Nós três encarávamos aquele corpo, dentro da cratera que fizera ao atingir o chão. Pensávamos em como aquele cara conseguiu fazer aquilo.

– Será que foi técnica de transformação? – Lee perguntou.

– Não... – Neji disse – Foi uma técnica de um nível muito mais alto.

Franzi a testa, engolindo a seco. “Nani...”, pensava apreensiva, “Onegai... Gaara.”.

– O objetivo dele era nos atrasar e aprender coisas sobre nossas habilidades. – Neji disse.

O olhei.

– Então não podemos ficar aqui o dia todo. – Lee disse.

– Hum, vamos! – Gai-sensei disse.

Pakkun nos indicou o caminho e nós o seguimos. Eu tinha esperanças de que encontraríamos Gaara bem. Não sei por que eu estava me importando com a segurança dele, em como ele estaria. Me senti inquieta em pensar que ele não estava bem, preocupada. O que estava acontecendo afinal?!

...

Paramos para descansar um pouco. Gai-sensei, Lee e Pakkun estavam dormindo e Neji em frente à fogueira, sério, parecendo pensar. Eu estava deitada, coberta, mas não conseguia dormir. Meu olhar estava baixo, preocupado.

– Não consegue dormir? – Neji perguntou enquanto olhava para o fogo.

O olhei surpresa, me esquecendo de que estava ao lado dele. Claro que ele perceberia que eu estava acordada.

– Hum. – Abaixei o olhar – Hai.

– Preocupada?

Me encolhi um pouco.

– Não sei. – Disse suave.

O olhei, ele estava sério. Será que ele sabia que eu estava em dúvida entre ele e Gaara? E principalmente que eu estava preocupada com Gaara? Havíamos crescido, era óbvio esse triângulo amoroso. Pelo menos pra mim...

– Você se importa? – Perguntei quase inaudível.

– Com o que exatamente?

– Hum, não sei...

– Naru.

O olhei. Ele ia dizer algo, tenho certeza, mas não disse. Apenas voltou a assistir a fogueira.

– Apenas tente dormir.

– Você vai dormir? – Perguntei.

– Não.

– Hum. – Me virei e tentei dormir.

Minha preocupação com Gaara parecia me deixar ainda mais triste em relação à Neji. Por que eu tinha que sentir algo assim? Por que eu não podia ser apenas uma ninja? Seria tão mais fácil do que lidar com esses sentimentos! Acho que eu gostava dos dois, mas... O que eu devia fazer?

Quando eu finalmente consegui adormecer, Gai-sensei acordou.

– Certo! Fim do intervalo! – Ele exclamou, se sentando.

Abri os olhos, fazendo cara de tédio. Como ele conseguia se recuperar tão rápido? Levantei e arrumei minhas coisas sem notar que Neji me olhava pelas costas. Pus a mochila nas costas e levantei.

– Vamos ter que correr bastante para recuperar o tempo perdido! – Gai-sensei exclamava.

Percebi Neji fazer cara de tédio e deixei um sorriso escapar por querer rir.

...

Voltamos a pular entre as árvores e cada vez mais nos aproximávamos com Pakkun nos indicando o caminho. A tensão aumentava a cada minuto, nós estávamos perto.

– Algo está estranho. – Neji disse.

– Nani? – Perguntei.

– Não sinto a presença de nenhum inimigo.

Arregalei um pouco os olhos, agora que ele disse, eu também percebi isso. Algo estava mesmo errado.

– Eles usaram aquele jutsu para nos atrasar. – Ele dizia – E agora nada.

Rangi os dentes, eles não estavam mais querendo nos atrasar. Apertei os olhos e cerrei as mãos com raiva, dando um salto e me afastando deles para ir mais rápido. Lee e Neji me olhavam surpresos.

– O que ela tem? – Lee perguntou.

Neji franziu o cenho e continuou a pular. Minutos depois chegamos a um pequeno penhasco e pulamos, aterrissando num rio. Do outro lado havia uma grande pedra, bloqueando uma entrada.

– É ali? – Gai-sensei perguntou.

– Hum. – Pakkun assentiu – Gaara-kun está dentro desse rochedo. – Ele apontou com a pata para a pedra.

Engoli a seco, estávamos tão perto dele! Nos perguntávamos o que íamos fazer, mas o time Kakashi chegou e Gai-sensei abriu um leve sorriso.

– Atrasado, Kakashi.

– Ah... Tivemos problemas no caminho. – Ele disse.

Lee e Neji ficaram surpresos ao ver Naruto. Eu fitei Naruto e vi em seus olhos que ele estava com raiva. Abaixei o olhar enquanto Sakura apresentava a conselheira da aldeia da areia: Chiyo. Neji ativou o Byakugan e nos voltamos para ele, que começou a ver o que se passava lá dentro.

– Parece que lá dentro é um grande salão. – Ele dizia analisando – Não consigo ver direito o que está acontecendo. Parece que tem algumas pessoas lá dentro.

Cerrei a mão, não queria ativar meu Byakugan. Eu não queria admitir, mas estava com medo do que talvez veria lá dentro. Eu... Estava com muito medo...

– Neji, e Gaara? – Naruto perguntou.

Mordi meu lábio, receosa. Naruto o balançava querendo saber onde Gaara estava e Neji começou a ficar nervoso ao ver algo. O fitei nervosa.

– O que é aquilo? – Ele disse nervoso.

– Nani? Oe, Neji? – Naruto o balançava.

– Me solta. – Ele disse sem expressão – É difícil dizer com palavras.

– Nani... – Disse nervosa.

– Então precisamos ver com nossos próprios olhos. – Lee disse.

Gai-sensei tentou quebrar a pedra com um soco, mas não aconteceu nada. A parede estremeceu e percebemos que havia uma barreira protegendo a grande pedra. Ele voltou até nós.

– Como vamos passar? – Perguntei, fitando a pedra.

– Temos que descobrir qual o tipo de barreira. – Sakura disse.

– Certo. Kakashi. – Gai-sensei disse.

– Hum, parece uma barreira dos cinco elementos. – Kakashi disse.

– Concordo. – Chiyo disse, analisando o selo que estava na pedra.

– O que é isso? – Naruto perguntou.

– Hum. – Kakashi disse – Consiste em colar uma folha escrito Kin, e espalhar cinco dessas folhas em lugares diferentes. Tem uma a nossa frente e outras quatro em outros lugares.

– O que faremos? – Gai-sensei disse.

Prestávamos atenção.

– Temos que tirar os cinco selos juntos para que a barreira quebre.

– Ao mesmo tempo? – Sakura perguntou.

– Hai. Se não a barreira não se quebra. – Ele pensou – Neji-kun.

– Hai.

Neji ativou o Byakugan e começou a procurar.

– Achei. – Ele disse – Nordeste daqui, uns 500 metros em cima de uma pedra. A segunda está a 350 metros a sudoeste na árvore perto do rio. A terceira está no precipício a mais ou menos 650 metros a noroeste. A última a 800 metros em um bosque, noroeste. São esses quatro lugares. – Ele concluiu.

– Então são longe um dos outros. – Comentei.

– Sem problema. – Gai-sensei disse – Com essa distância podemos usar os comunicadores. – Ele disse tirando-os da mochila – Então vamos seguir os comandos de Neji para encontrar as folhas.

Colocamos os comunicadores no cinto, pescoço para falar e fone na orelha para ouvir, enquanto Gai-sensei falava.

– Lee, você vai para a floresta a noroeste.

– Hai, Gai-sensei!

– Neji, deixo com você a pedra a nordeste.

– Entendido. – Ele disse sério.

– Naru para o lado sudoeste.

– Hai. – Disse séria.

– Eu vou para o precipício a noroeste.

– Qual a frequência? – Kakashi perguntou.

– 174.

– Ok. – Ele disse, acertando a frequência em seu pescoço.

– Minna, estão ouvindo? – Lee disse pelo microfone.

O ouvimos muito alto pelo fone, um som ensurdecedor.

– Lee, baka! – Exclamei – O volume do microfone está alto!

– Ah... – Ele o ajeitou – Perdão...

Neji e eu fizemos cara de tédio. Gai-sensei esticou a mão.

– Certo, time Gai! Hum... – Ele dizia.

Lee percebeu o que era para fazer e pôs a mão em cima da dele. Ele olhou para mim e fez o mesmo. Eu deixei uma risada escapar e pus a mão em cima da deles. Gai-sensei fez o mesmo com Neji, que apenas o olhou com cara de tédio. Ele continuou a fazer aquilo e mesmo Neji com aquela expressão séria, acabou pondo a mão em cima da nossa. Gai-sensei se sentiu vitorioso e sorriu.

– Vamos lá com juventude e força total! – Ele exclamou.

Saltamos e nos separamos, indo cada um para o lugar determinado. Eu ia para o local.

– Aqui é Neji, cheguei ao local. – Neji disse pelo comunicador.

– Eu também, vou chegar agora. – Gai-sensei disse.

Eu fui em direção ao rio e achei o selo na árvore como Neji disse.

– Naru falando, eu achei também. – Disse com a mão na orelha, no fone.

– Aqui Lee, achei. – Lee disse.

– Kakashi, como estão as coisas aí? – Gai-sensei perguntou.

– Quando você quiser. – Ele disse.

– Certo minna, no três. – Gai-sensei disse – Um! Dois! Três!

Arrancamos os selos dos locais ao mesmo tempo e, como planejado, Sakura quebrou a pedra. Fiquei impressionada como ela ficou forte. Ouvimos o som pelos comunicadores, deu certo.

– Uh? – Olhei para o lado, percebendo algo.

Algo surgia no rio, a água crescia dele.

– Minna... – Pus a mão no fone e disse pelo comunicador.

– Também estou vendo. – Neji disse.

– Hum. – Gai-sensei e Lee assentiram também.

O que... O que era aquilo?