Sunshine escrita por Woodsday


Capítulo 1
Despertando.




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Continuei em silêncio fitando a escuridão a minha frente, porque ridiculamente, eu me sentia mais familiarizada com ela. Eu me sentia exatamente assim, escura e oca por dentro.

— Bella? — Era Edward. Porque ele não ia embora? Foi tão fácil da primeira vez. Eu queria que ele fosse embora, ou melhor, eu queria que ele nunca tivesse ido embora, mas era tarde demais. Edward havia partido, e então, havia voltado alegando me amar. E parte de mim queria correr para seus braços, mas a outra, a maior parte, a parte arrogante, covarde, a parte lógica, me fez ficar ali, sentada em posição de índio olhando fixamente para a parede escura de meu quarto. Inevitavelmente, as coisas não eram mais as mesmas, eu não era mais a mesma, e a parte de mim que amava Edward desejava loucamente que sua presença fosse o bastante, mas não era. Toda a dor, ainda parecia uma cicatriz presente, como se me jogasse na cara em letras grandes e vermelhas de como foi a queda e do quanto a mesma doeu.

— Bella... — Ele tentou novamente, e parte de mim me condenou por estar o fazendo sofrer, mais essa parte era pequena demais. — Eu... — Eu? Eu? Eu sentia vontade de tapar meus ouvidos, e nunca eu havia tido uma reação dessa à Edward, mas eu estava tendo, e tudo o que preenchia minha mente eram sorrisos, sorrisos avermelhados, com dentes brancos e perfeitos, o sorriso do meu sol, meu lobo. Eu o havia deixado, o deixado implorando para que não partisse. Como pude ser tão horrível? Como pude magoá-lo quando tentava fazer a coisa certa? Edward estava morrendo, eu não poderia ter tomado uma decisão diferente, não era justo, não com Edward e não com os Cullens. E agora havia a maldita promessa de Alice, eu seria uma imortal, e ironicamente, isso não me parecia tão atraente agora, meu sol me odiaria, odiaria o que me tornarei, odiaria por ido até lá, por tê-lo deixado e ido até minha morte, por ter mesmo que inconscientemente escolhido Edward. Eu sentia meu mundo ruindo a baixo, e a dor da partida de Edward não parecia nada com a dor possibilidade de Jacob me odiar um dia, quando foi que Jacob se tornou mais para mim que Edward? Porque eu havia renegado isso por tanto tempo? Eu era burra, uma completa estúpida, e agora diante de minha inevitável morte eu havia descoberto que amava Jacob. Eu amava meu sol mais do julguei ser possível, quando foi que isso aconteceu? Quando foi que Jake passou de meu melhor amigo para algo como"o amor da minha vida"? Eu não sabia.

Senti Edward sair de minha cama, e em seguida Charlie abrir a porta do quarto levemente, desviei meus olhos da parede para meu pai preocupado, olhando-me apreensivamente. Quantas pessoas mais eu machucaria por causa de Edward?

— Bom dia pai. — Minha voz estava rouca, mas eu sorri. Charlie arregalou os olhos e apoiou-se ao batente da porta, enquanto me analisava.

Ele havia começado um romance com Sue há alguns meses, mas eu estava catatônica demais para prestar atenção nas mudanças que isso havia proporcionado a Charlie, ele estava mais leve, mais divertido, um Charlie que eu realmente não conhecia, talvez fosse o efeito La Push sobre as pessoas.

— Você me deu um susto garota. Não faça mais isso. — Charlie tentava falar seriamente, mas no final da frase ele sorriu e o seu bigode fez uma certa curva, fazendo-me soltar um leve riso baixo.

— Desculpe pai, prometo que quando fugir para outro estado, vou avisa-lo com antecedência.

— Vai me deixar mais velho do que já estou Bells. — Charlie riu, e endireitou-se, me olhando atentamente. — Estou indo para La Push. Quer vir? — Meu pai, surpreendentemente, me conhecia incrivelmente bem, olhei-o por um momento com o coração apertado, Jacob iria me querer em sua casa? Depois do modo como sai o deixando dolorosamente para trás? — Estou esperando lá em baixo. — Fechou a porta sem me deixar responder.

Mordi os lábios com força, e sai correndo da cama a procura de roupas decentes. Se Jacob não me quisesse, então eu voltaria embora, mas caso ele pudesse me perdoar, então eu não sairia mais de seu lado. Edward não se encontrava mais no quarto, e fiquei aliviada por isso, eu não queria ter que encara-lo. Sabia que estava o magoando, mas inevitavelmente as coisas não eram mais como antes, eu não era mais a Bella do Edward, era a Bella do Jacob agora. E esperava que fosse assim por muito tempo.


La Push, eu sentia falta daqui, era como uma segunda casa, talvez pudéssemos nos mudar para cá quando Charlie e Sue se casassem, e então Seth e Leah seriam meus meio irmãos, incrível como a possibilidade me animou, não que eu não considerasse Seth como meu irmão mais novo, mas irmãos, morando juntos comigo, parecia muito divertido. E Leah, talvez me aceitasse então e eu deixasse de ser a "albina" para ela. Charlie parou a viatura em frente a casinha vermelha em que passei muitos de meus últimos dias, meu nervosismo aumentou ainda mais, eu quase podia ouvir meu sangue bombeando no peito fazendo meu coração quase saltar para fora da boca, — como se eu estivesse correndo uma maratona —, seria possível ele bater mais forte? E então para meu alivio e desapontamento, quem saiu não foi meu sol, e sim seu pai. Tentei controlar minha cara de decepção enquanto cumprimentava Billy com um sorriso amarelo, me segurando para não perguntar onde Jake estava.

— Bella, pare de roer os dedos, tenho certeza que logo ele estará aqui. — Encarei meu pai de olhos arregalados, como ele sabia?

— Não sei do que está falando pai. — Desconversei, e avisei a ele que iria até a praia. Charlie assentiu com um sorriso um tanto estranho que eu fiz questão de ignorar. Jake sabia que eu viria, certamente não queria me ver, eu podia lidar com isso.

Mentirosa, mentirosa, era isso que eu era. Ridícula, não conseguia mentir para os outros, tão pouco o conseguiria para mim mesma! É claro que eu não podia lidar com isso, jamais poderia. Sentei ali no nosso tronco, enquanto torcia meus dedos nervosamente sobre o colo. Eu poderia ir até Jake, e contar minha recém descoberta, mesmo correndo o risco dele me dizer que nada disso importa mais, e que ele desistiu de mim como eu mandei que desistisse. Mas eu era tola o bastante para me agarrar a esperança que de Jacob me amava, de que ele ainda não havia desistido de mim, eu não era mais um carro com defeito que nunca seria concertado, era só um carro arranhado, em perfeito estado, porém, arranhado.

Levantei-me do tronco pronta para interrogar Billy, nem que fosse sob tortura sobre onde meu sol estava, mas antes mesmo que atingisse o primeiro passo do meu objetivo dei de cara em algo quente e deliciosamente macio. Meu coração voltou a disparar, e eu senti as mãos grandes e quentes segurando-me pela cintura.

— Jake... — Sussurrei antes de cair em um abismo de lágrimas e literalmente me jogar em seus braços agarrando sua cintura, já que eu era muito pequena perto de Jake.

Jacob permaneceu estático por um momentos, os braços ainda em minha cintura, e então depois de alguns segundos me apertou suavemente contra si. E eu chorei ainda mais, por finalmente estar por perto dele, por estar matando a saudade que me consumia aos poucos sem ao menos eu me dar conta, e por mesmo que Jacob não tivesse me perdoado, eu estivesse ali, seguramente presa entre seus braços.

— Shii Bells... tudo bem. — Ele afagava meus cabelos, e sua voz rouca soava abafada por estar entre o vão do meu pescoço. O hálito quente em minha pele não coberta pela leve blusa de mangas deixou-me arrepiada, e eu pude ouvir o riso satisfeito de Jacob. Cravei minhas unhas em suas costas e ele gemeu. — Ai Bells, isso dói sabia?

Revirei os olhos para ele, é claro que não doía, ele era um lobo.

— Senti sua falta, Bella. — Ele se aproximou novamente, segurando meu rosto entre suas mãos, me causando a tão conhecida e amada sensação de calor e formigamento.

Respirei fundo reunindo as palavras que já se encontravam na ponta da língua, não ajudou muito, o cheiro de Jacob me invadiu deixando-me tonta por momento. Balancei a cabeça levemente controlando a vontade absurda de pular em seus braços e quebrar a distancia incomoda entre nós dois. Olhei em seus olhos, negros e profundos, apaixonantes. Conclui.

— Eu amo você Jacob. — Minha voz saiu alta, firme, e direta. Eu o amava infinitamente. Continuei fitando seus olhos, que agora possuíam um brilho que me era estranho, mas deixava-o tão mais lindo! — Eu amo você Jake, como nunca amei Edward, ou como sonhei amar qualquer outro, eu estou reagindo a você como nunca reagi a ninguém, e eu espero que você me aceite, ou eu não poderei mais viver em paz sabendo que o perdi, eu amo mesmo você Jake, e eu espero que você não tenha desistido de mim, e que possa me perdoar por ser tão cega e ridícula...

Fui interrompida pelos lábios de Jacob, meu coração, que eu achava impossível acelerar mais, agora quase pulava fora do peito, porque Jacob estava aqui, beijando-me, e somente isso me importava, o sabor de sua boca, o incrível perfume sua pele, e a força de seus braços envolvendo minha cintura, apertando-me contra sua pele quente exposta pela falta de camisa. Fechei meus olhos, e levei minhas mãos para seu cabelo, enterrando meus dedos ali, tentando manter a estabilidade de meu corpo, Jacob mordia meu lábio inferior, e eu soltei um gemido e isso o incentivou a invadir minha boca com a língua, Deus! Acho que eu nunca havia sido beijada desse modo, não por Edward, não por ninguém, eu era ridiculamente inexperiente, mas Jake não parecia se importar com isso já que nossas línguas agora pareciam querer possuir uma a outra. Pressionei meu quadril ao dele em busca de mais contato, e pude sentir o leve aperto de sua mão em uma de minhas coxas, no segundo seguinte minhas pernas já estavam rodeando sua cintura enquanto ele sustentava meu peso firmemente com as mãos em minhas coxas, o tecido do jeans, agora parecia fino e grosso demais, fino para barrar o calor de Jacob, e grosso demais para meu desgosto, ofeguei quando nos faltou ar e os lábios de Jacob passaram de minha boca, para meu queixo, e então para meu pescoço exposto. Cravei minhas unhas em seu ombro, e Jacob soltou um sol gutural como um rosnado, arfei mais uma vez, não pelos beijos e mordidas de Jake, mas sim por como eu estava reagindo ao meu sol, e isso o fez se afastar para me olhar, não consegui deixar de gemer em desagrado, eu o queria, e o pensamento era atordoante, e exitante.

Ele deu um sorriso, não era o meu sorriso, era um sorriso safado, cheio de segundas intenções, e eu vi que gostava desse sorriso também. Eu sorri olhando seus olhos mais negros que habitualmente, e me senti satisfeita com esse fato, eu suspirei, ainda em seu colo com nossas testas coladas, ofegante e certamente corada e de lábios inchados.

— Eu te amo Bells, sempre. — Ele sussurrou roucamente, e meu coração já completamente louco, parecia dançar dentro do meu peito. Senti meus olhos marejarem, e segurei seu rosto distribuindo beijos por seu nariz, olhos, bochechas, testa, queixo, e por fim, um selinho demorado em seus lábios.

— Obrigada por me amar Jake.

— De nada Bells. — Jake sorriu brincalhão para então seu rosto ganhar uma expressão séria, e seus olhos parecerem preocupados. — E o sanguessuga Bella?

Eu havia me esquecido de Edward. Completamente. Desci do colo de Jacob, puxando-o para nossa árvore novamente, ele me seguiu sem questionar, porém, seus olhos diziam claramente que estavam avaliando-me.

— Eu amo Edward Jake. — Comecei, quando ele já estava sentado, e me puxou para seu colo. — Talvez eu sempre ame. — Suas feições se transformaram em doloridas e eu praguejei mentalmente por isso. Ótima maneira de começar Bella!— Espere, me deixe terminar. — Segurei seu rosto, mantendo nossos olhares conectados. — Mas não é mais assim para mim Jake, Edward faz parte do meu passado, e eu espero realmente que ele possa ser feliz como eu estou sendo agora em seus braços, pois eu sempre vou ter um carinho imenso por ele e por todos os Cullens. — Suspirei. — Eles são a minha família Jake, mas você é o amor da minha vida. — Eu sorri esperando que ele pudesse ver a verdade em meus olhos. — Eu sou sua Jacob.

Jacob sorriu amplamente, e eu retribui como um comando automático, ele retirou minhas mãos que pousavam em suas bochechas, beijando cada uma delas com extrema delicadeza e ternura.

— E eu sempre serei seu Isabella.

A voz rouca e baixa de Jacob soou como uma promessa, e eu desejei com todo o meu ser, que fosse assim para sempre, que todos os espíritos guerreiros de La Push, atendessem o meu pedido silencioso, ou então, como um velho clichê, nada mais faria sentido.


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Notas finais do capítulo

Bem, isso é tudo pessoal! (Ou não, mas no momento, sim .q)



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