E de repente... escrita por Amanda
Aurores haviam isolado a casa, e certificavam-se para que nenhum trouxa os visse ali. E durante toda a investigação Hermione permaneceu sentada na escada da varanda nos fundos da casa, olhando fixamente a fotografia da sua família.
Acariciou o rosto da sua mãe e sorriu para o pai, sua imagem infantil divertia-se entre os dois. Deixou-se aproveitar a lembrança um pouco mais, enquanto os passos dentro da casa ainda ecoavam para cima e para baixo.
— Sinto muito pela sua família. — Theo sentou-se ao seu lado, e parecia desconcertado com toda a situação. — Eles já terminaram e como era de se esperar, não encontraram nada. Pediram para você sair de casa, não é seguro.
Hermione riu sem humor.
— Engraçado, hoje pela manhã eu enchi a casa de feitiços de proteção...
— Eu sei como está se sentindo, e logo isso terá acabado, mas agora só preciso que confie em mim. — Levantou-se e ofereceu a mão. — Vamos arrumar sua mala, você vai ficar comigo!
Hermione sorriu e levantou-se com ajuda.
Magicamente guardou tudo o que precisava, assim como a fotografia da família e alguns livros. Tudo o que havia trazido da França estava ali, na sua bolsa e agora na mala que Theo segurava com firmeza.
Trancou tudo, e quando chegou ao jardim, virou-se com pesar. Usou alguns feitiços de proteção, torcendo para que dessa vez funcionassem, baixou a varinha, sentia-se derrotada e inútil.
— Venha. — Theo tocou a mão de Hermione e guiou-a até o fim da rua, lugar exato onde o feitiço anti-aparatação terminava. Abraçou-a e aparatou. Deixando para trás mais uma prova de que seu pai estava mais perto do que imaginavam.
Hermione fechou os olhos com força durante a aparatação, aquilo ainda lhe embrulhava o estomago, e sentiu apenas quando seus pés afundaram na neve. Soube que haviam chegado. Theo soltou-a e bagunçou os cabelos — desconcertado.
— Está é a minha casa. — Disse sem jeito e Hermione não entendeu o motivo.
A casa era grande, porém simples. A arquitetura alternava entre madeira e pedras e estava escondida atrás de algumas árvores, coberta por raízes e plantas que deixavam-lhe com um aspecto rústico, mas ainda assim acolhedora.
— Confesso que esperava algo diferente. — Comentou, seguindo com Theo para o caminho cercado de árvores.
— O que exatamente?
— Sua antiga casa era assustadora, parecia um castelo mal assombrado. — Disse e envergonhou-se imediatamente. — Eu não quis ofender.
— Não ofendeu. — Theo sorria, tinha medo daquela única torre desde criança. — Nunca gostei daquela casa.
Theo abriu a porta, ainda carregava a mala de Hermione e ajudou-a a tirar o sobretudo, deixando-o pendurado num gancho com outras peças, como um velho cachecol azul.
— Sinta-se em casa. — Disse enquanto limpava a neve dos ombros. — A cozinha é na porta à esquerda, perto da escada, à direita tem um banheiro e o escritório. No andar de cima são os quartos.
— Certo. — Disse apenas, e sentou-te timidamente no sofá. Sua cabeça estava explodindo.
— Vou levar sua mala e depois começo a preparar o jantar.
— Theo, sente-se um pouco. Posso fazer isso depois! — O rapaz não esperou que insistisse, e sentou-se. — Obrigada por estar lá comigo.
Esticou a mão até alcançar a do rapaz e entrelaçou seus dedos. Theo sem palavras foi lentamente quebrando o espaço entre seus corpos até que as pontas dos narizes tocaram-se, com sorrisos brincalhões, juntaram os lábios com calma. Precisavam daquele momento de tranquilidade e pareciam dividir a ideia da lentidão nos toques.
Seus lábios tocavam-se pela primeira vez com curiosidade e cautela, mapeando perfeitamente cada centímetro e sentindo os mais diversos sabores. Assim como as mãos que passeavam livres pelo o corpo um do outro, Theo usava os dedos para segurar com firmeza a cintura de Hermione, e esta sentia a textura dos fios do cabelo negro.
Seus corpos aos poucos, começaram a dividir o mesmo espaço. Suas barrigas tocaram-se quando Theo puxou-a para mais perto, para seu colo. E mesmo com a curta distância queriam explorar ainda mais e descobrir os detalhes escondidos, mas as barrigas gritaram por comida e Hermione não controlou a gargalhada que saltou para fora da sua boca.
— Acho que está na hora de preparar o jantar. — Theo comentou com divertimento, estava num momento tão íntimo que nem sequer notou a fome espalhando-se. — Quer me ajudar?
Hermione pulou para fora do sofá e seguiu-o até a cozinha.
— Eu não faço ideia do que preparar! — Confessou, observando os mantimentos no fundo do armário. Hermione ria. — Não fico muito em casa. O trabalho toma bastante tempo.
— Engraçado, você parece estar quase sempre livre. — Alfinetou.
— Só para você. — Roubou um beijo de Hermione e seguiu para a pia, onde algumas facas aguardavam algo para cortar.
Depois de algum tempo picando, temperando e preparando o jantar, o casal pôde saborear o macarrão apimentado. Theo aproveitava o momento de mastigação para observar os movimentos de Hermione.
A mulher que se tornara parecia muito diferente daquela garota em Hogwarts, era a mesma pessoa, mas conseguia ser ainda mais extraordinária do que se lembrava. Hermione tinha os cantinhos dos lábios levantados e enrolava com paciência o macarrão no garfo, seu olhar sempre concentrado no que fazia. Sabia que o que estava acontecendo era em parte sua culpa, no dia da floresta seu pai fora bastante claro, não estava satisfeito com a aproximação. E este fora o motivo para ter fugido de Azkaban, não estava orgulhoso com Theo, e este sabia que precisava contar a Hermione tudo. Desde o inicio.
Mas não era hora para isso.
— No que está pensando? — Hermione quis saber, também analisava Theo, com mais discrição, mas ainda assim o observava.
— Me distraí, apenas isso. — Soltou os talheres e ajeitou-se no banquinho da bancada. — Estava bom?
— Delicioso! — Respondeu, limpando os lábios no guardanapo. — Vou organizar isso aqui para você...
Theo circundou-a com os braços e beijou delicadamente seu ombro.
— Vá tomar um banho, eu limpo a cozinha e preparo um chá. — Sorriu ladino e Hermione concordou. — O quarto no final do corredor é o meu, pode escolher qualquer outro se quiser. O banheiro é na primeira porta á esquerda.
Hermione sorriu agradecida, estava cansada e seus ombros tensos pediam por um minuto de relaxamento. A mala começou a flutuar e seguiu-a para o andar de cima, até o quarto que escolhera, não tinha certeza se devia dormir com Theo, então, escolheu o mais próximo possível. Depois de algum tempo, saiu do banheiro, e vestiu o que tinha de mais confortável, o pijama.
— Precisa de ajuda? — Perguntou enquanto dirigia-se para o sofá.
E da cozinha, Theo respondeu:
— Não, já estou terminando!
Hermione aproveitou a manta verde em cima de uma poltrona e enrolou-se, estava mais frio do que esperava, ateou fogo nas toras no fundo da lareira e torceu para que o fogo aquecesse a sala. Theo apareceu alguns minutos depois, segurava uma xícara colorida e entregou-lhe.
— Aqui faz mais frio do que na cidade. — Constatou enquanto Hermione encolhia-se de baixo da manta, ainda não sentia-se aquecida. — Venha cá!
Puxou as pernas de Hermione para cima da sua, aproximando seus corpos um pouco mais, talvez assim o calor se espalhasse com mais facilidade e aproveitava também para abraçá-la.
— Melhor?
Hermione que segurava a xícara inclinou-se de mansinho, Theo era tudo o que precisava.
— Muito.
E quando seus lábios encostaram-se suavemente, batidas fortes e exasperadas na porta pareceram calar o ambiente, como um aviso. Theo afastou-se rapidamente, como se estivesse preocupado, e quando se levantou aproveitou para ajeitar a varinha na manga da camisa.
— Pegue sua varinha!
Somente pela voz e postura de Theo, Hermione já soube perfeitamente o que devia fazer. O rapaz abriu a porta, uma voz grossa e alegre se fez presente:
— Theodore Nott!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Quem chuta o nome dessa inesperada visita??
Me contem o que estão achando do capítulo!! ;)