BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 14
II - Viva




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'–Hummm – gemeu Calisto, fazendo uma careta, enquanto o anel de Damon rendeu em seu cabelo.

—Desculpe – ele riu – É impressão minha ou alguém está extremamente irritada hoje?

—Você quer dizer, mais do que nos outros 364 dias do ano? – perguntou Drina, rindo em uma poltrona em frente a deles. Ela mantinha uma pilha de livros de poções a seu lado, mas não parecia ter tanto sucesso assim.

—Cala a boca – grunhiu Calisto, se sentando e quase pisando em Incubus quando colocou os pés no chão – e você não fica andando por ai desse jeito!

A cobra pareceu revirar os olhos, o que fez a loira ficar ainda mais irritada. E ela nem sabia o por que de estar irritada. Diferente de Drina ela estava indo muito bem nas aulas, mesmo agora que – finalmente – estavam entrando em conteúdos que ela não havia visto antes de entrar em Hogwarts. Incrivelmente, até mesmo Aritmância estava dando certo. Bem, a professora parecia gostar do cabelo dela pelo menos.

—Calisto... – Damon a encarou um pouco confuso – Você bateu a cabeça hoje mais forte do que o normal, ou o que?

—Ah, não enche – ela se afastou dele no sofá, encolhendo as pernas deixando-as entre os dois e tirando um aparelho do casaco que usava – Sabe uma coisa que falta nessa escola? Sinal de celular! Eu soube que no ano passado eles mandaram instalar internet em Beauxbatons, mas alguém faz alguma coisa nesse lugar? Nãooooo!

—Sinceramente Calisto, deve dar pra ouvir seus gritos da sala de Astronomia – grunhiu Sarah, saindo do dormitório feminino com a melhor cara de sono – Por que todo esse escândalo?

—O que você esta usando? – a loira ergueu uma sobrancelha. Uma coisa sobre Calisto Malfoy: Ela sempre mantinha seu uniforme impecável, não importava a ocasião. Para Calisto, um centímetro a menos de manga, ou um fiapo na saia era sinal não apenas de desleixo e descuido, como algo a qual era inadmissível a alguém da sua classe social. E lá estava Sarah – Esse é seu uniforme do primeiro ano, ou você roubou de alguma aluna mais nova?

—Ela está com a corda toda, não é mesmo? – perguntou Damon, rindo – Para de pegar no pé dos outros Calix.

—E você para de olhar pras pernas da minha melhor amiga – grunhiu ela, dando um tapa no braço dele, e voltando a Sarah – Não vai me dizer que derramou alguma poção no seu uniforme... De novo.

—Não, eu só cheguei a conclusão que o uniforme era grande demais para mim – ela deu os ombros, se sentando perto de Drina.

—Tanto faz – Calisto deu os ombros – Falta uma semana pro Halloween, certo?

—Oito dias – Falou Drina, sem prestar atenção – estranho eles não terem falado de nada ain... Hey, e ai? O que é isso?

Molly e Trevor tinham entrado naquele momento no Salão Comunal, cada um com uma pilha enorme de envelopes laranjas.

—Olá, caros colegas de casa. Nós estamos hoje aqui, a pedido da nossa queridíssima diretora, para... A gente tem mesmo que falar isso tudo cada vez que for entregar um desses negócio? – Molly encarou o namorado. – Já está tudo escrito nos cartões.

—Não estou entendendo nada – Falou Sarah.

— Nem eu – concordou Damon.

—Alguns alunos estão sendo convidados a ajudar nos preparativos do Halloween esse ano – explicou Trevor – Aparentemente, a diretora acha que isso vai dar um ar mais... Jovem e individualista na festa.

—E vocês ficaram de entregar os convites? – perguntou Drina, e fez uma careta – Merlin, metade da casa não vai receber.

—Bem, vocês duas não vão mesmo – falou Molly, encarando as duas garotas – poucos alunos foram convidados. Aqui está Calisto. Damon.

—Uh – Calisto pulou pegando o seu – Cortar abóboras, decorar os jardins, ajudar na cozinha... Não pode ser tão ruim assim. Quem mais foi chamado?

—Seu irmão e Evanna da Ravenclaw – falou Molly – Reconheci eles na lista – Uh, e James, Albus e Lily também! Na verdade, isso é uma surpresa, ela foi a única aluna abaixo do terceiro ano a ser convidada.

—Ela tem potencial – falou Calisto, dando os ombros – Acho que eu vou falar com a diretora sobre isso, preciso caminhar um pouco...

—O que você vai escolher? – Perguntou Damon, enquanto a garota calçava os sapatos e se levantava.

—Não é da sua conta – ela grunhiu, passando Incubus sobre os ombros e saindo da sala.

—O que deu nela? – Perguntou Damon para Drina e Sarah – Vocês três brigaram de novo?

—Não – responderam as duas juntas.

—Ela esta estranha assim desde ontem – Bufou Sarah – Talvez tenha discutido com o Scorpius de novo?

—Talvez – concordou Damon, pensativo.

—Acho que é melhor eu ir. Trevor, você acaba por aqui? – perguntou Molly para o namorado.

...

Calisto saiu bufando do salão comunal. Qual era o problema de Damon que tinha que se meter em tudo? Ele que cuidasse da própria vida.

—Ai – Gemeu Calisto, tropeçando nos próprios pés e encontrando o chão esperando logo embaixo – Por Merlin, o que tem de errado com o mundo hoje?

—Nada – falou uma voz calma atrás dela, onde Molly estava parada estendendo a mão. Ela aceitou – Se você cair, levante. Não fique choramingando no chão, até eu sei que não é seu estilo.

—Obrigada – a loira falou se levantando.

—Disponha – sorriu Molly – Tendo um dia ruim?

—Deu pra notar? – Calisto ergueu uma sobrancelha.

—Deu sim- sorriu a outra, se encostando na parede – Você fez treze nas férias, não foi?

—Foi – falou Calisto, desamassando o convite da diretora enquanto as duas começavam a andar – Por que?

—Nada, mas talvez seja melhor você passar na enfermaria depois de falar com a diretora – Molly deu os ombros – A gente se vê por ai Calisto!

—Certo – falou a loira, enquanto a outra sumia de sua vista – Por que está todo mundo louco hoje?

...

—ALBUS! – gritou Rose, ao avistar o primo sentado em uma das mesas do lado de fora, que ficou vermelho como um tomate e escondeu o rosto nas mãos – Você recebeu também?

—Rose, menos – Albus grunhiu – Tá todo mundo olhando!

—Desculpa – ela riu – Mas vai dizer que não tá animado? Você foi convidado, não é?

—Milagrosamente – murmurou Albus – Mas sinceramente, eu não tenho certeza se quero participar desse negócio não!

—Ah Albus, não começa – gemeu a ruiva, tentando colocar uma massa de cabelo atrás da orelha – Não foi tudo mundo que foi convidado, vai ser divertido!

—Rose, sejamos realistas – suspirou Albus – Metade da escola vai achar um jeito de reclamar de tudo caso eu ajude!

—Bem, metade da escola vai reclamar de qualquer jeito – Rose deu os ombros – Damon e James foram convidados também, sabia?

—Eu não disso? Isso já começou mal – suspirou Albus – Sem falar que Scorpius também foi convidado, e eu não confio em vocês dois trabalhando juntos.

—Você precisa ter mais fé nas pessoas – suspirou Rose – E mais animação. É Halloween!

—Se eu disser que sim, você vai parar de falar? – perguntou Albus – Eu já sai do salão comunal por causa dos gritos do Parkinson, e não quero ter que sair daqui tamb... O que foi isso?

—O que foi o que? – perguntou Rose, confusa.

—Um grito, eu acho – ele deu os ombros – Você não ouviu?

—Não – ela falou, confusa – Então, você vai comigo na sala da diretora confirmar? A gente podia cortar abóboras.

—As vezes eu acho que você gosta de dar motivos para Scorpius rir da sua cara – suspirou Albus, se levantando – Vamos.

Eles entraram na escola, dando de cara com Evanna descendo correndo as escadas, com o cabelo ensopado e toda suja, e Scorpius descendo despreocupadamente logo atrás parecendo ter acabo de sair de uma crise de riso.

—O que ouve? – perguntou Rose, com os olhos arregalados.

—Feliz aniversário para mim – grunhiu Evanna, sem nenhum animo. – Olha que maravilha de presente.

—Não era você quem estava reclamando que ninguém se importava com você? – perguntou Albus – Pelo menos agora você sabe que eles sabem o dia do seu aniversário.

—Um bom jeito de saber quando é melhor ficar embaixo da cama – falou Scorpius sorrindo.

—Isso, vai rindo – falou a loira – Queria ver se fosse você.

—Se você soubesse o que a Calisto apronta no nosso aniversário – suspirou ele cansadamente – De qualquer forma, fui eu quem te ajudou a sair de lá, lembra? Cadê os meus agradecimentos?

—Por que ela iria te agradecer? Por trazer ela desse jeito pra frente de todo mundo? – Rose indagou.

—Talvez por tirar ela daquele campo minado onde isso não ia acabar tão cedo – falou Scorpius, fechado a cara. – Não sei você, mas eu com certeza ia preferir sair de lá do que ficar parado enquanto todo mundo ri da minha cara.

—E você ainda acha que vocês dois podem trabalhar juntos pro Halloween? – Albus perguntou monotonamente, mas ninguém respondeu.

—Droga – grunhiu Evanna, quando um grupo de alunos da HufflePuff entrou no salão.

—Toma – Albus enfiou a mão dentro da bolsa, aproveitando a distração dos dois companheiros, para entregar para Evanna.

—Isso não é...

—É, é sim – Albus suspirou, enquanto ela jogava a capa sobre a cabeça e sumia.

...

Na segunda feira todos os alunos estavam eufóricos, andando de um lado para o outro animados com a festa que aconteceria só no final da semana. Todos estavam tentando descobrir quem foram os convidados a ajudar, enquanto ao mesmo tempo pensavam nas próprias roupas e perdiam horas falando sobre a comida da festa.

Naquela manhã, até mesmo a mesa da Slytherin estava animada, enquanto todos discutiam em volta dos alunos escolhidos, prontos para dar sua opiniões desnecessárias esperando que alguma de suas ideias fossem usadas.

De algum jeito, para o alívio de Albus, quase ninguém sabia que ele tinha sido escolhido também, e por sorte ninguém havia espalhado.

Calisto, sentada quase em frente a Albus, parecia não ter a mesma sorte e, para a surpresa do moreno, parecia não estar nada contente com a atenção que recebia de seus colegas de casa, que se amontoaram envolta dela como formigas em volta de doce.

—Já chega, já chega – grunhiu Damon, espantando a multidão e se sentando ao lado da loira – Bando de parasitas, se ninguém escolheu vocês é por que obviamente suas ideias são péssimas.

Ele se virou para Calisto, para beija-la, Albus percebeu pouco depois, mas a loira virou o rosto, fazendo uma boa parte dos amigos de Parkinson rirem enquanto os dois conversavam em voz baixa.

—Vocês tem aula de que agora? – perguntou Drina para Calisto e Sarah.

—Adivinhação – as duas responderam juntas, e Calisto complementou – Finalmente, não acredito que demoraram tanto tempo pra achar uma professora nova!

—Que sorte, eu tenho Estudo dos Trouxas – grunhiu a morena, prendendo os cabelos escorridos na lateral, abaixo do queixo – A gente se vê em poções?

Albus mordeu o interior da bochecha, se amaldiçoando por ter escolhido Adivinhação.

Alixa, que rimava com lagartixa, era uma mulher robusta, de cabelos cor de avelã e olhos caramelados brilhantes e claros que pareciam atentos a tudo. De certa forma era bonita, pensou Albus, como aquelas tias que parecem nunca envelhecer, mas nunca se casam.

Adivinhação era uma aula compartilhada com a Gryffindor, então para alegria de Albus ele pode fazer dupla com Rose, que parecia sinceramente feliz por finalmente terem aulas da matéria, ele se perguntou se a prima acreditava mesmo naquelas tolices que sua mãe tanto ria.

—Sr. Potter, será que você e a Srta. Weasley poderiam fazer silêncio por um minuto? – pediu a professora, parando a alguns passos da mesa deles – Não ria Srta. Goyle, você e a Srta. Malfoy estão indo pelo mesmo caminho!

—Desculpe – pediram as duas.

—Adivinhação, para muitos de vocês, deve parecer apenas uma matéria boba para passarem mais rápido por esse período, mas asseguro-lhes que não é – ela falou, encarando cada um dos alunos – Talvez tenhamos entre nós um futuro grande vidente, que poderá salvar muitas vidas no mundo bruxo. E provavelmente muitos de vocês possuem um talento ou dois. Agora, Sr. Potter, poderia se levantar e trocar de lugar com a Srta. Goyle, já que vocês dois parecem propositados a me atrapalhar?

—Mas professora... – Calisto começou a reclamar, mas a mulher lhe calou com um olhar.

— Pelo que ouvi falar, você é uma boa aluna Calisto Malfoy, mas todos, até mesmo Sarah, precisam de uma chance. Não concorda?

—Claro professora - Calisto bufou enquanto Albus trocava de lugar com Sarah, mas riu ao ver a melhor amiga e Rose encarando uma a outra desconfiadamente.

—Certo, agora, todos estão com suas xícaras? – perguntou a professora – Quero um relatório antes do final da aula, o primeiro aluno que me entregar o relatório da xicara de seu colega pronto, terá dez pontos para sua casa. Comecem.

Calisto levou lentamente a xicara até perto da boca, examinando o conteúdo e cheirando antes de beber, com uma careta que se aliviou ao longo do gole. Albus a imitou, enchendo sua xícara e em seguida bebericando, até que estivesse vazia.

—Posso? – ele estendeu a mão para a xícara e o pires, já largados sobre a mesa. A loira deu os ombros, arrancando o conjunto das mãos dele e devorando o livro com os olhos, escrevendo freneticamente me um pergaminho.

Algumas pessoas, provavelmente pensaria que ela estava preocupada com os pontos; Albus por outro lado, sabia que ela só queria acabar antes de qualquer outro. Ele seguiu o exemplo.

As borras do chá de Calisto formavam desenhos claros, fáceis de ler, talvez fosse só a imaginação dele, ou talvez o futuro da menina ao seu lado fosse certo e seguro. Segundo as borras, Calisto Malfoy estava prestes a fazer grandes descobertas e teria muita sorte.

—Acabei – falou a loira, ao passo que ele colocou o ultimo ponto – Quer ler?

—Claro – ele deu os ombros, um pouco inseguro. Será que ele queria mesmo saber seu futuro?

A caligrafia de sua colega era em uma elegante letra de forma, linhas retas imaginárias deixavam as letras alinhadas no pergaminho, descrevendo o possível futuro de Albus.

“Segundo as borras da xícara de meu parceiro de estudo, Albus Severus Potter, Uma pessoa em breve entrará na sua vida, e mudará deu destino, que parece seguir por caminhos de sofrimento e provocações a caminho de uma grande realização pessoal.”

O relatório seguia-se de firma rápida e direta, e por fim havia uma lista dos agouros encontrados. Ele suspirou, esperando que Malfoy tivesse errado cada palavra e seu futuro me mantivesse longe daquilo.

Ele olhou em volta para as outras duplas quebrando a cabeça, Rose e Sarah não pareciam tão mal em comparação a alguns outros.

—Nossa... – Falou Calisto, entregando a folha de Albus de volta – Ou o destino me acha extremamente sortuda e fútil... Ou você acha.

Albus revirou os olhos, entregando de volta o trabalho dela, que arrancou de suas mãos e marchou até a professora para entrega-lo. Ele suspirou, a seguindo.

—Albus Potter e Calisto Malfoy, vinte pontos para a Slytherin – falou a professora. – Podem sair, se quiserem!

...

Faltando apenas quatro dias para o Halloween, os alunos pré selecionados forma liberados das últimas duas aulas do dia para se dirigirem ao jardins, onde os monitores-chefes, a diretora e o vice diretor esperavam.

—Ai – grunhiu Calisto, enquanto Damon tentava, aparentemente, quebrar todos seus ossos, apertando o braço em volta da cintura dela enquanto James se juntava ao grupo. – Qual o seu problema, hein?

—Eu já disse que não gosto do jeito que o Potter fica te encarando – grunhiu Damon, passando o braço de volta na cintura da namorada, mas devagar.

—Por favor – Calisto revirou os olhos, se desvencilhando – Como Se eu não soubesse que você tem mais ciúmes dele do que de mim...

E antes mesmo que Damon pudesse entender o que a namorada havia dito, Calisto já tinha corrido rapidamente para trás de Scorpius e Evanna, que lhe olharam como se fosse uma completa maluca.

Encostado embaixo de uma árvore, ela percebeu de canto de olho, James olhava para ela e ria.

De repente, ela sentiu vontade de rir também.

—Muito bem – falou a diretora, se infiltrando no centro do grupo – Obrigada por estarem aqui, é muito bom saber que temos alunos tão dedicados a contribuir com a escola!

Alguns reviraram os olhos, e a diretora começou a distribuir as tarefas.

Por fim, Calisto acabou ficando no grupo que cuidaria das abóboras, assim como Scorpius, Evanna, Rose, Carter, James, Lily, e alguns outros. Damon havia ficado com o grupo de decoração, provavelmente por que sua altura seria mais útil lá. O resto do grupo foi dispersado no restante das tarefas, e os alunos que voltariam para o interior da escola começavam a entrar, ouvindo os protestos de Jullie e Roxanne Weasley sumirem aos poucos.

—Isso vai ser divertido – falou Evanna, sorrindo enquanto entravam na cozinha deserta. Calisto se perguntou onde deveriam estar os Elfos.

—Claro, já temos até uma musa inspiradora – Falou Scorpius, apontando com o polegar para Rose, que fez uma careta – Olhem só essa expressão, muito assustadora.

A ruiva revirou os olhos – Sabe Calisto, é uma coisa terrível que seu pai seja ministro da magia, e não rei. Seu irmão combina bem com o papel de bobo da corte!

—EI! – gritou Scorpius, enquanto todos gargalhavam. Ele encarou a irmã – Você não devia me defender?

—Agora eu sou seu cavaleiro de armadura brilhante irmãozinho? É ruim hein?– ela falou, enquanto gargalhava – Sem falar que, sinceramente? Essa você mereceu Hyperion!

—Ah, cala a boca Europa – ele grunhiu, se emburrando.

—Uh, ele ficou emburradinho – Calisto falou, puxando a bochecha do irmão.

Mais uma onda de gargalhadas.

—Certo, então... Por onde a gente começa? – perguntou James, olhando em volta.

—Pelas, abóboras? – perguntou Rose, como se fosse obvio.

—Quem mais poderia pensar nisso – Scorpius puxou um fio de cabelo da menina, arrancando-o da raiz.

—Ai – Rose reclamou.

—Você tá pedindo – falou Carter, rindo, enquanto trazia um monte de abóboras já desmioladas com a ajuda de Lily – Aqui estão as abóboras.

—Beleza – Sorriu James, pegando algumas facadas, e coisas do tipo, e encarando a irmã mais nova – Eu não quero você perto desses negócios, entendeu?

A pequena assentiu, como um soldado recebendo uma ordem de um oficial. Calisto riu com a cena, e James olhou para ela bem a tempo de ver. Ela desviou o rosto, pegando uma das abóboras e começando a desenhar um rosto.

Uma conversa amigável se seguiu enquanto todos começavam a planejar as próprias caras nas próprias abóboras, outros grupos pareciam seguir a mesma linha, mas com certeza eles eram o mais concentrado.

—E você – o sopro quente na parte de trás do seu pescoço fez Calisto arrepiar – Acha isso assustador?

—Que droga James – ela Grunhiu, encarando o moreno – Vai assustar sua vó!

—Não sei se daria certo, vovó tem sangue quente – falou ele, rindo – Não é mesmo Lily?

A menina assentiu.

—E com uma colher de pau na mão, ela com certeza parece mais assustadora que essa abóbora – ele falou, cutucando a casca laranja – Ela está com dor de barriga ou o que?

—Ah, para – gemeu Calisto, claramente constrangida – Me dá uma folga, eu nunca fiz isso antes!

—Nunca? – ele pareceu surpreso – Nunca mesmo?

—Nem uma vez em toda a vida – ela falou pausadamente, enquanto ele seguia lhe encarando com descrença – Desculpe se eu preferi aprender Latim do que a cortar frutas, certo? Mas não é como se meu pai fosse deixar eu e Scorpius sujarmos a casa inteira!

—Errado – Falou Scorpius, de algum lugar que nenhum dos dois se deu o trabalho de olhar – Você, ele deixaria.

—Cala a boca Hyperion – ela gritou, e ouvir ele e Evanna rirem. – De qualquer forma, é melhor do que nada, não?

—Certo – riu James – Você pelo menos sabe como cortar isso?

—Er... Sim?

—Não? – ele ergueu uma sobrancelha.

—Talvez?

O garoto bufou – Vire-se.

Ela se virou, ficando de costas para ele, James passou os braços sobre os dela, mostrando como se cortava direito a casca da abóbora, mas Calisto só conseguia pensar no hálito quente dele na sua nuca.

“Para com isso Calisto, você está com o Damon. Você gosta do Damon!” ela repetiu para si mesma, mordendo o interior da bochecha “James é só um amigo, você gosta do...”

—A-hã! – pigarreou alguém.

—DAMON! – a voz saiu, felizmente, mais contente do que assustada em ver o namorado parado a alguns passo de distância.

—Poderia, por favor, parar de se esfregar na minha namorada Potter? – ele ergueu uma sobrancelha, enquanto James se afastava de Calisto – Obrigada.

—Eu não estava me esfregando nela Parkinson, não sei se você percebeu, mas nós dois somos bem diferentes – Falou James, sorrindo maliciosamente enquanto via o rosto do outro se retorcer – Estava apenas ensinando ela o básico de como cortar uma abobora sem arrancar metade dos dedos. Não que você se importe.

—Calisto não precisa da sua ajuda pra nada, seu fedelho insolen... – Grunhiu Damon, mas Calisto o segurou antes que ele pudesse levantar um dedo contra James.

—Aqui não, Damon – ela o encarou. Ele pareceu revoltado por um minuto, olhando nos olhos da loira, e então seus músculos relaxaram. – Acho melhor você dizer o que veio fazer aqui, e ir embora!

—Eu... – ele pareceu confuso por um minuto, perdido dentro dos olhos dela, e então balançou a cabeça, como quem quer clarear as ideias, e se virou para James – Seu irmão quebrou uma perna.

—O que? – James e Lily falaram ao mesmo tempo, encarando o moreno.

—Como isso aconteceu? – perguntou James, com os olhos arregalados.

—Bem, talvez alguém tenha, sem querer, deixado a escada onde ele estava cair enquanto balançava para assustar ele – falou Damon, como quem não quer nada – Mas é claro, é só uma hipótese!

—Você... Você... – Palavras não saíram da boca de James.

—Damon... – Suspirou Calisto, virando as costas e saindo da cozinha. Ela sabia o que estava por vir. Antes da porta se fechar atrás dela ela ouviu o grito de James pulando sobre o colega, e Rose mandando alguém sair. Lily tombou conta sua perna ao ser empurrada para fora.

—Desculpe – falou a menina.

—Tudo bem – sorriu Calisto, vendo a ruiva tremer – Não liga não, eles são assim sempre. As vezes, eu acho que isso ainda vai dar em um belo casamento, com um bolo muito grande para eles jogarem um no outro.

As duas riram.

Calisto acabou deixando Lily na enfermaria antes de ir para o salão Comunal. Sua cabeça martelava, sabendo que em breve ia ter que subir até lá para ver James. Não, para ver Damon, ele era seu namorado. Mas ele havia merecido dessa vez, e era mais velho que James... E se ele estivesse muito machucado? Mas Damon, era muitas palavras e força, mas realmente não era o melhor em uma luta.

Ela gemeu, enquanto entrava pela passagem. Era tudo tão confuso.

Ela não podia culpar James por defender seu irmão, sabe-se lá o que ela faria se fosse Scorpius. Mas ela não podia culpar Damon, por que mesmo que não fosse falar isso na frente de James, se ela estivesse com ele, ela seria a primeira a apoiar qualquer brincadeira para humilhar Albus, por que, no final das contas, nenhum deles confiava realmente nele. Ninguém realmente confiava nele, ela suspeitava. Mesmo os novos amigos da casa, que ele parecia ter adquirido junto com o posto de goleiro no ano anterior.

Drina estava sentada sozinha no salão comunal, lendo alguma coisa com grande interesse.

—Você lendo – suspirou Calisto – O mundo está perdido.

—Muito engraçado – a outra revirou os olhos – Está uma confusão em Durmstrang, parece que os pais, os alunos e os professores estão todos tentando arrancar o atual diretor do posto. Ele está ameaçando colocar fogo na escola cheia de alunos que não conseguiram sair a tempo, o ministério da magia está indo para lá com todas as forças.

...

A festa de Halloween estava simplesmente maravilhosa, Calisto tinha que admitir, fazer a festa do lado de fora tinha sido uma ideia incrível.

As lanternas brilhavam, a brisa estava fresca – perfeita para usar um casaco quente e macio – a música estava do seu agrado, e até o tempo havia parecido colaborar, uma noite sem nuvens com uma lua minguante e estrelas no céu azul marinho.

Alguns corajosos se arriscavam a dançar, como Scorpius e Evanna, e as garotas Weasley que, tirando Molly- que dançava com Trevor – e agora Rose, sempre pareceriam todas iguais para Calisto. Sarah e o mais novo namorado se esfregavam de forma nojenta na pista de dana improvisada, e Drina estava em uma rodinha com umas alunas mais novas. Uma menina Weasley estava pendurada no pescoço de James, e esta Calisto supôs ser Roxanne. Algo embrulhou em seu estomago.

—Quer dançar também? – perguntou Damon, se sentando ao lado dela. Ela revirou os olhos, se levantando e seguindo até outra mesa, onde Carter estava sentado sozinho olhando o pessoal dançando.

—Você deveria chamar ela pra dançar – falou Calisto – Sabe, Evanna.

—Não acho que ela queira dançar comigo – ele falou – Eu não sou um dançarino muito bom...

—Ah, claro que não – ela revirou os olhos – Eu vi você batendo em panelas aquele dia na cozinha. Você tem ritmo.

—Ah, claro – ele riu – Isso foi depois do James dar em cima de você, ou antes do Parkinson chegar e acabar com a tarde?

—Ele não estava dando em cima de mim – ela grunhiu – Nós somos só amigos...

—Talvez pra você, mas pra ele – Carter assobiou – De todo o modo, acho que quando se passa o dia ao lado de alguém como Damon Parkinson – ele apontou para Damon, rindo descaradamente com alguns amigos – É meio difícil notar quando alguém tenta ser mais... Sutil.

—James não é uma pessoa sutil – falou Calisto, rindo.

—Com você ele é – ele deu os ombros – Eu conheço ele desde que nasceu... Não, na verdade, ele me conhece desde que eu nasci, mas de todo o modo... James só é assim com a Lily. Se fosse outra garota, ele teria deixado que se virasse na cozinha e arrancasse os dedos.

—Maravilha, então agora eu sou uma irmãzinha pra ele - ela revirou os olhos, demonstrando mais insatisfação do que deveria.

—Talvez – Carter parou por um minuto, como se pensasse em algo muito distante.

—Vem, garoto pensador – riu Calisto, puxando ele pelo pulso – Se você quer que aquela garota te note, precisamos levar você pro campo de guerra. Ou no caso, na pista de dança.

A verdade é que, no fim, Carter se mostrou um ótimo dançarino, e Calisto acabou monopolizando o garoto só pra si. Calisto nunca tinha dançado de verdade, um valsa ou duas em uma festa de aniversário. Aquilo era totalmente diferente e eletrizante, que lhe fazia se sentir viva, principalmente por não precisava se preocupar com segundas intenções. Numa das últimas danças, enquanto empurrava Carter para Evanna, Calisto chegou a uma conclusão.

Ela gostava de dançar.

Gostava de se sentir viva.


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Notas finais do capítulo

James? Damon? Carter? Certo, Carter não!
Não tenho muito para falar hoje, comentem e até mas!
Bjs, Meewy!



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