BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 10
IV - Confusão


Notas iniciais do capítulo

Uh, cap novo. Eba.
Gente, estou extremamente envergonhada. Por que? Por que eu simplesmente esqueci de agradecer no cap anterior a recomendação linda da "alhene malfoy" na fic. Pois é, isso é triste, é vergonhoso, e eu não gosto quando isso acontece comigo, então, muito obrigada amore
E vamos com esse cap!



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“[...]

— Nunca contei ao seu pai sobre isso, e você também não deve contar – Lucius Malfoy suspirou cansadamente – Ele nem imagina. Não faz ideia do sangue que tem...

Calisto o encarou silenciosamente, os olhos brilhando de curiosidade.

—Achei... Ah, minha querida, eu achei que nossa linhagem tivesse se perdido junto com seu pai. A cada geração ele vinha mais fraca, e mais fraca, mas você... – ele deu um sorriso fraco – Você é poderosa, Calisto. Você honrará nossa família novamente, lembre-se disso.

—E Scorpy? – ela perguntou, confusa.

—Seu irmão não é como você. O sangue dele é fraco, Calisto, como de seu pai. – ele tossiu – Ele não precisa saber. Ele não é como você, se tentasse protege-la, como sabemos que tentaria, iria se machucar. Você tem de encontrar seu destino sozinha.

—Mas...

—Ela virá atrás de você Calisto. Seja amanhã, ou em mil anos. Ela vira... – ele arfou, fechando os olhos. A menina loira encarou a cena, com os olhos arregalados. Ele não estava respirando. O pensamento demorou para ser processado, até que ela percebeu a dura verdade.

Ele não estava respirando.

—Vovô! – Calisto gritou, balançando-o. Sua pele estava tão fria – Vovô, acorde. Por favor. Vovô! VOVÔ! VO...”

—VÔ! – gritou Calisto, pulando sentada na cama.

Ela gemeu, puxando o travesseiro do chão e enfiando a cabeça dentro dele. Depois de meio segundo, tirou-o do rosto para ter certeza de que não havia acordado ninguém, mas todas as outras meninas seguiam dormindo. Dava para ouvir os roncos não muito altos nem muito baixos de Sarah na cama acima da dela.

Ela se jogou para trás, encarando os lastros da cama de Sarah. Havia muito tempo que ela não tinha pesadelos, mas obviamente sua briga com Scorpius havia mexido mais que um pouco com ela. Ah três noites eles a estavam atormentando. Eles sempre voltavam, mais cedo ou mais tarde.

“Você honrará nossa família” ela, pensou, com desdém “Há, essa foi boa”

Calisto só queria se livrar deles. Queria que todos os sonhos, pesadelos, mensagens e lembranças fossem embora. Ela desejava poder fugir de tudo isso. Mas ela não podia. Por que em algum lugar, alguém estava esperando por ela. Ela sentia isso. Estava cada vez mais perto do destino.

...

Albus acordou depois de uma longa e merecida noite de sono. A maioria dos outros meninos já havia se levantado, ou estava acordando, mas claramente ninguém havia se dado ao trabalho de acorda-lo. Como sempre.

Ele havia demorado um pouco para dormir, a água estava agitada e barulhenta do lado de fora das janelas naquela noite, mas enquanto isso parecia acalmar os nervos de seus colegas de quarto, apenas atrapalhava seu sono.

Assim que ele se levantou os outros garotos começaram a se apressar e em menos de cinco minutos ele estava praticamente sozinho no quarto. Não que não estivesse acostumado com a total indiferença dos outros, muito pelo contrário. Ele estava aprendendo a gostar disso.

Passar muito tempo sozinho lhe dava tempo para pensar, para fazer suas próprias coisas e para planejar vinganças que nunca aconteceriam, contra as brincadeiras de mal gostos que fazia.

Ele havia até começado uma lista de insultos, preenchendo três folhas apenas dedicadas a Parkinson, e outras duas a Malfoy, que desde o dia que pegou ele e Rose ouvindo a conversa dela com seu irmão fez questão de lembra-lo que não deveria fazer isso novamente. Do pior modo.

Albus já havia perdido as contas de quantas vezes outros alunos o haviam empurrado no corredor, colocado o pé na frente para ele tropeçar e o azarado durante os dois últimos dias. Na verdade ele tinha a suspeita que isso era mais por ordens de Parkinson do que de Malfoy, mas isso não queria dizer que ela não tinha sua parcela de culpa.

Ele se perguntava o que James iria dizer seu ele contasse isso, mas provavelmente o irmão defenderia ela e culparia Damon, o que levaria eles a outra briga idiota, o que não seria uma boa ideia de maneira nenhuma, já que James estava por um fio na equipe de Quadribol, e Minerva estava de olho nele.

Ele suspirou, contando os dias. Na próxima semana seria a festa de Halloween, e então apenas mais dois meses para o Natal. Ele estava surpreendentemente com saudades de casa.

Depois de tomar banho e se vestir, Albus encontrou um lugar ao lado de Molly na mesa da Slytherin e começou a comer. Molly estava namorando com Trevor, também do time, e por isso nem o notou. Mas ele não se importou com isso.

Era melhor não ser notado, do que alvo de piadinhas de mal gosto.

—Hey, Potter – falou Trevor, enquanto eles saiam o refeitório. Albus se virou bruscamente, e o garoto deu um passo para trás – Calma ai campeão, só quero avisar que temos treino depois da aula hoje, certo?

—Ah, certo – falou Albus, um pouco zonzo. Talvez ele estivesse um pouco na defensiva ultimamente.

...

—Soube que você quase azarou Trevor hoje depois do café – riu Rose, parada no corredor da aula de feitiços claramente o esperando – É verdade?

—Talvez – ele murmurou – Só estou um pouco cansado como os garotos da minha casa me tratam. – Albus fez uma careta – Mas quem e contou isso? Nós nem aprendemos a azarar ainda!

—Sarah Goyle estava falando para Calisto e outra menina da Slytherin – Rose riu – E vamos combinar, que é de se pensar que o irmão de James Potter saiba uma ou duas coisas, não é?

—Você é muito engraçada – ele sorriu falsamente – Mas, acho que estamos perdendo tempo. Temos uma aula.

—Certo, certo... – ela deu os ombros, mas antes que eles passassem pela porta alguém esbarrou em Rose.

—Desculpe – gemeu Sarah Goyle, tropeçando nos próprios pés. Ela parecia confusa e desorientada.

—Sarah, onde você está indo? A aula já vai começar – falou Rose, erguendo uma das sobrancelhas.

—Eu estava indo para... Eu ia... Eu tenho que ir... – ela balançava a cabeça – Eu não sei. 

—Como assim você não sabe? – perguntou Albus, cético.

—Pare de brincadeiras Sarah, e volte para a sala, o professor deve estar chegando. – falou Rose, sorrindo gentilmente.

—NÃO! – gritou a menina, puxando o braço que Rose agarrava – Eu tenho que ir.

Os dois se viraram, vendo a menina sair correndo.

—Crianças, vamos, vamos entrar – falou o professor, aparecendo dois minutos depois – O que estão fazendo no corredor?

—Nada – falaram os dois juntos, seguindo o professor para dentro da sala.

...

Depois do fim das aulas, e de acabar o dever de casa, Albus seguiu para o campo de quadribol para o treino que Molly e Trevor haviam lhe falado mais cedo, encontrando quase todos os outros jogadores do time reunidos e – como sempre – brigando.

—Ei, o que está acontecendo? – Quando notou que ninguém iria lhe responder, Albus tentou se concentrar para entender o que eles discutiam, mas não resultou em nada além de uma grande dor de cabeça.

—CHEGA! – gritou Molly, fazendo todos se calarem – Ok. Assim está melhor. Assim está bem melhor. Olá Albus!

—Lá vem a Drina! – falou Sarah Goyle, olhando além de Albus – E então?

—Calisto não vem, ela disse para treinarem sem ela – falo a menina, com os longos e lisos cabelos negros voando em volta do rosto.

—Espera, o que? Ela é a capitã, ela tem que vir ao treino – grunhiu Trevor – Eu sabia que não era uma boa ideia coloca-la como capitã, é nova demais. Muito irresponsável.

—Não comece – pediu Molly – Drina, por que a Calisto não... Drina?

Mas a menina já havia ido embora.

—Tudo bem, Calisto é a apanhadora, podemos treinar sem ela – falou Molly, calmamente – Só espero que ela tenha uma boa desculpa.

—O que eu duvido... – Murmurou Albus recebendo em seguida um olhar reprovador da prima – O que?

—Até você? – gemeu Molly, amargamente.

—Olha, odeio admitir isso, mas o Potter tem razão – falou Sarah, dando um passo temente para trás quando os olhos de Albus pousaram nela – Calisto faz as coisas que faz por que sabe que pode, ela nunca se preocupa em ter uma boa razão.

—Beleza, não estamos aqui pra fofocar sobre a vida dos outros – grunhiu Trevor, pegando jogando as vassouras para cada um deles – Vamos começar esse treino ou não?

Todos concordaram, alguns mais entusiasmados que outros.

O treino havia passado rápido demais, pensou Albus enquanto voltava junto com os outros para o salão comunal. Mesmo com um belo galo na testa – consequência de um batimento maravilhosamente mal calculado (ou não) de Sarah – e um pouco zonzo, ele se sentia satisfeito consigo mesmo por não ter deixado nenhuma bola passar por ele. Nem uma vez.

Uma garota do quinto ano saia do salão comunal com uma cara horrível, fazendo todos pararem para ouvirem os gritos que vinham lá de dentro.

—O que será que está acontecendo ai agora? – perguntou Molly, exasperada.

—Aposto dez galeões que é mais um dos ataques do Damon – falou Sarah, sorrindo, e depois olhando de canto de olho para Albus. Ela parecia bastante satisfeita consigo mesma por ter deixado um galo na cabeça dele. No mesmo lugar onde seu pai tinha A cicatriz, ele pensou, mas não compartilhou isso com os outros.

Sarah estava certa, Damon estava mesmo tendo um ataque na sala comunal com direito a plateia.

—Não podemos deixar você sozinho um minuto sem que crie confusão, Parkinson? – perguntou Trevor, entediadamente.

—VOCÊ! – gritou Damon, apontando para Albus e ignorando completamente o outro – Escuta aqui, é melhor você falar para aquele seu irmão ficar longe da minha Calisto, entendeu? Se ele sabe o que é melhor pra vocês dois, é melhor fazer isso. E se você sabe, é melhor passar o recado, Potter.

Algo dentro de Albus explodiu naquele minuto, ele não sabia exatamente o por que. Mas, uma coisa eram as brigas constantes de James e Damon. Outra eram as brincadeiras infantis e de mal gosto que ele tinha que aguentar. Outra bem diferente foi ouvir o jeito com que Damon se referiu a seu sobrenome, com tanto desgosto e nojo. Aquilo não era apenas mexer com Albus. Era mexer com James e Lilly. Com sua mãe e seu pai. Ele explodiu.

—Por que você mesmo não fala? – ele grunhiu – Ou tem medo de levar mais uma surra do meu irmão? Como se já não estivesse acostumado...

—Ora seu pirralho... – os dois garotos do time seguraram Damon – Você me paga.

—Albus, saia daqui – falou Molly, o puxando para longe de Parkinson. Ela olhou em volta – Drina, tire Albus daqui.

—Mas... – ela começou a protestar, mas parou diante do olhar de Molly – Tudo bem. Vamos Albus.

Atrás deles, Damon xingava desesperadamente.

—ISSO, FOGE! SEU MESTIÇO IMUNDO! – gritava Parkinson – PROJETO DE...

Albus não tinha certeza se alguém havia calado Damon ou se era apenas a porta do salão que havia se fechado.

Drina seguiu andando sem olhar para ver se ele a seguia.

—O que está acontecendo? – perguntou Albus, quando ela não respondeu ele puxou seu braço – Drina!

A garota estava muito tensa, ele não sabia se por raiva – de não poder ver o fim do show de Damon – ou irritação – De ter que ficar como babá.

—Olha, resumindo tudo – ela suspirou – Uma garota de Gryffindor que está saindo com seu irmão atacou Calisto na biblioteca hoje. Ela está toda arranhada, e uma estante caiu em cima da perna dela. Damon e James brigaram, e foram expulsos da enfermaria. Damon está irado, e sua resposta espertinha e petulante não ajudou em nada!

—Desculpe? – ele perguntou, sarcasticamente.

—Olha, eu tenho que ir. Vai dar uma volta, ou fica por aqui, certo? – ela olhou em volta – Não se meta em encrencas nem volte para o salão comunal até que alguém diga que pode faze-lo. Eu sugeriria manter distância do seu irmão também.

—Espera... – ele chamou, ela se virou, parecia com pressa – Por que está sendo... Legal, comigo?

—Não estou – ela falou dando os ombros – Só acho que, alguém que teve coragem de fala daquele jeito com o Damon, merece um pouquinho de respeito. Até hoje os únicos que já vi falarem assim com ele foram Molly, Trevor e Calisto.

Os olhos dela se arregalaram com a menção ao nome de Calisto, e ela saiu correndo de repente. Deveria estar indo vê-la na enfermaria, Albus pensou, elas eram amigas.

“Os únicos que já vi falarem assim com Damon foram Molly, Trevor e Calisto” as palavras trouxeram um peso para as cosas de Albus. Assim como Damon, Molly, Calisto e Trevor eram respeitados entre os alunos da casa. Respeitados ou temidos. Além dos preferidos de Slughorn.

Albus imaginou se ele acabaria como eles. Ele nunca iria querer ser como Calisto e Damon, mas como Trevor. Ele era legal, um pouco arrogante e metido, como todo o aluno da Slytherin , mas ainda sim bom.

Ele lembrou como Molly fez Drina o levar para fora com um simples olhar.

Albus se viu então, perdido na ilusão de ser respeitado. E talvez, em algum lugar distante e sombrio de seu coração, de ser temido.

...

No dia de Halloween, Evanna e Carter estavam aproveitando a hora do almoço para jogar xadrez de bruxo enquanto os outros não chegavam. Scorpius havia parado para falar com uns alunos mais velhos, e Albus e Rose ainda não tinham aparecido, provavelmente haviam ficado preso de novo na aula de poções.

—Xeque-Mate – falou Evanna, distraidamente dando um gole em um suco de cor avermelhada – De novo...

—Como é possível? – perguntou Carter, com os olhos arregalados – Você não estava nem ao menos prestando atenção no jogo!

—Admita que eu sou melhor que você – Evanna deu os ombros – Você se daria bem se não subestimasse tanto seu adversário, sabe?

—Eu não te subestimei – ele mentiu. A verdade é que mesmo que Carter não gostasse de admitir isso, ele achava que Evanna tinha a cabeça tão no mundo da lua que perderia fácil.

—Você mente mal, sabia? – perguntou ela, curiosa – Algumas pessoas nascem com um dom para contar mentiras. Você tem o contrário.

—Vocês sentem esse cheiro? – suspirou Rose, se sentando ao lado de Evanna – Abóbora. Doce de abóbora. Bolo de abóbora. Suco e geleia de abóbora. Aboboras recheadas. Aboboras para todos os lados.

—Cabelo de abóbora também – falou Scorpius aparecendo magicamente(?) do lado dela, puxando um fio de seu cabelo enquanto todos riam, menos a própria Rose – Sei que não somos amigos Weasley, mas farei um ato de caridade e lhe mandarei uma escova de cabelos no Natal.

—Dispenso a sua caridade – ela grunhiu – Por que não vai ver o trigo crescer?

—Ei, deem um tempo vocês dois – sorriu Carter, esquecendo o aborrecimento por ter perdido o jogo – Hoje é dia de comemorar. E a diretora até nos liberou pra usar roupas normais.

—Só não se veste de laranja pra não te confundirem com uma abóbora – falou Scorpius para Rose, que revirou os olhos.

—Tudo por causa da sua irmã – falou Evanna, percebendo quando o loiro parou de rir e olhou sobre o ombro na mesa onde Calisto estava, com apenas mais duas meninas, o que era uma novidade – Por que você não vai falar com ela, hein?

—Cuida da sua vida, Evanna – ele grunhiu.

—Hey, também não precisa falar assim – Carter disse, sem se irritar, mas um pouco aborrecido – Ela só estava tentando ajudar, certo? E eu também acho que vocês dois deveriam parar com esse mi mi mi.

—Com minha irmã não é tão fácil assim – ele suspirou, e depois sorriu – Até o Natal a gente se resolve!

—Só eu que estou sentindo falta do Albus? – perguntou Rose, olhando para os lados – Ele estava comigo antes de eu sair da escola, mas ai a gente se perdeu...

—Daqui a pouco ele aparece – Carter deu os ombros – Ou ele foi fazer companhia pro James.

—Ele foi proibido de almoçar no pátio de novo? – perguntou Evanna.

—O que mais você esperava, depois daquela confusão que ele armou com o Parkinson? – grunhiu Rose, e se virou para Scorpius – Por causa da sua irmã.

—O que tem a minha irmã? – perguntou Scorpius.

—Você não sabe? – perguntou Carter – mas fazem semanas toda a escola á ficou sabendo.

—Fofoca não chega tão facilmente na Ravenclaw – falou Evanna, encarando uma abelha presa dentro de um copo. Quem havia prendido ela ali? – Nós preferimos nos conter a fatos, do que com fofocas e boatos.

—Jeito legal de dizer que ninguém nunca nos conta nada de interessante – falou Scorpius – Agora podem explicar o que está acontecendo?

—É melhor você perguntar pra sua irmã – falou Carter – Nossa, olha a hora, eu tenho que acabar aquele dever de... Hum... Herbologia.

—Mas nós não temos dever de Herbologia – falou Evanna, já que as duas casas tinham a aula juntas.

—É claro que temos... E na verdade, eu preciso da sua ajuda – ele falou, puxando ela pelo braço e gritando depois de alguns passos – Você não quer nos ajudar também, Rose?

—Claro – ela falou, notando o que Carter estava tentando fazer, mas também não estando nem um pouco a fim de ficar ali com Scorpius. – Esperem por mim.

“Eles acham que são discretos, ou que eu sou idiota?” Se perguntou Scorpius por um minuto, antes de respirar fundo e se levantar para falar com Calisto. Só que ela não estava mais lá.

...

Duas semanas haviam se passado desde o Halloween, e Scorpius ainda não tinha conseguido falar com Calisto. Parecia que sempre que ele criava coragem ela desaparecia. Na verdade, ela estava desaparecendo bastante, ele notou depois de falar com alguns alunos da Slytherin.

...

Era impossível não ver Damon entre os alunos da Slytherin na torcida. Mesmo se você não tivesse procurando, ele se destacava na multidão. Principalmente por estar parado entre os alunos do primeiro ano – que pareciam elfos domésticos perto dele, com seus quase dois metros de altura – e começou a gritar como um louco assim que viu Calisto.

—Esse...

—E então Malfoy, quando vocês vão assumir? – perguntou Molly, cutucando a mais nova com o cotovelo, e recebendo um olhar mortal

—Se concentre no jogo Molly – Calisto falou.

—Por favor, é a HuflePuff – riu Trevor, desdenhoso.

—A mesma HufflePuff que quebrou seu nariz ano passado, não? – perguntou Calisto, sobre o ombro.

“PEDIMOS AO SR. PARKINSON DEIXAR SUAS DEMONTRAÇÕES AFETIVAS PARA DEPOIS DO JOGO” falou Lia, rindo “Obrigada!”

Calisto olhou para o time da HufflePuff, vendo ninguém menos do que Carter Longbotton como novo apanhador. Ele deu um aceno de cabeça e ela fez o mesmo.

Desastre. Era o que Calisto podia dizer quando chegaram a vinte e três minutos de jogo segundo Lia. Embora Potter estivesse se saindo bem, e até então o time rival não havia feito nenhum ponto, os outros pareciam esquecer o que estavam fazendo ali. E nada do pomo.

E se ela tivesse que ouvir Damon gritando mais cinco segundos ela ia pegar aquele maldito bastão das mãos de Sarah e arremessar a cabeça dele por entre um daqueles arcos.

—Uh, essa deve ter doido Potter – falou Lia, rindo. Calisto olhou para Albus, que havia levado uma goles entre os olhos, mas o que lhe chamou a atenção foi outra coisa – PONTO DA HUFFLEPUFF!

Calisto gemeu, olhando em volta mais uma vez tentando achar o pomo. Nada. Molly pragejou baixinho em algum lugar perto dela, antes de seguir voando o mais rápido possível.

—E SLYTHERIN REVIDA. PONTO DE MOLLY WEASLEY! – gritou Lia – E NADA DO POMO... LEMBRANDO QUE OS APANHADORES DE AMBOS OS TIMES SÃO NOVATOS! CALISTO MALFOY PELA SLYTHERIN, E CARTER LONGBOTTON FILHO DO NOSSO INCRÍVEL PROFESSOR – e eu não digo isso para conseguir nota extra, certo? – PELA HUFFLEPUFF!

Calisto revirou os olhos, e no mesmo minuto algo bateu neles, fazendo-a se virar para a arquibancada. Damon segurava um espelho. O que aquele imbecil estava fazendo agora?

Mas antes que ela pudesse notar, ele piscou e Carter passou voando (?) por ela, em direção ao chão.

—PARECE QUE LONGBOTTON VIU ALGO QUE MALFOY NÃO VIU... – riu Lia – SERÁ A VITÓRIA DA HUFFLEPUFF?

Calisto encarou Damon, mas ele ergueu a cabeça para cima. E ela viu, voando bem em cima da cabeça de Molly, a alguns metros de altura.

—NÃO ENTENDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO... LONGBOTTON SEGUE EM DIREÇÃO AO CHÃO, ENQUANTO MALFOY ESTÁ INDO NA DIREÇÃO CONTRÁRIA. – Lia parecia confusa – UH, PARECE QUE NOSSO CARTER SE ENGANOU, NÃO? E A VITÓRIA É... DA SLYTHERIN!

—Todos desceram para o chão, enquanto Calisto recebia tapinhas nas costas do resto do time. Damon já estava esperando ela, é claro que estava. Ela viu James vindo correndo junto com um bando de garotas Weasley, mas ele colocou os olhos em Damon e seguiu atrás das meninas para dar aos parabéns a Albus.

—E então? – perguntou Damon, com um sorriso orgulhoso.

—Foi muito inteligente – ela sorriu, e depois suspirou, dando um tapa nele – Mas da próxima vez, me deixe vencer sozinha certo?

—É seu primeiro jogo, eu só queria dar uma forcinha – ele riu, passando o braço por cima dos ombros dela. Ela suspirou, sentindo falta de Incubus, mas não o fez se afastar como faria normalmente. Aquele era realmente um lindo dia.

...

Incubus estava enrolada no braço de Calisto, com a cabeça na palma de sua mão enquanto ela lhe alimentava. Aquela cobra estava ficando muito folgada.

—Você foi bem ontem – falou Scorpius, sentado ao lado dela – Sabe, no jogo.

—Como você sabe? – era perguntou, sem se virar para ele – Você nem foi no jogo. Eu sei, que ficou estudando com a Evanna.

—Albus e Carter me contaram – ele deu os ombros – Então, eu queria saber... O que você quer de Natal?

Ela se virou para ele por um minuto, o analisando – Não precisa comprar nada. Eu não vou pra casa esse ano.

—O que? – ele a encarou – Você? Vai ficar em Hogwarts? No Natal?

—É, vou. Damon, Drina e Sarah também vão. – ela deu os ombros – Não quero ter que passar por todo o discurso do papai sobre termos que manter as aparências e tudo mais. Se perguntarem por mim, fiquei estudando com a boa aluna que sou!

—Você não precisa fazer isso por mim – ele falou, se sentindo um pouco culpado.

—Quem disse que estou fazendo isso por você? – ela olhou para Incubus – Eu preciso mesmo estudar certo? Já vou indo...

Calisto seguiu para dentro da escola, e para a sala comunal estranhamente vazia.

—Onde está todo mundo? – ela perguntou para o nada, e deu um pulo para trás quando Albus se levantou de um lugar perto da lareira e se virou para ela – Merlin, você me assustou garoto!

—Desculpe – ele deu os ombros.

“Idiota” Incubus riu, no ombro da dona. Calisto riu também.

—E então? Onde estão todos? – ela perguntou, se jogando em um sofá e tirando Incubus dos ombros e largando-a sobre no chão.

—Parece que duas pessoas resolveram tentar acertar suas diferenças em uma queda de braço –ele falou, se sentando no sofá em frente ao que a garota estava sentada, na ponta mais distante – Adivinhe quem.

—Idiotas – ela grunhiu, se perguntando por que ainda se surpreendia com aqueles dois, ela seguiu o percurso de Incubus com os olhos, e notou a cobra se aproximar do garoto, e ele se abaixar para pega-la – Ela não gosta muito do estranhos!

—O que? – ele perguntou, claramente não tinha ouvido o que ela tinha falado, enquanto a cobra se enrolava no braço dele – Olá.

“Olá” Incubus falos arrastadamente, era impressão de Calisto ou aquela cobra estava rindo da cara dela?

Calisto piscou, observando aquela cena antes de sair da sala. Havia coisas que ela preferia não entender

...

Calisto havia chegado tarde demais. Os alunos já estavam se dispersando e ela foi avisada de que Damon e James estavam na enfermaria, o que se confirmou assim que ela chegou lá, os dois estavam deitados em camas uma ao lado da outra. Damon, cercado por alunos da Slytherin – entre eles Trevor, Drina e Sarah – e James, por alunos da Gryffindor. Sentada entre as duas camas, estava Molly, olhando de um lado para o outro enquanto os dois discutiam consigo mesmos.

— Não é possível que eu olhe para o lado um minuto e vocês saiam no tapa de novo. – perguntou Calisto, asperamente, caminhando em frente das camas e ouvindo os dois se calarem imediatamente, diante a sua presença – O que eu faço com vocês?

—Com ele eu não sei – Damon falou, apontando com o polegar para James – Mas eu aceito um beijo de melhoras.

—Nossa, que sutileza Parkinson – Riu James, sarcasticamente.

—Quer ver meu punho sutil na sua cara, Potter? – perguntou o outro, tentando se sentar e gemendo, caindo de costas na cama de novo.

—Antes você vai ter que reaprender a andar – James gargalhou, mas parou por que todo seu corpo doeu.

—Eu desisto de vocês! Dos dois! – ela falou, levantando as mãos para o alto e seguindo para fora do quarto, ouvindo alguém segui-la – Olha Sarah, eu realmente não estou a fim de...

—Não sou a Sarah – falou Rose Weasley, parada atrás dela.

—Uh, certo. O que ouve... Er... Dominique? – ela chutou.

—Sou a Rose – a menina falou, bruscamente.

—Desculpe, desculpe... – ela falou, desfazendo com a mão – O que você quer?

—Sério? Você não sabe? – a menina a olhou, espantada – Quero que você pare com isso!

—Vai ter que ser mais específica!

—Isso – ela apontou para a porta da enfermaria – Isso, é culpa sua e você sabe disso.

—Como pode ser culpa minha? – ela encarou a ruiva, de forma raivosa – Até onde eu sei, eles são assim desde que se conheceram.

—Não finja que não sabe do que estou falando, Malfoy – Rose encarou a loira – Você está brincando com eles, e incentivando essa atrocidade.

—Olha, eu não sei quem colocou isso na sua cabeça – Calisto encarou a ruiva, os olhos dela borbulhavam de raiva, Rose se calou – Talvez alguém da Slytherin, ou a namorada de James, mas eu não estou fazendo eles brigarem, certo? Eu estou a semanas de olho neles pra que nada assim – ela apontou para a porta da enfermaria – volte a acontecer, mas não posso fazer nada se eles gosta de agir como selvagens!

—Mas a Ciara disse...

—Ciara, é a menina que me mandou para enfermaria a algumas semanas?  Que me arranhou como um animal faz, e arremessou uma estante de livros em mim?– Calisto olhou nos olhos de Rose, fuzilando-a – Procure melhor suas fontes, Weasley.

 


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Notas finais do capítulo

Tentei, me despregar da Calisto um pouco e me centrar nos outros personagens - percebam que ela só apareceu no início e no fim - mas não consegui, de certa forma ela estava presente em toda a história mesmo sem aparecer. Personagem principal é assim, meu povo.
Agora, corações, vamos conversar. Vocês sabem que eu amo vocês, não é mesmo? Tipo, eu sou muito

E eu quero agradecer a "Escritora Anônima" "Almofadinhas" "alhene malfoy" e "Duda Weasley" por comentarem na fic. E também a "Keminory" que mesmo não tendo comentado, favoritou a fic, o que também é muito especial.

Então, é isso. Comentem (ou não) e até o próximo cap. Bjs, Meewy!



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