E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 42
Capítulo quarenta e um




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Durante a aparatação Hermione mudou de destino, correndo risco de estrunchar no processo, mas pisou firme no centro de Londres sem dano algum. Não podia aparatar na casa de Theodore, seria ruim para os dois. Precisava de uma solução e rápido. Até que o estalo ecoou com força na sua cabeça.

Voltaria para casa.

Não havia mais aurors cuidando da casa de seus pais, a porta estava trancada assim como todas as janelas. Quem olhava, dizia apenas que os moradores haviam viajado ou não estavam. Hermione, porém, sabia que a história era completamente diferente.

Ajeitou a bolsa no ombro e entrou, os móveis estavam revirados, como imaginou. Os aurors haviam feito seu trabalho: revistaram a casa inteira. Ergueu a varinha e movimentou-a, levaria dias para ajeitar a casa inteira manualmente. Os feitiços, contudo, deixaram tudo onde devia em poucos minutos.

Sentou-se então no segundo degrau da escada, deixando sua mente vagar por tudo que havia acontecido desde que saíra da França.

Em que momento apaixonara-se? Quando resolveu mudar de cargo no Ministério? Quando começou a caçar um Comensal da Morte se nem era seu trabalho? Quando imaginou perder sua avó? Quando poderia sequer pensar em estar tão infinitamente ligada a alguém e ter um filho dessa mesma pessoa? Quando...?

Do lado de fora o céu mudava de cor, o azul claro mudara para tons de rosa e laranja, mas agora começara a transformar-se do roxo para o azul escuro da noite. A lua já posicionara-se, iluminando as ruas escuras.

Mas foram as duas batidas seguidas na porta da frente que lhe despertou do torpor.

Segurou a varinha com toda a força que foi capaz, a qual julgou ser insuficiente se tivesse que entrar em algum tipo de duelo. A porta abriu lentamente, fazendo com que as dobradiças rangessem impiedosamente, Hermione suspirou aliviada quando reconheceu o visitante e pôde baixar a varinha.

— Por que não voltou para casa? — Perguntou Theodore, direto. A voz estava desestabilizada.

Hermione riu anasalado. Como se estivesse ouvindo uma piada sem graça. Abriu os braços, indicando o lugar onde estavam.

— Estou em casa.

Theodore pareceu ter sido atingido por um tapa, mas não recuou.

— Por que não voltou para a nossa casa? — Frisou a frase.

— Eu precisava pensar e pensei que você quisesse, também! — Explicou, mexendo as mãos e braços exageradamente.

Estava nervosa, Theo notou.

— Eu não devia ter muito tempo para pensar, faço besteiras. — Murmurou. — Eu devia ter estado com você esse tempo todo, devia ter percebido...

— Devia? — Hermione já não era capaz de segurar as lágrimas, enquanto Theodore torcia para conseguisse segurar as suas. — A culpa é minha, toda minha. Eu suspeitava, já fazia algum tempo e mesmo assim, nem sequer cogitei a ideia de ficar onde estava e esperar por ajuda. Você não percebe? Tudo isso, foi culpa minha!

Theodore aproximou-se e tentou tocá-la, mas Hermione recuou como um animal ferido e assustado.

— Não é culpa sua. — Elevou a voz para tentar sobressair-se ao choro. — É minha!

E Hermione viu através das lágrimas que embaçavam sua visão, que Theodore chorava também.

— Eu estive tão obcecado, que não conseguia enxergar um palmo a frente. — Mesmo chorando era controlado, as lágrimas que escorreram já haviam desaparecido e sua respiração voltava ao normal. — Eu sabia que algo aconteceria naquele dia, mas preferi ficar e investigar.

— Era o seu trabalho. — Hermione passou a mão pelo rosto, sem cuidado algum. — Eu só me sinto... Péssima!

Theodore conseguiu tocá-la e segurou-a com mais firmeza do que achava ser capaz de fazer, Hermione precisava de apoio e por mais magoado que estivesse, estaria ao lado dela a todo o momento.

— Quando perguntei se queria ser minha noiva para que num futuro nos casássemos, eu falava sério. E não importa o que aconteça, ainda quero você do meu lado. — Secou gentilmente o rosto de Hermione, como se fosse feito da mais pura seda. — Não importa o que aconteça, certo?

Hermione levou tempo, mas levantou o rosto e olhou fixamente nos olhos de Theodore. Estavam escuros como sempre, assim como o cabelo bagunçado que jamais vira penteado por muito tempo. Assentiu timidamente e esboçou o melhor sorriso que podia.

— Sei que ainda dói pensar nisso. — Tocou-lhe o ventre carinhosamente e lembrou-se do quanto sentiu-se impotente quando soube. — Mas teremos outras chances, uma família grande, ou se quiser, apenas um.

Hermione soluçou em meio a um sorriso.

— Dois! — Disse e recebeu um beijo de Theodore.

Abraçou-o com força, como se todo milímetro que os separava fosse uma cratera. Precisava de Theodore perto, senti-lo e ouvi-lo. Não tinha duvidas de que queria casar-se com ele, era o homem da sua vida. E tinha a necessidade de tê-lo.

Separou seus corpos o mínimo, somente para beijá-lo com mais entusiasmo. E Theodore acompanhou-a imediatamente, colando-a em seu quadril como se fosse a última vez que fariam aquilo. Hermione suspirou e afastou-se quando Theo começou a puxar a barra de sua blusa para cima.

— Draco disse que preciso ter cuidado, mas que vai sumir... Um dia! — Falava da cicatriz avermelhada. — Vai ser apenas uma lembrança ruim.

Theo tocou a linha perfeita que era a marca, do mesmo modo que Hermione já fizera com suas costas diversas vezes. No final das contas, Nott ainda podia machuca-lo, a cicatriz em Hermione era a prova disso.

— Nott vai receber o beijo, o julgamento foi ontem à tarde. — Disse sem olhá-la, pois sabia que expressão encontraria. — Potter tentou apelar, mas o júri foi firme na decisão.

— Sinto muito. — Disse Hermione, tentando entender o que se passava com Theo.

— Não sinta. — Segurou-lhe o queixo com um sorriso indiferente nos lábios. — Eu não sinto!

Hermione anuiu, mesmo sabendo que aquilo era mentira. Ajeitou a roupa e esticou-se, até ficar na ponta dos pés, somente para beijá-lo novamente e passar os braços por seu pescoço. Havia tensão, sabia disso, mas ainda não sabia como exterminá-la.

— Vamos para casa. — Pediu Theo, salpicando beijos da bochecha até os lábios rosados da mulher em seus braços. — Sinto sua falta e sei que a culpa é minha por não tê-la ido visitar no Hospital, mas...

— Precisa de mim! — Completou.

Theodore já sentia-se fraco o suficiente por não ter tido coragem de ir ao St. Mungos durante todo o tempo que Hermione esteve lá. Um verdadeiro covarde, repetiu para si mesmo todas as noites. Tinha aquela mulher como o exemplo de força, e precisava dela.

Agora mais do que nunca.


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Notas finais do capítulo

Vou organizar isso aqui: capítulo novo toda a quarta! Porque é o meio da semana, e o dia em que assisto a Shadowhunters! :P
O que acharam do capítulo?? Eu disse que eles não brigariam!
Até



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