Epílogo

Olhe para esta foto
Toda vez que eu olho, ela me faz rir
Como nossos olhos ficaram tão vermelhos?
E que diabos é aquilo na cabeça do Joey?

Nickelback - Photograph

Depois de um tempo, Klaus finalmente pediu Caroline em casamento e três meses depois eles estavam subindo ao altar. Jeremy se resolveu com Bonnie e agora eles viajavam juntos, como dois pombinhos apaixonados. Elijah havia se confessado para Katherine e agora eles namoravam, era um pouco difícil o relacionamento, afinal eles foram criados como irmãos por dez anos, mas eles levavam com paciência e conseguiam. Stefan continuava com sua carreira de cantor, e fazia cada vez mais sucesso, agora possuindo um estilo mais maduro. Minha avó, dona Helena havia melhorado e muito, em meu casamento ela acabou conhecendo o avô de Damon, e de alguma forma que ainda é um mistério para mim, eles começaram a namorar. Minha mãe? Bom, ela continuava colocando os filhos em primeiro lugar, sempre me ligava e me visitava, querendo saber de seus netos.

Sim, netos!

Eu descobri estar grávida logo depois de me assumir finalmente com Damon, veio um garoto do jeito que eu sempre imaginei: a pele morena como a minha e os olhos azuis e cabelos negros como o pai. Ele era a cara de Damon, possuía o mesmo sorriso, mas todos diziam que seu nariz definitivamente era igual o meu. Alex tinha seis anos agora, e definia toda minha felicidade.

Alex era a prova do meu amor e de Damon que nada conseguiu separar, éramos forte e unidos, por mais que sempre houvessem problemas, passávamos por cima como o casal honesto que éramos.

Ah claro, eu disse netos, e falei apenas de Alex. Bom, eu estou grávida de cinco meses, dessa vez uma garotinha, não sabemos qual nome dar, Damon insiste em Amy, mas eu acho muito simples, espero que até o nascimento dela tenhamos nos decidido sobre isso.

– Mamãe, vamos! – Olhei para baixo e vi meu garotinho pulando animado enquanto puxava meu vestido longo e florido, ri de sua animação e baguncei seus cabelos negros cortados exatamente como os de Damon.

– Vamos, vamos – Eu disse, indo atrás dele – Onde está seu pai?

– Esperando na sala – Alex respondeu.

Damon estava vestido em uma blusa azul de botões, um short jeans e tênis. Mesmo casual daquele jeito, ele estava lindo. Quando me viu, seu sorriso cresceu, mas antes que viesse até mim, ele abriu os braços e recebeu Alex em um abraço apertado.

– O que acha de jogarmos bola? Preparado para perder? – Damon perguntou, fazendo uma cara de mal que causou risadas em nosso filho.

– Perder? Você vai perder, se prepare, garotão – Alex imitou a expressão do pai, fazendo-me rir dessa vez enquanto os observava – Mamãe, quem você acha que vence?

– Com certeza o meu bebê – Respondi aproximando-me e beijando a bochecha de Alex.

– Mãe! Assim não – Alex corou e limpou a bochecha do beijou, envergonhado.

Deixando as brincadeiras de lado, Damon colocou Alex no chão e fomos até a garagem. Após colocar Alex na cadeirinha ele finalmente se aproximou de mim e me beijou, sorrindo apaixonado como seis anos atrás.

– Obrigado por fazer parte da minha vida – Ele sussurrou com a testa encostada na minha.

– Você é a minha vida, esqueceu? – Eu sorri, beijando seus lábios mais uma vez e entrei no carro, ele veio logo depois.

– Para o parque! Para o parque! – Alex dizia animado no banco de trás, praticamente pulando sobre a cadeirinha.

Damon estacionou em uma vaga com sombra e logo quando liberamos Alex da cadeirinha, ele saiu correndo para o parque. Hoje estava cheio de crianças, famílias, cachorros e barraquinhas, e o sol brilhava no alto, era um dia perfeito para passar com eles.

Damon levou a cesta e a toalha para colocar sobre a grama, alegando que eu não deveria carregar nenhum peso. Revirei os olhos. Em toda minha gravidez, tanto a de Alex quanto essa, Damon sempre me tratava como uma boneca de porcelana, não que eu reclamasse, eu amava esse seu jeito gentil e atencioso.

Ele forrou a grama e eu me sentei encostada a uma arvore. Alex já estava brincando animado com a bola e vez ou outra me chamava para mostrar o que ele sabia fazer, eu aplaudia e dava meus parabéns, vendo seu sorriso animado por cada pequena conquista.

– Elena! – Não muito longe, Caroline vinha caminhando e acenando com Charlie em seu colo, sua filhinha de onze meses – Finalmente hein, achei que nunca ia sair esse piquenique.

– Me desculpe, a culpa foi minha, eu estava ocupado com os negócios – Damon se desculpou ao meu lado, não demorando para chamar Charlie para seu colo, ela adorava o tio Damon.

– Eu te entendo – Klaus se sentou ao lado da esposa – Olá, Elena e Damon.

– Como vão as coisas? – E não demorou para Klaus e Damon iniciarem uma conversa sobre seus respectivos trabalhos. Caroline e eu reviramos os olhos, completamente entediadas e tomamos outro assunto.

– Alex, vem dar um beijo na tia – Ouvi a voz tão parecida com a minha e olhei para trás, vendo Alex correr até Katherine e lhe dar um abraço apertado e soado – Humm, acho que alguém já brincou demais.

– Brinquei não, tia Kath – Alex riu, passando para o colo de Elijah, já que Katherine não o aguentava mais.

– E aí, como vai o meu garotão? – Elijah fez cosquinhas em Alex, causando-lhe uma risada gostosa que era como música para meus ouvidos.

Elijah sempre adorou Alex, desde pequeno ele foi um verdadeiro tio, assim como Jeremy, que era tão criança quanto meu filho.

– Olá mana – Katherine se sentou ao meu lado, cumprimentando todos logo em seguida.

– E então, Katherine – Caroline começou, sorrindo maliciosa – Quando vem o casamento?

– Está um pouco cedo demais – Katherine disse, corando um pouco e desviando o olhar.

– Cedo? Por favor né, vocês já namoram há dois anos – Caroline rebateu – Tudo bem que vocês foram criados como irmãos, mas se não há relação sanguínea, o que tem? É quase a mesma coisa de Alex se interessar pela Charlie no futuro – Damon entregou Charlie para ela e foi brincar com os outros que já se aventuravam no mundo animado de Alex.

– Caroline! Meu Alex é ainda um bebê – Eu disse vendo-o brincar com todos os outros homens. Era uma cena engraçada, já que os três eram altos e fortes, e Alex era apenas uma criancinha, por mais que fosse um pouco grande para sua altura.

– Elena, aprende uma coisa: criamos os filhos para o mundo, minha mãe sempre diz isso – Disse Caroline, louca como sempre.

– Mesmo assim...

– Não se preocupe, Elena, você ainda tem alguns anos com Alex sendo só seu – Katherine piscou cumplice e sorriu, dando tapinhas reconfortantes em minhas costas.

– Isso, vou aproveitar muito cada momento com o meu bebê – Porque para mim não importava qual fosse a idade de Alex, ele sempre seria meu bebê.

– E essa garota, como vai? – Katherine perguntou, tocando na minha barriga.

– Muito bem, ainda sem nome.

– Ah não sei como você consegue – Caroline revirou os olhos – Já falei para o Klaus, ele vai ter que se contentar com a Charlie, porque não estou disposta a passar por aquela dor de novo não.

Foi impossível não rir. Não importasse quanto tempo se passasse, Caroline sempre seria doida daquele jeito. Charlie bateu palmas animada sobre seu colo, os cabelinhos loiros como os de Caroline estavam para cima, em um topete. Quando Caroline era questionada sobre o porquê de sempre fazer um topete na filha, ela dizia que Charlie tinha um estilo próprio.

Logo todos os homens se aproximaram e se sentaram sobre a grama, completamente soados e ofegantes, quase sem energias, mas Alex pulava animado falando que queria brincar mais.

– Alex, coma, depois você brinca mais – Damon disse, causando um bico emburrado em Alex que mesmo contrariado, acatou a ordem e se sentou.

Todos trouxeram algo e o lanche foi feito com fartura em uma conversa animada. Alex, como toda criança, comia como um leão. Ele não queria comer, mas quando começava...

– Como vão as coisas na empresa, Elijah? – Klaus perguntou. Klaus e Elijah haviam ficado bem amigos, e eles com Damon eram os três inseparáveis, vez ou outra eles saiam juntos para ver algum jogo de futebol, e claro, Alex ia junto como um pequeno homem que era.

– Vão bem. Você sabe, depois da descoberta de outra Pierce – Ele me olhou – Os negócios melhoraram muito.

– Ah não! Nada de falar de negócio, empresa e blá blá blá – Disse Katherine, tapando a boca de Elijah com as mãos, ele a mordeu de brincadeira, a abraçando, fazendo-a cair sobre ele em um gritinho – Idiota!

– Eu sei que você ama! – Elijah sorriu bobo, roubando um beijo de Katherine.

– Gente, por favor, não na frente do meu filho – Eu disse, tapando os olhos de Alex que ria como o sapequinha que ele era.

Essa era a minha família, a família que eu pensei que nunca teria.

Seis anos atrás eu não passava de uma garota de vinte anos que não sabia nada da vida, que havia perdido os pais e lutava pela vida da avó, essa garota me levou até Damon e até minha verdadeira família, esse conjunto de pessoas me transformaram na mulher que eu sou hoje. Palavra alguma jamais expressará a minha gratidão por cada uma dessas pessoas e por outras que agora não estavam ali, mas estavam a todo momento em minha mente e coração.

Eu amava aquele ambiente, amava aquelas pessoas, amava Damon, amava Alex, e amava a garotinha que estava para vir, a garotinha que completaria minha família.

– Eu te amo – Damon sussurrou em meu ouvido, me tirando dos meus pensamentos sobre a vida. Eu estava encostada em seu peito, no meio de suas pernas, víamos o sol se pôr lentamente enquanto Alex brincava com as outras crianças do parque, em um pique infinito.

– Eu te amo, meu sol – Respondi com o mais verdadeiro sorriso e o beijei, demonstrando todo o meu amor por ele, e gratidão.

Era assim que eu levaria minha vida, com felicidade e amor. Eu prometo!

Toda lembrança de vigiar a porta de trás
Eu deixava o álbum de fotos espalhado no chão do meu quarto
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus