Uma bela mulher estava deitada em uma enorme cama de casal, seus cabelos revoltadamente negros estavam se tornando brancos, sua pele antes clara e reluzente, estava pálida e fria, dava para perceber ao adentrar o enorme quarto, ela estava definhando.

A mesma encontrava-se em seu leito de morte.

A bela mulher estava trancada em seu quarto desde que descobrira que tinha dias ao envés de anos, nenhum de seus familiares se opôs contra tal ato da mulher, afinal, estavam tão surpresos quanto ela com a recente noticia.

A mesma encarou o branco teto do seu quarto, sorrindo friamente, ela fazia questão de deixar marcado em sua mente o motivo de morrer jogada em uma cama aos seus meros vinte anos, isto era resultado de uma única pessoa, sua doce irmã mais nova.

A porta foi aberta devagar e passos leves foram ouvidos pela mulher que sorriu, agora docemente para a pequena pessoa que adentrara o fúnebre quarto.

Uma pequena garota aparentava em media ter três anos apareceu na vista da mulher que aumentou seu sorriso ao vê-la, a pequena garota logo tratou de se sentar na enorme cama que rangeu, seus cabelos negros estavam presos em uma maria chiquinha e seus olhos mel transmitiam preocupação pela mulher, seu rosto parecia que tinha sido esculpido da mais pura porcelana da França, em suas pequenas mãos havia um pequeno urso de pelúcia em formato de uma bela fênix.

– Minha querida não deveria está aqui, deveria está dormindo – a mulher falou fracamente para a pequena garota a sua frente.

– Eu estou com uma sensação ruim tia – a garotinha falou e logo em seguida fez uma expressão confusa – O que é isso tia?

– Pegue o espelho querida – a mulher pediu sorrindo.

A pequena garota pulou da cama e correu até a penteadeira da tia, pegando um pequeno espelho em forma de coração e logo voltou correndo para o lado da tia a entregando o mesmo. A garotinha observou o olhar assustado de sua tia mudar para raiva tomando conta de seu rosto assim como o branco em sua pele.

Ouviu-se passos ritmados no corredor que levava para o enorme quarto onde a mesma se encontrava e a mulher pediu silenciosamente que a garota se esconde-se e não fizesse nenhum barulho que a denuncia-se a mesma obedeceu correndo e se escondendo ao lado da penteadeira abraçando fortemente sua fênix.

A porta se abriu novamente e dessa vez uma mulher loira passou por ela e sem perceber a pequena garota encolhida em um canto do quarto.

– Acho que chegou a sua hora irmã – a loira falou sorrindo docemente para a irmã.

– Existe um enorme preço a se pagar minha irmã – a mulher falou voltando a se deitar novamente – E é muito difícil descongelar um coração, principalmente o de uma doce criança.

A garota observou o corpo de sua tia se torna tão branco quanto a neve que caia do lado de fora da janela, então ela fechou os olhos.

A loira observou sua irmã fechar os olhos sorrindo, mas um pequeno movimento a fez olhar em direção a penteadeira do quarto e reparar a pequena garota que chorava silenciosamente.

– Lilith? – a loira a chamou assustada.

A pequena garota então levantou seu rosto dando a visão de lágrimas correndo por seus belíssimos olhos mel e onde deveria está o famoso brilho infantil, estava nublado como pequenos pedaços de gelo.

Ela havia amaldiçoado a própria filha em busca de uma estúpida vingança contra sua irmã que nada lhe fizera, apenas pela doçura que fazia todos ao seu redor a ama e se esquecer dela, a irmã mais nova. Ela sabia que deveria cavar duas covas e agora a outra pertencia a sua filha, que por sua causa havia a doçura havia sido tirada.