Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone
HOTEL CRISTAL LAKE: QUARTO
Van Helsing e o Padre Keir esperam o Xerife no quarto do Padre. Eles pediram á Sra. Freeman que mandasse o policial subir. Nenhum dos dois trocou nenhuma palavra, até o momento em que a porta se abriu, e o Xerife Mathews entrou acompanhado pela Sra. Freeman.
Sra. FREEMAN
- Eu vou buscar uma cadeira pra que vocês possam conversar melhor.
XERIFE MATHEWS
- Não é necessário, Judy.
Mas ela não o escuta, e sai do quarto, deixando os três sozinhos. O Xerife Mathews olha de Van Helsing para o Padre Keir com curiosidade.
PADRE KEIR
- Prazer em conhecê-lo, sou o Padre Keir. Então Xerife, em que podemos ser úteis?
XERIFE MATHEWS
- Bom Padre, o seu amigo esteve na festa ontem à noite, correto? Pensei em lhe poupar o trabalho de ir á delegacia, pra ver se realmente vale a pena um depoimento oficial.
VAN HELSING
- Muito obrigado.
XERIFE MATHEWS
- E então rapaz, o que você viu ontem á noite?
VAN HELSING
- Acho que o mesmo que todo mundo. Um maluco usando uma mascara de Hockey massacrando as pessoas com um facão. (Responde Peter secamente).
Nesse instante, a Sra. Freeman entra no quarto carregando uma cadeira, ela á dá ao Xerife, que agradece. Tão rápido como entrou, a velha senhora sai do quarto.
XERIFE MATHEWS
- Bem, onde estávamos? Oh sim. Você confirma que dentro do clube, viu um homem usando uma mascara de Hockey matar aqueles jovens?
VAN HELSING
- Confirmo.
XERIFE MATHEWS
- Tem idéia de quem ele era?
VAN HELSING
- Pensei ter dito que ele estava de mascara.
XERIFE MATHEWS
- Cuidado com a insolência, garoto. (Diz o Xerife calmamente). Diga-me, já ouviu falar de Jason Voorhees?
VAN HELSING
- Já ouvi alguma coisa nesses documentários sobre grandes crimes, sabe? Acha que o sujeito de ontem esta relacionado com esse tal de Jason?
XERIFE MATHEWS
- Na verdade, Acho. Mas diga-me... Desculpe, seu nome me escapa no momento.
VAN HELSING
- Peter Van Helsing.
XERIFE MATHEWS
- Diga-me Van Helsing, o que você e o Padre vieram fazer em nossa cidade?
PADRE KEIR
- Permita-me responder, Xerife. Eu fiz uma viagem com meus pais quando eu tinha oito anos. O senhor não devia nem ser nascido ainda. Viajamos o mundo todo, e quando estivemos neste país, passamos por Cristal Lake. Bom, eu sempre tive vontade de repetir a viagem, e depois de tantos anos, decidi realizá-la, e convidei meu amigo Van Helsing para vir comigo.
XERIFE MATHEWS
- É mesmo? Mas é uma pena que tenham vindo justamente agora que nossa cidade passa por um momento tão difícil.
PADRE KEIR
- Sim, é mesmo uma pena. Mas deus há de guiar essa cidade para fora destes dias sombrios.
XERIFE MATHEWS
- Eu espero que sim. Vão ficar muito tempo na cidade?
PADRE KEIR
- Sinceramente não sabemos. Eu diria que quanto tempo deus quiser.
XERIFE MATHEWS
- Sei. Van Helsing (diz o Xerife voltando-se subitamente para Peter, que escutava atentamente a conversa entre o policial e o padre) andou caindo ultimamente?
VAN HELSING
- O que? Isso? (Diz o rapaz apontando para a ferida em seu rosto) Não foi nada. Eu tropecei em um barranco, em uma praça da cidade.
XERIFE MATHEWS
- Alguém pode confirmar essa historia?
VAN HELSING
- Eu preciso confirmar?
XERIFE MATHEWS
- Você soube o que houve no necrotério da cidade, há uma hora?
VAN HELSING
- O senhor esta fugindo do assunto. (Diz elevando levemente a voz).
XERIFE MATHEWS
- Acho que não estou. O necrotério explodiu uma hora atrás, e alguém com a sua descrição foi visto logo depois da explosão, saindo da área.
VAN HELSING
- Espere ai, eu realmente acompanhei uma amiga até o necrotério mais cedo, mas não vi explosão nenhuma. Depois eu fui até essa praça, e lá ouvi um estrondo, deve ter sido a tal explosão. Foi ai que eu caí e fiz isso no rosto. (Diz Peter sem demonstrar nervosismo).
XERIFE MATHEWS
- Acho que você vai ter que me acompanhar até a delegacia para averiguarmos essa historia melhor, forasteiro.
PADRE KEIR
- Xerife, será que não podemos resolver tudo isso aqui mesmo?
XERIFE MATHEWS
- Se ele não tem uma testemunha do que esta dizendo, não me resta alternativa.
De repente, a porta do quarto se abre, e Lucy Farmer surge com uma expressão séria no rosto. Esta novamente usando óculos, que emolduram a determinação no olhar dela.
LUCY
- Com licença, Xerife. Peter tem uma testemunha. Eu posso confirmar a historia dele.
FLORESTA
O trio de criminosos desce do caminhão no meio da floresta. Um deles olha atentamente para o céu.
HOMEM
- Que tempo louco. Hoje de manhã tinha sol, e agora tá começando a nublar.
KANE
- Esquece o tempo. O importante é que já nos livramos desse caminhão. Colocar ele no meio do mato foi boa idéia. Sorte nossa que tinha essa estrada abandonada. O mato praticamente tomou conta, mas deu pro gasto. A policia vai demorar um tempo pra encontrar ele aqui.
HOMEM # 2
- Então vamos embora de uma vez.
O homem começa a andar, mas antes que seus colegas possam acompanhá-lo, uma mão enluvada surge de trás do caminhão, agarrando-lhe o pescoço e o erguendo no ar. Os outros dois mercenários olham estupefados Jason afundar os dedos na garganta de seu companheiro, esmagando-lhe a traquéia. Os dois criminosos puxam suas armas e abrem fogo contra o assassino, mas Jason usa o corpo de sua vitima como escudo, e com a outra mão, desembainha o facão. O mascarado joga o cadáver sobre Vince, o desequilibrando. Jason avança sobre o outro homem, e crava o facão em seu peito antes que ele possa reagir.
O corpo do segundo homem cai no chão, com o facão atravessado em seu corpo, enquanto Jason vira o rosto para Kane, que lhe aponta a pistola. O mercenário efetua vários disparos contra o mascarado, que continua a avançar, como se nada sentisse.
KANE
- Morre desgraçado! Morre! (Grita Kane desesperado).
Jason pára na frente de Kane, e com um movimento rápido, agarra sua cabeça, girando-a 180 graus. O corpo do mercenário cai inerte no chão. Jason vira-se para o cadáver do companheiro de Kane, e pisando no defunto, tira seu facão de dentro do corpo da vitima. O mascarado anda até a traseira do caminhão, e com uma força incrível, abre as portas, deixando-as escancaradas. O assassino observa o compartimento de cargas vazio, ele aperta o cabo do facão com mais força. Jason Voorhees dá as costas para o caminhão, e começa a caminhar floresta adentro.
HOTEL CRISTAL LAKE: QUARTO
O Xerife olha surpreso para Lucy, enquanto a garota fecha a porta atrás de si.
XERIFE MATHEWS
- Lucy? Tem certeza do que esta dizendo? Você estava mesmo com este rapaz quando ele caiu?
LUCY
- Sim Xerife. Eu e ele estávamos na praça perto da Rua Bacon.
XERIFE MATHEWS
- Testemunhas afirmam ter visto um forasteiro com a descrição dele saindo do local onde ocorreu a explosão. Ainda não temos certeza Lucy, mas acreditamos que todos os funcionários tenham morrido na explosão.
Um silêncio se segue a esta ultima afirmação. Por uma fração de segundos, os olhares de Lucy e Peter se encontram. Será que ela acharia que ele causou a explosão, matando os funcionários? Pensa Van Helsing. Lucy volta o rosto para o Xerife, e responde com a voz firme.
LUCY
- Ele estava comigo quando ouvimos um estrondo. Só pode ter sido a explosão (O Xerife olha para ela desconfiado, e assente com a cabeça, com um sorriso).
XERIFE MATHEWS
- Muito bem, Lucy. Eu acredito em você. (O Xerife vira-se para Peter) Se livrou dessa, forasteiro, por hora. Mas algo ainda me diz que você e seu amigo padre estão me escondendo algo (diz o policial olhando com severidade para o jovem europeu) Tem certeza que não tem mais nada a me dizer?
VAN HELSING
- Nada a declarar. E o senhor, tem mais alguma pergunta?
XERIFE MATHES
- Não rapaz, nenhuma pergunta (O Xerife se dirige a porta). Talvez vocês dois ainda tenham que depor, mando chamá-los se necessário. (Diz para Lucy e Peter). Estou indo então.
LUCY
- Xerife, os corpos que estavam lá, eles... Foram todos destruídos?
XERIFE MATHES
- Suponho que sim (Diz o Xerife estranhando a pergunta). Agora tenho que ir. Aproveitem o dia em Cristal Lake (diz o Xerife dirigindo a palavra aos dois estrangeiros), mas sugiro que façam isso logo. Acho que vem uma tempestade por aí.
O Xerife bate a porta, deixando Peter, o Padre Keir e Lucy em silencio por alguns instantes.
LUCY
- Acha que ele acreditou?
VAN HELSING
- Não tenho certeza (Responde pensativo. Lucy respira fundo e olha para Peter, de forma intimidadora).
LUCY
- Eu vou perguntar uma só vez, aquelas pessoas no necrotério, os funcionários, você deu um jeito de tirá-las de lá antes de explodir aquele lugar, não foi?
VAN HELSING
- Lucy, você esta enganada. Não fui eu que explodi aquele lugar.
LUCY
- Então quem foi? (Pergunta contendo o nervosismo).
VAN HELSINH
- Foram homens a mando de Neame. Eu vi. Eles tentaram me matar, Lucy. E o pior, tenho certeza que eles levaram os corpos. Quanto aos funcionários, todos foram...
LUCY
- Mortos (Completou Lucy se sentando na cama). Peter ouça, eu falei com a mãe do Vince. Ela disse que o encontrou simplesmente... (Por um instante, Van Helsing acha que ela vai chorar novamente, o que não acontece) Bom, havia um pouco de sangue na cama dele, mas nenhum ferimento grave no corpo. Você acha que ele pode... Ter sido atacado?
VAN HELSING
- Eu não queria te dizer isso Lucy, mas a verdade é que eu acho sim.
LUCY
- Mas por que ele? Que eu saiba, ninguém foi atacado na cidade.
VAN HELSING
- Talvez tenha havido outro ataque que não saibamos.
LUCY
- Se houvesse, nós já saberíamos a esta altura. Você tem alguma outra teoria? (Pergunta ela de forma agressiva.)
VAN HELSING
- Na verdade, eu tenho uma. (Diz em tom pesaroso). Algumas vítimas de vampiros poderosos, depois de transformadas, são levadas a irem atrás de pessoas que gostavam muito. Seria uma maneira de ele garantir a lealdade dela.
LUCY
- Amanda? Acha que ela foi transformada e mordeu o Vince? Não, isso é loucura, ela nunca...
PADRE KEIR
- Temos fé que sua amiga ainda não tenha sido contaminada Lucy, mas se ela foi, não é mais responsável por seus atos. (Diz o Padre falando pela primeira vez desde a chegada de Lucy).
LUCY
- Certo, vamos ter fé de que ela esta bem (Diz Lucy olhando para o crucifixo que Van Helsing lhe deu). E agora que eles levaram os corpos, fazemos o que?
VAN HELSING
- Hora de ir direto à fonte. Vamos fazer uma visita ao Sr. Neame e pedir algumas respostas.
LUCY
- Vai simplesmente aparecer? (Pergunta ela surpresa).
VAN HELSING
- Nesse caso é melhor do que mandar um cartão de visitas (Responde Peter), e não nos sobrou muita escolha.
PADRE KEIR
- Van Helsing esta certo. É a única atitude que nos resta tomar.
LUCY
- Entendo. Qual é o plano, e como nós vamos até lá?
VAN HELSING
- Vocês têm carros pra alugar por aqui?
LUCY
- Não, mas há um senhor que aluga barcos. Dá pra chegar até lá pelo lago.
PADRE KEIR
- Então, está decidido. Almoçamos e depois pegaremos um barco.
VAN HELSING
- Vamos o senhor e eu, Padre. Só nós dois. (Lucy olha indignada para o jovem).
LUCY
- Você tá louco se acha que eu não vou tambem. É minha amiga que pode estar lá ferida, ou sabe-se lá o que.
VAN HELSING
- É muito arriscado. Você não vai e ponto.
LUCY
- Quer apostar?
LAGO CRISTAL : BARCO
Uma pequena lancha branca, adornada com uma faixa azul corta o Lago Cristal. A bordo estão Peter Van Helsing e o Padre Keir. O religioso dirige a pequena embarcação. A embarcação deixa um pequeno porto para trás, de onde se ouvem gritos de raiva.
LUCY
- Van Helsing! Manda esse idiota me tirar daqui!
MAIS TARDE
PADRE KEIR
- O que você fez não foi direito, Van Helsing (Diz o Padre em voz alta devido ao forte vento).
VAN HELSING
- E o que foi que eu fiz? (Responde ele também em voz alta)
O Padre diminui a velocidade da lancha, e trava o leme, deixando o barco seguir sozinho.
PADRE KEIR
- Você sabe perfeitamente bem do que eu estou falando. Pagar o homem das lanchas para trancar Lucy no escritório dele.
VAN HELSING
- E não paguei barato. Foi como se tivesse alugado essa lancha umas três vezes, este mês vou ficar no vermelho, mas pelo menos deu certo. O senhor podia ter me ajudado também, eu tentando falar a sós discretamente com o cara, e o senhor nem aí pra distrair a Lucy.
PADRE KEIR
- E você ainda queria que eu o ajudasse a enganar a moça?
VAN HELSING
- Paguei o cara pra chamar a Lucy no escritório e trancar ela lá sim, e não alugar nenhum barco pra ela. Se não aquela cabeça dura ia estar aqui, se arriscando sem necessidade. Alem do mais, ele deve tê-la soltado assim que saímos de vista. Pelo menos esse era o combinado.
PADRE KEIR
- Mas Van Helsing...
VAN HELSING
- Padre, por favor né? Nós já fizemos um bocado de coisas questionáveis desde que chegamos nesta cidade. O senhor não me ajudou a mentir pra polícia, inventando aquela historia toda de viagem de infância? E ainda fez isto falando de deus o tempo todo, “Deus há de guiar esta cidade”, “vá com deus” Não tem algo sobre não citar o santo nome dele em vão ou coisa parecida? (Pergunta o rapaz ironicamente)
PADRE KEIR
- Sempre que cito o nome do Senhor, é com sinceridade no coração, portanto não brinque com a minha fé rapaz. (Diz o Padre com reprovação na voz). Mas você esta correto em uma coisa, de fato tivemos uma atitude reprovável, mas infelizmente necessária. Eu espero e rezo pra que deus nos perdoe, e para que não tenhamos que fazer coisa pior. (Fez-se um momento de silencio entre os dois). Alem do mais, você sabe muito bem por que esta tão preocupado com a segurança desta moça.
VAN HELSING
- Do que esta falando? (Pergunta Van Helsing levemente agressivo).
PADRE KEIR
- Dos sentimentos que você certamente esta começando a nutrir por aquela garota. Eu posso ser um padre, mas ainda noto esse tipo de coisa.
VAN HELSING
- Eu... Ok, talvez eu... Com certeza eu estou sentindo alguma coisa. Mas ta tudo acontecendo rápido demais, e no momento errado, portanto se não se importa, eu não quero falar sobre isso.
PADRE KEIR
- Como queira. Mas se quiser conversar, é só me procurar, não como padre, mas sim amigo.
VAN HELSING
- Ok, mas agora não. Temos assuntos mais urgentes para tratar no momento, como Jason por exemplo. Eu continuo achando que a volta dele tem alguma ligação com a ressurreição de Drácula.
PADRE KEIR
- Você pode estar certo, mas em que isso nos ajuda?
VAN HELSING
- Eu ainda não sei, talvez eu esteja errado, mas se não estiver, talvez possamos deter aquele assassino também.
PADRE KEIR
- Jason é um assassino Peter, mas também é uma alma torturada. Ele simplesmente não consegue descansar, preso neste ciclo de morte . Na verdade pelo que pesquisei, o consideraria mais uma força da natureza do que propriamente um assassino.
VAN HELSING
- Diga isso pra família das vítimas. Olhe ali (diz de repente), Acho que podemos desembarcar ali. (Ele se levanta e aponta para um velho e pequeno píer na margem do lago).
O Padre conduz a velha lancha até o velho píer, desligando o motor. Os dois viajantes sobem no píer, amarrando a embarcação.
PADRE KEIR
- Pelo mapa que nós vimos, o casarão de Neame não deve ficar longe daqui.
VAN HELSING
- E estamos esperando o que?
CASARÃO DE PATRICK NEAME
A campainha toca nos corredores do casarão. Philip calmamente anda até a entrada, e abre a porta, perguntando polidamente.
PHILIP
- Ola, o que desejam?
Na frente do mordomo estão um padre, e um jovem usando uma jaqueta escura.
PADRE KEIR
- Oi, estamos procurando o Sr. Patrick Neame, ele esta?
PHILIP
- Quem deseja? (Pergunta ele olhando a dupla com curiosidade)
VAN HELSING
- Meu nome é Peter Van Helsing, e este é o Padre Keir. Viemos falar com o Sr. Neame sobre um amigo que temos em comum.
O mordomo arregala os olhos de espanto, e por poucos segundos, olha mudo para os dois estranhos, mas logo se recompõe.
PHILIP
- Os senhores aguardem um instante aqui, que verei se meu patrão pode atendê-los.
Antes que Philip possa fechar a porta, Van Helsing esbarra no mordomo, se colocando dentro da casa.
VAN HELSING
- Eu e o Padre preferiríamos ir com você ver se o Sr. Neame esta disponível. Sabe como é, você pode demorar, e um acidente pode acontecer conosco. Ouvi falar que este é um lugar bem perigoso. (Diz o rapaz sorrindo).
PHILIP
- Não posso permitir isto. O senhor esta invadindo esta propriedade (diz o mordomo com ar ofendido).
VAN HELSING
- Eu posso chamar a policia agora se você quiser (Diz o jovem tirando o celular do bolso), ou você pode nos levar até o seu patrão. Então, o que vai ser?
Philip olha de Van Helsing para o padre, e depois de um tenso momento de silencio, diz.
PHILIP
- Muito bem, o senhor venceu. Vou levá-los ao Sr. Neame. Acompanhem-me por favor.
O mordomo deixa o Padre Keir entrar, e então ele e Van Helsing seguem Philip por uma sala muito bem mobiliada, em estilo vitoriano. Passam por um corredor mal iluminado, onde Van Helsing consegue notar o quadro de um homem de aparência nobre, com bigodes e longos cabelos negros. O trio chega á uma grossa porta de madeira, cuidadosamente envernizada. Philip dá três batidas na porta, que são respondidas pela voz de Patrick Neame.
NEAME
- Entre.
Philip abre a porta, deixando os “visitantes” entrarem. Van Helsing tem o primeiro vislumbre de Patrick Neame, um homem grisalho, com um terno bem cortado, atrás de uma mesa de mogno. Neame parece levemente surpreso de vê-los ali.
PHILIP
- O Sr. Van Helsing e o Padre Keir desejam vê-lo, senhor. (Neame demora um pouco para responder)
NEAME
- Então faça-os entrar e deixe-nos a sós, Philip.
Van Helsing e o Padre Keir entram no gabinete, enquanto Philip sai do local, fechando a porta. Neame levanta-se, lançando um olhar penetrante aos dois.
NEAME
- E então, em que posso lhes ser útil?
PADRE KEIR
- Viemos falar sobre o Conde Drácula.
NEAME
- Conde Drácula? (Diz Neame com uma expressão confusa) Não creio que o conheça.
VAN HELSING
- Não conhece? (Pergunta Van Helsing se aproximando da mesa). Então é uma baita coincidência o quadro de Vlad Tepes pendurado no seu corredor.
NEAME
- Perspicaz da sua parte, Sr. Van Helsing. Aquele é de fato o retrato de Vlad Tepes: O Empalador. Estudou artes?
VAN HELSING
- Só uma cadeira bem chata no primeiro semestre da universidade (Responde o rapaz distraidamente enquanto anda até a janela, observando o outro lado). Gostei da localização do seu gabinete. Pega bastante sol há essa hora, mas pela manhã, não deve entrar quase nada.
NEAME
- De fato. Mas com esse dia nublado, logo o sol não fará efeito nenhum aqui, ou em qualquer lugar. (Diz sombriamente).
PADRE KEIR
- Chega desses jogos, Neame. (Diz o Padre erguendo a voz, e andando em direção á mesa). Onde ele esta?
NEAME
- Por que a pressa em encontrá-lo, Padre? É só esperar o por do sol, e ele ira até você. (Diz sorrindo)
VAN HELSING
- Muito bem, deixamos a dissimulação de lado. (Diz saindo de perto da janela e indo até a mesa). Esta cidade e o seu mestre têm um problema em comum, Jason Voorhees. Podemos colocar nossas diferenças de lado por um tempo, e trocar algumas informações sobre como aquele assassino voltou, e como destruí-lo de uma vez por todas, o que me diz? (Neame olha com desprezo para Van Helsing).
NEAME
- Van Helsing, (diz Neame puxando discretamente a gaveta atrás da mesa) nós já estamos dando um jeito nisto, alem do mais, o que você poderia saber que eu já não saiba? (A mão de Neame entra na gaveta)
VAN HELSING
- Bem que eu achei que não ia colar (Diz o rapaz com falso pesar). A propósito, belo vaso.
Neame puxa uma arma de dentro da gaveta no mesmo momento em que Van Helsing agarra um vaso de barro sobre a mesa, acertando-o com força na cabeça do atirador. Ouve-se um disparo, enquanto Neame cai no chão com a cabeça sangrando. Van Helsing olha para o Padre Keir, que tem uma expressão de susto no rosto. A bala se alojou na parede, a poucos centímetros do religioso.
PADRE KEIR
- Graças a deus você o viu pegar a arma, Van Helsing. (Diz o Padre se aproximando sem fôlego)
VAN HELSING
- Na verdade eu não vi. (Diz o rapaz largando o vaso, e recolhendo a arma do chão) só achei que conversar não ia adiantar mais nada.
PADRE KEIR
- Meu deus, Van Helsing! (Diz o religioso espantado). São por atitudes como essa que você foi expulso da catequese quando criança!
VAN HELSING
- Não, eu fui expulso por que ficava fazendo perguntas sobre a inquisição. (Diz o jovem sem dar muita atenção ao padre, e começando a abrir as gavetas). Temos que ser rápidos. Não devemos ter muito tempo.
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Espero que tenham gostado do capitulo. Começamos a nos aproximar do final da historia. Em breve, o capitulo 12.
Um grande abraço!