Poção Amortentia escrita por Lala


Capítulo 1
James Potter: o prepotente que tanto gosto.


Notas iniciais do capítulo

Eu amei escrever essa one!! Nunca tinha escrito uma e a experiência foi incrível!
Espero que gostem tanto quanto eu dessa fic.
A gente se vê lá nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/630452/chapter/1

Eu odiava o Potter.

Odiava mesmo, com todas as minhas forças. E com certeza ele não estragaria o meu verão.

Ele era sempre tão cheio de si, idiota, prepotente, abusado, grosso, mal-educado, metido, cheiroso… Que? Tudo bem que ele era cheiroso mas isso não deveria fazer parte da minha lista de ódio, ele não merecia que eu achasse alguma coisa boa daquele ser. Isso me deixava ainda mais com raiva dele! Ou melhor, de mim! Não entendia o porquê de Merlin, Morgana ou o destino querer me pregar uma peça tão grande dessas. Logo em mim, Lily Evans! A odiadora maior do Potter!

Isso é tão frustrante! No começo eu achei que não era nada demais porque puff, todo mundo fica com o coração acelerado e as mão suadas quando o cara que você odeia vem te convidar para um passeio na Hogsmead e, mesmo você você tendo que negar, morre de vontade de aceitar só para esse mesmo cara abrir o sorriso que você tanto adora. Normal na vida de todo mundo, não é? Eu sei que não, só sou tapada demais para perceber e tentar evitar antes que acabasse virando algo maior.

Porque foi assim: no começo eu só queria que ele viesse falar comigo, depois comecei a o observar e ter borboletas no estômago quando ele gargalhava de alguma coisa que seus amigos diziam, mãos suadas, coração à mil, uma coloração vermelha nas bochechas quando ele me chamava por apelidos engraçadinhos… E lerda aqui não se tocou que eu estava me apaixonando! Não, apaixonando é uma palavra muito forte, melhor “gostando”. Enfim! Eu estou com raiva demais para ter um dos momentos “Ruiva falando consigo mesma”.

Aonde minhas amigas se meteram?

– Lily? - Ouvi uma voz atrás de mim em um tom interrogativo que logo decretei ser de Marlene.

– Lene! Oi! - Forcei um sorriso para ela enquanto voltava alguns passos em sua direção, deveria estar meio grotesco pois ela arregalou os olhos pra mim. - Preciso falar com você. Aonde estão as outras?

– Merlin, o que aconteceu? Você está um pimentão ambulante! Além desse projeto de sorriso psicopata. - Rolei os olhos voltando a andar e puxá-la junto comigo.

– Vamos achar as outras duas primeiro, você as viu? - Perguntei olhando pelos lados.

– Torre Norte, eu acho. - Quase bati na minha testa por não ter pensado nisso antes. Alice e Dorcas estavam com uma fixação por Adivinhação ultimamente. - Deixei elas lá para ir atrás do James… Já sei! Você está assim por causa do Bones, não é? O Lufano! Ele queria te beijar faz um tempo só que nunca tomava coragem. A irmã dele, Amy, que me contou. Achei que ele não ia te beijar coisa nenhuma pois tem cara de ser o estilo bonzinho que espera até o final do primeiro encontro mas pelo visto estava enganada… - Enquanto andava lancei meu olhar “Eu não estou com paciência, melhor parar.” para ela. Sempre funcionava, se não fosse isso eu só precisava gritar um pouco… Bom, ela fechou a matraca.

– Andamos até chegar na Torre em silêncio. Me senti um pouco mal por ter descontado meu mal humor na minha amiga mas não consegui evitar (como sempre).

– Quando as avistei, as duas estavam cochichando entre si bastante eufóricas. Era com certeza sobre um novo produto de beleza, não vá achando que todas essas palminhas e sorrisos são alguma coisa importante porque nunca é.

– Lily! Lene! - Alice abriu um sorrisão quando nos viu. Devo admitir que não estava mais tão irritada, mas ainda queria colocar o meu plano em ação. Nem morta James Charlus Potter me escapava dessa. Aquele sorrisinho prepotente sairia daquela cara bonita dele e ele estaria aqui ó, na minha mão. Vai ser épico.

– Qual é a da Lily? - Ouvi Dorcas sussurrar para Marlene. Eu deveria ter perdido alguma coisa enquanto pensava no Potter fazendo papel de idiota. Mas não podia me controlar, ia ser muito bom.

– Eu to bem, Doe. - Abri um sorriso animado. - Do que estavam falando?

– Nós devería… - Marlene começou a falar mas Alice a atropelou com suas palavras e pulinhos.

– A gente foi falar com a professora de Advinhação pra ver se ela falava alguma coisa sobre o nosso futuro, não é Dorquinhas? E quando nós menos esperávamos ela falou! Ela disse que “nós encontraríamos o amor nesse último ano, e seria com pessoas que a gente sempre conviveu”. Vocês acham que nós quatro vamos namorar? Eu já disse para a Dorcas que quero a Lily porque ela é boa nas matérias e a minha mãe sempre me disse que tenho que casar com alguém inteligente… - Franzi o cenho para tudo o que ela falava em confusão. Perceberam que minhas amigas falam demais? Perceberam também que elas falam rápido demais? Tenho que admitir que as vezes eu não consigo acompanhar o raciocínio delas.

– De uma coisa eu sei, Lice: nenhuma de nós é lésbica. Pode começar a pensar em caras que você sempre anda. - Vi se formar em Alice um bico emburrado e logo depois uma cara pensativa, tinha que admitir que achava minha amiga muito meiga.

– Eu tentei dizer isso pra ela, mas ela não parava de falar e criar hipóteses. Eu já tenho certeza de quem é o meu amor, o gato do Lupin. - Achei graça dela, Doe tinha uma estranha fixação pelo “certinho” dos marotos. Lembro até hoje de como ela surtou quando ele passou a ser Monitor Chefe comigo. - É sério gente! Ele é o meu homem, só não sabe disso. - Acompanhei as outras garotas na risada e ela mostrou a língua em brincadeira. Era por isso que gostava tanto das minhas amigas, nós éramos bem diferentes com Alice sendo a fofa, Dorcas a engraçada, Marlene a cheia de atitude e eu super aplicada nos estudos. Parecia que nos completávamos e formávamos um belo time (bem melhor que os marotos na minha opinião, mas quando disse que deveríamos nos nomear ninguém concordou). Pode ser meio meloso, mas eu amo minhas amigas.

– Ta, ta, agora pelo amor de Merlin eu preciso saber o que a Ruiva tem a nos dizer. - As três passaram a me encarar e eu tive a impressão que corei, eu coro tanto que as vezes nem percebo que o fiz. - Então Evans, o que aconteceu? Preciso saber porque minha mãe quer que eu fale com o James… - Disse. Marlene e Ja-Potter eram melhores amigos desde pequenos por serem vizinhos, era muito irritante ter que dividir ela com ele.

Por um momento eu até tinha esquecido do Potter e a raiva que estava dele, mas ela não demorou para voltar. Comecei a contar para elas tintin por tintin o que tinha ocorrido.

Estava andando pelo jardim hoje pois estava um dia muito ensolarado de verão para fazer o caminho corriqueiro da minha última aula de quinta-feira ao meu dormitório. Eu estava alegre, não tinha como não estar com um dia aconchegante desse, quando Potter junto de Sirius e Peter me pararam. A primeira coisa que fiz foi rolar os olhos, eles se achavam os reis de Hogwarts e isso me irritava muito. A segunda coisa que fiz foi analisá-los e pude concluir que: Potter tinha uns botões a mais da camisa abertos pelo calor o que o deixava muito mais bonito. É normal dizer que eu tinha vontade de o abraçar e apoiar minha cabeça ali? Cansada de pensar essas coisas sobre ele, Merlin por que você coloca essas pragas na minha vida? Merlin, você me magoa. O Black tinha a camisa para fora da calça além de dois botões a mais abertos, todo cafajeste como sempre. Já Peter eu nem fiz questão de avaliar pois quando fui fazer o peguei olhando para os meus peitos, daquela vez resolvi relevar porque eu estava estava com um humor ótimo, certo? Certo.

– Oi. - Abri um sorriso ladino. Notei Potter encarando a minha boca mas também fingi que não vi.

– Oi, Pimenta. - Sirius também sorriu e eu arqueei uma sobrancelha.

– Pimenta? Como assim? - Olhei pra ele interessada, cada uma…

– É. Ruiva e ardente. - Lembro que passamos uns cinco segundos em silêncio antes de explodir em gargalhadas. Eu tinha que admitir que adorava Sirius Black.

– Deuses! - Disse enquanto secava algumas lágrimas. - Você é um idiota.

– Gata, pra você eu sou qualquer coisa. - Piscou e eu corei, senti uma tensão vinda de Potter, mas eu me importava? Não. Soltei uma risadinha envergonhada e olhei para o moreno que tanto gostava, percebi que abria e fechava a boca querendo dizer algo.

– Tem alguma coisa a dizer, Potter? - Olhei com um sorriso angelical. Ele ficou irritado, o que me deixou mais feliz até que abriu a boca.

– Nada demais, apenas acho que Sirius deveria escolher melhor quem vai pegar. - Deu de ombros com um sorriso maléfico. Era uma droga como ele me tirava do sério com as suas respostar infames, como ele achava que era uma garota desse tipo? E eu, para variar, disse a primeira coisa que me veio a cabeça:

– Ficou com ciúmes? - Mordi o lábio inferior me concentrando para não rir da sua cara de panaca naquela hora, pouquíssimas vezes conseguiam fazer isso com ele. Sirius também tinha uma cara hilária, como se não quisesse rir do amigo e Peter soltava gargalhadas abafadas. Me senti poderosa até que ele conseguiu voltar com a sua cara de prepotente.

– Bom, não tem como ter ciúmes de um fósforo aceso como você. - Disse infantil como sempre, rolei os olhos mas já estava irritada com aquela picuinha toda.

– Fósforo é o cacete! - Xinguei. Eu sei que isso não é adequado, mas quando se anda muito com Marlene é isso que se aprende. - Aliás, não é você que vive me chamando para sair? - QUEM ESTÁ COM A MELHOR? EM? EM? ISSO MESMO, EUZINHA.

– Pessoas como eu precisam de alguém para atormentar e você, como o babaca do Ranhoso, é uma mera vítima. Sinto muito, pimenta. - Meu estomago embrulhou com aquelas palavras. Sirius tinha uma cara de desapontamento no rosto que não entendi. O que ele esperava? Que Potter deixasse de ser o idiota que é? Na verdade, no fundo também esperava por isso.

– Isso é mentira. - Disse em um tom baixo, porém sabia que ele tinha escutado.

– O que? - Pediu.

– Isso é mentira e eu aposto que faço você se apaixonar por mim. - Meu sorriso era confiante para ele, mas estava tremendo de raiva.

– Isso é uma aposta? - Perguntou interessado.

– Com certeza. - O lancei um olhar desafiador.

– E como você vai fazer isso? - Desdenhou.

– Bom, isso você vai descobrir mais tarde. - Fiz mistério, mas a verdade era que não fazia ideia.

– Nos vemos por ai então, Foguinho. - Piscou e saiu. Sendo seguido por Sirius e Peter.

– Depois disso, cheia de raiva e sem Potter bagunçando os meus pensamentos com o seu perfume delicioso, consegui pensar em como conseguiria ganhar essa aposta impossível (talvez não tanto, mas eu gosto de drama).

– Puta que pariu, Evans! - Marlene gritou. Não disse que era com ela que aprendia os xingamentos? Pois bem.

– Eu sei, eu sei. - Dei de ombros, relaxada.

– Gente eles vão se beijar! Dá pra acreditar nisso? - Lice dava pulinhos, como sempre.

– Morganinha, e o que você vai fazer pra… Bem, dar certo? Não acho que com uma maquiagem e cabelo bonito irá funcionar. - Doe, sempre realista.

– Concordo com a Dorcas, isso é loucura e você vai ser taxada de idiota porque pode ter certeza que ele já espalhou essa aposta por ai. - Lene disse olhando com um pouco de dó de mim, revirei os olhos.

– Deixem de ser pessimistas. A Lily vai sair de biquíni amanhã pra ir na festa do lago e ele vai ver a gostosura que a minha ruiva é… - Ia concordar, mas Lice falando desse jeito me fez lembrar de que ela queria namorar comigo. Socorro.

– Meninas relaxem, eu vou fazer uma poção. - Vi que na cara das três se passaram vários sentimentos diferentes, desde susto até raiva.

– Lily, isso não é trapaça? - Doe perguntou.

– A vida do Potter é uma trapaça, uma a mais não fará diferença. - Sorri, até que enfim usaria meu dom de poções para alguma coisa.

– Qual poção? Quando? Como? - Lene me bombardeou de perguntas, não tinha pensado muito sobre essas coisas apenas em…

– Amortentia. Para a Festa do Lago. Não sei. - Franzi o cenho. - Estava esperando uma ajudinha de vocês…

– As vezes eu fico me perguntando como não foi parar na Sonserina. - Alice riu. - Vou te ajudar!

– Também. - Dorcas disse depois de um suspiro. Marlene não falou nada, mas sabia que ela participaria.

**

Hoje era o dia da festa e eu estava um pouco nervosa, não porque minha poção poderia não dar certo mas sim como as coisas aconteceriam. Não gostava de não saber as coisas.

também estava bastante cansada, tinha gasto um bom tempo e poderia dizer que parte de mim mesma para preparar aquela poção. Nunca me esforcei tanto.

Tive que ter muita força de vontade para não abortar plano e ficar dormindo porém seria um prazer ter James na minha mão, correndo atrás de mim, implorando por um beijo meu. Saí do dormitório em direção ao banheiro do terceiro andar, aonde iria buscar a poção, tão focada no pensamento de ganhar a aposta que nem percebi quando trombei com alguém. Iria pedir desculpas mas quando percebi que era um dos Minhocas - diga-se Sonserinos. - apenas me calei. Olhando para a garota que me lembrava se chamar Mary de cima a baixo, como a mesma fazia comigo. Me lembrava que namorava Malfoy.

– Olha por onde anda, sangue-ruim. - Disse irritada. Quem deveria estar irritada era eu por ser chamada desse nome hediondo, lhe lancei um olhar mortal.

– Cuidado para não se envenenar mordendo essa sua língua de cobra. - Pisquei enquanto voltava a andar.

O banheiro do terceiro andar era o qual a Murta “morava” e foi aonde fiz a poção. Sei que é bastante clichê mas foi o primeiro lugar que pensei. E sim, a Murta falou comigo, e muito. Mas algumas situações merecem atitudes drásticas.

Quando voltei lá, Murta não estava e pude suspirar aliviada. Fui até a última cabine aonde tinha deixado o caldeirão e peguei uma ampola do meu bolso e a enchi com o líquido perolado, a voltando depois para o meu bolso.

*

A festa já estava bastante cheia e o calor intenso. Meninos andavam sem camisa e meninas mantinham apenas seus biquínis. Eu podia ver que ali existia bebida alcoólica, Firewhisky suponho. Algumas pessoas nadavam no lago e outras aproveitavam a música alta que tocava. Nunca entendi como Dumbledore permitia esse tipo de coisa, francamente.

Estava indo em direção ao Potter com um copo de cerveja amanteigada já com a poção, as meninas me desejaram sorte. Tentava não ter a expressão maldosa na face mas era inevitável. Cheguei e me apoiei no ombro de Potter, então disse:

– Aceita uma bebida, querido? - Disse tentando passar a impressão que estava seduzindo.

– Claro, mas não é se fazendo de garçonete que vai me conquistar. - Estendi o copo a Potter, e o mesmo aceitou com um olhar desconfiado. Levou o copo para perto do nariz e cheirou a bebida. - Sinto um pouco o cheiro de melancia. - Por um momento meu coração se esquentou, meu cabelo tinha cheiro de melancia. No livro sobre a receita dizia que para cada pessoa a poção tinha um cheiro diferente para cada coisa que gostava, mas ele gostar de melancia deveria ser por outra causa, a fruta mesmo. Não tinha porquê Potter saber o cheiro do meu cabelo.

– Não reclama e toma logo. - Ralhei impaciente. Ele olhou para mim com os olhos semicerrados mas tomou mesmo assim. Abri um sorriso enquanto o via bebendo. Como quando a madrasta da Branca de Neve vê a mesma mordendo a maçã, sabe? Então. Depois dele ter bebido um tanto considerável do copo eu só faltava dar pulinhos como Alice, mas não o fiz.

– Que cara é essa, Evans? - Ele me analisava e quando percebi isso corei. Ele ficava bonito assim, com um sorriso querendo aparecer.

– Nada, querido. - Coloquei a mão em seu ombro e pensei seriamente em a deslizar pelo seu peito mas Sirius apareceu -molhado por ter pulado no lago.- nesse momento.

– O que você está fazendo com o meu boy, Pimenta? - Arqueou a sobrancelha e eu tirei a mão do futuro apaixonado. - Cheguei primeiro, roda piranha. - Disse afetado e depois riu acompanhado de mim.

– Ele é todo seu. - Pelo menos por enquanto, pensei. - A gente se vê. - Acenei dando um sorriso sedutor (espero) e sai andando atrás das minhas amigas.

*

– Como foi? - As três perguntaram ao mesmo tempo.

– Ele caiu feito um patinho. - Falei aliviada, agora era só esperar.

– Eu estou doida pra ver ele correndo atrás de você! Eu sei que sou amiga dele, mas depois do que ele falou pra você ta merecendo sofrer. Um vacilão. - Lene assumiu. - Bom meninas, tem um gatinho que suponho ser da Lufa-Lufa olhando pra mim. Vou lá ver o que ele quer. - Riu e jogou seus cabelos negros para trás, indo em direção do suposto Lufano.

Conversei um pouco com as meninas enquanto bebia uma cerveja amanteigada, estava um pouco ansiosa com o que aconteceria. Ele iria me beijar? Dizer que me ama? Seria bem constrangedor, mas iria adorar. Não percebi, mas quando voltei dos meus devaneios Alice e Dorcas tinham desaparecido, dei de ombros continuando a beber.

– EVANS! - Meu corpo todo se arrepiou ao ouvir a sua voz daquele jeito. - O que você fez com o meu amigo?! - Perguntou Sirius enquanto trazia um James sorridente consigo.

– LÍRIO! - O garoto de cabelos bagunçados quis vir correndo até mim mas Sirius o segurou. Eu estava espantada, admito. - Você está tão linda quanto nos outros dias, sabia? Gosto quando está vestida com o uniforme mas esse vestido florido é muito sensual. Realça seus olhos. - Falou quando chegou mais perto.

– Ele estava quase beijando Emme Vance quando praticamente parou tudo e disse o seu nome e “o quanto você era quente”. Emme Vance, Lily! Ela é muito gostosa. - Sirius parecia choramingar, mas eu estava muito feliz. - Ela deu um tapa na cara dele, olha isso! - Virou o rosto dele e lá pude ver uma marca de mão. Ai.

– Não se preocupe, Lírio. Tudo melhora quando você está perto. - Deu um sorriso sedutor e me senti avermelhar.

– Ele está bêbado, Sirius. Só isso. - Inventei, nunca que diria que era uma poção. O cachorro deu risada.

– Ele pode estar tudo, menos bêbado. - Disse com veemência. - Prongs é quase mais forte para bebida que eu.

– Bom, eu não tenho nada a ver com isso. - Menti, já irritada.

– Pode apostar que voc… - Ele iria terminar de falar mas Potter se desprendeu do amigo e voou em minha direção. Foi tudo tão rápido que quando percebi sua boca já estava na minha e tudo parecia estar girando, só tive tempo de passar meus braços por cima de seus ombros antes de aprofundar o beijo.

– Mas… O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - O grito de Sirius era mais forte que de uma mandrágora, porém não me importei muito já que estava ocupada demais beijando Potter. O idiota beijava muito bem e mesmo precisando me afastar para poder respirar não o queria fazer. Contudo Potter o fez por mim, me olhando com aqueles olhos castanhos esverdeados cheios de intensidade.

– Sempre quis sentir o cheiro de melancia do seu cabelo mais de perto. - Afirmou e, se meu corpo já estava quente pelo dia de verão, agora entrava quase em combustão.

– Jura? - Perguntei com a voz rouca.

– É. Sou louco por você. - Queria pular em cima dele e dizer que correspondia, mas o plano era outro.

– É mesmo? E você pode dizer isso alto? - Sorri, ansiosa e me sentindo mal por aquilo. Pelo menos ele aprenderia a não mexer comigo, mesmo que custasse o romance que tinha em meus sonhos. O garoto assentiu, todo bobo enquanto subia em uma mesa próxima.

– Galera, eu tenho um comunicado! - Disse alto, chamando a atenção de várias pessoas próximas dali. - EU AMO A EVANS, LILY EVANS! - Abriu um sorriso feliz e eu também. - Agora eu posso ganhar mais um beijo? - Pediu manhoso e pulou da mesa, vindo em minha direção mas Sirius o segurou e foi ai que lembrei dele.

– Mas que porra, Lily! O que é tudo isso? Sei que sabe tão bem quanto eu que ele não falaria essas coisas. - Eu não sabia o que falar, James (isso mesmo, James. Deveríamos ter mais intimidade depois que trocamos saliva.) tentava se soltar enquanto eu abria e fechava a boca.

– Eu, eu… Ah Sirius. - um bolo subiu pela minha garanta, isso não era bom. - Eu… Ganhei a aposta. - Forcei um sorriso.

– Que apos… Lily Evans! - Tive a impressão que Sirius queria voar pra cima de mim. Bom, também queria me dar uns tapas. Droga Merlin! Por que estava arrependida?

– Sirius, o pior não é isso, é que... Eu trapaceei. - Disse com tom de arrependimento.

– Esta na cara que trapaceou. - Falou almofadinhas, mas pude ver que estava meio surpreso por ter ouvido essas palavras vindo de mim - O que você fez, Evans? - Nunca ouvi tanto meu sobrenome ser repetido em tão pouco tempo.

– Eu fiz uma… Amortentia. - sussurrei, mas ele ouviu.

– E o que é isso? - Me lembrei que Sirius não era tão inteligente nesse assunto.

– Poção do amor…- Falei olhando para meus pés.

– Lily… Você. Não. Fez. Isso. - Me olhou desacreditado.

– Fiz. - Fui direta.

– Agora você vai desfazer.

Não.

– Vai.

– Não vou, não.

– Ah, mas você vai. - Enquanto discutíamos James nos olhava confuso.

– Mas de que vocês estão falando? - Interrogou.

– Fica quieto, Potter. - Respondemos em uníssono.

– Sério Lily, olha pra ele. - Sirius se referiu ao amigo, exasperado. Olhei para James, e ele me olhava como se eu fosse um rio no deserto. Mas eu gostava do garoto assim, isso é maldade? - É maldade! - Sirius concordou

– Eu disse isso alto? - Agora os dois estavam confusos. - Esquece.

– Você sabe que isso não é certo, não é mesmo? - Eu sabia.

– Hm… - Não queria concordar, era orgulhosa demais para isso.

– E você vai achar o antídoto dessa poção, não vai? - Semicerrei os olhos para ele, não queria fazer isso. Lembrei de uma coisa que li no livro e resolvi contar para acalmar o cachorro.

– O efeito passa depois de um tempo… - Falei. - É melhor esperarmos. - Sirius me olhou torto mas sua expressão logo suavizou, passando para uma maliciosa.

– Ótimo, então cuide dele. - Empurrou o amigo até mim, que me abraçou.

– Eu não acho que... - Ia contestar mas Sirius logo me interrompeu.

– Você fez a cagada, você lide com ela. Eu vou ver se a Marlene vai conseguir resistir a mim hoje, passar bem. - E saiu, me deixando com um Potter apaixonado.

– E então, Lírio, o que faremos? - Desfez o abraço e sorriu pra mim e, por incrível que pareça, sorri de volta.

**

Correspondia o olhar de James franzindo o cenho, fazia um tempo que ele me encarava. Tinha resolvido que nos afastaríamos da agitação da festa e acabamos debaixo de uma árvore não muito longe dali. Ele estava menos estranho e exagerado que antes, mas mesmo assim continuava agindo como um bobo apaixonado. Não achei que iria gostar tanto.

– Sabe, quando você me olha assim fica enrugado bem aqui. - Levou o dedo até o meio das minhas sobrancelhas e sorriu. - É bonitinho. - Desceu o dedo por todo o meu nariz até passar pelos meus lábios. Depois de ver como o encarava meio assustada tirou a mão, senti falta do seu toque no mesmo segundo.

– Mesmo? - Arquei a sobrancelha.

– Uhum, você faz essa mesma cara quando te irrito. - Chocada.

– Não acredito! E aquele papo de “eu ser uma mera vítima”? - Perguntei. Ele me encarou por um tempo como se pensasse no que responder. Mas no fim apenas disse:

– Esquece. - Falou e se deitou em meu colo. Queria saber quem deu a liberdade pra ele, mas não falei nada. Comecei a fazer cafuné nele, a décadas queria fazer isso. Ao contrário do que imaginava seus cabelos eram macios e gostosos quando passava entre os dedos. Queria que Potter fosse assim comigo sem a Amortentia, era por isso que estava arrependida. Poderia ser egoísta mas essa era a verdade. Não sabia a quanto tempo estávamos daquele jeito, mas quando dei por mim o sol quase se punha e ele estava com os olhos fechados, suspirando.

– Sabe Potter, estou mesmo arrependida do que fiz. Foi tudo muito impensado e eu… Só fiz. - Continuei com os carinhos mesmo com ele aparentemente dormindo. - Não tinha pensado que seria tão exagerado, mesmo que Slughorn tendo dito que era perigoso. Sou uma burra. - Rolei os olhos pra mim mesma. Ele não respondeu então continuei falando. - Só que você foi tão rude comigo e eu… Gosto de você. Meu orgulho foi ferido, sabe? - Suspirei. - De certa forma você ganhou a aposta, porque você só está encantado. O quão patético isso é? - Perguntei mais para mim mesma do que para ele, já que estava dormindo.

– Nem um pouco patético, Lily. - Ouvi James dizer, ele não estava dormindo? - Não posso concordar, pois você ganhou essa aposta a muito mais tempo, desde o quinto ano para ser mais específico. - Ele disse isso sério. Parecia que a tinha acabado o efeito da poção, mas isso deveria ser coisa da minha cabeça.

– Potter, você só está enfeitiçado. - Disse e em seguida ele abriu os olhos, nunca o vi me encarar tão sério.

– Acho que não, Ruiva. Na verdade voltei ao normal há um tempo, percebeu que não te ataquei? Mas não é sempre que se recebe o cafuné de uma esquentadinha, então resolvi ficar na minha. - Abriu um sorriso ladino.

– Muito esperto você. - Espera, então ele ouviu eu dizendo que gostava dele? Meu coração acelerou. - Potter você é um idiota! - Ralhei.

– Olha ai a cara bonitinha de novo. Adoro você estressada. - Continuou sorrindo. - E vermelha. - Completou.

– Babaca, sai de cima de mim.

– Não, mesmo. Raio de Sol, o que aconteceu com o “gosto de você”? - Não sabia se beijava ou gritava com ele. - E sobre ontem: eu estava morrendo de ciúmes.

– Ahn? - Potter me deixava meio lerda, era aquele perfume.

– Você e Sirius… Não é sempre que você resolve ser civilizada, ficou de muita conversinha com ele. E aquele papo de Pimenta? Ridículo. - Reclamou. Meu Merlin, James estava com ciúmes de mim! Inacreditável.

– Então você… - Ia começar a falar porém Potter me interrompeu.

– Exato, eu gosto de você também. O que você achou quando eu disse que você já tinha ganhado a aposta a muito tempo? - Rolou os olhos. - Francamente, mulher, como você é a melhor aluna do nosso ano? - Mostrei a língua, então ele gostava de mim…

– Eu sou um gênio, só sou humilde. - Brinquei.

– Ata, pode não parecer mas você é farinha do mesmo saco que o meu. De humilde não tem nada. - Caçoou.

– Potter eu gosto de você, mas não força. - Dei um peteleco em seu nariz.

– Por falar em gostar, eu estava pensando em uma coisa aqui… - Soltei uma risada anasalada.

– E você pensa? Essa é novidade. - Me lançou um olhar ofendido.

– Grossa. - Ri de canto.

– Se acostume. - Passei uma mecha do meu cabelo para atrás da orelha.

– Então vamos ter mais dessas conversas? - Sorriu malicioso.

– Por mim… - Corei. - Mas enfim, estava pensando em que? - Perguntei para mudar de assunto.

– Em quando vamos nos beijar. - Disse direto. Ele acha que eu sou o que?

– Você acha que eu sou o que por acaso? - Perguntei.

– Um belo par de lábios? - Escancarei a boca. - Mentira, Mozão.

– Mozão?

– Posso te chamar de Mozão?

– Não.

– Paixão?

– Também não.

– Desisto. E o beijo? - Pediu de novo.

– Aqui. - Não me julguem, também queria beijá-lo. Abaixei minha cabeça, aproximando meus lábios dos seus. Senti sua respiração quente e sorri, beijar James Potter tinha virado um dos meus esportes favoritos. Ele acabou com o espaço entre nós, juntando nossos lábios.

– Lily até que enfim te achei! Você tem que ver o que ta rolando na festa, a Lene pegou o Sirius de jeito! - Uma Alice um pouco, diga-se bastante, alterada caminhava até nós. Separei nossas bocas e olhei para minha amiga corando. - Opa! Vou deixar vocês a sós mas nossa James, não precisa desse olhar mortal pra cima de mim! Rabugento. - E ela saiu, meio correndo e totalmente tropeçando.

Depois desse ocorrido nos beijamos mais um pouco e trocamos piadinhas, estava sendo bastante peculiar para nós dois. Depois de seis anos brigando isso é um avanço e tanto para nós, aquele verão estava mesmo sendo incrível.

Agora nos encontrávamos abraçados assistindo o pôr do sol. Pode ser bastante piegas mas parecia que várias coisas que gostava de fazer ficaria muito mais melhores com ele.

– Já sei! - Gritou animado.

– O que, James? - O olhei interessada.

– Vou te chamar de Lily Potter. - Me sentei também, ficando da mesma altura que ele.

– Querido… Só cale a boca, tudo bem? - E o puxei para um beijo, debaixo de um céu colorido de verão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero saber o que acharam, então deixem comentários!! Vou adorar lê-los.