De repente... Sereia escrita por Ann_Cullen


Capítulo 4
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Gente, adorei os comentários! Fiquei feliz por vocês estarem gostando.
Mais um novo capítulo.
BORA LER!



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Capítulo três

Já na casa do Edward, Isabella pode observar os traços dele na casa. Mesmo sendo um tritão e a casa sendo embaixo do oceano ela tinha um ar que exalava masculinidade, tudo naquele tritão exalava masculinidade. A casa era pequena, tinha uma espécie de cozinha junto com uma sala que era separada por uma bancada. Era decorada em tons que variava do claro ao escuro.

– Bela casa – comentou Isabella de forma educada.

Ele fingiu não escutá-la e continuou procurando algo pela cozinha até que puxou algo de dentro de uma estante e empurrou para ela.

– Coma – ordenou.

Isabella olhou para o que tinha no prato e fez um careta. Parecia uma mistura de algas com algum tipo de carne, que a lembrava do sushi. Com a fome que estava Isabella nem pestanejou ou tentou ir contra a ordem de Edward. Apenas avançou no prato e comeu tudo.

– Desculpe – falou depois que tinha devorado tudo – Não deixei nada para você. Era para dividirmos?

Ele novamente a ignorou e nadou em direção a sala. Ajeitou seu sofá e o chão da gruta.

– Descanse – ordenou novamente – quando acordar nós iremos até a Alice e descobriremos como transformá-la de volta em humana.

Calada Isabella fez o que Edward disse e deitou onde ele pediu. Enquanto deitava estranhou a frieza de Edward. Suspirou pensando no que sairia da sua conversa com a irmã de Edward e no que eles iram precisar fazer para conseguir tal fato. Mas sabia de alguma forma que não seria nada fácil.

[...]

– Humana, acorda – Isabella sentiu alguém a empurrando. E resmungando virou-se de lado

– Deixe-me dormir Tritão, não se passaram nem dez minutos.

– Você quer sua forma antiga de volta ou não? – Perguntou próximo a Isabella. Ela assentiu ainda de olhos fechados – Pois então vamos, não vejo a hora de me livrar de você. Estarei lhe esperando lá fora.

— Ouça, Edward...

Mas ele não deixa Isabella falar. Põe um dedo nos seus lábios. Sinto vontade de mordê-lo, mas me contenho.

–Estarei lhe esperando. – Se vira e sai. Isabella fica olhando para a porta como uma idiota.

Mas qual é a desse cara? – pensa ela.

Queria gritar “não!”, mas sabia que se fizesse isso ele poderia não mais lhe ajudar. Isabella levantou-se e arrumou seu cabelo em cima dos seus seios seguindo em direção onde Edward saira. Juntos, eles nadaram através das águas mornas e claras. Dava para ver no fundo do mar cascos de coral agrupados como castelos de pedra misteriosos contra a areia branca do fundo. Peixes brilhantemente coloridos dispararam em torno de delicadas folhas subaquáticas como folhas de outono em um vendaval.

Isabella olhou com olhos arregalados de admiração para o mundo subaquático. Nunca tinha imaginado que tal beleza existisse. Olhe o que eu estive perdendo, pensou cada vez mais para si mesma.

Nadaram por mais alguns minutos até que eles se depararam com um palácio grandioso. Era como se ela fosse esculpida em diamante azul piscina. Em frente ao palácio tinha Tritões, incrivelmente belos, com armas em forma de cajados longos. Isabella olhava tudo maravilhava, como um bebê que via o mundo pela primeira vez.

Eles percorreram o caminho até o final do comprido salão. Onde um pedaço de vidro pesado e escuro pendia sobre a enorme lareira. Quando Isabella indagou a Edward esses objetos no fundo do mar ele afirmou que estes tinham sidos recuperados de navios afundados repletos de ossos humanos, insetos e tesouros.

– Sua irmã vive aqui no palácio?

Edward assentiu.

– Ela é da realeza?

Edward a olhou irritada.

– Você não acha que faz perguntas demais não, humana?

Isabella olhou-o esperando a resposta. Edward suspirou.

– Minha mãe é a Rainha do palácio. Ela adora a minha irmã e a trouxe para morar consigo, há quartos em abundancia.

A boca de Isabella caiu.

– Um príncipe? Você é a porra de um príncipe?

Edward deu ombros.

– Isso é apenas uma nomenclatura idiota.

– Mas porque você não mora aqui?

Edward fez o que já estava virando mestre: Ignorou a Isabella. Pegou-lhe pelo braço e nadou em direção a um cômodo do castelo. Abriu as porta e encontrou uma sereia sentada frente a uma penteadeira escovando seus pequenos cabelos. Assustada, a sereia olhou pelo espelho e ofegou.

– Edward! – Gritou pulando nos braços de Edward. Ele sorriu abraçando-a de volta. Isabella ficou vendo o carinho que ocorria entre os dois com uma pontada de ciúme. Edward nunca seria assim tão receptivo com ela.

– Pequena Sereia, como você está? – disse carinhosamente.

– Estou muito melhor agora que você está aqui. Sabe quando tempo eu sonhei para que isso acontecesse? Você é um irmão ingrato que mal vem me visitar. A ultima vez que lhe vi foi no meu casamento com Jasper e isso faz quase um ano.

– Respira Alice – brincou Edward enquanto segurava seus ombros e dava um beijo estalado no seu rosto.

– É que eu estava com muitas saudades sua. Mas por que você está aqui, aconteceu algo?

– Sim. Eu preciso de sua ajuda. – disse e olhou para Isabella. Alice notando-a arregalou os olhos surpresa. Seu irmão trouxera uma sereia para dentro de casa.

– Você vai casar com essa sereia espetacular? – Alice gritou arregalando os olhos – Santo Poseidon! Eu irei preparar toda cerimônia.

Edward rolou os olhos impaciente. Isabella balançou a cabeça, negando.

– Então o que houve?

– Isabella precisa de sua ajuda.

Alice a fitou confusa.

– Como poderei fazer isso?

Antes que Edward pudesse falar qualquer coisa Isabella tomou sua frente.

– Poseidon fez um grande erro e preciso reparar isso. Ontem, pedi no festival de Poseidon um desejo que foi erroneamente interpretado. Seu pai acabou por me transformar numa sereia, mas eu não posso permanecer assim eu tenho compromissos, trabalho e família que precisam de mim lá. Então, por favor, me ajude.

Alice a olhou boquiaberta. Edward ficou irritado por Isabella ter tomado a sua frente, mas ficou levemente feliz por ela não ter falado que tinha algum macho da sua espécie lhe esperando em casa. Rapidamente Edward balançou a cabeça reprimindo tais pensamentos. A humana irritava-o profundamente, era intrometida e curiosa demais. Odiava sereias assim e agora as humanas também.

– Papai fez isso? Nossa, faz anos em que ele se intrometeu na vida de algum humano.

– E me escolheu para isso. – resmungou Isabella feito criança emburrada.

– Então Alice, o que poderemos fazer?

Alice parou por um momento estudando os rostos de Isabella e Edward e sorriu. Estava sendo extremamente prazeroso ver seu irmão se importando com algo. Parecia que essa pequena humana-sereia estava tirando o sono do seu irmão. Riu mentalmente, ele nunca se importava com quase ninguém, exceto ela e Esme, agora o via ajudando uma desconhecida, mesmo que demostrasse uma tremenda insatisfação ao fazer isso.

Alice nadou até sua prateleira ao lado da sua cama e tirou um dos inúmeros pergaminhos que se encontrava lá dentro. Nadou graciosamente até eles e abriu o papel.

– Desfazer um pedido de um deus não é nada fácil, mas não impossível. Existe em todo reino três perolas perdidas que separadas de nada servem, mas quando reunidas são extremamente poderosas e dão ao seu dono a concessão de um desejo. Neste pergaminho mostra os locais onde estão essas pérolas. O caminho até elas é perigoso e arriscado.

– Ótimo. Obrigado Alice – Disse Edward pegando o pergaminho e saindo do quarto.

Isabella de saco cheio e irritada com esse tritão grosso que quer tudo do seu modo ficou parada e não saiu do lugar. Ele parou na porta e a fitou.

– Você é idiota ou o quê? – explodiu. – Não vê que sua irmã quer ficar mais um pouco com você? E sua mãe? Por acaso não vai dar-lhe olá?

Edward fechou a cara e travou a mandíbula.

– Eu estou aqui tentando lhe ajudar e você fica colocando banca humana?

Ela nadou furiosamente até ele batendo o dedo no peito dele.

– Estou cansada de você repetindo que está me ajudando como se isso fosse a ultima coisa do mundo. Se você está incomodado, ótimo, me dê esse maldito pergaminho que eu vou encontrar outra pessoa que possa me ajudar ou eu mesmo faço sozinha – gritou.

Ele apenas a olhou como se tivesse uma criança em sua frente.

– Vamos logo Isabella – e tornou a se aproximar dela para agarrar-lhe o pulso, ela o soltou de brusquidão e saiu de perto dele.

– Se você quiser ir vá, seu idiota arrogante, mas eu irei ficar mais um momento. Conversarei com sua irmã, comerei e só depois irei me preocupar com isso.

Dito isso virou-lhe as costas e se aproximou de Alice. Escutou ele soltar resmungos e sair em disparada para fora do cômodo. Ela olhou Alice e sorriu num pedido de desculpas.

– Não se preocupe – Disse Alice – Meu irmão é esse doce de pessoa mesmo, se bem que ele está bem mais flexível. Nunca o vi parar suas aventuras pelo oceano para ajudar uma completa estranha e ainda mais humana. Edward não suporta humanos. Desculpe-me por falar tanto, meu marido disse que algum dia meu hábito de falar demais ainda vai me pôr numa furada.

Isabella sorriu e se aproximou da pequena sereia abraçando-lhe. Alice abraçou Isabella de volta encantada e surpresa.

– Obrigada – agradeceu Isabella – Por dizer como eu posso voltar a ser o que era.

– Só de você estar fazendo o que está fazendo com o meu irmão eu já agradeço.

– Raiva você diz?

Ela riu.

– Isso e um pouco mais do que ainda você não percebeu. Está com fome?

Isabella assentiu corando.

– Pois vamos a cozinha do palácio. Laine deve ter feito várias delicias.

E saíram pelos corredores do palácio comentando amenidades. Isabella sentiu um profundo sentimento por aquela sereia faladeira. Era uma ótima pessoa.

– Adorei essa sua moda de colocar cabelos na frente dos seios – disse a pequena seria – Pena que meus cabelos estão curtos demais para isso, mas vou deixa-los crescer. Você fica lindíssima assim, querida.

Isabella sorriu-lhe, mal imaginava Alice que aquilo não era questão de moda e sim de vergonha. Chegaram a cozinha de Laine e comeram maravilhas feitas pela idosa sereia. Enquanto comia Isabella pensava, preocupada, onde estava Edward e em como eles conseguiriam as pérolas.


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