Entre a Escuridão escrita por Half Fallen


Capítulo 3
Capítulo Dois — Arrependimento


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Missed me? xDD
espero que gostem desse capítulo, ele tá bem curtinho, mas é porque eu quero que ele fique assim, curtinho!
Espero que gostem desse daqui, boa leitura



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"Arrependimento mata, sim, mas não fisicamente. É um parasita que aloja-se no coração, fazendo questão de torturar seu hospedeiro até sua insana morte."

Eremita

Após se despedir de seu novo conhecido, Raa'skar começou a preparar-se para sua missão. Coletou da árvore os estranhos frutos roxos que tinham tamanho de manga, mas um gosto peculiar e refrescante. Saciava tanto fome quanto sede em proporções iguais. Colocou-os nas bolsas que Ventania carregaria consigo.

Acordou seu cavalo com gentis carícias em sua cabeçorra e o mesmo levantou, contraposto. Estava ainda um pouco zonzo de sono, e, ao perceber isso, o assassino decidiu não montá-lo ainda. Segurou gentilmente a corda que acompanhava as rédeas do cavalo e o guiou até parte do campo aberto.

Andava cauteloso, olhando por todo o lugar, tentando ver se haveria alguma ameaça ou não. Com o sol sobre as costas, Ventania despertava melhor e já começava a dar sinais de atenção. Assim como o dono, o cavalo estava cauteloso para pressentir quaisquer ameaças.

— Estranho, não é mesmo, Ventania? — começou o assassino — Como pode haver lugar tão grande em nosso mundo? Será que ele é realmente tão vasto assim?

Raa'skar parecia ponderar por si próprio, alto, olhando para o tal Deserto Verde. Se não fosse um assassino, iria com toda certeza explorar aquele mundo cheio de delícias.

De repente, Ventania parou. A cabeça mexia para tos os lados, aflito, parecia saber que algo estava vindo. E rápido demais. Raa'skar desembaiou suas espadas devagar, olhando para todo o lugar e prestando atenção nas reações do cavalo. Quando sentiu que o mesmo ficou mais rígido, Raa'skar preparou-se. Estavam vindo.

Do horizonte, a correr, estava a alcateia de albinos. Os filhotes pareciam já estar podendo correr e, por isso, corriam junto de seus pais. Não estavam atrás de comida, não, pareciam mais felizes do que qualquer outra coisa. Deveria ser uma comemoração por seus filhotes poderem correr.

Encantado, Raa'skar pôs-se a correr e atrás dele vinha Ventania. Com a habilidade de subir em seu cavalo em movimento, o assassino pôs-se a cavalgar atrás deles. O sorriso na face enquanto rasgava o vento com sua animação. Mas eles corriam tão rápido! Não demorou muito para que os perdesse de vista.

Mesmo assim, o assassino era, por ventura, determinado. Desmontou do cavalo e o olhou. Ventania era treinado; portanto, correria se percebesse perigo, caso não, iria esperar até seu dono voltar.

Como um verdadeiro escalador, Raa'skar subiu às árvores e andou por elas, olhando para baixo até encontrar um rastro de albinos. Caso não achasse dentro de uma hora, iria voltar.

As árvores eram altas, cheias de vida e cheias de outras vidas que moravam nelas. Era confortável e aconchegante. Claro, as árvores nunca foram hostis, não. Sempre abraçaram qualquer forma de vida e isso não seria diferente com o assassino.

Demorou bastante para que Raa'skar achasse-os, mas achou. No momento que o fez, a sua missão voltou-lhe a mente e mais uma vez o arrependimento tomou seu coração.

Os albinos pareciam ter tantos sentimentos quanto qualquer outra espécie. Seria justo tirar a vida deles, logo após um momento de comemoração tão precioso? Sim. Será a pior das injustiças. Haviam exatamente cinco filhotes os quais pareciam poder correr quanto queriam... Provavelmente acabaram de aprender isto.

Pareciam tão felizes a brincar.

Porém, se estavam todos ali, aquela chance não poderia ser desperdiçada.

Desembaiou suas espadas e saltou para uma árvore mais perto. Talvez um ataque aéreo fosse a melhor escolha. Haviam sete albinos adultos; três estavam deitados, provavelmente fêmeas, e quatro estavam em pé, provavelmente machos. Estavam em um clima descontraído, observando o lugar. As fêmeas permaneciam de olho em seus filhotes, enquanto os machos estavam a protege-las.

Lado-a-lado duas fêmeas; as primeiras.

Saltou da árvore com as duas lâminas para baixo, afim de acertar a jugular dos animais. Quando aterrizou e matou as duas criaturas, o assassino olhou para frente. A fêmea restante e um macho se puseram a correr, carregando consigo os cinco filhotes.

Um dos albinos, sem perder muito tempo, saltou para cima do homem e o derrubou, rosnando e tentando abocanhá-lo a todo custo. Esses lobos eram fortes e ágeis, caçadores natos. O assassino deveria ser tão rápido quanto. Com o braço tentou impedir o avanço e com a outra mão começou a apunhalar o corpo do canino.

Não demorou muito para que o próximo viesse na mesma intenção, então, com força, Raa'skar jogou o corpo gravemente machucado contra o outro que vinha e que não aguentou o peso, caindo com impacto. Atrás de si corria o terceiro e último e, quando saltou, o assassino cravou sua lâmina em seu peito, a deixando ali.

Correu para aquele que estava no chão ainda debaixo do corpanzil agora morto e o cortou o pescoço. Cinco mortos, dois a correr. Raa'skar deveria ser rápido. Pegou sua lâminas e pôs-se a correr na direção de onde seu cavalo estava. Se tudo estivesse indo conforme ele havia pensado, os lobos iriam correr até o campo onde vivem.

Assim que encontrou Ventania, Raa'skar montou rapidamente e passou a cavalgar para fora da floresta. No momento em que saiu da imensidão de árvores, avistou os que restaram a correr. Porém, eles eram enormes! Alcançá-los em um território vasto e conhecido por eles seria quase impossível. Continuar com esta caça seria idiotice.

Diminuiu a velocidade até fazer com que seu cavalo apenas andasse e então conduziu-o a outra árvore, desta vez maior. Ficaria ali até de noite onde saberia se iriam voltar ou não.

Raa'skar, no entanto, duvidava que os albinos iriam voltar. Estavam fracos, apenas dois, e do jeito protetor que eram, não iriam querer arriscar a vida de seus filhotes. Desmontou do cavalo e retirou de uma das bolsas aquela fruta exótica que havia guardado.

Mordeu-a, com desânimo.

Não queria matá-los, não queria ter feito isso. Por que o fez?

— Porque era a minha missão. — murmurou, afim de convencer a si mesmo

Você sabia que sua missão o faria fazer coisas que não queria e mesmo assim o fez.

— Eu não tive opção.

Você poderia não ter aceitado.

— Vou ser bem recompensado.

Pois, se é assim, não tem o direito de estar arrependido.

— Eu não tive escolha.

Sim, você teve. Me diga, assassino, qual é o preço de uma vida?


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Notas finais do capítulo

Oi! E aí, gostaram? Por favor, não deixem de comentar, e se forem criticar, façam-o com carinho, okay?
Um beijinho e até o próximo



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