BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 2
Ano I Capítulo I




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SE HAVIA UMA PESSOA NO MUNDO de quem Scorpius Malfoy tinha medo, era seu pai. Ele conseguia sentir o olhar dele sobre seus ombros em direção ao trem. Ele olhou sobre o ombro, feliz em só conseguir ver o sorriso gentil de sua mãe antes de cruzar as portas do Expresso de Hogwarts e se ver em um corredor atulhado de crianças rindo e conversando e brincando.

Ele se encolheu, puxando as mangas do suéter cinza que Calisto escolherá para ele aquela manhã, e tentando passar despercebido pelos grupinhos que se formavam. É claro que essa era uma esperança em vã, porém, e mesmo sabendo disso ele não pode deixar de se aborrecer enquanto as pessoas se calavam ao vê-lo passar. O filho de Draco Malfoy.

Seu rosto estava no jornal daquela manhã, junto ao do pai, em uma foto do último campeonato de Quadribol escolhida para estampar a autopropaganda que Draco vinha fazendo de si mesmo nos últimos meses.

Ele seguiu de cabeça baixa, agarrando os punhos da blusa e a gaiola com sua nova coruja branca.

—Scorpius! – uma voz fria o chamou, o forçando a recuar três passos até a porta do vagão mais próximo, onde sozinha Calisto nem erguerá os olhos para ele ao perguntar – Você não reconhece mais a própria irmã?

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As pessoas só veem o que realmente querem ver. Essa não era apenas a opinião de Calisto Malfoy, sobre todos os seres do universo: era sua verdade absoluta. Haviam se passado cerca de vinte ou trinta minutos quando seu irmão gêmeo, Scorpius Malfoy, passou reto pela porta do vagão, ignorando completamente a presença dela ali.

—Scorpius! – ela chamou, sem tirar os olhos do jornal, apenas captando o vislumbre loiro-prateado aparecendo novamente na porta – Você não reconhece mais a própria irmã?

—Me desculpe – ele falou, entrando no vagão e soltando a coruja ao seu lado no banco – Eu não vi você!

—Você nunca vê nada, Scorpius – ela revirou os olhos, fechando o jornal – Precisa prestar mais atenção!

—Bem, a culpa é sua também – ele alegou, com aquele sorrisinho de lado. Os olhos azuis como as da mãe brilhando de diversão instantaneamente. Desde cedo ela sabia que Scorpius um dia faria sucesso entre as meninas. Ele essencialmente era bonito e carismático. Ou seria, se não fosse tão irritante o tempo inteiro. – Por que está se escondendo aqui? Não é a sua cara que está nos jornais!

—Eu não estava me escondendo – ela se defendeu, baixando os olhos para o jornal e murmurando – Só não tinha nada o que fazer lá fora, respirando poeira.

—Você nem se despediu da mamãe... – ele falou, olhando para o aparador da janela, cheio de iniciais entalhadas “E.J”, “J.P”, “B.B”, e um coração com “S.B & R.R”.

—Sua cabeça está doendo de novo? – perguntou Calisto, erguendo uma sobrancelha para ele – Você sempre aperta os olhos quando está com dor de cabeça.

—Eu estou bem – ele falou, respirando fundo – Quase me esqueci, papai desejou boa sorte.

Ela piscou – Para você, Scorpius. Não para mim.

—Calisto... – ele começou, mas ela negou. Ele deu os ombros, em onze anos ele nunca entenderá o que acontecia dentro do cérebro de sua irmã, e não começaria agora. Em vez disso, ele encostou a testa no vidro frio, e fechou os olhos.

Calisto o observou por alguns segundos, acariciando Incubus sobre seu ombro. Como ela o amava. Como ela o odiava. Como odiava seu rosto sorridente na primeira página no jornal.

Por onze anos, ela sempre esteve em segundo plano. Por mais que ela tentasse, nunca era tão boa quanto Scorpius aos olhos do pai. Ele sabia seis línguas, ela sabia onze. Ele jogava três esportes, e ela cinco. Ela tocava instrumentos, sabia arte e história, dominava áreas da magia inimagináveis para uma criança de onze anos. Ele saia na primeira página do jornal, ao lado do pai.

Ele sonhava há anos com Hogwarts. Ela nunca quis isso. Então quem poderia julga-la por não se despedir? Quando se despedir significava deixar para trás a vida que realmente amava?

Ela suspirou, se distraindo enquanto o trem começava a se mover e Londres se afastava. No vidro, os gêmeos refletidos pareciam mesmo iguais. Mesma altura, mesma idade, os mesmos cabelos loiros brancos, o mesmo contorno dos lábios. Até a sombra dos cílios em suas bochechas pareciam milimetricamente iguais.

No vidro, eles pareciam personagens que uma história como aquelas que Scorpius lia e gostava de fingir que vivia. Mas as semelhanças acabavam por ai. Por que se Scorpius abrisse os olhos teria o azul da mãe, e Calisto herdara o prata do pai. E isso era só o começo de suas diferenças...

—Até, Londres – ela suspirou, abrindo novamente seu jornal.

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Albus não se lembrava da primeira vez que ouvirá falar em Hogwarts. Ela sempre esteve lá, pairando em seus ombros como um fantasma, esperando o dia de lhe levar para longe de casa. Ele tentava, mas não conseguia gostar da ideia. A ideia Hogwarts.

Seu melhor amigo – bem, seu único amigo – Carter Longbottom, estava viajando no dia seguinte para começar suas aulas em Drumstrang, mas mesmo todos os seus pedidos não eram o suficiente para fazer seus pais mudarem de ideia. Para eles, Hogwarts era a única opção, o lugar onde desajustados tornavam-se estrelas.

Mas ele não queria ir. Não queria ir enquanto ignorava James na estação de trem. Não queria ir mesmo quando seu pai lhe explicou como o Chapéu Seletor o ouvirá. Albus sentiu um gosto amargo na boca agora, lembrando disso dentro do trem, enquanto seguia Rose Weasley e Evanna Lovegood a procura de um vagão.

Aquela foi a primeira vez que pensará no pai como um covarde.

—Vocês sabem que temos que encontrar um lugar para sentar, não sabem? – ele perguntou para as meninas, fazendo as duas se virarem para ele, como se só então lembrassem que estava ali.

Eram uma dupla estranha, aquelas duas. Evanna tinha seu enorme cabelo loiro brilhante caindo sobre o rosto, de forma disfuncional. O vestido de inverno laranja brilhante era mais longo do que deveria ser para ser proporcional ao corpo dela, e as folhas de seu colar começavam a secar. Rose mantinha seu indomável cabelo ruivo preto em um rabo de cavalo alto. Sua roupa era prática e sóbria, e a única joia que usava eram pequenos brincos de pérolas.

De fato, nenhuma delas se aturava por muito tempo. Amavam-se, por que cresceram como irmãs de tão próximas que a família de Evanna era da deles, mas eram incompatíveis intelectualmente. Geniais, mas de formas diferentes. Só conseguiam manter longas conversas se não se falassem por duas ou três semanas, pois se repeliam naturalmente se juntassem a proximidade ao convívio contínuo.

—Você tem razão – falou Evanna, como se a recém percebesse isso, enquanto Rose revirava os olhos para ele como se estivesse falando o obvio.

—Os vagões do fundo são mais vazios, todo mundo sabe disso Albus – Rose falou, com aquele ar de sabe tudo com que Albus se acostumará há muito tempo.

Eles acabaram chegando ao último vagão, onde um grupo de alunos da Gryffindor, entre eles James, ria de alguma coisa qualquer. Uma menina viu os três antes que pudessem ir embora – Olhem! James, não é o seu irmão?

—Ah, é ele mesmo! Já veio chorar no meu ouvido? – perguntou James, divertido – Olá Evanna. Como vai sua família?

—James – a loira cumprimentou naturalmente. – Muito bem, obrigada.

—Ele até parece educado desse jeito – falou uma menina sentada ao lado de James, abraçando seu braço, olhando para Albus – Ele é mesmo a cara do seu pai, Jay-Jay!

—Jay-Jay? – Rose bufou um riso debochado, enquanto o rosto de James ficava vermelho.

—Não tem espaço aqui para vocês, vão procurar outro vagão – falou James, balançando a varinha para que a porta se fechasse na cara dos três. Eles se assustaram com o baque, mas em seguida caíram as gargalhadas.

—Vamos, James está certo, vamos achar um vagão para nós – ela falou, dois vagões em diante, enquanto Albus xingava James de todas as formas que um menino de 11 anos conhecia– Quem quer ficar com os amigos chatos de James, mesmo?

—Estou começando a pensar que está tudo lotado – Evanna falou, enquanto atravessava passavam por um vagão onde uma menina mais velha que pulava para todos os lados tentando pegar uma coruja, parava para olha-los passar.

 – Por que todos ficam olhando para mim? – Albus reclamou, virando o rosto e andando rapidamente atrás das outras duas.

—Você sabe por que, não se faça – Rose murmurou, cética – A amiga de James mesmo disse, você é igualzinho seu pai.

—Não sou não! – bufou o menino, mas nem ele conseguia acreditar nas suas próprias palavras.

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Calisto se distraia ao desenrolar Incubus, sua cobra de estimação recém-ganha, e vê-la se enrolar novamente em seu braço. Às vezes tinha que dar pequenos tapinhas nela, lhe reprimindo quando tentava fazer a volta em seu pescoço, mas acreditava que logo estaria bem treinada.

Seu irmão estava admiravelmente em silêncio, o que era um alivio para seus ouvidos, mesmo que ela não acreditasse que ele de fato estivesse dormindo. Ele reclamava muito de Incubus, desde que a compraram na semana anterior. Ela ainda não acreditava que o pai havia concordado em dá-la de presente para ela, mas com certeza Scorpius acreditava ainda menos.

A verdade e que ele ainda estava aborrecido por não poder ter um falcão, e ter de se contentar com a coruja branco gelo de vinho que havia ganhado. Calisto não tinha uma coruja. Não precisava de uma, e de qualquer modo podia usar a de Scorpius caso viesse a precisar.

—Olá – sorriu Sarah Goyle, entrando no vagão e pegando o lugar em frente à Scorpius. Sarah teve uma paixonite por ele entre os cinco e os seis anos, mas Calisto imaginava que ela nunca tivesse superado aquilo totalmente.

Sarah Goyle tinha sete centímetros a mais do que Calisto, metade deles por causa do cabelo cacheado cheio, e pelo menos o dobro da sua largura, além de ter os modos de uma criança de um ano. Mas era bastante bonita, e o mais importante, seu sangue era puro. Isso era o suficiente para que sua família aceitasse Sarah como sua melhor amiga nos últimos sete anos.

—Onde você esteve? – perguntou Calisto, erguendo uma sobrancelha para a menina – Ache que tinha desistido de Hogwarts.

—Quem desistiria de Hogwarts? – perguntou Sarah, como se ela fosse louca.

Calisto suspirou. Ela desistiria. Mas antes que pudesse falar qualquer coisa que provasse o contrário, Sarah deu um grito, fazendo-a volta sua atenção para ela.

—O que foi? – perguntou Calisto, confusa, enquanto Sarah se encolhia perto da janela.

—Calisto tem... Tem uma cobra... Em cima de você – falou a morena, tremendo, e fazendo Calisto rir – Calisto!

—Está é Incubus, Sarah – Calisto revirou os olhos – Papai a comprou para mim há alguns dias, o vendedor disse que o melhor é ela ficar perto de mim, para reconhecer a autoridade.

—Ah, certo... – a outra não parecia muito confiante, mas voltou a se sentar normalmente e começou a rabiscar em um caderno. —E então? – Perguntou Sarah, alegremente – Para onde vocês acham que vão?

—Que tipo de pergunta é essa? – Calisto ergueu uma sobrancelha – Nós somos os filhos de Draco Malfoy. É nosso destino ir para a Slytherin!

—Não existe destino, Calisto... – Scorpius suspirou. Ele seguia com os olhos fechados, mas a testa estava franzida – É tudo uma grande soma de características da sua personalidade.

—Talvez para idiotas impuros ou nascidos trouxas – Calisto soprou uma mecha do cabelo do rosto – Nós podemos contar com a garantia correndo em nossas veias, Scorpius!

—Fico feliz que tenha tanta certeza de quem você é – ele deu os ombros – Mas só digo que, a única casa que eu me incomodaria é, de fato, a Huffle-Puff!

—Ah, por favor... – ela revirou os olhos – Todos sabemos que você mais do que ninguém já tem os dois pés na Slytherin, Scorpius!

— Por quê? – ele perguntou, mas ela apenas balançou a cabeça e repetiu mais uma vez.

—Você só pode estar brincando... – ela suspirou, engolindo o que realmente queria dizer: Por que você está destinado a ser exatamente como nosso pai.

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Rose puxou a maçaneta, abrindo a porta do vagão praticamente vazio comparado aos outros. Havia apenas três outras crianças dentro. Um menino, dormindo do lado contrário do vagão, e perto da porta duas meninas, uma encoberta por um jornal, outra rabiscando em um caderno.

Nenhum dos três se virou quando a porta abriu. Nenhum dos outros três entrou. Eles apenas ficaram ali, parados, olhando para aquelas outras crianças com curiosidade, até a menina soltar, com uma voz cortante e distante.

—Vocês três se incomodariam em fechar a porta? – era como ouvir centenas de vozes, ao mesmo tempo dentro de sua cabeça. Nenhum dos três se mexeu. A loira dobrou o jornal com toda a calma do mundo, e o largou sobre as pernas, antes de se virar para eles enfim. Os olhos eram cor de prata, duros e gélidos. – Por favor? A corrente de ar não nos fará nada bem!

Aquela com certeza era a menina de onze anos mais mal humorada que Albus já vira na vida. Estava inteira vestida de preto e cinza, assim como os outros dois no vagão.

—Nós podemos ficar aqui com vocês? – perguntou Evanna, quando nenhum dos outros falou – Todo o trem está cheio. 

A morena murmurou algo, desconfortável, mas a loira desfez com a mão – Entrem se quiserem.

—Obrigada – Murmurou Rose, se apressando e empurrando os outros dois para dentro, enquanto Evanna seguia para o lugar perto da janela, ao lado da garota morena que se encolherá perto da loira, Rose e Albus se acomodaram ao lado do garoto que dormia.

Rose analisou o menino por um minuto, reconhecendo-o como o que seu pai e o pai de Albus chamaram de Scorpius Malfoy na estação de trem, e ao julgar pela semelhança dele com  menina não demorou muito para que ela ligasse as peças.

—Vocês são os filhos dos Malfoy’s? – perguntou Rose, se dirigindo a menina loira.

—Como? – ela ergueu os olhos para Rose.

—D-Draco e Astória Malfoy – gaguejou Rose, diante ao olhar dela – São os filhos deles?

—Sim, somos nós – ela assentiu – Calisto e Scorpius Malfoy. E esta, é Sarah Goyle.

—Eu não sabia que ele tinha uma filha – falou Rose, como quem pede desculpas. – Não vi você na estação...

—Eu não estava lá – falou a menina, seca.

—É verdade que seu pai está pensando em concorrer a Ministro da Magia? – perguntou Rose, parecendo não notar a rispidez da garota.

—Isso por acaso é um tipo de entrevista?– Calisto apoiou as pontas dos dedos finos no rosto, suspirando. Albus deu um cutucão na prima, que murmurou um pedido de desculpas, antes que Calisto respondesse amargamente, abrindo o jornal de novo – Sim, é verdade.

Rose assentiu, se calando. Ao lado da menina a garota de cabelos pretos deu um sorrisinho desdenhoso, e então seus olhos castanhos se iluminaram enquanto o carrinho de comida parava em frente ao vagão – Comida!

—Sarah, você acabou de comer uma caixa de feijõezinhos – reclamou a menina loira, pegando a varinha e fazendo uma balinha flutuar até o irmão – Hein, Scorpius! Hora de comer.

—O que? – perguntou ele, abrindo os olhos quando a balinha começou bater na cabeça dele – Calisto pare com isso!

—Tá – ela deixou a balinha cair, batendo no nariz dele. Ele a pegou e colocou na boca, mastigando lentamente. – Para com isso, trouxeram comida de verdade.

—Certo – ele falou, e então percebeu os outros três - Temos convidados?

—Temos – ela concordou – Estes são Evanna Lovegood, Rose Weasley e... Você é?

—Albus. Albus Potter – falou o menino de cabelos pretos, pouco mais alto que um sussurro.

—Potter? – perguntou Sarah, antes de olhar para Calisto. O ar ficou tenso no vagão, enquanto a loira o media com os olhos. Albus se encolheu. O rosto de Rose ficou sério. Scorpius enrijeceu os ombros.

—Vamos comer – falou Calisto, se voltando para a porta.

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Decepcionante. Esta era a palavra que Calisto usaria para descrever Hogwarts. A escola era ainda menor do que a garota imaginará durante a viajem, erguida em meio à noite clara e estrelada.

A diretora McGonagall os recebeu assim que a viagem de barcos se deu por encerrada, e após uma muito breve introdução, eles foram guiados para o Grande Salão, onde todos os alunos mais velhos sentados em suas respectivas mesas que riam e conversavam, pararam para observar os novatos com muita atenção.

Enquanto um por um, os primeiranistas se enfileiravam, Sarah Goyle não parava de tremer se ansiedade ao lado da melhor amiga.

—Estou toda arrepiada – falou Sarah, estendendo o braço, agora coberto pelo uniforme, em direção a Calisto.

—Quieta – a loira silabou, dando uma cotovelada na amiga.

—Bem vindos, alunos – falou a diretora Minerva McGonagall – Bem vindos, a Hogwarts. Por favor, se aproximem.

—Sarah Goyle – chamou a diretora.

—Slytherin – anunciou o chapéu, assim que foi colocado na cabeça de Sarah, que reluzente tropeçou em direção á mesa.

—Evanna Grace Lovegood. – Evanna se esgueirou até o chapéu —Ravenclaw – anunciou o chapéus, depois de um tempo, para que quase saltitante Evanna se juntasse aos seus novos colegas de casa.

Os alunos seguiram passando um por um, muito lentamente para o gosto de Calisto, por fim quando foi á vez de seu irmão já restavam menos de cinco crianças, incluindo ela e o filho dos Potter’s.

—Scorpius Hyperion Malfoy. – Scorpius parecia calmo, em paz, como sempre parecia, enquanto o chapéu analisava cada pedaço do seu cérebro antes de anunciar: —Ravenclaw.

Calisto engoliu em seco. Ela o perderá. Perdera Scorpius.

—Silêncio – pediu a diretora, e todos se calaram imediatamente – Calisto Malfoy.

“Ah, eu estava esperando por você. Olhe só, tanta inteligência, tanto conhecimento... Você bem poderia ir junto ao seu irmão. Mas você não quer isso, quer? Claro que não. Você tem outros planos, grandes planos, para os seus pequenos segredos. Segredos perigosos. Tantos segredos que guarda, e tantos outros que desconhece. É claro que seu lugar é na...”.

—SLYTHERIN!

Os alunos da mesa da Slytherin vibraram ao ouvir isso, haviam tido poucos alunos novos esse ano, mas não era por isso. Eles sabiam quem ela era. Conheciam o nome Malfoy, e o respeitavam.

—Rose Weasley – falou a diretora. — Gryffindor – anunciou o chapéu rapidamente.

—E por último, Albus Severus Potter!

Albus tentou seguir até o banquinho de cabeça em pé. Mas estava tremendo. O mundo parecia ter ficado mais lento, de repente.

“Ah, Albus Potter... Eu vejo seu medo, sinto sua insegurança. Mas não é sempre assim, não é mesmo? Não, você tem uma personalidade forte. Uma vontade de ser diferente. Um fúria ansiosa pela própria guerra. Acho que, se vermos pelo outro lado você poderia ir para Huffle- Puff, isso acalmaria esse desejo pelos conflitos, mas não é isso que você quer, acho que não. Você não deseja fugir como seu pai fez. Quanta audácia, acho que se dará melhor na...”

—SLYTHERIN! – ele anunciou, mas o salão não comemorou dessa vez.

O salão permaneceu em silêncio enquanto Albus seguia seu caminho, pegando o último lugar vago na mesa da Slytherin. Ninguém falou nada. Não se ouvia nem mesmo uma respiração, ou os fantasmas, ou talheres.

Ele não queria olhar em volta, por que sabia que todos estariam olhando para ele. Todos estariam lhe julgando.

Incluindo sua própria família.

Mas seria melhor ter olhado em volta do que para frente. Calisto Malfoy o encarava como se sentisse vontade de vomitar. Como se ele tivesse desafiado todas as leis da natureza ao se sentar naquela mesa. Ele nunca se sentiu tão pequeno e indefeso antes.

Ela abriu a boca, murmurando uma única palavra desgostosa para si mesma.

“Mestiço”

E então, enquanto a confusão de sussurros e gritos se erguia pelo salão, ela se levantou. A loira seguiu andando pelo salão até cruzar as portas, e ninguém a impediu. Ele sentiu os olhares de seus colegas de casa, mas não estava entendendo o que eles falavam. Apenas pequenos pedaços.

Mestiço. Potter. Desonra. James. Verme. Desgraça. Piada. Aberração. Harry Potter.


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Notas finais do capítulo

Bjs, Meewy!



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