Capítulo 21

Estou machucado, baby, estou destruído
Preciso do seu amor, amor
Preciso agora
Quando estou sem você
Sou apenas uma coisa fraca

Marron 5 - Sugar

Damon deslizava as mãos por minha cintura, tirando minha blusa sensualmente, lentamente, seus dedos gelados tocavam minha pele sensível. Eu o beijava, agarrando seus cabelos, meus lábios escorregavam para seu pescoço em um desejo completamente visível de ter mais dele.

Senti minhas costas tocarem o colchão e abri os olhos, vendo-o tirar a própria camisa e calça, os sapatos já não estavam nele há muito tempo. Eu não demorei em tirar o resto de minhas roupas, e quando vi, estávamos novamente sobre a cama, tendo tudo um do outro, vendo nos toques e gestos o quanto de amor havia entre nós, uma promessa muda de que estaríamos juntos para sempre.

Enquanto estávamos ali, eu não pensei em nada que não fosse Damon e o quanto eu o amava, naquele momento não existia problemas, tudo se esvaia e só ficava ele com sua presença suprema em minha vida.

Ele era tudo, era a luz no fim do túnel, era a esperança de que as coisas poderiam se ajeitar, ele era o sol que eu teria o prazer de acordar com ele tocando minha face. Damon era meu sol!

Pela primeira vez na semana eu dormi bem, abraçada à Damon. Eu poderia acordar com aquela visão todos os dias: Damon dormindo, parecia uma criança; claro, se não fosse pela nossa noite. Sorri com as lembranças, meus dedos deslizando por seu rosto, traçando uma linha invisível de sua testa até seus lábios, foi quando ele acordou. Damon sorriu, beijando meus dedos e logo ficando por cima de mim.

– Bom dia! – Ele disse, radiante. Foi impossível não sorrir de volta como se houvéssemos ouvido a melhor notícia do mundo.

– Bom dia – Respondi. Não me importei que ainda era de manhã e estávamos com bafo de onça e o beijei, puxando seus cabelos. Suas mãos foram para minha cintura nua, me puxando para ainda mais próxima dele.

– Acho que não vamos sair tão cedo daqui – Ele disse, fazendo-me gargalhar em seus braços.

xxXxx

Deixei Damon no quarto se arrumando – ou tentando se arrumar, já que suas roupas estavam amassadas demais para dar um jeito sem passa-las –, e fui para a cozinha, preparar nosso café da manhã.

Fiz panquecas, bacon, ovos, e torradas, já que eu não sabia do que ele gostava, mas quando finalmente apareceu, ele sorriu e ergueu o polegar para a comida, aprovando. Revirei os olhos divertida e fui até ele.

– Gostou? – Indaguei.

– Tudo que você faz eu adoro – Ele respondeu, beijando meu pescoço, causando-me arrepios.

Comemos como um casal recém-casado: felizes. Entre conversas e brincadeiras, levamos a manhã inteira juntos, mas infelizmente ele possuía a responsabilidade do trabalho.

– Às sete e meia eu venho te buscar, é hoje o casamento do Alaric – Ele disse na porta. Estávamos abraçados e eu não queria deixa-lo ir.

– Não pode ficar um pouco mais? Só um pouquinho? – Perguntei manhosa, fazendo um bico. Ele riu, beijando-me logo em seguida.

– Você sabe que é o que eu mais quero, mas hoje tem uma reunião muito importante e tudo depende de mim – Ele disse, ficando sério.

– Eu preferiria que você fosse um cara comum, assim teríamos mais tempo juntos.

– Logo, logo estaremos casados e teremos muito tempo juntos, não se preocupe.

Nos beijamos novamente, demorando com as testas coladas e o peito ofegante. Quando ele passou pela porta e se foi, foi como se a anestesia de uma cirurgia no dente tivesse passado: doeu. Muito.

A verdade doía, e nesse momento eu não queria acreditar naquele ditado popular que dizia para ela ser dita, apesar da dor. Eu preferia ter me mantido no escuro, viver a mentira do que ter que sofrer tanto, porque era apenas isso que aquela verdade fazia: trazia sofrimentos para todos.

Como minha vó ficaria? Eu deveria contar? E Jeremy? E Isobel, que nem sonhava que possuía outra filha?

Com tantas perguntas na cabeça, eu voltei para o quarto, encontrando a prova da noite passada e da manhã que tive com Damon, foi impossível não sorrir e me sentir aquecida, amada! Com paciência que se fosse outro momento eu não teria, comecei a arrumar o quarto que estava uma zona.

Quando terminei fui me arrumar para o casamento. Tomei um banho bem demorado, fiz hidratação no cabelo e na pele, depilei minhas pernas...

De roupão, comecei a fazer a maquiagem, a fiz bem neutra, puxando um longo delineado, o olho esfumado com sobra marrom. Escolhi um vestido preto rodado, e coloquei um colar de lua. Calcei um sapato na cor vinho, e peguei uma bolsa da mesma cor.

Deixei meu cabelo liso, fiz um topete e o amarrei em um rabo de cavalo alto.

Quando finalmente terminei, já eram sete e quinze. Daqui a pouco Damon chegaria, e eu comecei a ficar ansiosa, andando pela sala. Quando a campainha tocou – o porteiro já conhecia Damon, por isso nem avisava quando ele chegava – eu corri até a porta, abrindo-a rapidamente e me jogando nos braços de Damon, que me recebeu com uma risada gostosa.

– Sentiu minha falta? – Ele perguntou, retoricamente, claro.

– Quase nada – Respondi, beijando-o logo em seguida.

– Vamos.

Ele segurou minha mão e juntos fomos até seu carro. Damon, como o cavalheiro que era, abriu a porta para mim e eu entrei, ele deu a volta no carro e logo em seguida entrou também.

– Você está linda – Ele disse quando deu partida no veículo. Eu sorri, colocando minha mão em sua perna, ele apertou a dele sobre a minha, me dando um sorriso, por mais que ainda estivesse concentrado na estrada.

– Você está ainda mais – Respondi.

Ele usava um terno azul, e por mais que eu já houvesse visto ele vestido daquela forma, ele continuava lindo e cada dia ficava ainda mais belo ao meu olhar.

Não demorou para chegarmos ao salão onde seria o casamento e a festa.

Havia um lindo jardim do lado de fora, cadeiras estofadas e no meio o tapete vermelho com pétalas brancas. A decoração era toda de flores brancas e rosas, com luzes iluminando o local já que era de noite. Muitos convidados já haviam chegado e se sentado. Damon e eu caminhamos pelo tapete onde fotógrafos nos pararam para tirar fotos nossas, como todos os convidados. Nos sentamos na frente, o que nos dava uma ótima visão do que estava para acontecer.

Damon cumprimentou o noivo que parecia o mais nervoso dali. Ele era alto, possuía os olhos verdes brilhando em expectativa, usava um terno na cor creme e tinha os cabelos castanhos arrepiados.

– Alaric, esta é Katherine, minha noiva – Damon me apresentou.

– Olá, sou o Alaric – Ele disse me cumprimentando com um abraço – É um prazer finalmente conhece-la.

– O prazer é todo meu, meus parabéns pelo casamento. Espero que vocês sejam muito felizes – Eu disse a ele. Alaric agradeceu e após trocar poucas palavras com Damon, tornamos a nos sentar.

Foi então que a música anunciando a entrada da noiva começou a tocar, todos viraram as cabeças para trás apenas para observa-la caminhar lindamente pelo tapete até o altar.

Ela era linda! Possuía os cabelos bem pretos, e olhos azuis que brilhavam em lágrimas não derramadas, a pele extremamente clara. Ela usava um vestido longo e sem roda, todo trabalhado na renda e em pedrinhas.

Jo caminhou ao lado do pai até o altar, onde Alaric a recebeu com um beijo na testa.

Os votos foram trocados e com sorrisos nos lábios eles assinaram os papéis do casamento, com várias testemunhas para comprovar o amor e a união deles.

Todos foram dar seus parabéns ao casal recém-casado, que os receberam com sorrisos sinceros. Logo foi a nossa vez.

– Finalmente ein, Ric – Damon disse, abraçando e dando tapinhas nas costas do amigo, sendo retribuído o gesto por Alaric.

– Logo será você, Damon, cuidado com as brincadeiras – Ambos riram.

– Oi, eu sou a Jo, é bom ver o Damon finalmente feliz – Disse a noiva, sorrindo para mim.

– É um prazer conhece-la, Jo, parabéns pelo casamento, e respondendo, é bom estar feliz – Eu disse, a abraçando logo em seguida.

– Obrigada, querida.

Após cumprimenta-los, segui de mãos dadas com Damon para o salão enorme onde estava ocorrendo a festa. Nos sentamos em uma mesa e logo um garçom chegou, trazendo comida e bebida.

– Eles parecem serem legais – Eu disse a Damon – Mas Alaric não me é estranho.

– Eles dois são incríveis – Me respondeu – Bom, Alaric dava aulas para o ensino médio alguns anos atrás. Talvez ele tenha dado aula na sua escola.

Só então me lembrei. Sim, Alaric havia dado aula para mim no meu último ano da escola, eu só esperava que ele não se lembrasse, o que era possível, já que ele tinha tantos alunos.

Sorri em resposta para Damon, e assenti, querendo mudar logo de assunto, o que ele não se incomodou em fazer.

– Quer dançar? – Ele se levantou e estendeu uma mão para mim, pousando a outra nas costas, dando um meio sorriso irresistível.

– Claro que eu quero, Sr. Salvatore – Segurei sua mão e juntos fomos para a pista de dança, onde alguns casais já se arriscavam a dar alguns passos.

– Não vejo a hora de te chamar de Srª. Salvatore – Ele disse colando nossos corpos e começando a dançar ao som de Adele.

– Nem eu, o que eu mais quero é ficar com você – Por mais que eu não possa, completei em pensamentos, abraçada a ele.

– Nunca vou te deixar, Katherine Pierce – Ele disse brincalhão me girando, eu ri e voltei para ele.

– Ah Damon, você é tudo para mim – Declarei. Nos olhares se encontraram e após um sorriso cumplice, colamos nossos lábios em um beijo calmo e apaixonado.

A festa apenas melhorou. Jo e Alaric apareceram para dançar a dança do casal, uma coreografia divertida com um mix de músicas. Várias pessoas apareciam para falar com Damon, e fui apresentada a todas elas: amigos de escola, parentes de Alaric que conheciam Damon desde pequeno...

Eu aproveitei o máximo que pude, me arriscando a beber uma taça de alguma coisa alcoólica sempre que um garçom aparecia.

– Não acha melhor parar? Vai acabar ficando bêbada – Damon disse, prestes a tirar a taça da minha mão, o impedi cambaleando para o lado.

– Para de ser chato, Damon. Eu não fico bêbada, esse é meu superpoder – Brinquei, roubando um beijo dele, bebendo o resto do que tinha na taça logo em seguida – Isso aqui é muito bom!

– Sei, sei – Ele revirou os olhos, me segurando antes que eu caísse por causa da tontura – Acho melhor irmos embora antes que você caía na frente de todo mundo.

– Eu seria uma vergonha?

– Não, você nunca é uma vergonha – Ele riu – Mas chamaria a atenção, e eu não quero ninguém mais além de mim te olhando – Damon sussurrou na minha orelha, causando-me arrepios.

– Sério? E se um dia você se cansar de mim e pedir o divórcio? Vou lembrar você desse momento, tá? Cuidado, posso ser muito vingativa – Eu disse, me jogando em seus braços e deitando a cabeça em seu peito musculoso.

– Se você ao menos se lembrar desse momento, de tão bêbada que está – Ele riu, ainda segurando minha cintura protetoramente – Nunca vou querer o divórcio.

– E se eu não foi quem você pensa que eu sou? E se eu for alguém diferente?

– E como seria? – Ele franziu o cenho, confuso.

– E se eu não for a Katherine de verdade? – Indaguei, sentindo minha cabeça, corpo e coração pesarem.

– Que conversa, Katherine! – Damon riu, achando que aquilo tudo era conversa de uma bêbada.

– Vamos para casa agora antes que diga que foi abduzida por alienígenas também – Eu ri, beijando seus lábios.

– Como você é estupido, Damon.

– Voltamos a estaca zero, amor? – Indagou, nos lembrando de quando eu invadi seu quarto. Só pude rir e negar com a cabeça.