E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 41
Capítulo quarenta




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Sabia que o terror que sentia espalhar-se por todo seu corpo era fruto de um pesadelo, mas quando mãos seguravam-na contra o chão já não tinha tanta certeza assim. Hermione permaneceu entre a inconsciência e a consciência durante muito tempo, o qual não soube dizer com exatidão. Ouvia vozes e as reconhecia, mas não conseguia abrir os olhos, falar ou se movimentar.

Era uma tortura.

— Ela perdeu... Precisamos esperar...

— Sinto muito, Theo.

Hermione imaginou o que teria acontecido, provavelmente algo com Nott para estarem se desculpando com Theodore. Queria poder ao menos abraça-lo e dizer que estava ali, mas seu corpo não lhe obedecia.

Droga!

Conseguiu abrir os olhos dois dias depois, seu corpo, contudo, pareceu ter sido atingido por algo pontudo quando tentou se sentar. Jogou-se para trás e bufou, aquilo realmente doía. Levantou a cabeça e puxou a blusa para cima, precisava saber o que tanto lhe incomodava.

A linha fina estava ali, uma cicatriz da altura aproximada de três dedos unidos, a cor ainda vívida dizia com clareza que era recente. Lembrou-se da adaga na mão de Nott e de como se arrastou até o andar de cima, sentira tanto medo naquele momento.

— A cicatriz vai sumir depois de um tempo, me certifiquei disso. — Draco comentou. Estava escorado no batente da porta, como costumava fazer. — Parece que um hipogrifos te atropelou e olha que eu sei como é a sensação!

Hermione sorriu.

— Por que isto dói tanto? — Perguntou, apontando para a cicatriz. — Não me lembro de ter entrado tão fundo...

— Mas foi, Hermione. — Disse com severidade. — Foi difícil retirar a adaga e você ter se arrastado causou sérios danos. E antes que diga, eu teria feito a mesma coisa, mesmo não sendo a mais sensata!

— Onde está Theodore? — Perguntou, aceitando a resposta de Draco.

Drco aproximou-se com passos lentos e perfeitamente controlados.

— Ele está em casa, Hermione. — Disse quando chegara ao lado da cama. — Quando pretendia contar à ele que estava grávida?

Hermione arregalou os olhos e Draco notou que ela estava surpresa, talvez nem soubesse, mas foi a torção dos lábios que a entregou.

— Eu não tinha certeza, marquei os exames só não os tinha feito ainda. — Exclamou, a voz começando a ficar embargada e os olhos úmidos. — Eu... Eu perdi, não é?

Draco assentiu, fez o possível para curá-la sem interferir na gravidez, mas quando a poça de sangue se formou no colchão sabia que não tinha mais o que fazer. Explicou ao amigo a situação e este simplesmente disse que voltaria para casa, nem dera notícias desde então, mas a expressão em seu rosto quando virou-se era de desolação.

— Sinto muito, Hermione. — Suspirou pesarosamente. — Nós tentamos de tudo, mas a adaga atingiu... E eu não pude...

Hermione segurou-lhe a mão, como se entendesse e realmente compreendia. Para Draco era uma derrota, para também. Estava animada com a ideia de ser mãe, já imaginava o modo que contaria a Theodore, ele seria um ótimo pai, tinha jeito e tudo mais.

O sonho desmoronara como um castelo em ruínas.

— Você vai ficar bem? — Perguntou e aproveitou para acariciar o rosto de Hermione, a amiga estava sozinha e sentia vontade de buscar Theodore. Não era culpa dela.

— Vou sim. — Disse e com dificuldade virou-se, ficando de costas para Draco. — Obrigada por estar aqui.

Draco entendeu a mensagem silenciosa e afastou-se, deixando-a sozinha novamente, mas agora com sua própria dor.

As lágrimas correram livres pelo seu rosto assim que a porta se fechou, se culpou por ter sido tão impulsiva naquele momento quando deveria ter sido cuidadosa. Tinha suspeitas, podia estar grávida e não levou isso em consideração quando o atacou.

Burra, burra, burra!

Soluçou até tarde da noite, quando sentiu-se vazia.

Durante os dias que ficou ali não recebeu visita de Theodore, ele a ignorava e com razão, constatou Hermione numa das noites. Harry e Gina foram vê-la, a ruiva reclama que estava gorda e inchada, mas não tinha um mês de gravidez ainda. Rony visitou-a também, mais que qualquer um.

— Hoje vou passar a noite com você. — Disse sem jeito, esticando-se na poltrona. — E não tenta negar, sabemos que você está sozinha e triste.

Hermione sorriu.

— Desde quando Ronald Weasley entende de sentimentos?

— Desde que Hermione Granger começou a perseguir maníacos perseguidores sem chamar ajuda! — Respondeu com um sorriso.

—Isso me faz uma maníaca perseguidora também? — Sorriu lateralmente.

Rony assentiu e bocejou.

— Agora durma, perseguidora. — Rony ajeitou a coberta de lã sobre o corpo e virou o rosto.

Adormeceu em poucos minutos, quando Hermione levou pelo o menos mais uma hora para conseguir dormir.

Mais dois dias e já haviam entrado em fevereiro, e Hermione conseguia agora caminhar pelo quarto sem todos aqueles espasmos na lateral do corpo. A cicatriz sumiria, um dia, mas agora ainda riscava sua pele lembrando-a do que perdera naquele dia.

Theodore não dava notícias, sabia pelos amigos que ele estava trabalhando e já terminara todos os relatórios sobre o caso do pai, mas estava calado e não conversava sobre nada com ninguém.

Suspirou cansada.

— Preparada para sair daqui?

Draco entrara no quarto com uma prancheta metálica na mão, uma pena de faisão vermelha estava presa aos pergaminhos. Sorria discretamente, como costumava fazer quando estava na frente de outras pessoas.

— Mais do que preparada. — Sacudiu a cabeça, quase saltitou pelo quarto. Não aguentava mais usar aqueles aventais hospitalares, queria suas roupas e sua casa. Sua casa, não tinha certeza se voltaria para a casa dos seus pais ou para a de Theodore. Seria injusto com ele.

— Assine isso aqui. — Entregou a prancheta para Hermione, os pergaminhos tratavam-se da autorização de saída. — Potter trouxe suas roupas, estão naquele gaveta ali!

Apontou para a cômoda pequena ao lado da cama.

— Estarei no meu escritório, se quiser que eu a leve...

— Vou ficar bem, Draco! — Ele apenas assentiu em resposta e saiu do quarto.

As roupas de Hermione cheiravam à sabão e perfume masculino, o qual pertencia a Harry. Imaginava se o amigo usara alguma bolsa para carregar as roupas ou apenas trouxera em mãos, já sabia a resposta.

Vestiu-se com pressa, jogando o avental que usava em qualquer lugar do chão.

— Eu com certeza não vou sentir falta disso! — Deixou o quarto para trás e depois o Hospital.


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Notas finais do capítulo

Apesar das ameaças que recebi, resolvi não mudar o capítulo. Mas já digo, vai dar tudo certo!
Bom, agora vou procurar minha varinha... Espero que "Protego" seja o suficiente!
Até



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