A Esposa do Século escrita por Yas


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olááááaáá peaple S2
Vocês estão bem? Então tá bom *---*
Perceberam a capa nova? Eu estava em dúvida se colocava ou não, porque gostava muito da antiga, mas resolvi mudar ~obrigada pelo voto, sis
Espero que tenham gostado dela ^^
Boa leituraaaa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629597/chapter/21

Capítulo 20

Os sentimentos que ela esconde
Os sonhos que ela não consegue achar
Ela está perdendo a cabeça
Ela ficou pra trás
Ela não consegue achar seu lugar
Ela está perdendo a sua fé
Ela caiu em desgraça
Ela está despedaçada

Avril Lavigne - Nobody's Home

Enganada, traída, iludida... Eram alguns dos sentimentos que me rodavam no momento em que a verdade me veio. Eram como o ditado dizia: a verdade dói, mas seja dita. Será? Valia a pena sofrer por uma verdade? É tão ruim assim viver na mentira? Mas o que eu mais me perguntava era: por que? Por que Miranda e Grayson fizeram isso? Miranda podia ter filhos, afinal ela teve Jeremy, que cresceu como meu irmão, mas não era nada meu. Como eles puderam?

Isobel me perguntou inúmeras vezes o que se passava comigo quando eu voltei para o provador em prantos. Vesti minhas roupas correndo e deixei o vestido com Isobel, ela ainda confusa.

Saí correndo dali e quando cheguei no carro, constatei que eu não conseguiria dirigir, não sem causar um acidente.

Raiva, aborrecida, prestes a matar alguém...

Miranda não tinha o direito! Quem ela era? A melhor amiga de Isobel que teve coragem de roubar sua filha. E escondeu de todos por anos a mocreia que era com um sorriso sereno e palavras gentis.

Não deveria ter sido ela a me dar os primeiros parabéns em cada aniversário, não deveria ter sido ela a ver meus primeiros passos, não deveria ter sido ela a me consolar na minha primeira desolação amorosa...

Ambos, Miranda e Grayson, me tiraram o direito de viver minha vida real, me deixando em uma bolha de ilusões.

Eu nunca reclamei da criação que eles me deram, eles foram pais amorosos, que davam atenção, que ensinavam o certo e repreendia o errado, mas... Eles não eram os meus pais. Dentro daquele carro eu imaginei como seria ter sido criada por Isobel e John. Eu seria como Katherine? Um dia conheceria meus amigos e Jeremy?

Limpei o rosto grosseiramente e dei ré no carro, dirigindo sem rumo pela cidade com o rosto inchado pelo choro e a garganta dolorida de tanto gritar para tentar esvaziar meu coração daquela dor, mesmo que eu houvesse dito para eu mesma para não dirigir naquele estado.

Quando finalmente parei o carro, percebi onde estava: no cemitério. Por um longo período da minha vida, aquele foi meu refúgio. Estar com eles, mesmo que seus corpos estivessem debaixo da terra, era reconfortante. Agora, o que significava estar com eles?

Com passos vacilantes e o coração pesando, eu entrei. A grama verde, as lápides, o caminho até lá.... Tudo ainda era igual. E meus sentimentos para com ambos, continuavam os mesmos?

Parei em frente às duas lápides, lado a lado. “Grayson, amado pai”, “Miranda, amada mãe e companheira”.

– Por que vocês fizeram isso? – Perguntei, não obtendo resposta – POR QUE? – Gritei com todas as minhas forças, caindo diante deles sem conseguir aguentar meu próprio corpo.

Eu queria repostas, queria voltar atrás, queria tudo o que era até impossível.

Uma semana, esse era o tempo que eu tinha. Mas enquanto uma parte de mim queria correr para os braços de Damon e aproveitar cada segundo, a outra parte queria correr até minha avó, aquela que desde sempre foi meu porto seguro. Será que ela sabia de tudo isso? E Katherine? Onde estava minha irmã gêmea todo esse tempo?

Limpei as lágrimas da melhor forma que eu pude, e me levantei, indo ao carro. Abri a porta e entrei, sentindo meu corpo pesado e os olhos se fechando, prestes a cair no sono, foi quando meu celular tocou, me semi-despertando.

– Alô? – Atendi com a voz rouca, sentindo minha garganta e a cabeça doer.

– Katherine? Você está bem? – A voz de Damon soou em meus ouvidos, fazendo-me sorrir involuntariamente.

– Melhor agora – Eu disse, ouvindo sua sonora e deliciosa risada – O que houve?

– Quer sair comigo hoje? – Ele me perguntou de um jeito que era impossível negar.

– Só me falar a hora que vem me buscar – Respondi, anestesiada por todas as sensações que ele me passava mesmo por telefone.

– Cinco e meia estou ai, me espere – Damon sussurrou, desligando a chamada logo em seguida.

Com o celular abraçado ante ao meu peito, mais uma vez eu chorei, de saudade precipitada dessa vida que eu passara a ter, principalmente de Damon, de raiva por Grayson e Miranda, de indignação por tudo. Eu queria secar, queria que todas minhas lágrimas se fossem para sempre, queria ficar com Damon pelo resto de nossas vidas, viver e morrer juntos, queria que Isobel me reconhecesse como sua filha, mas ao mesmo tempo queria que Jeremy fosse meu irmão. Eu queria o mundo, mas não podia tê-lo!

Dirigi até “minha casa” com dificuldade, meus olhos pesavam e eu só queria cair na cama e dormir por um tempo. E foi o que eu fiz! Mesmo sem querer acabei ignorando o “boa tarde” caloroso do porteiro. Não fiz questão de tirar minha roupa, quando deitei na cama já estava praticamente desmaiada pelo cansaço e estresse do dia.

Só fui acordar às quatro da tarde, morta de fome e muito melhor do que quando eu havia ido dormir. Preparei um sanduiche enquanto ouvia uma música qualquer no rádio e depois de comer tomei um banho demorado, tentando tirar minha cara inchada.

Caprichei no corretivo para não deixar minhas olheiras do recente choro à mostra, mas mesmo assim fiz uma maquiagem simples, com delineador e batom. Vesti uma blusa rosinha clara e uma calça jeans, com uma bota de cano baixo e salto alto. Uma chuva fina começava a cair, então acrescentei ao look uma touca rosa bebê, deixando meus cachos caírem sobre meus ombros.

Eu esperava Damon já inquieta na sala, louca para vê-lo, quando o interfone tocou. Era o porteiro avisando que Damon chegara. Não deixei ele subir, e corri para o saguão. Quando o vi, lindo como sempre, com o sorriso maroto, a primeira coisa que eu fiz foi me jogar em seus braços como se eu não o visse há séculos. O abracei com todas minhas forças, encontrando ali meu porto seguro, meu refúgio para as tempestades da minha vida. Senti ele entrelaçar minha cintura e beijar minha cabeça, protetoramente. Era tudo que eu precisava!

– O que houve? Você está bem? – Ele perguntou, preocupado.

– Estou – Me afastei apenas o suficiente para alcançar seus lábios em um beijo que dizia tudo que eu nunca poderia lhe contar, mas que o fizesse sentir – Eu estava com saudades.

– Eu também estava, meu amor – Damon sorriu, pegando meu rosto entre suas mãos e depois beijando minha testa, enquanto meus dedos continuavam agarrados a seu blazer preto.

– Para onde vamos? – Perguntei.

Ele não havia usado o estacionamento, e o carro estava na frente do prédio, sob a chuva. Ele abriu o guarda-chuva transparente que trazia consigo sobre nossas cabeças e me segurou pela cintura, e juntos fomos até o carro.

– Para um festival – Ele disse, abrindo a porta para mim, e me deixando chocada. Entrei, e ele deu a volta, entrando também – O que?

– Festival? – Ele assentiu – Não acredito que gosta de programas assim.

– Quero fazer coisas diferentes com você – Damon piscou um olho azul, dando partida no carro.

– Eu também. Onde é?

– No centro.

Não fiz mais perguntas e deixei que ele guiasse. Confiava nele! Não demorou a chegarmos no estacionamento, e de longe pude ouvir a animação das pessoas. Sorri com isso, começando a me animar também.

Damon sorriu como uma criança sapeca e saí do carro com ele. A chuva havia parado, para nossa alegria, e a brisa suave chegava até nós. De mãos dadas chegamos no festival. Havia uma decoração de luzes coloridas por todos os lados, estandes com coisas para comprar de vários estilos e culturas, assim como as pessoas que passavam por nós. E no meio de tudo aquilo, havia algo parecido com uma arena, onde possuía um palco com uma banda que animava todos aqueles que assistiam ao show.

Encarei aquilo tudo maravilhada, e olhei para Damon com um olhar que agradecia, mesmo sem ele saber o quanto eu precisava daquilo.

– Vem – Ele me puxou e encontramos naqueles corredores cheios de barracas que possuíam de tudo: colares, roupas, chapéus, comidas... – O que você quer?

– Vai comprar para mim? – Perguntei com um sorriso, grudada em seu braço. Ele deu uma gargalhada gostosa e beijou minha cabeça.

– Vou comprar tudo para você.

Com os olhos brilhando com tudo aquilo, eu fui até uma barraca que vendiam coisas de casais.

– Eu quero isso.

Eram dois colares com a face de um lobo. Juntos eles formavam um coração. Eram apenas bijuterias, mas eu não ligava. Damon olhou para os lados com um sorriso meigo, até um pouco tímido, até negar com a cabeça com as bochechas um pouco vermelhas e tirar a carteira do bolso e pagar pelos colares.

– Vou ter que usar isso? – Ele me perguntou.

– Sim, é uma prova do seu amor por mim – Eu disse, sorrindo. Ele revirou os olhos e pegou um dos colares da minha mão e o colocou em mim depois de eu tirar meu cabelo do caminho.

– Você sabe que isso vai enferrujar com o tempo, né? – Damon perguntou enquanto prendia o fecho, quando ele o fez, ajeitei meu cabelo e o encarei.

– Mas é bonitinho – Respondi colocando o colar nele, que teve que se abaixar um pouco para eu alcançar seu pescoço – Eu te amo!

– Eu também te amo – Ele segurou minha cintura, e em meio àquele tanto de gente, ele me beijou – Vamos ver mais coisas.

Damon parecia animado, mas não tanto quanto eu, que estava adorando aquelas coisas. Me apaixonei por pulseiras trançadas e acabei levando um monte, assim como toucas de animais, que Damon disse que eram desnecessários, que eu nunca usaria, o que eu não duvidava de ser verdade.

Depois fomos para a arena, onde o show ocorria. Era uma banda juvenil, mas as letras eram legais, apesar de Damon não parecer curtir muito.

– Dê um sorriso. Você está com uma cara que comeu limão, bem azedo – Eu disse, o olhando, forçando-o a formar um sorriso com meus dedos, ele os segurou e deu um beijinho.

– Essa banda é horrível – Ele disse.

– Não, você que é velho demais para aprecia-la – Eu pisquei, vendo-o me olhar indignado, e logo depois soltar uma gargalhada?

– Eu velho? Não foi assim que você me definiu na nossas noite juntos – Ele sussurrou em meu ouvido, me provocando, causando-me arrepios.

– Acho que você vai ter que me provar de novo – Eu disse, vendo que causei o mesmo efeito nele – Não jogue o jogo se não souber as regras, Damon!

– Eu adoraria que você me ensinasse elas –Murmurou, sorrindo safado.

Foi impossível não sorrir e não ansiar pela noite que estava próxima...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não sei se festivais assim acontecem por lá ~Estados Unidos~ sei que tem festivais de músicas, mas se não existem, aqui existe u-u me baseei em festivais do japão e dos que acontecem aqui no Brasil mesmo, mas mudei algumas coisas, como o horário.
Enfim, espero que tenham gostado S2
Bjsss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Esposa do Século" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.