De repente... Sereia escrita por Ann_Cullen


Capítulo 11
Capítulo Dez


Notas iniciais do capítulo

Gente! Muito obrigada pelos comentários, amei todos. Assim que eu estiver com internet eu respondo a todos. Vim na casa de uma vizinha postar, por isso não postei antes e nem respondi aos comentários.
Este é o antepenúltimo capítulo.



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Capítulo dez

Já estava escurecendo em Calefo, Isabella olhou pela janela do seu quarto varrendo seus olhos por todo lugar a fora. Dava a desculpa a si mesma que só olhava a paisagem, mas sabia no fundo que era Edward a quem procurava.

Ela já tinha comido, dormido e nada do Edward. Começava a se preocupar se algo tinha acontecido a ele, cansada de esperar saiu do quarto e seguiu em direção a praça onde começava as festividades. Tinha muita musica que dava uma vontade instantânea de dançar. Isabella via sereias e tritões de todas as faixas etárias rindo e dançando. Seus olhos perseguiram por toda a festa e Isabella o encontrou dançando. Com uma sereia. Isabella sentiu uma raiva crescente por todo seu ser, pois enquanto estava trancafiada dentro daquele quarto de pousada ele estava ali paquerando uma sereia.

– Oi Edward – falou Isabella fria quando chegou onde ele estava.

– Isabella – falou Edward um pouco grogue como se estivesse ligeiramente bêbado.

– Você está bêbado? Por que você fez isso? Nós temos que ir ao Aquário das Ostras amanhã para pegar a pérola.

– É só disso que você quer e sabe falar? Pérola aqui, pérola ali... Estou farto disso.

Isabella recuou magoada pelas palavras que escutara sair da boca de Edward. Não conseguia acreditar que ele tinha dito aquilo.

– É isso que você enxerga Edward?

– Estou mentindo?

Isabella engoliu o choro que teimava em querer sair dos seus olhos.

– Pois se é isso que pensa Edward não precisa mais me ajudar. – e saiu antes que deixasse seu orgulho em pedaços.

Antes que chegasse ao seu quarto sentiu alguém a pegando pela mão. Era Edward, não precisava nem ver para saber que era ele, pois a corrente elétrica nítida que percorria seu corpo com apenas um toque dele estava ali presente em todo seu ser.

– O que você quer Edward? – perguntou Isabella ainda de costas a ele.

– Me desculpe Isabella.

– Pelo o quê? Por falar a verdade?

Ela o escutou suspirar.

– Por eu ser um idiota – disse – Falei sem pensar. Não estou farto de procurar as pérolas com você, pelo contrário, esses últimos dias foram muito bons. Eu estava chateado e decidi não ficar perto de você senão eu iria descontar isso em você.

– Por que você estava chateado? Tudo isso ainda é por que eu estava conversando com o Jacob?

Edward engoliu seco e assentiu.

– Eu... Eu estava com... Com ciúmes.

Isabella arqueou as sobrancelhas confusa.

– Com ciúmes? Mas... Mas... Você... Não me odeia?

Edward riu sem humor.

– Não odeio você Isabella. Acha que eu perderia meu tempo ajudando você se eu não gostasse pelo menos um pouco? Você está se mostrando uma grande amiga.

Isabella sentiu um grande desânimo dentro dela. Amigos! Era isso que eles eram. Obvio que uma pessoa como ela não era bonita o bastante para os padrões reais.

– Me desculpe novamente. – disse quando ergueu o queixo de Isabella e falou olhando diretamente nos olhos dela.

– Tudo bem.

Ele a abraçou e Isabella retribuiu.

– Agora vamos dormir Bella. Temos uma pérola para conquistar amanhã.

– Me chamou de Bella? – Isabella perguntou com uma fingida cara de horror.

Ele riu e a levou até o quarto onde dormiram para continuar a aventura.

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Isabella pensou que a segunda pérola seria bem mais fácil de ser achada, mas errara feio agora que encarava o Vulcão de Calefo. Era muito assustador.

Não era um simples vulcão que saia larva lentamente. Era um conjunto de pequenos vulcões que se distanciavam alguns poucos metros uns dos outros dentro de uma caverna enorme. Eles não expeliam larva, mas o fogo morto, que saia como a água dos gêiseres.

Isabella não fazia a mínima noção de como chegar até o outro lado onde Edward dissera ter o Aquário. Ao fitar aquele Vulcão só pensava em quão rápido viraria um espeto assado. No momento em que entrasse ali dentro morreria.

– Como faremos para ir para o outro lado Edward? É impossível.

– Não Isabella. Observe os pequenos vulcões - disse apontando para o local perdido em pensamentos.

Isabella os olhou novamente. Não conseguiu diferenciar nada.

– Há um padrão. Há três pequenos vulcões em fileiras irregulares, mas estão organizadas de forma horizontais, vê? E assim segue. Atrás desses três há mais três e assim sucessivamente. Se você analisar quando o primeiro vulcão a esquerda solta o fogo ele faz isso por quatro segundos. O que fica ao seu lado ascende no segundo segundos em relação ao primeiro enquanto o que fica a frente ascende no terceiro. Assim é só encontrar um sequenciamento em que não nos frite.

Isabella olhou para Edward, confusa.

– É tão complicado.

Edward riu.

– Concordo. Mas vamos conseguir, só basta você fazer tudo o que eu fizer e bem rápido. Qualquer segundo perdido pode nos matar.

Isabella assentiu respirando fundo.

– No três. Um... Dois... Três... Já.

Eles seguiram para o segundo vulcão que estavam apagados e dele foram para o primeiro da segunda fileira e alternaram por todo o percurso. Isabella começou a entender todo o mecanismo lógico que envolvia a passagem pelo Vulcão Calefo. Rapidamente chegou ao final respirando aliviada.

– Ufa Edward! Pensei que nunca conseguiríamos.

Isabella esperou por alguns segundos a reposta de Edward e viu que ele não estava perto dela. Onde ele estava? Isabella se perguntava repetida vezes.

Olhou novamente para o Vulcão e viu que ele estava lá dentro ainda parecendo um pouco perdido. Viu ainda que perto dele tinha um pequeno vulcão que eles não tinham percebido, pois não obedeciam as fileiras horizontais. Ele se localizava nas paredes laterais da caverna do Vulcão e Edward não parecia se dar conta disso. Ele apenas olhava para os lados procurando por alguém enquanto se movia por aquela área para não ser queimado. Isabella se deu conta que ele procurava por ela.

– EDWARD – Isabella gritou. Ele olhou apenas para trás.

Sem pensar, agindo por impulso, Isabella adentrou novamente no Vulcão de Calefo. Ela não podia esperar muito para mudar adentrar ali dentro se não Edward morreria. Já estava perto dele quando viu que o vulcão que ele não tinha visto estava se tornando mais claro num sinal evidente do fogo morto que iria explodir. Isabella bateu sua barbatana mais forte e, não se importando se morreria queimada no lugar de Edward, jogou seu corpo contra o dele numa tentativa de tirá-lo do caminho.

– EDWARD – gritou novamente sentindo duas coisas. O baque do seu corpo ao tirar Edward do caminho e uma dor azucrinante na sua barbatana.

– Isabella – ela o escutou dizendo no seu ouvindo enquanto dançava dentro daquele vulcão indo de um lugar a outro para não se machucarem, pois não poderiam se dar ao luxo de parar para ver se Isabella morreria, pois não seria morte na certa.

Isabella sentia a mão forte de Edward apertar sua cintura e deixou ser carregada por Edward. Depois de alguns segundos respiravam aliviados fora do Vulcão Calefo.

– Você está bem Isabella? – perguntou Edward notoriamente preocupado.

Isabella gemeu, mas foi momentaneamente atraída por uma queima que sentia no seu antebraço. Não era dolorosa, mas reconfortante. Olhou mais atenciosamente e viu que tinha dois símbolos desenhados neles em mais completa harmonia, como uma tatuagem.

– Nossa! – exclamou Edward enquanto tocava de leve os símbolos.

– O que é isto?

Edward olhou o rosto de Isabella fascinado.

– É o símbolo da coragem e do altruísmo Isabella. Apenas pessoas que mostram isso de forma sincera e sem esperar nada em troca o recebe.

– É lindo – falou Isabella encantada. – Você já o recebeu?

– Uma vez quando ajudei um golfinho a escapar de uma rede de pescadores.

– E por que você não os tem mais?

– Some em alguns dias.

Isabella continuou a fitar seu antebraço maravilhada com as surpresas desse mar. Ela adorava tanto esse lugar que as vezes pensava em... Isabella balançou sua cabeça espantando esses pensamentos. Não podia pensar assim.

– Você quase se matou Isabella

– Você quase se matou. – consertou Isabella - Não viu aquele pequeno vulcão? Se eu não tivesse entrado lá não teria sobrado nada de você.

– E agora você está machucada. Vê as bolhas em sua barbatana?

– Isso é o de menos. O importante é que você está vivo.

Edward suspirou e pegou as mãos de Isabella.

– Sim. Obrigado por isso se não fosse por você...

– Tudo bem, poderia pegar aquela pomada na sua bolsa? Minha barbatana está começando a incomodar.

Edward pegou a pomada abriu-a e começou a passar lentamente sobre as queimaduras de Isabella. Depois de alguns minutos eles partiram para o Aquário. O caminho até o Aquário não era longo, mas devido ao recente ferimento de Isabella, demorou mais que o esperado.

A esperança de que estariam com a pérola em pouco instantes era muito presente. Mas isso despencou quando eles chegaram até lá. Beleza não faltava naquele lugar, mas Isabella sentiu um nítido desespero quando observou aquele lugar.

O Aquário das ostras tinha, obviamente, inúmeras ostras. Ostras de todos os tamanhos que se estendiam sob a superfície como uma floresta. As ostras brilhavam e se abriam e fechavam fazendo que soasse uma linda canção. Além disso, as cores variadas das ostras refletiam-se na água, isso fazia que ao redor fosse um misto de cores. Lembrava a Isabella a aurora boreal. Era como se ela estivesse dentro da aurora.

Mas o encantamento passou rápido quando Isabella observou que dentro das ostras tinha pérolas. Em todas as ostras havia pérolas idênticas a que ela tinha no pescoço. Esse era o motivo de todo desespero.

– Qual dessas é a pérola? – perguntou Isabella a si.

– É impossível descobrir! – exclamou Edward.

– Não acredito nisso. Quase morremos para vir até aqui para não encontrar nada – esbravejou Isabella.

Cansada, Isabella deixou-se cair até o fundo do mar, onde descansou a cabeça nas mãos e se pôs a chorar. Sentia raiva, tristeza, dor, enfim, um misto de sentimentos. Edward entendia o motivo do choro de Isabella, permaneceu em silêncio ao lado dela, a derrota era obvia. Eles não achariam a pérola. Edward ainda fitava as lágrimas coloridas que refletiam a confusão de sentimentos de Isabella quando exclamou:

– É obvio!

Isabella levantou a cabeça e fitou Edward.

– Que nós não acharemos nada? Já percebi isso.

Edward pôs as mãos ao lado do rosto de Isabella fazendo-a com que ela não o deixasse de olhá-lo.

– Não Isabella – falou Edward muito animado – Lembre-se do pergaminho: No Aquário das ostras, cabe ao corajoso a escolha. Você é a corajosa Isabella, o próprio mar reconheceu isso. Nós vamos achar o queremos, mas quem tem que fazer isso é você.

– Mas... Mas como vamos achar? Quer dizer, como eu encontrarei?

– Não sei. O que você sente agora?

Isabella continuou a fitar os olhos de Edward por alguns segundos e depois os fechou. Por favor, Poseidon, mar, ou o que seja me ajude – rezou Isabella.

Isabella não sentiu nada de início, mas depois uma necessidade quase a absurda de ir até um lugar no meio das ostras, fez Isabella começar a nadar.

– Para onde você vai Isabella?

Ela não o respondeu ainda hipnotizada pelo o lugar que a chamava. Seu corpo clamava por aquilo. Nadou por mais alguns metros até que deparou com uma ostra que estava fechada.

– Está aqui.

– Como sabe?

– Eu não sei como, mas é aqui. Eu sinto.

Edward tentou abrir a ostra, mas não conseguiu.

– Acho que temos que a deixar abrir sozinha.

Edward assentiu e ficou com Isabella fitando a ostra. Passaram-se alguns momentos e lá estava a ostra abrindo-se enquanto fazia soltar uma nota que dava singularidade e harmonia a canção. Edward segurou a ostra impedindo-lhe de fechar e fitou o conteúdo que tinha dentro assim como Isabella. Lá tinha três pérolas.

– Deuses! Sempre há dificuldade, por que as coisas não facilitam um pouco?

Isabella riu. Porém não via dificuldade ao fitar as pérolas por que sabia exatamente qual pegar. A última da direita brilhava mais que as outras.

– É a ultima Edward.

– Tem certeza?

– Absoluta. Ela brilha mais que as outras como se dissesse para pega-la.

Isabella estendeu sua mão e a pegou com uma sensação crescente de alívio. Depois a colocou no seu colar e a guardou.

– Só mais uma – disse Isabella animada.

– É... Só mais uma – repetiu Edward sem, no entanto, ter um pingo de animação na sua voz. Seu tempo com Isabella estava próximo ao fim.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Quero que comentem igual ao capítulo anterior. Pelo menos vinte comentários. Por favor gente!

Confiram minha outra fanfic:

PERDIDA NA ILHA: A tradutora Isabella Swan, durante suas férias de trabalho, decide fazer uma viagem de barco com o seu pai, Charlie. Na viagem, o pior acontece, o barco naufraga. Agora Isabella se encontra perdida numa ilha deserta. Ou era o que ela pensava até encontrar um lindo selvagem de olhos verdes esmeraldas.