POV Tris

Acordei assustada. Percebi que estava no dormitório dos iniciados e todos ele estavam se arrumando para algo.

Então, nada havia passado de um sonho? Nada tinha acontecido. Mas, eu sentia que algo naquele sonho era verdadeiro. Mas o que? Eu ser filha de Jeanine? Peter gostar de mim? A mãe de Tobias estar viva? O que era verdade naquele sonho?

Vi Christina e Will caminharem até mim, entusiasmados.

Will: Que cara é essa?

Tris: Tive um sonho muito estranho. Era tão real.

Christina: Mas foi só um sonho. Agora anda, se arruma. Temos de conhecer nossos lugares na classificação.

Tris: Eu tenho de tratar de um assunto antes. Vocês podem me dar cobertura enquanto eu saiu?

Will: Claro, pode ir. Mas não se demore está cause na hora.

Me arrumei e, com a máxima descrição, sai da Audácia. Subi no trem e só desci quando cheguei a Erudição. Eu tinha de saber se aquilo era verdade, por mais que tivesse sido um sonho.

Caminhei até a sala de Jeanine e a mesma estava de pé, em frente a janela, observando o lado de fora da Erudição.

Tris: Incomodo? - Ela se virou para mim, e assim que me viu, ela ficou surpresa.

Jeanine Beatrice Prior? O que você tá fazendo aqui? Você devia estar na sua facção, não é verdade?

Tris: Eu precisava esclarecer umas coisas. - Fiz uma pausa. - Savannah existe mesmo? - Fiz outra pausa. - Você é minha mãe? - Ela ficou muito pálida, como uma folha. Talvez fosse verdade. - Me responde!

Jeanine: Sim, é verdade.

Então meus pais me mentiram durante dezasseis anos?

Tris: Por quê vocês nunca me disseram a verdade?

Jeanine: Porque eles queriam salvar você. Salvar você de mim.

Tris: Você vai libertar Savannah agora. - Disse.

Jeanine: Senão o quê? - Disse, debochada.

Ela também fazia parte das pessoas que achavam que eu não era capaz de dar um tiro a alguém. Estavam enganados. Eu era capaz sim, mas só o faria se fosse extremamente necessário.

Tris: Eu não tou brincando. Liberta ela, agora.

Jeanine: Por quê havia eu de fazer isso?

Tris: Porque eu tou mandando.

Ela cedeu. Pediu a uns dos seguranças para nos companharem, caso eu tentasse matá-la. Era obvio que eu não o faria. Não tinha nenhuma razão para o fazer.

Assim que chegamos na frente de sua cela, ela digitou o codigo e a porta abriu. Logo depois, soltaram Savannah. Eu a agarrei pelo braço, ajudando-a a levantar. Assim que ela chegou na parte de fora da cela, Savannah fez Jeanine e seus seguranças levitarem e os colocou dentro da cela, a trancando de seguida.

Apesar de “saber” o que Savannah conseguia fazer, eu não deixei de me surpreender com aquilo. Mas tentei esquecer, peguei na mão dela e corremos até o trem. Eu tinha que descobrir em que lugar tinha ficado.

Assim que cheguei a Audácia, sentia os olhares de todos alterando entre mim e Savannah. Eu estava me sentindo desconfortável por causa desses olhares, mas acabei não ligando.

Chritina: Quer explicar? - Perguntou, se referindo a mim e Savannah.

Tris: Talvez mais tarde. - Respondi.

Olhamos para as classificações e quando a pareceram, ficaram na seguinte ordem:

7° - Will

6° - Tasha

5° - Christina

4° - Molly

3° - Uriah

2° - Peter

1° - Tris

As mesmas que em meu sonho. Eu estava ficando um pouco assustada. Afinal, tudo o que aconteceu no meu sonho, estava sendo real. Quer dizer, quando você sonha algo e depois uma coisa ou duas acontecem igual, é estranho, mas é normal. Mas tudo o que aconteceu no meu, estava sendo real.

O que isso significava?

Vi Peter me encarando com uma expressão vazia em seu rosto. Talvez por não conseguir processar toda a raiva que sentia por mim.

Falei com Max sobre a possibilidade de Savannah ficar na Audácia. Ele concordou, mas eu teria que treinar ela para que ela se tornasse eu verdadeira Audaciosa. Eu aceitei.

Logo depois, Tobias me convidou para morar com ele, em seu apartamento. Depois de alguns segundos, recusei sua proposta. Por causa daquele sonho, eu tinha descoberto um sentimento escondido por Peter e tinha que saber o que esse sentimento era. Então, terminei com Tobias, deixando claro que não tinha nada a ver com o termina da iniciação ou que ele era uma diversão e fui a procura de Peter.

Após uma hora, finalmente o encontrei. Sentado no chão, olhando para a classificação.

Peter: Veio aqui para me humilhar? - Perguntou, sem me olhar.

Tris: Claro que não. Por quê você acha que eu faria isso? - Disse, me sentando do seu lado.

Peter: Porque eu o fiz com você. O fiz muitas vezes. - Fez uma pausa. - Não entendo como você não atirou em mim, na primeira oportunidade que teve. Eu teria o feito. - Disse, dessa vez me olhando.

Tris: Tal como você diz: Porque eu sou uma Careta.

Peter: Uma careta que é melhor que eu.

Tris: Sabe o que fez com que eu fosse melhor do que você? Eu estive concentrada a não ser expulsa e você esteve concentrado a ser o melhor. Essa é a diferença. - Disse, o olhando.

Percebi que ele ainda olhava para mim. Percebi também que estávamos demasiado perto. Alternei meu olhar entre os olhos e a boca dele, e ele fez o mesmo. De repente, o beijei. Ele correspondeu pegando na minha cintura. Não sei como, mas, segundos depois, notei que estávamos levantados. Coloquei uma mão na sua nuca, o puxando para mim. E quando o ar faltou, nos separamos.

Peter: Para uma careta, seu beijo é bom.

Tris: Cala a boca.

Peter: Fica comigo? - Perguntou, me surpreendendo.

Tris: O quê?!

Peter: Admito, eu te odiei. Mas depois que Quatro salvou você de mim, eu pensei que vocês tivessem algo e percebi que eu amo você. Por isso eu tou pergunta: Fica comigo? - Seu olhar era um olhar sincero.

Eu o beijei, aceitando ficar com ele.

Peter: Só uma careta para ser tão romântica. - Disse, eu não liguei. Estava ocupada demais o beijando.

Quem diria eu filha de Jeanine Matthews. Que eu me apaixonaria por quem me tentou matar. Que eu passaria em primeiro na iniciação.

Foi perigoso escolher a Audácia, mas foi essa facção que me fez apagar uma parte da Beatrice e me tornar Tris e conhecer o perigo e a adrenalina de ser Divergente.