E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 46
Epílogo




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Theodore adorava observar Hermione se vestindo, a forma que os tecidos tocavam a pele macia e encaixavam-se nas curvas perfeitas de seu corpo feminino lhe deixavam no mínimo extasiado. Mas naquela tarde, Hermione trancou-se no quarto de hóspedes, carregando com si tudo o que precisava para arrumar-se.

— Por que está fugindo de mim? — Perguntou com o ouvido grudada na porta, esperando uma resposta positiva que deixasse-o entrar e vê-la naquele ritual.

— Porque preciso estar perfeita e você vai atrapalhar. — A voz de Hermione saiu abafada pela porta que os separava. — Além disso, tenho muito trabalho a fazer com meu cabelo e tenho certeza que o cheiro dessa poção irritaria seu nariz!

Theodore riu.

— Eu poderia dar minha opinião masculina sobre seu vestido, o qual você não me deixou ver se combina com a gravata que escolhi! — Retrucou mesmo sabendo que não venceria a discussão, mas sabia que a faria rir.

— Sua gravata borboleta é preta como de todos os outros homens que estarão lá, e acredite, vai combinar. Agora, posso terminar de me vestir? — Perguntou e Theodore ouviu um baque, alguma coisa devia ter caído.

— Está nua?

— Theodore Nott! — Ralhou com firmeza e ouviu de dentro do quarto Theo gargalhar enquanto afastava-se com passos firmes pelo corredor.

O vestido que escolhera estava pendurado ao lado do espelho, a maquiagem espalhada em um penteadeira assim como pentes e um frasco vazio da mesma poção que usara no baile do torneio tribruxo.

Depois de algumas horas puxando mechas para cima, alisando as laterais do cabelo e trançando-o, Hermione terminou o penteado. Devia haver feitiços para ocasiões como aquela, era tão cansativo que seu pulso latejava só de pensar o que aconteceria se um fio saísse do lugar e tivesse de arrumá-lo novamente.

— Vou deixar a gravata para você! — Theodore passou pelo quarto e gritou.

Sabia que Hermione adorava ajeitar suas gravatas, e amava quando ela o fazia. Adorava a delicadeza e velocidade dos dedos, tramando o tecido até que formassem o nó perfeito.

O vestido de Hermione era de um azul marinho que parecia-se com azul da Prússia — escuro como a noite estrelada, já que brilhava como mil estrelas no céu. Não possuía mangas para segurá-lo, mas para isso Hermione vestiu um espartilho apertado que deixou tudo sem eu devido lugar. A echarpe de tule azul cobria seus ombros e a protegia do frio, mesmo que minimamente.

Saiu do quarto assim que terminou de pintar os lábios de vermelho vivo.

Theodore a esperava no fim da escada e não conteve a reação ao vê-la, da mesma forma que admirou-a durante todo o baile no quarto ano. A diferença era que dessa vez levaria a garota bonita, alguém de quem gostava, sua noiva.

— Está tão ruim assim? — Perguntou quando chegou no último degrau.

Theo suspirou e soltou um longo assovio.

— Se eu disser que está linda seria uma mentira... Existe algo mais que perfeito? — Perguntou aproximando-se sem desgrudar os olhos de Hermione. — Você está inexplicável, Hermione!

— Você também não está nada mal, mas essa gravata...

Deixou a bolsa sobre o braço do sofá e esticou-se até Theodore para ajeitar a gravata borboleta como havia prometido fazer. O nó era simples, mas Theo insistia que se o fizesse daria errado e amassaria o tecido, então, deixava-a preparada em volta do pescoço à espera das mãos ágeis de Hermione.

— Prontinho. — Com duas batidinhas no peito da rapaz, que segurou-a pela mão.

— Comprei uma coisa para você, devia ter lhe dado quando a pedi em casamento. — Explicou e lentamente tirou uma caixinha de veludo do bolso da calça. — Espero que goste.

A aliança era fina e delicada, uma linha dourada entrelaçava-se na prateada, formando a circunferência mais perfeita que Hermione já vira. Esticou a mão e deixou Theo posicionar o anel em seu dedo, assim que encaixado no dedo, analisou a peça. Sorriu agradecida e beijou-o. 

Ao separarem-se, Theo produziu uma careta.

— O que foi? — Perguntou ajeitando a echarpe nos ombros, precisava cobrir-se até chegar ao Ministério, lá, provavelmente o clima estaria um pouco mais aquecido.

— Seu batom, gosto quando lhe beijo e borro tudo, mas nem parece que...

— Usei um feitiço! — Explicou satisfeita, tocando os cantos dos lábios como se limpasse qualquer sujeirinha indesejada. — Prometo que quando voltarmos, o efeito já terá passado e vou adorar que borre meu batom.

Theo segurou-lhe a cintura e sorriu. Estava em seus planos tirar não só o batom dos lábios de Hermione.

— Vamos lá! — Sendo o dono da casa, segurou-a com firmeza e aparatou diretamente ao lado de uma cabine telefônica no centro de Londres.

Entraram juntos na cabine e Hermione discou os números. Uma voz suave e feminina pediu a identificação e assim que a recebeu, a cabine começou a mover-se para baixo como um elevador.

O átrio fora escolhido como salão de festas, havia mesas espalhadas em todos os cantos, um palco fora montado próximo aos elevadores, uma banda tocava música clássica com toda a suavidade possível e bruxos em seus melhores trajes circulavam pelo salão. Alguns dançavam lentamente, tal como Harry e Gina.

— Senhorita Granger? — Um rapaz chamou e entregou um cartão, o qual continha o número da mesa que fora designada.

Ficou aliviada ao ver que se sentaria com seus amigos.

— Que tal uma dança? — Theodore fez um galanteio como num livro de reis e rainhas, Hermione produziu uma mesura e acompanhou-o até a pista.

Diferente dos outros casais, seus corpos tocavam-se como se não pudessem dançar de outra forma, e mexiam-se simultaneamente. Os passos tão perfeitos e sincronizados chamavam atenção de quem apenas observava, os olhos fixos um nos outros, como se conversassem entre si. Os sorrisos, porém, diziam coisas diferentes: Theodore exibia um sorriso ladino, orgulhoso exibia-se para o outros. Hermione alternava entre o sorriso misterioso e sensual com o riso alegre.

— Obrigada! — Disse Hermione inesperadamente.

— Pelo o quê? — Theo sorriu e deixou por um breve momento que alguns centímetros nascessem entre seus corpos.

— Por ter ido me buscar na floresta e me ajudar a levantar. — O espaço tornou-se nulo novamente quando Theo suspirou e apertou-a.

Selou seus lábios num beijo rápido, mas que entregou à Hermione uma resposta.

A música lenta os levava para um mundo apenas deles, onde podiam se movimentar e viver sem medo. Onde dançavam tão colados que parecia indecente senão fosse toda a paixão que exalava como um aroma inebriante.

— Posso dançar com a senhorita Granger? Ainda espero conquista-la!

Theodore virou-se com cara de poucos amigos, mas ao ver Blásio Zabini sorrindo apenas riu abraçou o amigo. Hermione imitou-o, apertando Blás com força.

— Não sabia que viria! — Comentou sorrindo, sentira falta de Blás como o bom amigo que fora nos momentos decisivos que passara.

— Nem eu, mas Draco disse que brigou com Astória e tinha um convite sobrando. — Explicou. — Mas ele não me convidou para dançar ainda, estou ficando desesperado!

Theo revirou os olhos e Hermione riu.

Gina abanava desesperadamente do outro lado do salão, ao seu lado estavam Harry, Rony e uma garota loira que parecia ter saída de uma revista de moda. Hermione pediu licença educadamente à Theo e Blás, seguindo diretamente até os amigos.

— Hermione! — Rony apressou-se até a amiga e abraçou-a, fazendo seus pés saírem do chão momentaneamente. — Gina disse que estava preocupada. Sinto muito não ter dado notícias, mas andei ocupado.

— Vejo o motivo. — Disse apontando com a cabeça para a garota loira que sorria timidamente, mas parecia desconfortável com a mostra de carinho. — Prazer, sou Hermione.

— Alicia. — Respondeu enrolando o braço em Rony que sorria cheio de si. — Soube que passou um tempo no hospital, espero que tenha se recuperado!

— Ah sim, estou melhor, muito obrigada. — Voltou-se para Harry que sorria sem jeito, enquanto Gina parecia emburrada.

Puxou então os dois para a mesa de bebidas e questionou-os:

— Por que aquela cara, Gina?

— Potter não pode resistir e foi correndo ajudar a Alicia a calçar o sapato que perdeu quando levantou-se, o príncipe encantado, não é? — Resmungou, servindo-se de suco de abóbora a contra gosto.

— A senhora Potter esquece que sou casado com ela... — Harry beijou a esposa na bochecha com carinho, esperando por uma reação emburrada. Amava provoca-la. — E que James precisa de um pai!

Hermione parou o taça alguns centímetros dos lábios.

— Quer dizer que vou ter um afilhado? James? — Harry concordou e recebeu as devidas felicitações de Hermione. — Estou tão feliz por vocês!

— Espero que em breve possamos ter um nosso, não é? — Theodore aproximou-se por trás e abraçou-a com um sorriso animado.

Gina apenas sorriu e devolveu a Harry a taça com suco.

— Já que vai se casar com a minha melhor amiga, nada mais justo que avaliar sua capacidade durante uma dança. — Agarrou Theo pela manga e arrastou-o para a pista.

Harry ofereceu sua mão para Hermione e sorriu timidamente.

— Ainda sou péssimo dançando, mas perdemos nossos pares...

Quando Harry disse que continuava péssimo, não estava brincando. Tentava acompanhar Hermione nos passos ritmados, mas estava com dificuldade de realizar os giros cadenciados pelas notas do violino. A amiga ria e deixava-se ser levada fora do ritmo, apenas por diversão.

— Aquela é a nova namorada do Rony? — Perguntou quando o casal passou abraçado em direção à mês de bebidas. — Por isso ele andava sumido?

— Exatamente. — Harry disse rindo, pois Rony estava de quatro pela garota. — Ele pediu alguns dias para que pudesse visita-la e se desculpar por alguma bobagem que havia feito. Me surpreenderia se não o fizesse, é do Rony de quem estamos falando!

Hermione riu.

— Theo e eu vamos viajar, voltaremos antes de James nascer, só precisamos de um tempo longe disso tudo. — Contou a Harry seus planos. — Vamos adiar o casamento, mas só por um tempo. Estou tão feliz, Harry.

— Posso ver, Hermione. — Sorriu e abraçou a amiga, parando a dança. — E fico feliz em saber disso, você merece. Assinarei suas férias e as de Theodore com o maior prazer, mas vou querer receber notícias toda a semana!

— Obrigada, Harry! — Abraçou-o novamente e de surpresa, foi puxada por Draco para um dança. — Onde está seu cavalheirismo?

— Sorria. — Murmurou bem a tempo de Hermione ser coberta por flashes das câmeras. — Blás está dizendo que viemos juntos, preciso aparecer ao lado de uma mulher.

— Uma mulher comprometida! Não sei se é esse tipo de imagem que vai querer para si. — Fingiu-se de brava, mas a verdade era que estava prestes a gargalhar. Imaginou Blásio e Draco dançando juntos e teve de se conter. — Blás está vindo na nossa direção, e não parece muito feliz.

— Poderia dançar com a senhorita Granger? Ela me deve uma dança! — Perguntou empurrando Draco para longe dos braços de Hermione, mas os dois pareciam rir. Deviam estar se divertindo juntos, provavelmente caçariam algumas garotas durante a noite.

A dança com Blás, porém, não durou muito. Theodore aproximou-se e tomou-a do amigo, aproximando Hermione de seu corpo.

— Por que todos os homens desse baile dançaram mais com você do que eu? — Reclamou, abafando a voz no pescoço de Hermione. — Não vejo a hora de leva-la para casa!

— Eu não voltaria para casa com nenhum deles! — Pararam por breves segundos com a dança, só para que pudessem trocar um beijo delicado e rápido.

***

O auge da festa foi quando o Ministro da Magia leu seu discurso parabenizando os heróis da guerra e homenageando aqueles que deram a vida pela paz e segurança. Harry abraçava Gina que deixava algumas lágrimas escorrerem pelo rosto, Fred devia estar em seus pensamento. Já Hermione apenas limpou a lágrima solitária que beirou seus olhos.

— Sente falta deles, não é? — Theo sussurrou em seu ouvido. — Seus pais, amigos...

— Sinto... Sinto muita saudade deles!

O baile ainda se estendeu madrugada à dentro. A banda tocava notas suaves nos instrumentos, somente para preencher o vazio do salão silencioso. Restara apenas alguns casais que bebiam e apreciavam a companhia um do outro, mas numa mesa do canto, as vozes soavam altas tal como as risadas.

Blás, Theodore e Draco contavam algumas das peripécias da adolescência, enquanto os Grifinórios e a namorada de Rony, Alicia, riam.

— Não se compara ao que vocês faziam, mas era divertido! — Blás comentou, apontando para o trio de outro que sorria.

Hermione passou os braços pelos ombros dos amigos e sorriu, não sentia-se daquela forma fazia muito tempo, estava feliz com a vida que conquistara ali em Londres, e estava ansiosa para descobrir o que ainda a esperava.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o final da nossa "Theomione" e quero agradecer à você leitor que acompanhou até aqui. Obrigada por todos os comentários, favoritos e recomendações!
Até uma próxima história!



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