E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 11
Capítulo dez




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No dia seguinte Hermione recebeu o tal convite do Baile de Ano Novo, oferecido para a sociedade bruxa pela família Malfoy. Descobrira numa conversa com Harry que esses bailes eram bastante comuns, a família oferecia ao menos um por ano e era comentado ao longo da semana. Os convidados eram escolhidos a dedo, e diziam ser uma honra receber o convite, mas não sabia se realmente sentia-se honrada.

— Não é muito divertido, é mais como um encontro político.

Harry lhe explicara.

Já não tinha como recusar, recebera o convite e Nott mandara uma coruja confirmando o horário, ressaltando com algumas frases que a levaria nem que fosse de pijama. A carta remeteu Hermione à curiosidade, estava certa de que jamais trocara uma palavra com o rapaz nos tempos de Hogwarts e havia tanta intimidade quando conversavam que parecia até mesmo que se conheciam há anos.

Foi visitar Gina numa daquelas tardes livres, e a ruiva contou-lhe como Harry reagiu.

— Sabemos que Harry já não é um homem de muitas palavras, quando contei, pude jurar que ele ficaria mudo pelo resto da vida!

Foi o mínimo para as duas gargalharem por alguns minutos. Harry absorvera a informação e estava animado com a novidade, o casal combinou de contar à família Weasley juntos, numa próxima visita.

Depois daquilo as duas partiram para o Beco Diagonal, Gina que recebera o convite uma semana antes encomendara um vestido de gala na Madame Malkin – Trajes para todas as ocasiões, ao lado da livraria.

— Oh, senhora Potter. — A bruxa baixa e simpática sorriu. — Seu traje está no provador ali atrás.

Gina entregou a bolsa para Hermione e fechou a cortina vermelha de veludo para poder trocar-se. Enquanto isso, Madame Malkin ajeitou alguns pacotes já feitos sobre o balcão de madeira clara e encarou Hermione por alguns segundos, sua fina sobrancelha arqueada mostrava curiosidade.

— A senhorita já tem o que vestir para o baile de ano novo?

Hermione negou, nem sequer havia pensado no que vestiria.

— Então, tem preferência por cor?

Gina abriu a cortina e deu seu palpite:

— Ela fica bem com cores escuras, azul, principalmente!

Madame Malkin girou nos calcanhares e começou a buscar entre as prateleiras os tecidos mais escuros. Hermione admirava Gina que se olhava em um espelho grande que tomava quase toda a parede. O vestido era verde, o qual julgou ser do mesmo tom dos olhos de Harry, era sem mangas e na cintura havia uma faixa de tecido solta que juntava-se ao caimento.

— Veja só! — Gina puxou a faixa solta e enrolou nos ombros, quase como uma echarpe. — Não preciso me preocupar com casacos.

— Senhorita? — Hermione virou-se para a bruxa. — Tenho alguns modelos prontos, mas se quiser posso fazer um novo. Como preferir.

Gina indicou com a cabeça os modelos prontos e voltou para o provador.

A bruxa lhe mostrou vestidos de todas as formas e tecidos possíveis, mas nenhum lhe agradava por completo e quase nenhum parecia ser o suficiente. Faltava alguma coisa em cada um deles, uma prega, mangas ou talvez um bordado delicado na saia.

— Tenho uma peça muito antiga, a moça nunca veio buscar e acabei guardando por todos esses anos. — Gina estava jogada no sofá, cansada pela demora. Quando Madame Malkin chegou empertigou-se para observar o vestido. — Aqui está.

Hermione retirou a tampa da caixa muito delicadamente, afastou o papel transparente e puxou o vestido para fora. Os olhos de Gina brilharam e então soube:

— É esse!

***

O tão esperado dia chegou, o último do ano, e Hermione podia declarar-se nervosa. Passaria a noite na Mansão Malfoy e não sabia o que pensar sobre, acordara com o grito mais forte que já saltara da sua boca em todos os sete anos e ligou o pesadelo à ansiedade.

Para ocupar a cabeça preparou os produtos de limpeza há muito guardados de baixo da pia da cozinha e subiu, parando em frente à porta do quarto dos seus pais. Coragem. Começou afastando a cortina e abrindo a janela, o cômodo precisava de ar. Então, começou a limpar tudo manualmente, não achava certo usar magia — não quando era o motivo para não estarem mais ali.

Só notou que o tempo passara quando sua barriga roncou com força, já passava das duas da tarde e tinha mais o que fazer. Ajeitou alguns detalhes antes de fechar a porta e voltou para o seu quarto, onde se despiu para limpar-se de toda a sujeira e poeira que acumulara durante a limpeza.

Saiu do banheiro alguns minutos depois, enrolada na toalha felpuda enquanto penteava o cabelo molhado. Sem aviso prévio a maior coruja que já vira entrou pela janela e pousou na sua cama, carregava a caixa da loja de trajes da Madame Malkin.

Buscou rapidamente uma pena que estava sobre a escrivaninha e assinou, deixando claro que recebera o vestido. A ave então voou para fora e seguiu seu caminho.

Ajeitou o vestido sobre a cama, precisava admirá-lo um pouco mais. Era azul escuro, com um corte reto no busto e caimento esvoaçante em azul escuro e um tom mais claro que mesclava-se perfeitamente. Na cintura, um tecido também azul, mas transparente e fino circundava-a e transpassava pelos ombros, formando as mangas do traje.

As horas passavam mais rápido do que Hermione pretendia, e quando deu por si, já estava pronta. O vestido servira perfeitamente depois dos ajustes feitos. Ajeitou seu cabelo deixando-o completamente preso, em um coque formal e bem definido, exceto talvez pelos curtos fios que rebeldes não quiseram se fixar atrás da orelha. A maquiagem fora algo rápido, aprendera na França, marcou os olhos com um fino traçado preto e os lábios com o tom vermelho.

Descia as escadas quando três batidas secas ecoaram.

Tenha calma.

Era só o que pensava: manter a calma.

Apanhou a varinha e guardou-a entre as pregas do vestido, respirou fundo e parou de frente para a porta, segurou a maçaneta e abriu-a.

Nott tinha o cotovelo escorado na margem entre a porta e a parede, vestia um smoking tipicamente bruxo que parecia bastante com uma capa. O cabelo não estava perfeitamente penteado, mas o desalinhamento tinha seu charme.

— Hermione você está... Está! — Nott estava boquiaberto.

— Eu deveria encarar isso como um elogio?

O rapaz sorriu e voltou-se para o rosto de Hermione, já analisara demais.

— Você está maravilhosa.

Hermione corou. Jamais se acostumaria com os elogios.

— Você também! — Era verdade, Nott estava tão atraente que mal conseguia desviar o olhar. — Podemos ir?

Nott ofereceu o braço para Hermione e esta o aceitou com um sorriso tímido nos lábios. Assim que chegaram ao fim da rua, aparataram.


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Notas finais do capítulo

Olá.
Seguinte, o próximo capítulo só segunda ou terça (ainda estou dando os últimos retoques), mas será muito mais longo do que o normal. E claro, com muitos acontecimentos interessantes...



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