E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 15
Capítulo quatorze




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Todos os aurores feridos foram levados para o St. Mungus assim que os primeiros socorros foram concluídos, teriam no hospital um atendimento mais detalhado e minucioso. Hermione ofereceu-se para ajudar e Draco lhe emprestou um jaleco limpo assim que chegaram no seu escritório. Listou os quartos que Hermione deveria passar, e incluiu secretamente o de Nott.

— Por que está fazendo isso? — Harry perguntou assim que Hermione saiu do escritório, trajada como médibuxa.

— Lembra quando disse que eu havia me especializado em algumas áreas?

Harry assentiu, nunca havia pensado naquilo propriamente.

— Medicina mágica foi uma dessas áreas, posso ajudar. — Explicou rapidamente, tinha trabalho a fazer. — Preciso ir, conversamos depois, com mais calma.

Mas Harry segurou-lhe o braço.

— Qual cargo Kigsley lhe deixou ocupar?

— Estrategista!

Harry soltou-a, e deixou que seguisse seu caminho.

Hermione tinha uma longa lista para seguir, e começou com Ethan, o auror que se perdeu com Nott. Assim que entrou no quarto sentiu o cheiro forte de sangue e tratou de aproximar-se do rapaz. Estava pálido, os lábios arroxeados e o cabelo loiro opaco, quase sem vida. Os cortes com sangue e as marcas arroxeadas destacavam-se mais do que gostaria de admitir.

— Ethan, consegue me ouvir? — Perguntou com a voz baixa, não queria assustá-lo. — Sou Hermione Granger, vou cuidar de você.

O rapaz piscou algumas vezes, fixou o olhar em Hermione e voltou a fechar o olhos, parecia sentir dor até naquele mínimo movimento. Sorriu fraco, antes de forçar a saída da sua voz:

— Theo tinha razão, você é muito bonita.

Sorrindo, Hermione soltou o pergaminho que segurava e começou o trabalho. Limpou os ferimentos, tanto com a varinha quanto manualmente, usando poções ou apenas água. Quando passou para o último corte, na perna, Ethan gemeu e contraiu o músculo, tentando fugir do toque.

— Ethan, prometo que vou ser rápida.

O rapaz sacudiu a cabeça e segurou o lençol com força, e Hermione fez o que prometeu, limpou o mais rápido que pode, deixando o ferimento sem o líquido amarelado que começava a brotar junto ao sangue.

— Vou deixa-lo descansar!

— Obrigado. — Foi o que ouviu antes de sair do quarto.

Os outros aurores feridos não foram mais fáceis, os quadros eram bastante diferenciados, mas não complexos. Em todos eles havia sangue e Hermione já não se intimidava com a vermelhidão líquida.

Faltava apenas um auror, lia atentamente o pergaminho quando entrou no quarto.

— Como está se...? — Assim que ergueu o olhar deu de cara com Nott em pé ao lado da janela. — Desculpe. Draco deve ter me passado o quarto errado.

Fez menção de abrir a porta, mas Nott falou indiferente, sem humor algum:

— Duvido muito.

— Por que está fazendo isso? — Hermione cruzou os braços. — Estou tentando ajudar, só isso.

Nott notou o que havia acontecido, e suspirou languidamente. Mancando, aproximou-se alguns passos de Hermione, mas manteve uma distância que julgou ser segura.

— Desculpe por ontem, eu não queria que tivesse sido daquele jeito. Eu só estava um pouco perturbado com as coisas que aconteceram e descontei em você!

Hermione relaxou os ombros, mas manteve os braços cruzados sobre o peito. Não facilitaria.

— É isso? — Ele assentiu. — Me parece bem, precisa de alguma coisa?

Com o andar lento e manco, aproximou-se mais alguns passos, mas agora indo em direção à cama.

— Pode me ajudar a trocar de roupa?

— Se isso for uma das suas piadinhas, acredite, eu não sentirei remorso em te estuporar!

Como Nott não se movimentou, Hermione recebeu aquilo como uma confirmação de que não era brincadeira. Deixou o pergaminho sobre a bancada e ajudou-o a despir-se da camisola branca do hospital, e para sua surpresa e total espanto, as costas de Nott estavam completamente marcadas. O tecido fino caiu etéreo no chão frio, e Hermione manteve-se em silêncio, observando as longas marcas horizontais traçadas de ponta a ponta nas costas de Nott. Algumas delas pareciam novas, recém feitas. Curiosa, esticou a mão, mas não pareceu certo tocá-las, e voltou a suspirar.

— É bem feio, não?

Hermione levantou o rosto e encontrou o olhar de Nott pelo reflexo no vidro da janela.

— Eu... Eu não sei o que dizer.

Nott virou-se e Hermione reparou que faixas enrolavam e protegiam seu abdômen, provavelmente cobriam o ferimento que curara ainda na clareira.

— Eu não queria que as visse, por isso pedi que chamasse Draco. — Arfou as palavras, e buscou a mão de Hermione. — Não é algo de que eu me orgulhe.

Hermione o abraçou inesperadamente, sentindo a pele quente contra seu corpo. As mãos de Nott passaram por sua cintura, precisava daquele momento e aproveitou para afundar o rosto no pescoço da garota e sentir o aroma de seu cabelo cacheado e rebelde. Estava tudo bem agora, a preocupação com a mágoa de Hermione lhe deixara acordado durante todo o tempo que estivera ali e agora sabia que tudo voltara ao normal.

— Desculpe por ter pensado que você... — Hermione não teve a oportunidade de terminar, pois Nott juntou seus lábios com urgência e carinhosamente apertou-a um pouco mais.

Sorriram assim que se separaram.

— Eu devia ter contado antes.

— Vocês parecem um casal de velhos, sabia? — Olharam rapidamente para a porta, onde Draco estava escorado com os braços cruzados. Parecia cansado.

— Desde quando está aqui? — Hermione questionou, sentindo as mãos de Nott circundarem-na.

— Acho que desde o abraço. — Deu de ombros. — Você já está liberado, tem que ficar em casa por cinco dias, mas é só isso. Vejo vocês depois!

Assim que a porta se fechou, Nott puxou-a novamente, beijando-lhe a bochecha carinhosamente enquanto Hermione gargalhava.

— Precisa se vestir. — Disse claramente, buscando sobre a cama uma camisa azul. — Como conseguiu essas roupas?

Enquanto recebia ajuda para se vestir, foi explicando:

— Eu venho parar aqui ao menos uma vez no mês, Draco me deixou guardar umas mudas de roupa. — Hermione parou na sua frente, mas impediu-a. — Posso abotoar sozinho, vá conferir o que precisa, te encontro na sala do Draco.

Assentiu com a cabeça e em alguns passos estava ao lado da porta, mas Nott puxou-a novamente e lhe deu um beijo rápido.

— Para quem está mancando até que você caminha rápido.

E depois de receber uma piscadela galanteadora, deixou-o sozinho.

Verificou tudo e chegou no escritório de Draco antes de Nott. O amigo lhe ofereceu bebida, e surpreendeu-se quando aceitou o copo com o líquido âmbar, não bebia pela manhã e ainda mais quando estava em serviço. Sentou-se na cadeira estofada e sentiu as pernas tremerem de prazer quando enfim descansaram um pouco, não havia notado até então o cansaço que sentia e aquela cadeira parecia encaixar-se perfeitamente ao seu corpo.

— Está cansada? — Hermione sacudiu a cabeça em resposta, e deixou o pescoço pender para o lado. Draco seguiu com os movimentos calculados, largou o copo largo sobre a mesa e parou atrás de Hermione, iniciando uma massagem com a ponta dos dedos. — Aprendi num livro de medicina trouxa que existe um ponto de pressão aqui nos ombros, relaxa instantaneamente. Só preciso achá-lo.

A porta se abriu e demorou-se a fechar, Nott parecia intrigado com o que via, tanto que preferiu esperar alguém se pronunciar, mas como não houve resposta, aproximou-se curioso.

— Deveria achar isso estranho?

— Se chama massagem, serve para relaxar os músculos. — Explicou Hermione, com o típico ar de sabe-tudo. — Já me sinto muito melhor, obrigada.

Draco então voltou para seu copo e bebeu o restante do líquido.

— Descanse um pouco, a noite foi longa. — Disse sério. — E você Theo, evite esforços.

Hermione despiu-se do jaleco e guardou-o, ignorando o comentário de Draco que fez com que Theo abrisse um sorriso lateral.


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Notas finais do capítulo

Hey, o que estão achando??
Até breve



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