Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 10
Capítulo 10




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NECROTERIO DE CRISTAL LAKE

Dwight esta sentado atrás do balcão, mexendo em seu twitter no computador. A manhã toda, o rapaz viu parentes vindo reconhecer os corpos de seus entes queridos. A ultima mãe chorosa acabará de reconhecer o corpo do filho, e passou aos prantos por Dwight, cruzando com uma moça morena na porta de entrada.

Lucy havia entrado somente uma única vez no necrotério da cidade, foi quando sua mãe morrera dois anos atrás. O lugar era de um branco asséptico, com bancos da cor cinza ladeando as paredes. Há murais nas paredes com mensagens de fé, e de consolo, e contrastando com isso, há panfletos anunciando algumas funerárias das redondezas. Ela se aproxima do recepcionista, que á observa com curiosidade.

LUCY

- Oi, um amigo meu... Faleceu na noite passada. Ele foi uma das pessoas assassinadas no clube.

DWIGHT

- Você é parente?

LUCY

- Ele era meu amigo. (Disse ela com tristeza sincera na voz). Um dos melhores.

DWIGHT

- Sinto muito moça, mas se você não é da família, não pode vê-lo.

LUCY

- Eu só queria me certificar de que o corpo dele esta seguro... Até que possam levá-lo ao cemitério.

DWIGHT

- Pode ter certeza que sim. Qual é o nome do seu amigo mesmo?

LUCY

- Edward Wesker. (Dwight começa rapidamente a procurar o nome nos registros). Ele teve a cabeça... Ah meu deus.

DWIGHT

- Tá aqui, Edward Wesker. É, acho que você não vai querer ver ele não. Eu não conheço você, moça?

 LUCY

 - Pode ser. Eu trabalho na loja do posto de gasolina.

DWIGHT

- Ah, sim! Eu me lembro de você. Trabalha na loja de conveniências. Mas eu ainda não entendi garota, qual é a sua preocupação?

LUCY

- Bem, como é que eu vou dizer (diz Lucy escolhendo as palavras) eu li em algum lugar que... Bem, esses malucos voltam pra destruir o corpo das vitimas. Eu queria saber se... Quem fez isso conseguiria entrar aqui. (Dwight olha com estranheza para Lucy).

DWIGHT

- Sério? Nunca ouvi falar disso. Duvido que isto aconteça, mas você não tem com o que se preocupar. Este lugar só tem três entradas, á principal, a dos funcionários nos fundos, e a por onde entram os corpos, também nos fundos.

LUCY

- Me Desculpe, acho que eu tô agindo como uma idiota.

DWIGHT

- Tudo bem, moça. É normal a gente ficar tendo essas idéias malucas quando perde alguém querido, ainda mais quando é dessa forma.

LUCY

- Talvez seja melhor eu ir então. Obrigado pela atenção.

                               TABACARIA NA FRENTE DO NECROTÉRIO

Van Helsing esta na frente da tabacaria, com uma barra de chocolate na mão, e um copo de café na outra, quando vê Lucy vindo do outro lado da rua, vindo á seu encontro.

VAN HELSING

- E então, como foi?

    LUCY

- Como você acha que foi? (Responde contrariada), como se não bastasse usar a memória do Edward pra mentir, ainda passei por maluca.

VAN HELSING

- Desculpe fazer você passar por isso, mas, conseguiu o que eu pedi?

 LUCY

- Sim. O Necrotério tem três entradas. A principal que foi por onde eu entrei, e mais duas do outro lado do quarteirão. Se eu não me engano, essas entradas ficam em um beco. Os corpos entram por lá, e os funcionários tambem.

VAN HELSING

- Obrigado Lucy. Foi mesmo de grande ajuda.

 LUCY

- E agora, o que vai fazer?

VAN HELSING

- Você sabe o que eu vou fazer, entrar lá. Quer uma bala? Comprei agora (Pergunta ele tirando uma bala de iogurte do bolso).

LUCY

- Não tente mudar de assunto. Eu ainda acho que é uma loucura. E se te pegarem?

VAN HELSING

- Eu improviso. (Responde ele rapidamente).

LUCY

- Improvisa como?

VAN HELSING

- Se eu soubesse não seria improviso, e fala mais baixo, você tá começando a chamar a atenção.

LUCY

- Que? Eu não to chamando a...

Alguém grita o nome de Lucy atrás dos dois jovens. Ambos se viram, uma senhora gorda anda apressadamente até a garota, e á abraça fortemente.

SRA. BLU

- Lucy, minha querida! Eu realmente sinto muito. Você não devia ter vindo aqui vê-lo. Eu quero que saiba que você tem o meu apoio para o que você precisar.

LUCY

- Obrigado, Sra. Blu. Realmente foi uma grande perda. (Diz Lucy constrangida por ser pega de surpresa).

SRA. BLU

- Eu imagino minha querida. É triste perder o namorado dessa forma. Uma menina novinha assim como você não deveria passar por isso.

LUCY

- Acho que a senhora esta enganada (diz Lucy confusa). Edward era um grande amigo, mas nunca foi meu namorado. Eu namoro o seu vizinho, o Vince.

SRA. BLU

- Oh meu deus! Você não sabia!

LUCY

- Sabia do que?

SRA BLU

- Bem minha querida...

LUCY

- De quem a senhora esta falando, Sra. Blu? (pergunta ela nervosa).

SRA. BLU

- Eu achei que soubesse. Detesto ser eu á lhe dar a noticia, minha querida, mas a mãe de Vince o encontrou morto na cama esta manhã.

LUCY

- Não, Não é possível. Eu... Eu vi ele vivo ontem. (Diz Lucy com a voz fraca, seus olhos começando a brilhar com as lagrimas).

SRA. BLU

- Eu sinto muito minha querida. Eu fui uma das pessoas que foi acudir a mãe do rapaz quando ela gritou desesperada. Talvez tenha sido algo que ele tomou na festa, eu não sei, mas esta manhã, ele estava morto.

LUCY

- Não, Não. A senhora esta mentindo. Não!

Lucy corre pela rua, deixando Van Helsing e a Sra. Blue para trás.

VAN HELSING

- Grande tato a senhora tem. (Diz ele com raiva para a Sra. Blu antes de sair no encalço de Lucy).

Enquanto Van Helsing corre atrás de Lucy, um caminhão refrigerado passa na frente da tabacaria, e dobra a esquina.

Peter persegue Lucy por duas quadras, até que a garota pára ofegante, se apoiando em uma arvore, as lagrimas escorrendo-lhe pelos olhos. Van Helsing surge atrás dela, sem fôlego. Só agora o rapaz percebe que estão em uma pracinha deserta.

VAN HELSING

- Lucy, eu... Eu não sei o que dizer.

LUCY

- Como... Como isso é possível, Peter? Como ele pode estar morto? (Pergunta ela sem olhar pra ele, as lagrimas escorrendo pelo seu rosto).

VAN HELSING

- Eu não sei.

Os dois ficam em silencio por um minuto. Lucy chora em silencio absoluto. Peter pensa que é melhor dar esse tempo a ela. Ele não fala nada das suas suspeitas. Se Vince realmente morreu, é quase certo que os vampiros estão envolvidos. Pior, existia uma grande possibilidade de Amanda estar envolvida. Mas ele não diz nada, pelo menos por um tempo.

VAN HELSING

- Talvez você devesse ir pra casa. Tentar descobrir o que aconteceu. Talvez tomar um banho e dormir um pouco fosse bom.

LUCY

- É, talvez... Talvez você tenha razão. (Diz ela limpando as lagrimas.) Eu vou descobrir o que aconteceu. Eu preciso saber. Mas que droga de lente! (Diz ela mexendo no olho).

A lente de contato caí no chão, e ambos se abaixam para pegar, suas mãos se tocam, e rapidamente se afastam. Lucy percebe que Peter desviou o olhar. A garota pega sua lente, e ambos se levantam.

LUCY

- Você... Ainda quer ir ao necrotério? (Pergunta ela. Se criou um grande constrangimento entre os dois).

VAN HELSING

 - Você sabe que não é uma questão de querer (responde ele sério.)

LUCY

- Então tudo que eu posso fazer é te desejar boa sorte.

Os dois se encaram em silencio por alguns segundos, e quando Lucy faz menção de se virar para ir embora, Peter a detém tocando-lhe o ombro.

VAN HELSING

- Eu sei que talvez não seja a hora certa pra te dar isso. Eu compre pra você... Mais pela sua segurança mesmo.

Ele tira do bolso uma correntinha, com uma pequena cruz prateada pendurada nela.

VAN HELSING

- Eu me sentiria bem se você usasse isto. Proteção nunca é demais. E talvez possa te dar algum conforto nesse momento, sei lá. (Peter estende a correntinha para Lucy, que hesitante, aceita).

LUCY

- Obrigado (Diz ela pendurando o crucifixo no pescoço, para em seguida olhar novamente para Peter com os olhos marejados). Tome cuidado com o que for fazer.

VAN HELSING

- Vou tomar.

Os dois trocam um ultimo olhar, e sem dizer mais nada, andam para lados opostos.

                                               NECROTERIO

Em um beco, há um caminhão estacionado na entrada de carga do necrotério. Três homens usando macacões cinza, carregam grandes cilindros de nitrogênio, com a ajuda de carrinhos. Eles são observados pelo medico legista, e pelo zelador do necrotério. Após os carregadores terminarem de levar o carrinho para dentro, o zelador se aproxima dos três homens que vieram do caminhão

ZELADOR

- Então, Kane (pergunta lendo o nome no crachá) decidiram fazer uma renovação geral do pessoal da empresa de vocês?

KANE

- Pois é. Foi uma pena pra eles, mas pelo menos nós ganhamos este emprego (Responde, sem entusiasmo).

LEGISTA

- Pois é ,alguns tem que perder, pra que outros possam ganhar (Responde o legista). O que aconteceu agora é um exemplo. Eu sinto muito por todas essas pessoas que morreram no massacre de ontem, mas em compensação, eu vou ganhar uma hora extra que vai me ajudar bastante.

   KANE

- Ouvi falar que o massacre de ontem a noite foi feio, não é? (Pergunta ele, enquanto um de seus companheiros fecha a porta de entrada de cargas, o que não é notado pelo zelador e pelo legista).

LEGISTA

- Foi mesmo feio. Não me lembro de nada parecido assim antes.

ZELADOR

- Por que o senhor não vive aqui há bastante tempo, Doutor. Essa cidade já teve banhos de sangue demais para um lugar só.

HOMEM

- Tambem ouvimos falar que vocês não sabiam dizer a razão de algumas das mortes. (Diz um dos homens falando pela primeira vez).

LEGISTA

- Ah, essa historia vazou? Esse Dwight é mesmo um linguarudo. Mas é verdade. Algumas das vitimas tem marcas no pescoço. Eu ainda tô esperando a autorização das famílias para as autopsias, mas os exames preliminares apontam pra algum tipo de anemia, o que não faz sentido.

KANE

- Você chegou a separar os corpos?

LEGISTA

- Sim, achei melhor. Por quê?

O homem estala os dedos, e seus dois companheiros sacam cada um uma pistola, munidas com silenciador. Com um disparo certeiro na testa, o zelador é abatido. Kane segura o legista pela gola, e o joga contra a parede.

KANE

- Muito bem, doutor. Você vai me dizer exatamente onde estão os corpos com as marcas no pescoço, caso contrario, vai acabar como seu amigo. (O legista olha apavorado para ele).

LEGISTA

- Mas o que é isso? Quem são vocês afinal?

KANE

- Vou perguntar de novo (Diz Kane colocando a arma no rosto do legista) onde estão os corpos?

LEGISTA

- E.. Eu vou mostrar (gagueja).

                                               CRISTAL LAKE: RUA

Peter Van Helsing anda pela rua, com o semblante fechado. O rapaz pensa consigo mesmo, “estou prestes á invadir um necrotério, me arriscando a ser preso ou coisa parecida, e ao invés de ter foco, fico pensando em uma garota?”. A verdade é que Van Helsing não consegue tirar Lucy da cabeça, desde o beijo que trocaram na cozinha durante a madrugada. Ele não se sentia dessa maneira há muito tempo, se é que já havia se sentido assim antes. Mas não podia pensar em Lucy agora, não era o certo. Tinha uma tarefa a cumprir, alem do mais, ela acabara de perder o namorado!

Van Helsing esta agora na frente do necrotério. Ele apalpa a caixa com as estacas dentro do bolso da jaqueta. Só agora percebe que ainda não tem um plano formulado. Precisava pensar em alguma coisa, e rápido. Olhando para a tabacaria do outro lado da rua, Peter murmura.

VAN HELSING

- Acho que um refrigerante vai me fazer bem.

O rapaz vai até a tabacaria, e compra uma lata de refrigerante. Enquanto bebe o primeiro gole, ele volta a olhar para o necrotério, e com um suspiro, começa a andar em direção ao beco onde fica a entrada de serviço citada por Lucy.

                                                NECROTÉRIO

 Kane e um de seus colegas, com a ajuda do legista, carregam os corpos infectados para o caminhão, que já esta com o motor ligado. Ao lado da porta que separa a sala mortuária, das outras dependências do necrotério, esta o corpo de Dwight, alvejado com um tiro no olho logo que entrou. Kane se aproxima de seu colega e lhe fala

KANE

- Continue. Eu vou ver como esta à preparação da limpeza. Olho nele. (diz apontando o assustado legista com a cabeça).

Na entrada do beco, Peter Van Helsing surge com uma lata de refrigerante na mão. Ao entrar no beco, o rapaz percebe um caminhão parado, e dois homens carregando enormes sacos plásticos para dentro da traseira do caminhão. Van Helsing imediatamente se esconde atrás de uma grande lixeira.

Do lado de dentro, um dos homens de Kane instala três cilindros metálicos no circuito de refrigeração da sala.

KANE

- Tudo certo?

HOMEM

- Sim. Já substituí alguns dos tanques de nitrogênio por tanques de hidrogênio. A limpeza vai sair conforme o planejado.

KANE

- Muito bem. Agora vamos terminar o serviço.

Do lado de fora, Van Helsing observa detrás da lixeira, o legista e um dos capangas de Kane carregar o ultimo cadáver contaminado para dentro do caminhão, e fechar as portas, confinando os corpos dentro do veiculo. Peter esta se sentindo um idiota, escondido como uma criança atrás daquela lixeira. Era melhor se levantar, e bancar o curioso, para descobrir o que estava acontecendo. No instante em que Peter se levanta, e começa a andar em direção ao grupo, Kane e seu parceiro saem de dentro do necrotério. O líder dos criminosos ergue a sua arma, e dispara contra a cabeça do legista, matando-o instantaneamente.

Quando o doutor cai no chão, um dos homens de Kane percebe a presença de Van Helsing no beco, e saca sua arma, atirando contra o rapaz. Peter consegue se abrigar atrás da lixeira, escapando por pouco da bala, que raspa o metal da lixeira, produzindo faísca. O homem dispara mais dois tiros contra a lixeira, mas as balas não penetram a grande camada de lixo. Quando o atirador esta prestes a sair no encalço do jovem, Kane põe a mão no seu ombro, o impedindo.

KANE

- Já temos o que viemos buscar. Vá pra direção, e deixem que eu cuido do resto.

Os dois capangas correm para dentro do caminhão, enquanto Kane tira de dentro do macacão um isqueiro, e depois de acender, joga-o para dentro do necrotério. O criminoso corre para dentro do caminhão, enquanto uma trilha de fogo se espalha por dentro da sala mortuária.

Van Helsing ouve o som do caminhão acelerando, e percebe com horror, que o veiculo vai atingir a lixeira que esta lhe protegendo. O rapaz se ergue, e começa a correr desesperadamente. Ele pode sentir o caminhão se aproximando velozmente. O Europeu chega ao final do beco, e por puro instinto, se joga para o lado, rolando na calçada, para segundos depois, o caminhão passar arrastando a lixeira. O veiculo faz a curva, deixando a grande caixa de metal para trás, que rola mais três vezes no chão, espalhando lixo na estrada, para enfim parar.

Dentro do necrotério, o fogo agora circula os cilindros.

Na calçada, Peter se levanta, procurando o caminhão, mas ele já desapareceu. Ele se prepara para entrar no beco, quando há uma grande explosão. As portas do necrotério parecem cuspir fogo. Van Helsing é atirado no chão, como se alguém o tivesse o empurrado, e sente uma grande onda de calor lhe atingir o corpo. Peter fica no chão por alguns instantes, até que consegue se levantar. O rapaz tem a impressão de que alguém esta mexendo constantemente no volume de sua audição. Ele escuta o som de chiados, e crepitar de fogo. Um pouco tonto, Van Helsing começa a andar, enquanto a rua vai se enchendo de curiosos.

                                                  HOTEL CRISTAL LAKE

Peter Van Helsing entra na recepção do hotel Cristal Lake. A Sra. Freeman e o filho dela conversam com uma nova hospede, uma moça com o cabelo pintado de vermelho, quando percebe o ferimento no rosto de Peter.

Sra. FREEMAN

- Meu jovem! O que foi que aconteceu com você? (Pergunta a velha senhora apontando para o rosto de Van Helsing). Tem alguma coisa a ver com a explosão que ouvimos daqui? Acho que a cidade inteira ouviu.

VAN HELSING

- Eu ralei quando cai de um barranco em uma praça, nada grave. (Responde Van Helsing pensando rápido). Foi um tombo bem idiota, na verdade. Eu ouvi esse estrondo, me assustei e caí. Parecia que tinha alguma coisa desmoronando ou explodindo. A senhora sabe o que foi aquilo?

Ouve-se o som de passos na escada, que anunciam a chegada do Padre Keir no recinto.

PADRE KEIR

- Meu deus, Van Helsing, esta tudo bem com você? (Pergunta o Padre com preocupação na voz).

VAN HELSING

- Estou ótimo, Padre. Isso aqui não é nada. (Diz Peter impaciente). Eu preciso conversar com o senhor, podemos ir lá em cima?

 PADRE KEIR

- Como quiser, mas tambem vamos tratar do seu rosto. Tem uma caixa de primeiros socorros, Sra. Freeman?

Sra. FREEMAN

- Eu tenho uma sim, Padre Keir. (Diz a velha senhora pegando a caixa embaixo do balcão, e a entregando ao Padre).

JEANNIE

- Com licença (diz a garota de cabelos vermelhos). Eu tenho treinamento em primeiros socorros, acho que eu posso ajudar.

PADRE KEIR

- Obrigado minha filha, mas não há a necessidade de você se incomodar.

JEANNIE

- Eu não me incomodo, eu posso mesmo...

VAN HELSING

- Valeu mesmo moça, mas não é nada sério. Vamos Padre.

PADRE KEIR

- Deus lhe pague, minha filha. (Diz Keir antes de acompanhar Peter pela escada).

                                   TERRENO DE PATRICK NEAME

Os homens de Kane carregam os sacos mortuários com os cadáveres para dentro de uma cabana, sob os olhares de Kane e de Neame.

NEAME

- Estou realmente impressionado, Sr. Kane. Não que duvidasse de suas habilidades ou de sua equipe, mas levando em conta que tiveram pouco tempo para se organizar, fizeram um excelente trabalho.

KANE

- Obrigado, Sr. Neame. A transferência já foi feita, correto?

 NEAME

- Conforme o combinado, Sr. Kane. E mais uma vez, meus parabéns, conseguiu realizar o trabalho sem deixar nenhuma ponta solta.

  KANE

- Na verdade, houve uma ponta solta.

 NEAME

- Que tipo de ponta solta? (Pergunta Neame sem deixar de sorrir)

KANE

- Um garoto apareceu na hora em que estávamos saindo. Não trabalhava no necrotério. Não faço a mínima idéia do que ele estava fazendo lá. Ele nos viu saindo, mas não viu nada que possa nos ligar ao senhor ou a qualquer pessoa.

NEAME

- Um garoto? (Repetiu Neame). Que idade mais ou menos ele tinha?

KANE

- Foi muito rápido, mas eu diria que entre dezoito e vinte anos.

HOMEM

- Terminamos, Kane. (Diz o colega de Kane saindo do depósito).

  KANE

- Bom, temos que ir, Sr. Neame. Ainda precisamos nos livrar do caminhão.

NEAME

- Vá, Sr. Kane. Foi muito bom fazer negocio com o senhor.

Os mercenários sobem no caminhão, e partem levantando uma nuvem de poeira. Philip surge, cobrindo a boca com um lenço.

PHILIP

- Tudo saiu conforme o planejado, senhor?

NEAME

- Em partes, Philip. A noticia boa é que temos o nosso pequeno grupo de caçadores.

 PHILIP

- E a noticia ruim?

NEAME

- Não é importante. Em breve será essa noticia ruim será facilmente eliminada pela noticia boa.

                       HOTEL CRISTAL LAKE: QUARTO DO PADRE KEIR

Peter Van Helsing molha o algodão no iodo, e passa sobre a ferida que tem acima da bochecha, para depois passar em uma ferida no cotovelo.

PADRE KEIR

- Não parece grave, mas mesmo assim você pode ter quebrado alguma coisa. Você esteve perto de uma explosão!

VAN HELSING

- Não é uma boa idéia, Padre. Poderia levantar perguntas demais.

PADRE KEIR

- Graças a deus você esta bem. Eu não esperava que uma coisa assim pudesse acontecer, mas eu devia saber. Neame tem que estar por trás dos roubos desses corpos, não pode ser coincidência.

VAN HELSING

- Claro que não. Por alguma razão, Drácula mudou sua estratégia. Não esta mais sendo sutil. Quando anoitecer, ele vai controlar uma pequena tropa.

PADRE KEIR

- Mas por que a mudança?

VAN HELSING

- Acho que tem algo a ver com Jason.

PADRE KEIR

- O que isso teria á ver com Jason?

VAN HELSING

- Talvez tudo. Os crimes dele sempre estiveram ligadas a uma questão territorial. O próprio Drácula declarou Cristal Lake dele. Isso praticamente prova que Jason ter retornado justo agora, depois de passar anos desaparecido não pode ser coincidência.

PADRE KEIR

- Sinto muito rapaz, mas isso não prova nada, e tambem não nos ajuda.

VAN HELSING

- Então só tem um jeito de conseguir a sua prova, e talvez conseguir encontrar uma solução. Vamos almoçar, e depois fazer uma visita ao Neame.

PADRE KEIR

- Não podemos nos precipitar, Van Helsing.

VAN HELSING

- E vamos esperar mais o que? Não fomos de utilidade nenhuma até agora, Padre. Vinte e oito pessoas morreram ontem à noite, Padre. Dessas 28, quase a metade foi transformada em vampiro.Quer esperar e ver quais vão ser os números dessa noite? Admita Padre, não tem como ficar pior. (Ouve-se uma batida na porta). Sim?

Sra. FREEMAN

- Peter, o Xerife esta aqui, ele quer falar com você.

Van Helsing e o Padre Keir se olham com preocupação. Peter esquecera uma regra básica que seu pai lhe ensinara, sempre pode ficar pior.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Sinto muito novamente pela ausencia dos personagens titulo nessa fase da historia, mas eles voltam já no proximo capitulo. Em breve, o capitulo 11