BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 5
Ano I Capítulo IV




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Carter limpou o suor da testa, olhando para a metade faltante do corredor. Perecia impossível que os sapatos impecavelmente impostos dos alunos de Drumstrang pudessem suar tanto um chão, mas era visível que ele não entendia tanto assim de faxina. Nem sabia ao certo por que estava limpando aquele chão – a notificação que estava sendo punido apareceu em sua cama na noite anterior, quando voltou do jantar.

Talvez fosse pelas horas que atrasará para entregar os livros na biblioteca, ou por ter errado o nó da gravata na última sexta feita, ou talvez algum dos elfos domésticos não tivesse encontrado os pares de todas as suas meias já que ele se esquecerá de organizar a roupa suja. Talvez fosse por todas essas coisas, talvez não fosse por nenhum delas. Ele apenas continuou limpando e limpando, incansavelmente ajoelhado no chão com uma escova pouco maior que a palma de sua mão e um balde cheio de água fria.

Ele quase podia ver os lugares ardidos onde logo à pele se racharia e sangraria, e as partes endurecidas onde se formariam os calos. Seu vizinho de corredor, um garoto magrelo e loiro que parecia ter uma interminável gripe, certa noite veio ao seu quarto para lhe pedir um feitiço de cura, pois sequer conseguia segurar a varinha ele mesmo.

Carter se levantou, andando até a janela, olhando para a neve caindo, pensando o quanto sentia falta das quentes lareiras de Hogwarts e até mesmo da chuva, mas acima de tudo sentia falta do pai.

—Por que não está limpando? – ele olhou para trás. A professora de feitiços, uma mulher muito alta, magra com um fino nariz curvado sob óculos quadrados o encarava com uma expressão furiosa.

—Eu estava apenas esticando as costas, senhora – ele acrescentou rapidamente o último, mas isso não pareceu amolecê-la nem um pouco.

—Vocês, molequinhos preguiçosos, não sabem a sorte que tem por estar nesta escola – ela alegou, impiedosa – Acha que suas costas doem? Se este chão não estiver brilhando quando eu voltar no final do dia, farei com que você tenha a dor de suas costas serem quebradas em mil pedacinhos. Entendeu?

—Sim senhora – ele abaixou a cabeça enquanto ela passava – Me desculpe.

Ele se ajoelhou, pegando a escova e voltando a limpar, enquanto a professora passava ao lado do balde de água, e o chutava, encharcando seus joelhos com água fria e suja que se estendeu por toda a extensão que ele já havia limpado.

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Quando desceu da vassoura naquela manha de domingo, Albus sorriu orgulhoso para si mesmo, pensando em que péssimo professor James havia sido durante todas as férias que tentou ensinar os irmãos a voar de vassoura. Ou talvez James apenas não quisesse ensinar.

Embora ainda não tivesse chegado ao nível de Evanna ou dos Malfoy’s, já podia muito bem se comprar a Rose no quesito de voo, e no pouco tempo que tiveram desde início das práticas isso era um grande avanço.

—Está indo bem – ele olhou para trás, onde o irmão com o uniforme do time da Gryffindor entrava no campo, junto a Fred vestido da mesma forma e há Rose, que usava roupas comuns – Já soube da novidade?

—Que novidade? – ele perguntou desconfiado, esperando alguma pegadinha do irmão.

—Nossos pais estão aqui – falou Rose, preocupada – Mamãe e papai, tio Harry e tia Gina. Estão falando com a McGonagall.

Albus olhou para James com uma sobrancelha erguida, mas esse rapidamente se defendeu – Eu não fiz nada, não estão aqui por minha causa – depois ele olhou de Rose para Albus – talvez seja culpa de vocês. São os primeiranistas aqui, afinal.

—Por que vocês simplesmente não vão e descobrem? – Fred perguntou, se adiantando quando James abriu a boca para protestar – eu aviso que você vai se atrasar para o treino. Não que isso seja alguma novidade.

Com um sorriso divertido, o mais velho fez sinal para que os dois o seguissem, e correu para dentro do castelo, até chegarem há um corredor próximo à biblioteca, onde esta e seus pais caminhavam calmamente.

—Eu não acho que isso vá ser uma boa ideia – Hermione falava, séria – Pensem no que as crianças achariam disso... Rose e Albus acabaram de começar o primeiro ano.

—Ah, por favor – Gina insistiu, quase pulando – Vai ser divertido. Lembrar-se da última palestra anos atrás?

—Não acho que seja uma boa ideia também – falou Harry, polidamente – Obrigada pelo convite diretora, mas teremos que recusar.

—Ah, eu entendo Harry, mas é mesmo uma pena – Minerva suspirou, e em seguida sorriu para ele – Você melhor do que ninguém dever saber o peso de um sobrenome.

James bufou, mas Albus sentiu o peso daquela frase. Sim, era um peso muito grande.

—Ainda acho que nossos filhos não têm motivos para se envergonharem de nós – Rony afirmou, orgulhoso.

Harry começou a discutir - Não se trata de...

—O que vocês três estão bisbilhotando? – Filch apareceu atrás deles, com os olhos desconfiados – Potter’s e Weasley, não confio em vocês, em nenhum de vocês. Se não entraram na biblioteca, vão logo, saiam daqui.

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 Calisto espantou uma mecha flutuante de cabelo do rosto, antes de seguir correndo. Mal voltará á falar com o irmão e já preferia os bons tempos em que agiam como dois estranhos – agora, cá estava ela, tentando alcançar uma coruja assustada que levava consigo uma joia de família presa na garra.

—Acio! – ela gritou, antes que o animal dobrasse o corredor, mas a quantidade exorbitante de alunos nos corredores após o final do café da manhã apenas dificultava suas tentativas.  – Acio!

—Bom dia Calisto! – ela nem viu quem havia respondido, dobrando o corredor tentando não ser acertada por um par de óculos que agora voava em sua direção. Alguém a alertou sobre a diretora estar por perto, e a distração quase a fez sufocar uma aluna da HufflePuff quando o feitiço acertou seu colar, fazendo a menina derrubar toda a pilha de livros que carregava no chão.

—Acio! – ela tentou outra vez, mas bem no momento alguém abriu a porta da biblioteca, e uma varinha veio voando em sua direção, soltando faíscas coloridas que acertaram seu peito e lhe derrubaram direto no chão.

—Você está bem? - perguntou à voz de uma mulher, Calisto viu o lampejo de um cabelo ruivo na sua frente, e alguém lhe ajudou a levantar. – Acho que ela bateu a cabeça.

—Espere, quantos dedos você vê? – perguntou à voz de um homem parado em frente a ela, ela só conseguia distinguir que ele tinha cabelos escuros.

Ela fechou os olhos por um momento, balançando a cabeça e quando abriu de novo sua visão estava melhor.

—Três – ela falou, vendo cinco rostos, incluindo o da diretora, lhe encarando confusos e assustados.

—Senhorita Calisto, por que estava correndo dessa forma pelos corredores? Podia ter se machucado de verdade, ou um de seus colegas – falou a diretora seriamente.

—Meu irmão assustou nossa coruja, e agora ela está voando por ai com uma relíquia de família presa em uma das pernas – ela contou, segurando a própria cabeça.

—Por que seu irmão fez isso? – perguntou um homem de cabelos ruivos.

—Por que ele é um inconveniente – ela falou, ainda ofegante, e pegou a varinha, que estava presa nas suas roupas. E perguntou para o homem de cabelos escuros – Isso é do senhor, certo?

—É sim, é meu – sorriu ele, pegando a varinha e guardando dentro de um casaco. Ela o encarou por um minuto, aquele rosto parecia estranhamente família.

—Oh, você é Harry Potter – ela falou, com a cabeça doendo um pouco.

—E você deve ser a filha de Draco, Europa Malfoy, certo? – ele perguntou, a ajudando a levantar.

—Calisto – ela corrigiu – Calisto Europa Malfoy, na verdade.

—É um prazer conhece-la Calisto – Hermione sorriu, olhando com cautela para a menina.

—É um prazer conhece-los também – a voz dela não soava assim tão convincente – Não entendo... Vocês vão dar aulas aqui?

—Não, eles não vão – falou a diretora, com um sorriso divertido – Estávamos discutindo algumas coisas Calisto. Tenho certeza que sua coruja deve ter seguido para o corujal, Calisto, deveria ir atrás dela.

—Sim, a senhora tem razão – ela assentiu, desamassando as roupas com as mãos, já se afastando – Tenham um bom dia.

—Ela sem dúvidas é filha do Draco – falou Gina, rindo, olhando para o irmão – Não dirigiu uma única palavra há dois meros Weasley.

—Tenho certeza que a jovem tinha mais com o que se preocupar – Hermione sorriu – Isso com certeza dá alguns créditos ao pequeno Scorpius Malfoy.

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Rose estava na biblioteca fazendo seus deveres. Albus havia ido assistir o treino de quadribol de James, junto com Jullie e Roxanne, mas ela preferia terminar logo o relatório de Herbologia antes de se divertir, se é que sabia o que era isso. Infelizmente ela foi atrapalhada por uma perturbadora gargalhada masculina cortando o silêncio da biblioteca deserta.

Scorpius Malfoy apareceu pouco depois de trás de uma das estantes, os cabelos loiros claros estavam bagunçados e agora ele usava óculos que não estavam ali há algumas semanas atrás.

Era inacreditável como sempre que ela estava na biblioteca o garoto aparecia, pegava um livro e se sentava perto de uma janela e às vezes passava horas por dia lendo. Mas diferente dela Scorpius preferia livros de histórias, de aventura e de contos do que os velhos e poeirentos livros escolares, cheios de fatos e descobertas reais que Rose aprenderá a amar desde pequena.

E por algum motivo a presença dele era inquietante. Talvez fossem os cabelos claros, que se destacavam em meio à sobriedade do lugar. Ou talvez fosse o fato dele estar sempre rindo de algo e cantarolando baixinho musicas sem sentido nenhum. Ou talvez fosse o fato deles sempre acabarem se alfinetando quando se esbarravam.

Por isso ela aprendeu a manter uma boa distância de Scorpius Malfoy, sempre que ele chegava ela ia para algum canto mais distante da sala, ou então levava os livros para o salão comunal da Gryffindor e terminava os deveres lá, mesmo com o barulho.

Mas naquela linda manhã de domingo nem mesmo ele iria irrita-la, não depois de sua mãe pousar no jardim para lhe dar um beijo na testa antes de ir embora. Aquilo havia a feito ganhar o dia, havia sentido tanta saudades da mãe...

Pelo menos era isso que ela esperava, até que ela o ouviu alguém gritar, e algo ser derrubado, e várias pessoas de vários cantos da biblioteca correram para ver o que era. Uma primeiranista da HufflePuff havia derrubado uma xícara de chá no meio da biblioteca, tentando carregar uma pilha de livros.

—Certo, certo, pare com isso... Vamos pegar um esfregão e limpar isso logo – falou uma quartanista da mesma casa, pegando os livros da mão da menina e largando sobre a mesa mais próxima.

Foi então que repentinamente Scorpius apareceu do seu lado, passando o braço em volta dos seus e soltando em voz baixa mais uma de suas piadinhas infames e irritantes.

—Por que esfregão quando temos seu cabelo, querida Rose? – falou ele, em um tom divertido – Tenho certeza que não se importa em ajudar, não é mesmo?

—Vá pro inferno, Malfoy – ela grunhiu, o empurrando e voltando para seu dever de casa. Ela entendia por que Albus odiava tanto Calisto, o irmão não era muito diferente, exceto talvez que parecesse fazer esse tipo de coisa mais por diversão do que por maldade em si.

Ela tentou se concentrar no dever de casa, mas cada vez que um aluno passava por ela, ela se desconcentrava. Scorpius havia largado o livro no parapeito da janela, e não voltara mais. Ela bufou. Provavelmente estava com medo da azaração que ela pretendia jogar nele se o visse novamente naquele dia. Covarde.

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Na manhã de Halloween todas as mesas pareciam um pouco mais falantes e animadas do que o normal, planejando seus dias, discutindo sobre as delicias do jantar e até mesmo planejando algumas típicas brincadeiras de Halloween. Mas na mesa da Slytherin, além de tudo isso, ainda havia outro assunto que os alunos comentavam incansavelmente, sem obter uma resposta. Três alunos simplesmente não haviam aparecido para o café da manhã, e estes alunos eram justamente Calisto Malfoy, Damon Parkinson, e Albus Potter.

Foi apenas quando Sarah Goyle, que saíra para procurar a amiga voltou que o mistério foi resolvido. Enquanto os alunos a seguiam curiosos até o jardim, os gritos de um garoto foram se tornando mais e mais altos, até encontrarem Albus pendurado de cabeça para baixo no ar, enquanto Parkinson apontava a varinha para ele e Malfoy, parada alguns passos atrás do garoto, batia palmas rindo como uma criança vendo um truque de mágica barato.

—Acho que nós temos uma plateia – Damon falou, sorrindo petulante, e olhando para Calisto sobre o ombro – O que acha assistente? Mais alto?

—Mais, mais – Calisto pediu, sorrindo quase adoravelmente, como se aquilo fosse algum grande pressente de aniversário.

—Como ele fez isso? – perguntou Sarah, se aproximando da amiga.

—Ele achou um livro, enquanto arrumava a sala do Slughorn na detenção – ela deu os ombros, ainda gargalhando – Potter esbarrou em mim a caminho do refeitório, e ele achou que seria um bom jeito de testar o feitiço!

—Ele fez isso com o Potter pra te impressionar – a morena sussurrou, cutucando o braço da melhor amiga – Ele deve gostar mesmo de você.

—Sarah! - grunhiu Calisto, agora com cara de nojo, dando um passo para trás – Não, é claro que não! Não fale tantas bobag... – Mas ela foi interrompida quando James Potter deu um esbarrão nela, passando correndo em direção a Damon e dando um soco na cara dele. Damon derrubou a varinha, e assim Albus caiu no chão, mas James nem sequer notou o irmão enquanto seguia a bater no rosto de Parkinson.

—Eu avisei pra não mexer com o meu irmão, Parkinson – falou James, enquanto o outro lhe jogava longe e se levantava, avançando em direção de James. Calisto sequer ouviu o que Sarah estava falando, apenas bufou e seguiu para os dois se estapeando.

—Parem com isso vocês dois! – ela grunhiu, vendo, agora que estava mais perto, sangue cair do nariz e da boca de Damon – Estão agindo como crianças...

—Fica longe disso loirinha – falou James, empurrando Calisto, e dando mais um soco no rosto do outro.

—PARE! – gritou à loira, puxando o braço de James e o fazendo soltar Damon. Ela agradeceu pelas aulas de defesa pessoa naquele momento – Ele fez isso por minha causa, bata em mim então!

—Saia da frente garota, Parkinson pode muito bem se defender sozinho – James grunhiu, encarnado o adversário – Não é mesmo?

—Calisto, fique fora disso, por favor – pediu Damon, torcendo o braço de James que gritou de dor, para o delírio dos alunos da Slytherin ali assistindo.

—O que está acontecendo aqui? – gritou Minerva, aparecendo de entre as crianças – Srta. Malfoy, você e seus amigos saiam daqui. Pearkison, Senhores Potter, venham os três comigo, vamos ver se terão tanta energia para discutir após receberem suas punições!

Calisto olhou os três irem, ambos de alguma forma humilhados e feridos, e não pela primeira vez agradeceu por ter nascido uma garota.

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Rose estava horrorizada com a cena logo no início da manhã, mas seguiu junto com os outros primeiranistas da Gryffindor até a aula de Herbologia com os alunos da Slytherin.

—Estão muito bons, todos estão muito bons – falou o professor Neville, olhando os relatórios sobre o cuidado com uma planta de nome estranho – Mas, esses dois trabalhos... Complexos demais, difíceis demais... Pedi algo que até mesmo o menos experiente com plantas pudesse entender... Srta. Calisto, Srta. Rose tenho que pedir que façam o trabalho novamente.

As duas tiraram os olhos das suas plantas e encararam o professor.

—Mas... – as duas começaram a protestar, mas pararam se encarando.

—Na verdade, acho que seria até uma boa ideia se fizessem o trabalho em dupla – falou ele – para a próxima aula, sem falta certo?

—O dia está ficando cada vez melhor – Rose ouviu Calisto, do outro lado da mesa grunhi, em tom de ironia.

Rose queria pedir para o professor para repensar, mas não queria que pensassem que ela achava que tinha algum privilégio por conhecer ele fora da escola. Ela respirou fundo, pensando em mil jeitos de aquilo acabar muito mal, já era difícil ter que aguentar o irmão, agora a irmã também? Era como se os Malfoy’s a perseguissem!

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Dois sábados após o dia das bruxas, enfim começava a temporada de Quadribol, com o primeiro grande jogo, Slytherin vs. Ravenclaw. Damon vinha na frente do time da Slytherin, ele passou os olhos pela torcida e fitou Calisto por um minuto.

A loira revirou os olhos. Sarah estava gritando algo, duas fileira atrás dela, com os outros primeiranistas, mas ela não conseguia escutar. Tinha conseguido um lugar bem na frente, ao ajudar uma aluna do quinto ano com o dever de casa.

Infelizmente, o lugar preferencial de Calisto só serviu para ver como o jogo seguiu lamentavelmente mal para a Slytherin, Damon parecia voar diretamente para o lado contrário da goles, dando-lhe espaço para passar de novo e de novo.

—E MAIS UM PONTO PARA RAVENCLAW! – gritou Lia Chang, a narradora dos jogos nas últimas duas temporadas – Com esse são 230 para Ravenclaw e 160 para Slytherin. Por que ninguém conseguiu pegar esse pomo até agora?

Era verdade, o pomo estava pelo menos vinte minutos no ar e ninguém parecia chegar nem perto dele.

—Andem! – murmurou a loira, vendo Scorpius a metros de distância para a direita sorrir em êxtase com o atual resultado – Qual o problema com vocês? NÃO SABEM JOGAR? O QUE ESTÃO FAZENDO AI ENTÃO?

Toda a torcida da Slytherin parou enquanto Calisto gritava, mas ela tão pouco se importou. Sentia-se irritada e não gostava de perder, ainda mais se isso fosse dar motivo para o irmão rir dela.

—DAMON, SEU PAI NÃO É UM GOLEIRO FAMOSO? VOCÊ NÃO VIVE SE GABANDO DISSO?! – gritou ela, enquanto todos começam a gritar apoiando, e logo a voz dela mal era reconhecível entre tantas outras.

—A diretora McGonagall diz que a senhorita Malfoy poderá participar dos jogos ano que vem, e pede para ela se conter – falou Lia, e depois anunciou – PONTO PARA A SLYTHERIN, DE MOLLY WEASLEY!

A torcida vibrou. Quinze minutos depois o jogo estava 240 para Ravenclaw e 210 para Slytherin.

—Eles estão se aproximando para do pomo. Estão mais perto. Quem vai pegar? E é da... Da... – Lia travou enquanto os apanhadores de ambas as casas corriam em direção ao pomo – SLYTHERIN! VITÓRIA PARA A SLYTHERIN!

A torcida vibrou, descendo das arquibancadas para cumprimentar os jogadores. Calisto desceu correndo e, antes mesmo que percebesse Damon a havia levantado sobre o ombro.

—Me solta, seu idiota – grunhiu ela, se debatendo.

—Ah, acho que eu mereço um premio melhor do que tapas, não Malfoy? – perguntou ele, suado e sorridente – Você é melhor que qualquer troféu!

—Se você não me largar vão conseguir um Crucio– ela falou, tão séria que ele se afastou imediatamente – Melhor assim – ela sorriu, dando um tapinha no ombro dele – Bom jogo, no final, pelo menos.

—Só por que você desamarrou a cara e começou a torcer de verdade – ele falou, dando um sorriso de lado.

—Espera, você quase fez o time perder, por que eu estava brava por que o time estava perdendo? – ela deu um passo para trás, enquanto ele dava de ombros – Você é completamente louco.

Ele falou alguma coisa, mas ela já não conseguia ouvir com a quantidade de garotos que se amontoara em volta dele o parabenizando. Ela saiu à procura de Sarah, mas por fim decidiu que nunca a acharia em meio aquela multidão, então começou a voltar para o castelo, sendo abordada antes mesmo de chegar ao salão principal.

—Nunca vi uma garota que torcesse com tanta paixão – falou James Potter, apanhador da Gryffindor parado na porta que a separava do interior da escola – E olha que eu vejo muitas coisas por aqui.

—Hmmm – ela murmurou, balançando a mão enfrente ao corpo – Você pode, sabe, sair da frente?

—Oh, desculpe. Estou esperando o meu irmão – murmurou ele, girando o corpo e dando espaço o bastante para que ela passasse – Aquele que você e seu amiguinho deixaram de cabeça pra baixo outro dia, sabe?

—Você quer o que, que eu me desculpe? – ela parou encostando-se na arte fechada da porta, levantando uma sobrancelha – Por que se é isso eu não...

—Não quero que se desculpe, não é do seu feitio – ele deu os ombros, e continuou com um sorriso sincero – Eu é quem quero me desculpar, não é do meu feitio empurrar garotas. Ainda mais garotas bonitas. Mas Parkinson me tira do sério.

—Me chame quando for se declarar para ele– ela deu um sorriso debochado, e entrou no castelo.

—Essa garota... – James riu, dando espaço para os alunos da HufflePuff que vinham vindo. E em seguida ele viu Albus, muito a frente dos seus colegas da Slytherin que vinham comemorando atrás de todas as outras casas.

—O que você estava falando com a Malfoy? – perguntou Albus, desconfiadamente – Papai disse para você não se meter em mais encrencas esse ano.

—Você, meu querido irmão, é um chato– falou James, passando o braço nos ombros do caçula e o guiando para dentro - Vamos logo, está ficando muito frio aqui fora para o meu gosto.


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