De repente... Sereia escrita por Ann_Cullen


Capítulo 2
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Gente, adorei os comentários! Fiquei feliz por vocês estarem gostando. Vou postar um hoje e outro na próxima sexta.
Por favor deixem um comentário, assim eu saberei se vocês gostaram e é uma forma de contato entre mim e vocês, porque eu costumo responder todos os comentários enviados.
Meus agradecimentos irão para: Ellyen Zavarce; July Volturi Masen; Julie; Miss Jackson ; Débora Rezende; Ana Paula Souza; Holland Cullen; Afrodite Swan



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Tornando a sorrir, adentrou a recepção e, com total segurança, pediu um quarto, em grego fluente e sem o menor sotaque estrangeiro, pois, desde a mais tenra idade, convivera com aquela língua.

Sua avó era grega e sempre fizera questão de comunicar-se com a família apenas em seu idioma natal. Assim não somente Isabella, como também Rose e todos seus outros primos falavam grego como se tivessem nascido naquele país. Aliás a fluência nessa segunda língua também fora decisiva para a vida profissional de Rose, antes de casar-se com Emmett.

A recepcionista a fez abandonar aqueles devaneios, entregando-lhe a chave do quarto. Em seguida, avisou-a que, se quisesse jantar, o restaurante do hotel só continuaria aberto por mais uma hora.

Depois de agradecer, Isabella foi para o quarto, dividida entre uma boa ducha para tirar a poeira da viagem exaustante do corpo ou ir jantar. Porém, como não comera praticamente nada o dia todo, a fome falou mais alto e preferiu deixar o banho para mais tarde.

Com rapidez, escovou os cabelos, examinando o resultado no enorme espelho em frente da cama. Um riso maroto escapou de seus lábios ao lembrar que seus fãs ficariam boquiabertos se a vissem naquele momento, usando calça jeans e um suéter de listras vermelhas e brancas, pois estavam acostumados apenas com seu visual mais elegante.

Era incrível como aquelas simples roupas esportivas conseguiam deixá-la mais alegre e relaxada, tirando de seus ombros a responsabilidade de impor seriedade e respeito apenas com a aparência. Um garçom conduziu-a até uma pequena mesa lateral, fazendo-lhe algumas sugestões num inglês macarrônico, sem sequer imaginar que ela falava sua língua com total desenvoltura.

Fez o pedido e enquanto aguardava a comida, notou certo burburinho na porta do restaurante. Será que alguém estava reconhecendo-a? Esperava que não, tudo o que mais queria era curtir seus três dias de folga com seus avós curtindo o festival de Poseidon. Enquanto comia Isabella decidiu visitar seus parentes pela manhã.

Depois de terminar, Isabella foi para o aconchego da sua suíte e sorriu enquanto deitava sonhando em como seria o dia de amanha com toda a agitação. Desde seus quinze anos não vinha ao festival devido sua carreira de modelo e, posteriormente, de atriz. Esse ano, porém, ela arrumou um tempo na sua agenda e iria curtir o tão sonhado dia de Poseidon.

Isabella sentiu que o sono estava chegando afinal, dando um sonoro bocejo. Com as pálpebras pesadas e o raciocínio lento, abandonou todas aquelas lembranças, ajeitando melhor o travesseiro. Antes de adormecer, entretanto, pediu a Poseidon que o dia de amanha lhe trouxesse grandes surpresas e emoções. Aquele tipo de emoção que só se sente uma vez na vida.

No dia seguinte, Isabella acordou bem cedo já sentindo toda a animação do dia. Levantou-se da cama e foi direto as cortinas abrindo-as e visualizando toda a imensidão da cidade, estava belíssima. As pessoas corriam de um lado para outro com arranjos de flores e comida objetivando a perfeição.

Isabella tomou seu banho e foi direto a casa de seus avós sem nem tomar café tamanho era seu entusiasmo. Rindo, imaginava a cara do pessoal quando a vissem.

– Rua das Parcas, por favor – Isabella pediu a taxista enquanto seguia na rua.

No momento que chegou a casa de sua vó Isabella saltou do carro deixando uma quantia maior que o necessário ao taxista e correu para casa batendo rapidamente na porta.

– Já estou indo, quem quer que seja não precisa bater na porta desse tanto – resmungou a senhora do outro lado da porta.

Isabella riu e partiu para os braços da velhinha quando ela abriu a porta.

– Vovó!

– Isabella? Oh meu deus! Peter corre aqui. Isabella está aqui. – disse a vó de Isabella gritando de alegria.

Durante todo o dia Isabella foi mimada pelos seus avós, nunca se sentiu tão feliz e se arrependeu por não ter os visitado antes. Quando chegou a hora do festival todos estavam ao redor da estatua de Poseidon rindo e fazendo suas orações ao Deus do Mar. Tinha flores lilases e azuis por em forma de tridentes na frente das casas, cavalos brancos enfeitados levando crianças e idosos na passeata ao Deus e o desfile que ocorria no mar. Era tudo tão lindo.

– Isabella filha – tirou sua vó dos devaneios – Está na hora do pedido a Poseidon, faça-o querida, vai mudar a sua vida.

Isabella riu

– Vovó isso é apenas conversa.

A velha a fitou como se soubesse de coisas que ela não.

– Apenas faça querida, não custa nada.

Isabella olhou sua vó e depois fitou a estatua e com uma emoção e vontade nunca sentida antes pediu: “Mude a minha vida, faça com que eu sinta coisas que eu nunca senti antes. Qualquer coisa”.

Já tarde da noite Isabella levou seus avós de volta para casa e mesmo que eles insistissem que ela dormisse lá ela decidiu retornar ao hotel. Quando saiu da casa dos seus avós decidiu pegar um táxi, mas na ultimo segundo sentiu uma força chamando para outro lugar e decidiu se levar nessa vontade e foi andando. Andou e andou até que chegou perto do mar.

Isabella franziu a testa e estranhou por ela ter chegado até ali. Porém, mais estranho do que ter chego ali era a necessidade que ela tinha por entrar na água. É como se ela o atraísse. E como se não conseguisse mais suportar caminhou em direção a água retirando as peças de roupa enquanto adentrava no mar.

Com metade do corpo submerso Isabella começou a sentir um calor que rodeava por todo o seu corpo, era uma chama tão viva que aquecia todo o seu ser. Isabella fechou os olhos enquanto sentia. Depois de um tempo sentiu a chama de emoção diminuindo até que abriu seus olhos e viu que estava no mar e um pouco longe da beira da praia. Viu que já estava tarde e que precisava voltar, pois amanha tinha uma sessão de fotos na cidade, tratou a nadar. E nadou, mas antes percebeu algo de diferente, no lugar das suas pernas tinha cauda. Uma cauda.

– Meu Deus, que merda é essa?!

Isabella se desesperou. Como foi que apareceu essa cauda? Quer dizer que agora ela era uma sereia? Desde quando sereias existem? Meu Deus, Isabella pensou, isso não pode estar acontecendo comigo. Como isso pode ter acontecido?

– Você fez um pedido – disse uma voz atrás dela – E eu o atendi.

Isabella virou abruptamente e encarou um homem bastante belo.

– Quem é você? – perguntou ela.

– Ora querida, quem você acha que eu sou?

Isabella tornou a fitar o desconhecido mais amplamente. Era um homem nas casas dos quarenta, tinha olhos verdes, lindo bronzeado e um porte atlético. Ele parecia um... um... Deus.

Um deus.

– Poseidon?- ela perguntou abismada.

– Isso mesmo filha – ele deu um sorriso deslumbrante. – Sou Poseidon, o Deus dos Mares, dos Cavalos e dos Terremotos.

– Você existe? Como assim? Eu pensei que você fosse apenas uma lenda que perdura milhares de anos.

– É o que todos pensam – Poseidon sorriu debochadamente – Mas agora você vê que eu não sou apenas uma lenda.

– Por que eu estou assim? Por que eu sou uma sereia?

– Eu apenas fiz o que você queria querida.

Isabella lhe fez uma cara de interrogação.

– No Festival que vocês humanos fazem todo ano para mim escutei uma oração bem fervorosa e ela me levou até você – falou apontando para mim. – Eu senti que tinha que realizar seu desejo e assim o fiz, mudei a sua vida.

– Mas... Mas não era esse tipo de mudança que eu queria. Não acredito que isso estar acontecendo comigo – disse Isabella exasperada. – Você tem que reverter isso. Por favor.

– Sinto muito querida, mas não posso.

– Poseidon, desfaça isso, por favor. Eu tenho muita coisa para fazer, agenda que eu devo cumprir e ainda mais trabalhos.

Poseidon balançou a cabeça enquanto exibia um sorriso.

– Não posso conceder esse seu desejo querida.

Isabella bufou irritada com o Deus.

– Não pode ou não quer?

Poseidon sorriu enigmaticamente e desapareceu. Isso mesmo! Desapareceu.

Argh!

– Poseidon? Poseidon? Cadê você?

Isabella bateu na água com raiva. O que ela iria fazer agora? Não sabia nada sobre ser uma sereia. Como ela voltaria a ser o que era?

Isso não pode estar acontecendo comigo, não pode – pensou Isabella.

Isabella olhou ao seu redor e viu que não poderia voltar para terra com essa cauda, pois todos iriam atrás dela de alguma forma. Ela viraria alvo da mídia. Isabella gemeu imaginando as manchetes “A famosa atriz e modelo Isabella Swan é uma sereia”. Gemeu novamente e olhou ao redor vendo que sua única alternativa era nadar e ver se encontrava o Deus novamente.

Ela prendeu a respiração e desceu para mais fundo com os olhos fechados, devido a água salgada, e começou a nadar. Devido a sua curiosidade abriu um pouco dos olhos pensando que veria apenas negritude, mas não foi o que viu. Pelo contrário, era tudo tão belo, ela conseguia ver os peixes, as algas e tudo mais que o mar oferecia.

Incrível

Isabella continuou nadando e percebeu que já fazia alguns minutos que não respirava. Quer dizer, respirava, mas embaixo da água. Isso é incrível, pensou Isabella, mas estranho. Isabella parou onde estava e pôs as mãos no rosto. Queria voltar para casa, mas como isso iria ocorrer? Não conhecia ninguém e a única pessoa que poderia lhe ajudar foi embora.

Quem será que pode me ajudar? Pensava angustiada. Quem?

– Quem? Meu Deus. Como sairei dessa? - gritou Isabella no fundo do oceano e para o nada.

Voltou a nada desesperadamente tentando chegar a algum lugar, nadava tão rápido que via apenas um borrão.

Bum – bateu Isabella em uma coisa dura. Ela parou enquanto dava cambalhotas dentro na água até que parou e pode visualizar no que tinha batido. Era um homem que tinha uma imensa e fodida cauda. Era só o que faltava, um tritão.

Tem como isso piorar? – pensava Isabella.

O Tritão parou e tornou a fitá-la, cheio de impaciência e superioridade. Seus cabelos eram bronze e lisos, emoldurando um rosto belo e prepotente como o de um deus grego.

Quando seus olhos cruzaram-se com os do desconhecido, um arrepio passou-lhe pela espinha, deixando-a tensa e perturbada. Talvez fosse apenas cansaço por um dia inteiro de festival, ou, quem sabe, aquele homem arrogante conseguira despertar seus mais profundos instintos femininos...

"Isso nunca!", refutou aquela possibilidade, com veemência, deixando-se dominar pela raiva.

— Caso não tenha percebido, eu estava nadando — esbravejou, ácida.

O estranho sorriu com incrível cinismo, analisando-a de cima a baixo, com enorme desdém. Então, com voz fria como a neve, contra-atacou:

— Quem parece não ter noção de onde está é você.

O rubor subiu às faces de Isabella, tingindo-as de escarlate. No entanto, estava tão furiosa que não encontrou palavras para responder aquele insulto à altura.

Ambos fitaram-se, em silêncio, por alguns segundos, que pareceram durar horas de interminável agonia. Por fim, ele tornou a dizer:

— Teria sido muito mais sábio e seguro de sua parte ter optado por nadar devagar ao invés de uma maluca que não tinha lugar para onde ir.

Antes que Isabella pudesse responder, ele deu meia-costas e afastou-se, fazendo-a sentir-se como uma perfeita tola, parada no meio do oceano.

— Sujeito insuportável! — explodiu, liberando um pouco da raiva que estava sentindo. Mas logo a ira deu lugar ao embaraço por perceber que agira duplamente errado.

Primeiro, ela fora muito grossa.

Segundo, ela expulsou a única pessoa que poderia lhe ajudar.

Parou por alguns segundos e nadou apressadamente atrás do atraente estranho.

– Espere, por favor, espere – gritou Isabella.

O estranho parou e voltou na sua direção com um sorriso de deboche. Isabella parou na sua frente, ele arqueou a sobrancelha esperando. Isabella corou enquanto fitava suas orbes verdes e depois de um tempo falou baixinho:

– Eu preciso de sua ajuda.

– O que? Eu não escutei. – falou o tritão cinicamente

– Preciso de sua ajuda – disse Isabella mais firme e alto.


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