Numa estrada no País da Terra, o quarteto andava em direção à montanha. Neji e Sasuke estavam sérios, Sakura andava calmamente e Naruto olhava decidido para a montanha.

– É aquela, não é? – Naruto perguntou.

– Hai. – Sakura disse – Precisamos de um plano.

– Hum. – Neji concordou, ativando o Byakugan – Há uma grande pedra na frente do que parece ser uma entrada.

– Sakura. – Sasuke disse – Já sabe o que deve fazer.

– Hai. – Ela disse, deixando a expressão séria.

Quando chegaram à montanha, Neji e Naruto ficaram ao lado da pedra e Sakura tomou distância, ficando ao lado de Sasuke.

– O que será que tem lá dentro? – Ela perguntou.

– Não faço ideia, mas vamos entrar de qualquer jeito. – Sasuke disse.

– Hai. – Ela disse séria, preparando o punho.

Sasuke olhou para ela e depois para a pedra. Ela respirou fundo.

– Vá. – Ele disse.

Sakura começou a correr e se aproximou da pedra com seu punho, dando um soco nela. Enquanto isso, Eiji e eu estávamos no quarto. Eu estava em pé e ele me fitando com um sorriso malicioso. Ele havia tirado a placa de cristal do meu olho e me mandado vestir uma yukata nada conservadora. Ela deixava meus ombros, clavícula e parte dos meus seios à mostra, além de ser curta e chegar até metade da minha coxa.

– Você está tão linda. – Eiji dizia – Não acha?

– Hai, Eiji. – Eu disse roboticamente com os olhos meio abertos.

Ele sorriu.

– A ordem correta é nos casarmos primeiro, mas o que você prefere, minha Naru?

– O que você preferir, Eiji.

– Que bom. – Ele sorriu contente – Pode deitar na cama.

– Hai. – Disse, indo até a cama e me deitando.

Eiji subiu em cima da cama e abriu levemente minhas pernas, ficando entre elas. Ele sorria maliciosamente e acariciava meu rosto. Quando ia me beijar, todo o castelo estremeceu. Eiji parou, franzindo a testa e levantou. Uma empregada entrou no quarto ofegante por correr.

– Eiji-sama, invadiram a montanha!

– Quem? – Ele disse com raiva.

– Verificamos e são quatro ninjas de Konoha.

Ele rangeu os dentes.

– Eles vieram atrás dela. – Disse – Chame as outras e detenham-nos antes que cheguem ao castelo.

– Hai, Eiji-sama! – Ela disse e correu.

Eiji me fitou, eu ainda estava deitada. Veio até mim e sorriu levemente.

– Naru, eu tenho um pequeno favor a pedir. – Ele disse gentilmente.

Eu o olhei, inexpressiva.

– Você fará qualquer coisa por mim, certo? – Perguntou – O futuro dos nossos filhos depende disso.

– Hai, Eiji.

Ele sorriu e pediu seu favor. Na entrada da montanha, os quatro entravam e olhavam o lugar. Era um grande túnel que esperavam que chegasse onde eu estava. Seus olhares estavam sérios e isso se acentuou ao verem pessoas correndo em sua direção.

– Nani...? – Naruto disse.

Estacas de cristais foram atiradas na direção dos quatro. Eles desviaram e começaram a lutar contra as várias empregadas de Eiji. Elas os fitavam, sérias e lutavam contra eles. Eram várias e estavam conseguindo detê-los. Sasuke ativou seu Mangekyou e pegou três em seu genjutsu. Sakura deu um soco nas três e as matou, jogando-as contra a parede rochosa.

– Vocês dois, vão! – Sasuke exclamou – Nós vamos segurá-las. Andem logo!

– Hai! – Naruto exclamou.

Neji e ele correram, continuando pelo túnel. Ao chegarem à entrada, viram uma enorme parede feita de cristal roxo com uma grande porta dupla e vitrais por ela. Franziram a testa e entraram, vendo que tudo era feito de cristal. Olhavam desconfiados pelo lugar e três empregadas surgiram de um corredor, logo os atacando. Neji desviou, tentando atacar uma delas, porém desviou-se dela e atacou a de trás. A empregada da frente arregalou os olhos e apenas viu Naruto a acertando com o Rasengan. O castelo estremeceu quando ela atingiu a parede e apareceram homens para atacá-los. Eles faziam proteções de cristal, porém arregalaram os olhos ao verem Naruto destruí-las com o Rasengan e Neji matá-los com as palmas em seguida. Os dois pararam ofegantes.

– Onde será que ela está? – Naruto perguntou – Esse lugar é enorme.

Neji franziu o cenho e ativou o Byakugan, analisando o lugar. Ouviram um assobio longe e Naruto correu.

– Naruto! – Neji exclamou, o seguindo.

Quando virou a esquina do corredor, ouviu uma garota exclamar e logo viu Naruto a encarando. A garota de cabelo roxo com Yukata estaav contra a parede tentando se proteger com os braços.

– Onegai... – Ela pedia.

Neji franziu o cenho e se aproximou dela, segurando-a pelo ombro e pondo a palma próxima de sua barriga.

– Onde está Naru? – Ele rangeu os dentes.

– Oe, Neji! – Naruto disse – Ela não atacou!

– Onegai... – Ela apertava os olhos.

– Cadê a Naru?! – Neji exclamou.

– Por favor, não machuquem Eiji-sama! – Ela exclamava – Por favor...

– Quem é esse? – Naruto perguntou.

Ela o olhou com os olhos marejados, mas não respondeu.

– Não ouviu? – Neji disse – Responda, se não...

Ela fitou Neji e seu Byakugan ativado.

– Você...

– Fala! – Ele aproximava a mão da barriga dela.

– Por favor, eu estou grávida! – Ela implorou.

Eles arregalaram os olhos e Neji a soltou.

– Apenas responda.

– Qual seu nome? – Naruto perguntou.

– “M-Mai”. – Ela disse – Eiji-sama sequestrou Naru-sama.

Neji franziu o cenho com raiva.

– “Naru-sama”? – Naruto perguntou em dúvida.

– Por favor... Eles estão no último cômodo desse corredor. Por favor, não o machuquem...

Neji saiu andando e Naruto o olhou surpreso. Mandou Mai ficar ali e foi atrás dele. Quando chegaram no cômodo que Mai falou, viram Eiji sentado comigo sentada em seu colo. Neji viu a roupa que eu usava e meu olhar baixo, como um animal domesticado.

– Naru! – Naruto exclamou – O que está fazendo?!

– Ah... – Eiji cantarolou – No momento ela não pode responder. – Ele disse pondo uma mecha solta do meu penteado atrás da orelha.

– Jutsu de controle. – Neji disse a Naruto.

Ele rangeu os dentes. Eiji sorriu maliciosamente e me fitou.

– Pode fazer o que eu pedi, minha Naru?

– Hai, Eiji. – Disse.

– Ótimo. – Ele disse, fitando Neji – Comece com o garoto do Byakugan.

– Hai.

Fitei Neji e me inclinei um pouco para frente, firmando os pés. Dei impulso e o ataquei. Ele exclamou e se protegeu com os braços. Naruto tentou me segurar, mas eu apoiei o pé na parede de cristal e dei um impulso para trás, me soltando dele. Ele se virou e eu o peguei com meu Mangekyou. Ele paralisou e Neji tentou me atacar, porém eu desviei e o acertei. Ele perdeu o ar e parou, me fitando.

– Naru... Sou eu! – Exclamou – Olhe pra mim!

Eu o olhava, inexpressiva e fitei a pulseira em seu braço. Não me recordava o que era aquilo, mas o pingente da pulseira tinha o símbolo Hyuuga. Eu olhava fixamente para aquilo, parecendo reconhecê-lo. Eiji percebeu e franziu o cenho.

– Naru.

Eu não respondi e Neji percebeu, levantando a pulseira para que eu a visse mais.

– Eu dei isso pra você. – Ele dizia – Quando te pedi em casamento.

Meus olhos marejaram e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mesmo eu não demonstrando expressão. Neji me olhou surpreso.

– Naru! – Eiji gritou, me chamando.

O olhei e fui até ele, dando um salto e parando ao seu lado.

– Naru...! – Neji exclamou e o olhou.

Eiji pôs a mão na minha testa e fluiu chakra, me virando, ficando atrás de mim e sorrindo para Neji.

– Você que era o noivo dela, certo? – Ele perguntou maliciosamente.

– Oe, solte Naru!

– Nande? – Ele cantarolou – Ela é minha agora. – Ele disse, pondo as mãos em meus ombros – Você nem sabe se já fizemos, não é? – Sorria maliciosamente.

Neji rangia os dentes e Eiji passava a mão pelos meus ombros, clavícula até chegar aos seios.

– Você estava tão ansioso quanto eu para vê-la nua? – Ele perguntou – Ela é realmente uma preciosidade, ne? Tanto em força quanto em beleza. – Ele deixou uma risada escapar – Ela me pegaria facilmente com o genjutsu do Sharingan se eu não tivesse tampado seu olho todo esse tempo. Certo, minha Naru?

– Hai, Eiji.

– Viu? Ela é minha.

Neji cerrou o punho e correu para atacá-lo. Eiji suspirou.

– Pode matá-lo.

– Hai, Eiji.

Eu girei e dei um chute em Neji, que torceu a expressão recuando.

“Naru...”, Hikaru me chamava, “Naru!”.

Enquanto eu lutava com Neji, dentro de mim Hikaru me olhava de dentro de sua gigante cela. Eu ainda estava dentro daquela esfera, adormecida.

– Naru, baka! – Ele exclamava – Vai deixar ele te controlar?! Você vai matá-lo! Lembre-se de tudo o que Neji fez por você! Bakayarou! – Ele começou a gritar e a morder as grades – Você disse que era minha amiga! Faça algo!

Eu flutuava dentro da esfera de cristal roxo e de repente uma rachadura surgiu. Hikaru olhou para aquilo, desconfiado e pôs grande parte de sua pata para fora, arranhando o chão com suas grandes garras.

– NARU!

Eu lutava com Neji e meus olhos marejavam constantemente a cada golpe que eu acertava nele. Ele percebia e me gritava, dizendo para eu acordar. Se afastou de mim e fluiu chakra em Naruto para despertá-lo do meu genjutsu. Ele acordou e voltou a lutar. Eu lutava contra os dois, desviando e atacando-os. Comecei a chorar quando acertei uma palma em Naruto. Hikaru gritava dentro de mim e a esfera rachava cada vez mais. Eiji sorria vitorioso, me vendo ver machucar Naruto e Neji. Neji gritou meu nome quando minha palma vinha em sua direção ao mesmo tempo em que Hikaru rosnou ferozmente, me gritando e pondo novamente a pata para fora da cela, arranhando mais uma vez o chão. Naquele momento a esfera se partiu, virando pedaços e eu acordei, arregalando os olhos e os ativando. Parei frente a frente de Neji com a palma há centímetros de seu rosto. Ele me olhava, eu respirava ofegante e chorava.

– Neji... – Disse.

– Naru. – Eiji me chamou, vendo que eu não matara Neji.

Não respondi, apenas olhava para Neji, processando e percebendo que ele estava realmente ali na minha frente.

– Naru! – Eiji gritou.

– Cala a boca! – Gritei e o olhei com raiva.

– C-Como você...?

– Seu miserável! – Exclamava.

Ele rangeu os dentes, vendo que eu despertara do jutsu. Cerrou as mãos com raiva e o cômodo começou a estremecer.

– Você... Não vai acabar com meu plano. – Ele disse com raiva.

Olhamos para o teto e pontas finas como estalactites começaram a se formar e a crescer.

– Você é minha... Você vai ser a mãe dos meus filhos e eu vou reerguer o clã! – Ele exclamou.

– Você é maluco! – Naruto exclamou.

Naquele momento Sasuke e Sakura entraram no cômodo e Mai estava ao lado deles.

– Eiji-sama, por favor! – Ela exclamou.

– Mai? – Ele a olhou em dúvida e franziu o cenho – Não esperava uma traição sua.

– Não... – Ela chorava – Por favor, vamos reerguer o clã juntos. Não precisa fazer isso, não precisa...

– Bakayarou! – Ele gritou – Você sabe quanto tempo eu esperei por ela?!

– E você sabe quanto tempo eu esperei por você?! – Ela gritou, apertando os olhos.

Todos a olharam surpresa, principalmente eu. Eiji a fitava e acalmou o olhar.

– Esse filho não serve pra mim. – Ele disse, o que a fez arregalar os olhos – Só ela me dará filhos fortes.

Neji e Naruto a fitaram surpresos, vendo de quem Mai estava grávida. As lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

– Por favor... Eu amo você. – Ela pedia.

Ele desviou o olhar e cerrou o punho.

– Se você não vai mais me ajudar, não serve mais pra mim. – Ele disse.

Rangi os dentes, como ele pode fazer aquilo com ela e agora a tratar daquele jeito? Pus a mão na minha barriga, preparada para soltar Hikaru. Mai chorava e pôs a mão em frente à boca.

– Eiji-sama...

– Cala a boca! – Ele gritou e esticou a mão na direção dela, atirando vários espinhos feitos de cristal.

Sasuke correu e seu Susano’o surgiu, protegendo os dois. Mai caiu ajoelhada no chão e não acreditava que Eiji a atacou. Eiji cerrou os punhos e duas grandes colunas de cristal surgiram ao seu lado. Ele começou a fluir chakra pelo corpo, porém uma gigante pata o acertou ao passo que o cômodo começou a ser destruído quando Hikaru surgiu. Como o cristal era incrivelmente resistente, Eiji não atravessou a parede, mas a acertou, rachando-a e caiu morto. Mai exclamou chorando com as mãos na cabeça. Sakura se ajoelhou ao lado dela e a abraçou. Olharam para Hikaru, que balançava lentamente suas caudas e depois para mim.

– Demorou, pirralha. – Hikaru disse.

– Gomen. – Disse séria.

...

Nós saímos do castelo e começamos a andar pelo túnel. Eu desamarrava aquela roupa ridícula e a amarrava novamente, cobrindo pelo menos o que estava exposto antes. Neji me olhou, achando graça e eu percebi que Mai não estava próxima de nós. Parei e olhei para trás, vendo-a olhar para a entrada do castelo. Todos pararam e olharam para a direção onde eu olhava. Acalmei o olhar, compreendendo o que ela sentia pelo lugar e por Eiji e fui até ela.

– Mai. – Disse suavemente – Não há mais ninguém vivo. Você pode vir para Konoha conosco.

– Hum. – Ela disse com a voz embargada – Eu pedi a ele... Pedi que a deixasse ir embora. – Ela chorava – Foi... Escolha dele, certo?

– Hai. – Disse – Não é sua culpa, você o amava.

Ela abaixou o olhar.

– Por favor, apenas diga que esse lugar é bonito. Eu não conheço nada além daqui. Não saio desse lugar desde criança.

Acalmei o olhar e sorri.

– Hai, você vai gostar de lá. – Eu disse – Vai conseguir tomar sol.

Ela sorriu, achando graça.

– Você pode morar comigo, mas... Acho que primeiro minha casa precisa ser reconstruída. – Pensava.

Ela sorriu.

– Arigatou. – Ela disse gentilmente.

A olhei surpresa e vi um sorriso gentil em seu rosto.

– Você vai ter uma vida diferente lá. – Sorri gentilmente – Vai poder criar seu filho com liberdade.

Ela me olhou admirada.

– Arigatou, Naru-sa... Uhm... Naru. – Sorriu sem jeito.

Eu sorri, quase rindo.

– Anda logo Naru! – Naruto nos chamou e sua voz ecoou pelo túnel – Ainda estamos vendo suas pernas!

– Oe! – Neji disse.

Puxei a yukata mais para baixo, o olhando indignada.

– Baka! Pára com isso!

Mai nos olhou surpresa e sorriu, achando graça.