Uivos ao luar escrita por Lailla


Capítulo 3
Time Gai-sensei


Notas iniciais do capítulo

Mais um, mais um *------*



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A caminho da academia, encontrei com Naruto. Ele sorria à toa e eu estava feliz por ele. Nos sentamos em nossos lugares quando chegamos. Ele estava ao lado de Sasuke e eu de Hinata. Esse também foi um dos motivos para nós duas ficarmos tão próximas, nossos lugares eram um ao lado do outro. Olhei na direção de Naruto e vi Sasuke de costas ao lado dele. Comecei a pensar. Eu era metade-metade, então Sasuke também era como um irmão ou um primo meu, ne? Como Hinata e Neji. Eu queria falar com ele, mas ele era tão sério. Eu nunca conseguia chegar perto dele, era impossível. Mas porque as garotas ficavam aglomeradas em volta dele e eu era uma completa esquisita. Mesmo não o conhecendo, eu tinha certo afeto por ele. Sasuke era meu Nii-san do outro clã.

Olhei para Hinata, ela sorriu vendo Naruto. Me inclinei levemente para frente e a olhei, sorrindo.

– Que bom que ele se formou, ne?

– Hum! – Ela exclamou suave – Hum, hai... – Corou.

Sorri levemente. Hinata claramente gostava dele. Quando voltamos a olhá-lo ele estava em cima da mesa, encarando Sasuke. Arregalei os olhos, abismada. De novo! As garotas começaram a se aglomerar e brigar com Naruto, mas alguém esbarrou nele fazendo-o ir para frente. Hinata e eu exclamamos perdendo o ar. Naruto... Acabou beijando Sasuke...

Pus a mão na frente no rosto.

– Ah, Naruto...

Hinata ficou pasma. Depois que as meninas bateram nele, Iruka-sensei chegou e começou a orientação. Ele disse que nos dividiria em trios e designaria um Jounin sensei para cada trio para completar as missões. Só pensava que teria de conviver com mais três pessoas. Fiquei bastante receosa. Ele disse que tentaram balancear a força de cada time e começou a anunciá-los. Eu balançava as pernas constantemente tentando descobrir com quem eu faria time. Quando falaram o nome do Naruto tive esperanças, mas então disseram o nome da Sakura e do Sasuke. Abaixei a cabeça, frustrada. Não faria time com meu melhor amigo e nem com meu Nii-san do outro clã. Não teria muita chance de conhecê-lo. Naruto ficou gritando dizendo que não queria fazer time com Sasuke. “Acho” que ele não gosta dele. Hinata ficou no time do Kiba e Shino. Eu não dou sorte mesmo. Suspirei e quase parei de respirar quando ouvi meu nome.

– Time 9, ano... – Ele lia – Hyuuga Naru... Rock Lee...

“Rock Lee”?, pensei. Acho que ele era de outra turma.

– E Hyuuga Neji.

Minha espinha gelou na hora, arregalei os olhos. Fiquei paralisada enquanto os outros exclamavam “Dois Hyuuga? Isso é balancear por acaso?!”. Abaixei a cabeça, envergonhada. Neji era um Hyuuga perfeito, e eu não sabia nem usar meu Byakugan adequadamente. Não sabia quase nenhum jutsu do clã, eu nem vivi com ele! E o pior é que eu também era péssima com o Sharingan. Não praticava, vivia com o tapa-olho. Então praticamente eu não sabia nem usá-lo. Iruka-sensei disse que depois do almoço conheceríamos nossos senseis e nos liberou.

Eu andava pelo pátio, sozinha. Naruto saiu correndo atrás de Sakura. Por fim, eu estava em cima de um dos telhados abraçando os joelhos e aproveitando o vento que batia levemente no meu cabelo. Fechei meus olhos, pensando. Meu outro Nii-san ia fazer parte do mesmo time que eu. Isso era uma boa ideia mesmo?

– Naru.

Larguei os joelhos e olhei para trás. Nem me assustava mais com quem aparecia do nada.

– Neji? – Disse surpresa.

– A gente estava procurando você.

– Hum? “A gente”?

De repente um garoto com sobrancelhas extraordinariamente grandes apareceu por trás dele. Ele sorria, tinha o cabelo curto e preto. Não entendi a razão de eles estarem me procurando.

– Nande? – Perguntei suave.

– Ele queria conhecer o time completo. – Neji disse, parecendo estar irritado.

Abaixei o olhar. O garoto chegou perto de mim e me analisou, recuei um pouco ainda sentada.

– Rock Lee.

– Hum, eu sei. – Disse baixo.

– Você também é Hyuuga, ne? Por que usa esse tapa-olho?

– Hum...

– Ela é diferente. Não faça perguntas inapropriadas. – Neji disse sério.

Olhei em sua direção. Ele fez mesmo aquilo? Nossos olhares se encontraram e ele desviou o dele. Levantei.

– Ne, ne. A gente vai se dar bem! – Lee exclamou.

Pus a mão no braço abaixando o olhar. Não tinha certeza daquilo.

Depois do almoço, fomos para a sala que Iruka-sensei nos mandou. Estávamos esperando o sensei, Neji escorado em uma das mesas com os braços cruzados, eu sentada e Lee fazendo agachamentos.

– Nee, Lee-san. Por que está fazendo isso? – Perguntei.

– 212, 213, 214, 215... Pra eu ficar mais forte. – Ele disse ofegante – 219, 220...

De repente surgiu uma fumaça e nos viramos para ela. Dali surgiu um homem com cabelo preto com corte de tigela e sobrancelhas grossas. Ele usava um macacão verde, colete padrão da vila e polainas laranja. Arregalamos os olhos abismados. Não pela roupa, mas pela posição constrangedora que ele estava: mão na cintura e o braço na cabeça. Que homem estranho...

Hi, minna! – Ele exclamou fazendo um sinal positivo com a mão – Meu nome é Maito Gai. Sou o sensei de vocês.

Lee pareceu ficar admirado. Olhamos para ele, pasmos. Depois que a nossa expressão voltou ao normal, Gai-sensei nos levou para outro lugar. Nos pediu para sentar e ficou à nossa frente. Ele respirou fundo, o que me fez fazer uma expressão atrapalhada por causa daquelas sobrancelhas.

– Certo, vocês se formaram e agora são genins. Então, eu gostaria de saber seus objetivos.

Abaixei o olhar.

– Eu! Eu! Eu! – Lee exclamou.

– Certo, Lee.

– Mesmo sem usar ninjutsu ou genjutsu, quero provar que posso me tornar um excelente ninja! Isso é tudo pra mim! – Ele disse com a mão levantada e a expressão decidida.

Dei um leve sorriso. Gai-sensei pareceu orgulhoso.

– Run. – Neji resmungou.

– Qual a graça? Mesmo apenas com Taijutsu eu darei conta do meu trabalho como shinobi!

– Não importa o trabalho duro que você tenha. – Neji disse – As pessoas já nascem com um destino traçado. Já foi decidido, você não pode fazer nada.

Lee franziu a testa e cerrou os punhos. Ele ficou mesmo com raiva. Abaixei a cabeça e levantei as pernas, abraçando os joelhos.

– E você, Neji? – Gai-sensei perguntou.

– Hum, prefiro não responder. – Ele disse se ajeitando no sofá.

– Hum, Naru?

Não disse nada. Minha franja tampava meus olhos. Os dois olharam pra mim.

– Eu... Quero mudar meu destino. – Disse suavemente, quase inaudível.

Neji franziu a testa, surpreso.

– Soka. – Gai-sensei.

O clima não ficou muito bom depois disso. Não sei se foi por Lee e Neji discordar ou por eu já ter certeza de que não nos daríamos bem.

...

Gai-sensei trabalhava arduamente conosco. Lee era bastante esforçado, sempre dizendo que se não conseguisse fazer algo ele faria outra coisa dobrando ou triplicando o número de vezes. Ele sempre tentava derrotar Neji dizendo que com trabalho duro conseguiria, mas era impossível. Não o trabalho duro, mas porque Neji era habilidoso e conhecido como gênio. E além de derrotá-lo facilmente, ainda dizia que Lee nunca o venceria porque já estava decidido. Aquilo me incomodava, não era direcionado pra mim, mas me afetava do mesmo jeito. Mesmo aquilo sendo para ele, Lee não desistia. E eu o admirava por isso.

Eu treinava ao máximo, queria ser como Lee e sua persistência, mas eu sempre falhava nas missões. Gai-sensei tentava me ajudar, mas era inútil. Eu não tinha força, não possuía boas habilidades, não era um gênio e não conseguia controlar direito nenhum dos meus olhos. De que valeu ter sido boa na academia se no lado de fora eu era uma inútil?

Na floresta, havia o espaço que treinávamos. Lee ficava bastante lá, e eu passei a ficar também. Porém queria treinar sozinha, um pouco afastada. Treinava os golpes para o Byakugan, mas as únicas coisas que eu conseguia aperfeiçoar eram os machucados das minhas mãos e as manchas de sangue na árvore.

Eu estava sentada contra a árvore abraçando os joelhos quando Neji chegou.

– O que está fazendo?

Abaixei a cabeça, encostando-a nos joelhos. Ele olhou para a árvore e viu o sangue.

– Por que você se esforça tanto, já está...

– Eu sei. – Disse quase inaudível – Você sempre diz isso.

Ele me olhou surpreso. Agachou à minha frente e pegou minha mão, analisando os machucados. Tirei bruscamente a mão dele e o olhei com a testa franzida, abaixando levemente os joelhos.

– Não é possível mudar. Por que você...

– Está errado. – Disse séria.

Ele me olhou, surpreso.

– Ne, – Eu dizia – você pode até não acreditar, mas pra mim não existe destino. São apenas pessoas más que se acham donas das outras dizendo a elas o que são.

Ele me olhava, nunca me viu séria. Eu sempre andava encolhida pelos cantos, sempre calada, não dizia o que eu pensava e não demonstrava quase nenhuma expressão.

– Eu ainda acho que um dia alguém vai mudar você de ideia! Eu tenho certeza...!

Enquanto eu falava, Neji levantou meu tapa-olho e eu exclamei fechando os olhos na hora.

– Soka.

– Baka! – Exclamei ainda de olhos fechados – Nande?!

– Quem foi seu pai? Ele não era do clã, era?

– E como você sabe que o meu pai não era do clã? – Exclamei.

– Porque eu vi uma foto da sua mãe. Ela era do clã.

– Como!

Ele hesitou. Tampei o olho preto com mão e os abri.

– Fala!

– Entrei na sua casa quando você não estava. – Ele disse sem olhar nos meus olhos.

Arregalei os olhos.

– Baka... – Rangi os dentes, meus olhos marejaram.

– Você sabe quem é seu pai?

– Claro que sei! – Disse irritada.

Ele esperou eu dizer quem era, mas apenas virei o rosto. Não fazia ideia se podia confiar nele.

– Nee, – Apertei os olhos – eu tenho o mesmo nome que você, sou do mesmo clã e considero você meu Nii-san. Onegai... – Suspirei.

Virei o rosto pra ele, apertando os olhos de novo e abaixando a mão. Ele me olhava confuso. Engoli a seco e abri os olhos lentamente, olhando pra ele. Ele viu meus olhos e arregalou os dele. Um tinha o consagrado Byakugan e o outro era preto.

– Nee, Nii-san... Posso confiar em você? – Perguntei cabisbaixa.

Ele ainda estava com os olhos arregalados e acho que ficou surpreso por eu ter afeição por ele.

– Hum, hai. – Ele disse sério, se sentou a minha frente.

– Meu pai... Hum... – Abaixei o olhar – Era um Uchiha.

Ele arregalou os olhos de novo.

– Mentira... – Ele deixou o ar escapar – Então Sasuke não é o único...!

– Onegai! – Exclamei o olhando, implorava – Não pode contar a ninguém! Não pode!

Ele abaixou o olhar, pensando. Acho que começou a ligar os pontos. A razão por eu ir mal nas missões, de eu “atrapalhar” o Byakugan com o tapa-olho, de não morar com o clã e de ser péssima no doujutsu já que eu tinha dois e não conseguia controlá-los.

Neji me olhou, não soube identificar sua expressão.

– Amanhã, esteja aqui à tarde. – Ele disse sério.

O olhei em dúvida. Ele levantou e foi embora sem dizer mais nada. O olhei até sumir de vista.

– Hum, nande?


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Notas finais do capítulo

Curtiram? *------*

P.S.: O tapa-olho que ela usa é assim:

http://th03.deviantart.net/fs71/300W/i/2012/140/d/6/misaki_mei_by_islamruz-d50ep6u.png

Só que no olho direito hihi



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