Entre a Escuridão escrita por Half Fallen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Apenas o prólogo vai ser em primeira pessoa, okay? ;u; Acho que é melhor desta forma!
Eu espero que gostem, é uma nova coisa até para mim!
Bom, aproveitem ♥



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Assassinos. Aqueles que matam sem piedade. Podem ser os contratados, ou aqueles que fazem apenas por gosto. Pode, também, ser aquele que diz que matar é um meio para a libertação do povo, e assim é aclamado pelo mesmo.

Razões diferentes, vidas diferentes e significados diferentes, mas todos com um mesmo comum: matar sem mostrar um pingo de compaixão. Eu sou comparado a um, não que eu realmente concorde com isso, pois, as vozes ecoam em minha mente todo o tempo.

Se não fosse forte, teria entrego minha sanidade a esmo e me atiraria sem pudores aos braços da loucura. Portanto, forcei-me a acostumar com essas vozes que gritavam por ajuda e dor em sua própria agonia.

Música, muitas vezes, me roubava à atenção e fazia as vozes aquietarem, por isto, comecei a praticar vários instrumentos. Comigo, entretanto, levo apenas minha flauta de bambu, que me faz relaxar em momentos ruins.

Hoje era, infelizmente, um desses momentos.

Eu estava sentado sobre o galho mais alto de uma árvore, que não deveria passar dos seus três metros. Olhava para baixo, a flauta em minhas mãos enquanto tentava exercer alguma melodia.

Mais uma vez outra voz iria se ajuntar as que atormentavam minha sanidade.

— Ah! Você sabe, não é? — perguntara meu alvo a seu colega — Hoje terei minha noite de núpcias! Oh, a minha bela mulher é tão jovem e formosa! Com certeza terei uma boa noite.

Tenha cuidado, Ropongi. Você sabe, muito bem, que se aquela menina se machucar você quem vai pagar as contas.

Ora, que isso! Ninguém nunca me descobriu, não tem como o fazer justo agora!

Era um trabalho simples: matar Ropongi antes que possa chegar em casa. Quem havia me ordenado a fazer isto era sua própria mulher. Parecia, de fato, que este homem tinha uma má reputação.

Ropongi era um homem com uma pança enorme, a cabeça calva e suava como um porco. Seu amigo, no entanto, era mais magricela e era menos calvo. Já não suava tanto, ou pelo menos aquele suor não era dele e sim do porco que o molhava.

Antes de se casar, corria por aí os "rumores" de que ele violentava jovens meninas após espancá-las. Estes nunca foram afirmados, pois, infelizmente, o homem gordo era rico. Quem confirmasse seria morto e esta não era a única ameaça.

Matá-lo não iria me trazer a nada, não era a voz dele que entraria a minha mente e sim a do amigo dele que era seu 'conselheiro'; andava com o rico para cima e para baixo, nunca deixando seu lado.

E eu não posso deixar testemunhas.

Com o soar da minha flauta, que se assemelhava ao balançar das folhas, os meus olhos o seguiam com calma e atenção, permitindo-me montar a estratégia do meu próximo ato.

Adentraram um bar pequeno e não conhecido por muitos, talvez para manter o anonimato. É mesmo melhor que as coisas possam seguir este caminho. Saltei da árvore com jeito, pousando no chão e suspirando.

Meu passo era lento, não havia motivos para que me apressasse, nem meus, muito menos deles. Escondi-me entre as árvores até o fundo do bar. Eles estariam lá assim que acabasse a bebedeira, eu tenho certeza que sim, pois, o meu alvo era incrivelmente alcoólico a julgar pela sua enorme barriga, formada por tanta gula e alcoolismo. Ele sairia bêbado, ajudado por seu fiel escudeiro a quem eu ainda não sabia o nome.

Não demorou muito para que o fato realmente acontecesse; Ropongi era incrivelmente fraco a bebidas, mesmo que bebesse tanto. Provavelmente testou algo novo a que nunca havia tomado e isto o possuiu.

— Ropo! Eu lhe disse! Você não é forte para beber tanto assim! Ainda mais a Sereia do Lago! Agora está passando muito mal!

— Ah, não tem importância, amigo! — soluçou — Valeu muito a pena!

Sereia do Lago, péssima escolha, amigo. Consistia em uma bebida que só era criada em noite de lua cheia, onde se diz que as sereias cantavam suas doces e mortais melodias. Assim ganhavam inspiração para compor a tão famigerada bebida.

Todas elas tinham o gosto comum e a coloração azul cintilante. Porém, por mais que fossem similares cada uma provocava uma alucinação diferente. No meu caso, a fortíssima bebida me provocou uma visão sanguinária, onde caminhava por um mar vermelho, sobre os corpos daqueles que matei.

Sereias, belas e traiçoeiras sereias. Até mesmo em bebidas, não permitem um segundo de descanso para os homens.

E Ropongi vomitava o que havia bebido dentro do bar, recebendo o olhar preocupado e reprovador daquele que o ajudava. Gemia, mas ria ainda preso a suas insanidades.

Aproximei-me, camuflado dentre as sombras. Desembainhei minhas duas lâminas quase gêmeas, pois uma se destacava por ser invertida. Teria de ser rápido, atingir o coração e acabar com isso.

Posicionei-me atrás do homem gordo e assim que ele levantou para respirar, ou qualquer outra coisa que fosse fazer, cravei minha espada em seu coração, atravessando por trás.

— AHHH!

Era o urro de medo de seu companheiro. Olhei para o lado, mordendo o lábio inferior para conter a compaixão e só assim, com minha lâmina invertida, cortei-lhe o pescoço, contemplando seus olhos arregalados de medo.

Droga.

Mais uma feição para me assombrar a noite.

Ele era inocente... estava apenas no lugar errado, no momento errado.

Ambos os corpos caíram sem vida ao chão, o sangue se juntando e formando pequenas e pegajosas poças. Cortei o ar para lançar parte do sangue das minhas lâminas e só assim partir dali.

Do meu bolso, peguei minha flauta, começando uma melodia fúnebre, em homenagem ao inocente que eu acabara de matar.

Mais uma morte, menos uma alma.




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Notas finais do capítulo

E aí? Pedras não galera, marshmallows ♥
Críticas construtivas, please, e um comentário se puder !
Muito obrigada por ter lido até aqui e eu espero, com toda a sinceridade do meu heart, que você me acompanhe até o final!
Um beijo amores ♥