uma recompensa. Quando ajudarem façam o máximo possível para não pensar nesse tipo de coisa, ok?

― Entendemos. –Disse os três simultaneamente.

― Eu vou perguntar agora. –Disse Akrion – Do que é feito essa vara de pescar? Ela nem chegou perto de arrebentar quando foi puxada diversas vezes no javali.

― Bem, isso são recompensas de outros espíritos. – Respondeu ele. – Esses são mais fáceis de conseguir, em relação a Benção Espiritual. A madeira e de uma arvore anciã que possuía espíritos vivendo dentro dela, eu salvei eles e a arvore em si me deu esse pedaço de madeira. A linha vem de uma aranha monstruosa que estava destruindo o lar subterrâneo de outros espíritos, um desses espíritos transformou a teia de aranha monstruosa nessa linha que eu uso. O anzol veio de um espirito dos minérios, que me deu a oportunidade de ter uma peça de ferro indestrutível após salvar a sua caverna de desabar. Lembrando para nunca ajudar os espíritos esperando uma recompensa.

―Uau! –Disse Akrion surpreso.

― Você esqueceu de responder a outra perguntar do Akrion. – Disse Turkon. – Aquela sobre como você falar a nossa língua facilmente.

―Ah sim. –Disse o Pescador, se lembrando da pergunta. – Como disse, essa resposta vai ser grande. Tecnicamente vai ser uma história, assim como ontem. A muito, muito, muito tempo atrás. Existia uma moça chamada Perguia. Ela era muito curiosa sobre as outras civilizações desse mundo e um dia saiu em uma jornada a fim de descobrir tudo que podia sobre essas civilizações. O maior problema de sua jornada foi se comunicar com os outros povos, era muito difícil aprender como era a língua deles, mas ela nunca desistiu. Sempre aprendia o máximo sobre a linguagem nativa daquele povo e depois pesquisava sua cultura em si. Um dia ela tentou saber a língua dos espíritos, mas nunca conseguiu entender. Parecia que cada espirito falava uma língua diferente, entretanto era a mesma só não parecia. Foi ai que ela encontrou a Fênix Celestial, um dos espíritos mais incríveis de todos. Ele raramente é visto por um humano, naquela ocasião foi porque ele se feriu com algo quando visitava a região. Perguia, sem pensar duas vezes, ajudou a Fênix o máximo que pode até ela voltar a voar com toda a sua gloria de novo. Como recompensa, a Fênix Celestial deu a Perguia a habilidade de entender e falar qualquer língua, incluindo a dos espíritos e menos a dos animais. Se uma nova civilização se forma-se e criasse um idioma próprio, a Benção Espiritual automaticamente coloca esse idioma na mente da pessoa sem perceber.

O Pescador faz uma pausa para respirar e Akrion pergunta.

―Ela é uma ancestral sua e você herdou a essa benção dela?

― Não. Ela não é da minha família, na verdade ela nunca teve filhos. A Fênix Celestial fez mais além de dar a ela uma benção espiritual. Ela deu a Perguia a habilidade de transferir essa habilidade pelo seu próprio sangue, tanto geneticamente quanto literalmente. Ela deu à alguns candidatos que ela achava serem dignos de possuírem essa Benção e esses candidatos tiveram filhos, que tiveram filhos e por ai vai. Entenderam?

―Que incrível! –Disse Mathion com um sorriso.

― Algum de vocês tem outra pergunta? –Disse o Pescador tranquilamente.

― Eu tenho. –Respondeu Turkon com a mão levantada. – Quando nós vamos comer o javali?

― Hahaha. Tem razão jovem, vamos assar logo.

O Pescador ensinou aos garotos a como retirar os pedaços do javali e a como cozinhar esses pedaços em uma sopa. Os três amigos sentiram o cheiro da carne do animal assada na fogueira e imediatamente eles estavam com agua na boca. Eles tinham comido antes, mas não foi o suficiente, então comeram um pouquinho do javali.

Já de noite, eles se arrumam para dormir. Desfazem a fogueira, guardam o resto do javali para amanhã dentro da cabana e pegam as frutas que sobraram. Como estavam sem escolhas tiveram que guardar essa comida em sacos de pano amarrados com força.

Akrion foi para fora da cabana, conversar com o Pescador em particular.

― Como vamos fazer para que animais selvagens não sintam o cheiro de carne fresca por aqui? – Perguntou Akrion preocupado.

― Não se preocupe, garoto. –Respondeu o Pescador. – Eu volto amanhã com um liquido que pode disfarçar o cheiro de carne.

― Entendi. Ei posso perguntar uma última coisa?

― Claro.

― Essa Benção Espiritual da Fênix que você contou, funciona em fantasmas?

― Fantasmas são uma versão espiritual de uma pessoa morta que ficou preso ao nosso mundo por algum motivo. Então sim, se encaixa. Por que a pergunta?

― Nada. –Respondeu – Só curiosidade.

― Ok, hora de eu voltar para casa. – Disse o Pescador em voz alta, dando para escutar de dentro da cabana. – Coloquem o resto da comida na cabana e durma vocês também.

― Pode deixar com a gente, Pescador. –Respondeu Mathion. – Até amanhã.

O Pescador caminha calmamente pela escura floresta, sem nenhum tipo de iluminação além das estrelas e da lua.

Os amigos, após arrumarem as coisas dentro da cabana, foram dormir dentro da cabana em seus novos quartos, mas antes se reuniram na sala principal. Com uma mesa no meio e cadeiras, os dois de madeira, em volta.

―Então, amigos. –Começou Mathion. – O que temos que fazer de agora em diante?

― Duas coisa. –Disse Akrion – Três na verdade. Uma é ter uma plantação, precisamos de sementes e materiais para fazer uma enxada. A outra seria criar um armazém fechado para guardar comida durante o inverno e a última seria arranjar equipamentos melhores.

―Ah é –Disse Mathion se lembrando da espada que quebrou – Desculpe por não tomar conta da espada direito, a gente não tem muitas armas para nos defender e acabei quebrando uma delas.

― O problema não foi você. –Disse Turkon confortando o amigo – Espada de pedras, ou a maioria das ferramentas, feitas de pedra não são muito uteis.

― A gente precisa é de metais. –Afirmou Akrion. – Cobre, ferro, qualquer coisa.

― Mas nós não temos uma fornalha.

― Pedimos ajuda para o Pescador.

― Então amanhã vamos pegar mais madeira, começar a construir uma plantação, um armazém e uma fornalha?

― Exatamente. Em poucos dias, talvez já tenhamos isso tudo. –Afirmou Akrion.

―Agora acho que podemos ir dormir. Boa noite Mathion, boa noite Turko...

Quando olham, a cadeira de Turkon estava vazia e ele já tinha ido para o quarto.

― Boa noite Akrion. Prometo que essa semana vai ser promissora.

― Claro que vai. Até amanhã.

Os dois voltam para os seus quartos. O lago em si ficou quieto, sem o menor barulho de um inseto ou animais noturnos. Parecia outra noite quieta e incomum que os três jovens não sentiam desde que foram banidos. Podendo descansar tranquilamente de novo.


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Notas finais do capítulo

Yoooo. Gostaram do capitulo? Espero que sim ^-^. Enfim, o proximo capitulo não tem data definida (assim como todos os capitulos em geral), mas confie em mim quando eu digo que vai ter um proximo capitulo e que ele não vai demorar. É só isso, bye bye ;)



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