Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 1
Capítulo 1




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DRACULA: Criado por Bram Stoker

 

SEXTA FEIRA 13: Criado por Sean S. Cunningham e Victor Miller. Todos os direitos pertencentes à New Line Cinema.

 

 

                                  DRACULA VS JASON: TERRA SANGRENTA

 

 

                               

 

                              BANCO STANDARD CHASTERED: LONDRES

 

                                Quatro vigias noturnos conversam na recepção do banco. É tarde da noite, e enquanto dois deles olham para os monitores que mostram imagens transmitidas pelas câmeras de segurança, os outros dois conversam animadamente.

 

  VIGIA 1

 

- Tô te falando cara, esse ano a copa é nossa!

 

  VIGIA 2

 

 - Já tá na hora, né? Porra, a gente criou o futebol, nossos times tão entre os melhores do mundo, e a gente ganha uma copa só, lá em 66? Não dá pra ficar assim.

 

 VIGIA 1

 

 - Tinham que chamar aquele brasileiro, o Felipão. O que o cara fez por Portugal naquela Eurocopa foi fantástico, cara. Com o Felipão de técnico da nossa seleção...

 

De repente, ouve-se um grande estrondo, e as luzes se apagam. O blecaute atinge mais sete quarteirões ao redor do banco. As luzes de emergência rapidamente se acendem, mas um dos vigias que estava no monitor, puxa uma pistola com dardos tranqüilizantes, e após atirar a queima roupa no pescoço do colega do lado, vira-se rapidamente para os outros dois, e também os atinge. Logo depois, um grande furgão preto invade o local, arrebentando as portas. Cinco homens vestidos de preto, armados com metralhadoras, e com os rostos cobertos com um capuz descem do veiculo. O homem que parece ser o líder dos invasores se dirige até o único vigia que sobrou de pé.

 

   LIDER

 

 - Você é o Keen, certo?

 

KEEN

 

 - Sou eu mesmo. (Diz Keen em tom cauteloso).

 

LIDER

 

 - Você desativou as defesas principais do cofre?

 

KEEN

 

 - Conforme o combinado.

 

LIDER

 

 - Então vá embora daqui. Seu dinheiro já foi depositado em sua conta no exterior. Faça como o combinado. Desapareça, Sr. Keen.

 

Keen sai correndo pela porta destruída, enquanto o líder do assalto se vira para seus companheiros.

 

LIDER

 

 - Temos 10 minutos, pessoal, não mais. Vamos!

 

Os invasores correm pelos corredores do banco, como se fossem um pequeno exercito invadindo um país. Eles atiram com precisão nas câmeras de segurança que encontram. O grupo entra em um corredor, encontrando uma grade, que bloqueia o seu caminho.

 

 LIDER

 

 - As cargas, rápido!

 

Os homens rapidamente abrem uma bolsa preta, e colam pequenos cilindros de metal nos cantos das grades. Todos se afastam, e segundos depois, os cilindros explodem derrubando a barreira no chão. O grupo avança pelo corredor, chegando há uma grande porta de aço, o cofre. Há um computador do lado do cofre. Um dos homens tira uma espécie de Notebook da mochila, e com um cabo, conecta-o ao computador da parede. O homem começa a teclar obsessivamente no Notebook. O líder da operação olha para seu relógio de pulso.

 

  LIDER

 

 - Estamos começando a ficar sem tempo!

 

 HOMEM

 

 - Quase pronto, Carson. (Diz o homem do Notebook se referindo ao líder).

 

Ouvem-se sucessivos sons metálicos, e então a porta do cofre se abre automaticamente, revelando uma sala cheia de pequenos cofres numerados nas paredes. Carson, o líder, corre para o cofre de numero 513, e acopla um pequeno mini- explosivo a porta. 15 segundos depois, uma pequena explosão, e a portinha se abre. Carson retira uma pequena caixa de metal de dentro do cofre. Enquanto isso, seus homens vão saqueando outros cofres aleatoriamente.

 

Carson retira uma pequena furadeira da mochila, e abre a caixa com facilidade. Dentro da caixa, envolvido em um paninho vermelho, há um anel com um estranho brasão desenhado nele.

 

CARSON

 

 - Temos o que viemos buscar, vamos embora!

 

Os homens pegam todo o dinheiro que conseguiram recolher nas mochilas, e correm para fora do cofre. Eles vão até o furgão, e saem de marcha ré de dentro do banco, desaparecendo na noite londrina. Nem um minuto depois, viaturas de policia chegam à frente do banco.

 

 

              PREDIO PROXIMO Á UNIVERSIDADE CAMBERWALL: LONDRES - 3 DIAS DEPOIS

 

Peter Van Helsing acorda com a luz do sol batendo em seu rosto.  Ele estica a mão para pegar o relógio na cabeceira da sua cama, são 07 horas da manhã.  O rapaz se levanta, e vai para o banheiro, onde lava o rosto. Ele pega um comprimido branco do armarinho da pia, e o coloca na boca, tomando um copo d’água em seguida.

 

 

                                      UNIVERSIDADE CAMBERWALL: 10 HORAS

 

Em um estúdio de som no prédio de comunicação da Universidade Camberwall, uma banda gótica esta cercada por três câmeras. O diretor grita ação, e a banda começa a tocar uma canção melodiosa e triste. Porêm, alguns segundos depois, o diretor grita corta, pois o vocalista olhou para a câmera errada, de novo.

 

Peter Van Helsing tira os fones do ouvido, e levanta de sua cadeira, ao mesmo tempo em que anota outra tomada falha em sua planilha. Van Helsing vai até uma mesa no canto do estúdio, e serve-se de um copo de café. O diretor logo se junta a ele.

 

  DIRETOR

 

 - Tomando mais café, Van Helsing?

 

   VAN HELSING

 

 - Me mantém alerta. E me dá paciência, eu tô ouvindo a mesma maldita musica há dois dias, eu fiquei cantarolando essa musica a noite inteira, e eu nem gosto dela! (Diz Van Helsing baixinho).

 

 DIRETOR

 

 - Eu sei que o vocalista tem uns probleminhas, mas...

 

VAN HELSING

 

 - O cara não tem nenhuma presença de palco, e não tem pique também.

 

  DIRETOR

 

 - Vou dar uma pausa de cinco minutos então, pro pessoal relaxar.

 

  VAN HELSING

 

 - Não basta, cara. Dá uns cinqüenta minutos de pausa. A gente perde um tempo, mas garanto que a banda volta mais disposta.

 

DIRETOR

 

 - Você acha mesmo?

 

VAN HELSING

 

 - Vai por mim.

 

O diretor vai até o meio do estúdio, e anuncia a pausa de cinqüenta minutos, enquanto isso, Peter Van Helsing sai pela porta.

 

 

BAR DO JERRY

 

Peter compra uma coca cola e um sanduíche no Bar do Jerry. Não era o bar mais freqüentado da universidade, mas era o favorito de Peter Van Helsing. Ele se senta em uma mesa para desfrutar seu lanche, quando um homem de idade, vestindo uma batina senta-se a sua frente.

 

PADRE KEIR

 

 - Peter Van Helsing! Você cresceu bastante, rapaz!

 

VAN HELSING

 

 - Padre Keir! (Diz Van Helsing surpreso). O que esta fazendo por aqui? Esta bem longe da Transilvânia!

 

PADRE KEIR

 

 - Não esta se esquecendo de nada, meu filho?(Diz Keir com um olhar severo).

 

VAN HELSING

 

 - Oh claro, a benção padre. (Diz Van Helsing monotonamente, abaixando a cabeça).

 

PADRE KEIR

 

 - Deus te abençoe, meu filho. (Diz o padre solenemente com a mão na cabeça de Peter).

 

VAN HELSING

 

 - Estou surpreso em te ver, Padre. O que faz longe do mosteiro de Cárpatos, enjoou do clima da montanha?

 

PADRE KEIR

 

 - Eu tinha negócios pra resolver em Londres, então decidi ver como estava o pequeno Peter, embora esse adjetivo não se aplique mais a você, não é? (Diz o padre rindo).

 

VAN HELSING

 

 - Eu acho que não. (Diz Peter mordendo um pedaço de seu sanduíche). Agradeço a preocupação, padre. As coisas vão bem por aqui. Gosto da universidade. A gente se estressa de vez em quando, mas acho que faz parte.

 

PADRE KEIR

 

 - Me lembro que desde pequeno você falava em fazer cinema. Seu pai ficava louco com isso (Diz o padre rindo), mas acredito que se ainda estivesse aqui, estaria orgulhoso de você.

 

VAN HELSING

 

 - É, talvez. (Diz Peter de forma distante).

 

PADRE KEIR

 

 - E seus problemas com insônia, tem conseguido dormir?

 

VAN HELSING

 

 - Às vezes sim, às vezes não. Depende da noite.

 

PADRE KEIR

 

 - Peter, sabe o que fui fazer em Londres?

 

VAN HELSING

 

 - Não, mas acho que o senhor vai me contar agora, certo? (Diz Van Helsing desconfiado).

 

PADRE KEIR

 

 - O Standard Chastered foi roubado há alguns dias.

 

VAN HELSING

 

 - Eu vi alguma coisa a esse respeito na TV.

 

PADRE KEIR

 

 - Um dos cofres roubados foi o meu. Eles... Eles levaram um anel.

 

VAN HELSING

 

 - É uma pena.

 

PADRE KEIR

 

 - Você sabe que é mais do que isso, Peter Van Helsing. Chegou a hora.

 

 

                                     CASARÃO NEAME: SUSSEX: INGLATERRA

 

Da janela de sua sala, o Sr. Neame pode observar as pessoas passando na rua naquela típica manhã inglesa. Passavam na rua os mais tradicionais habitantes de subúrbio. Um velho senhor passeando com o cachorro, uma jovem fazendo sua corrida matinal, um casal de velhinhos. Neame é arrancado do seu devaneio por uma batida na porta.

 

NEAME

 

 - Pode entrar.

 

Um velho mordomo abre a porta. Ele tem a cabeça levemente inclinada, como se estivesse tentando olhar para o teto.

 

    PHILIP

 

 - O Sr. Carson esta aqui, senhor.

 

NEAME

 

 - Ótimo. Por favor, faça-o entrar, Philip.

 

O mordomo se retira, e logo em seguida, um homem usando calça preta, camisa azul, e um folgado paletó preto, entra na sala.

 

NEAME

 

 - Sr. Carson. Fico feliz em vê-lo com boa saúde.

 

CARSON

 

 - Obrigado Sr. Neame. Eu trouxe a sua encomenda.

 

Carson retira do bolso o paninho vermelho que retirou do cofre 513, e o entrega a Neame. Neame dá as costas a Carson, e começa a desembrulhar o paninho, até ver o anel. Ele solta o paninho no chão, e levanta o anel no ar, o admirando contra a luz.

 

NEAME

 

 - Excelente trabalho, Sr. Carson. Seu pagamento já foi efetuado na sua conta.

 

CARSON

 

 - Obrigado, Sr. Neame. Com o bônus dos outros cofres, foi um dos meus trabalhos mais rendosos.

 

 NEAME

 

 - Foi muito bom fazer negocio com você, Sr. Carson. (Diz o velho apertando a mão do mercenário).

 

CARSON

 

 - Igualmente. Não é da minha conta.. (diz Carson se virando para ir embora), mas geralmente minha equipe e eu somos contratados para missões, digamos aparentemente mais relevantes. Vale mesmo a pena tanto esforço por um anel?

 

 NEAME

 

  - O senhor não faz idéia, Sr. Carson. (Diz Neame sorrindo). Adeus.

 

Carson se retira, e Neame vai até a sua mesa, apertando um botão. Uma jovem secretaria, de cabelos morenos presos em um coque, entra na sala.

 

 NEAME

 

  - Esta tudo pronto para a viagem, Caroline?

 

  CAROLINE

 

  - Sim senhor. O avião parte as 15: 30 com destino aos Estados Unidos, senhor.

 

 NEAME

 

- Excelente. Obrigado Caroline.

 

A moça se retira, deixando Neame sozinho, admirando seu misterioso anel.

 

 

                                                                   BAR DO JERRY

 

Peter Van Helsing olha serio para o Padre Keir. O jovem toma um gole de seu refrigerante antes de responder.

 

VAN HELSING

 

- Chegou a hora de que?

 

PADRE KEIR

 

- Você sabe do que eu estou falando, rapaz. Com o anel roubado, ele pode retornar a qualquer momento. Não podemos permitir que aquele mal caminhe sobre a terra novamente.

 

   VAN HELSING

 

- Esta falando de Drácula, certo? O vampiro das historias que o meu pai contava. O cara que o meu pai passou a vida inteira esperando pra enfrentar?

 

PADRE KEIR

 

- Por favor, Peter, você conhece a historia melhor do que eu. Sabe exatamente do que eu estou falando!

 

VAN HELSING

 

- Escute padre. Você acredita mesmo nessa historia? O senhor já viu um vampiro? Ok, eu sei que minha avó supostamente foi seqüestrada por um, mas eram os anos 70. Pelo o que se lê, o que mais tinha naquela época eram satanistas de fim de semana. Quem garante que simplesmente não era um maluco de capa que bebia sangue ao invés de um vampiro?

 

PADRE KEIR

 

- Esta dizendo que não acredita?

 

VAN HELSING

 

- Estou.

 

PADRE KEIR

 

- Então o que é isso? (Pergunta o padre esticando a mão, e puxando uma corrente no pescoço de Van Helsing, que termina em um pequeno crucifixo). Adorno interessante pra um rapaz que quase nunca vai à igreja.

 

VAN HELSING

 

- Não acredito, mas também não me arrisco. (Diz Peter puxando o crucifixo de volta.)

 

PADRE KEIR

 

- Seu falso ceticismo não me convence. Você sabe que é real Peter Van Helsing. Seu falecido pai, que deus o tenha, o treinou por anos para que detivesse a ameaça, caso ele não estivesse mais entre nós. Eu não o procuraria se não achasse que é o mais apto para esta tarefa, Van Helsing. (Peter Van Helsing fica em silencio por alguns instantes).

 

VAN HELSING

 

- Supondo que seja verdade. O anel desapareceu em um assalto á banco. Quem o roubou, provavelmente não faz idéia do que é. Talvez esteja mais seguro agora do que num banco, que meio mundo sabe, está quebrado, e conseqüentemente com problemas de segurança!

 

PADRE KEIR

 

- Quando seu tataravô, Lorrimar Van Helsing depositou o anel naquele cofre, o banco não tinha esses problemas. (Retrucou Keir). Alem do mais, eu não acho que esse assalto tenha sido uma coincidência.

 

VAN HELSING

 

- Ah, não?

 

PADRE KEIR

 

- Não. Por acaso já ouviu falar de Patrick Neame?

 

VAN HELSING

 

- Não que eu me lembre.

 

PADRE KEIR

 

- Acredito, e seu pai também acreditava que Neame era o líder de um culto á Drácula, e que por anos ele vem tentando encontrar uma maneira de trazer seu mestre de volta.

 

VAN HELSING

 

- Eu não vou perguntar se você tem provas disso, por que eu tenho certeza que não tem. Quer dizer, você tá falando de uma religião secreta no meio da Inglaterra!

 

PADRE KEIR

 

- Na verdade, há núcleos na Europa inteira, mas o coração é aqui mesmo.

 

VAN HELSING

 

- Vamos dizer que tudo isso é verdade. O senhor tem alguma prova, ou pista, que ligue esse Neame ao assalto?

 

PADRE KEIR

 

- Na verdade é mais um palpite.

 

VAN HELSING

 

- Um palpite? Que palpite?

 

PADRE KEIR

 

- Drácula ficou morto por tempo demais. Acredita-se que ele não pode ressurgir em qualquer lugar. Ele precisa ressurgir em um lugar que possa chamar de lar.

 

VAN HELSING

 

- Vai voltar pra Transilvânia, então?

 

PADRE KEIR

 

- Ele não poderia voltar pra lá. Seu castelo não existe mais, e aquela região toda foi benzida e abençoada pelo próprio papa no fim da década de 80. Não, ele precisa de um novo lar, um terreno maldito, uma terra sangrenta, onde possa se estabelecer.

 

VAN HELSING

 

- E daí?

 

PADRE KEIR

 

- Neame comprou recentemente uma propriedade nos Estados Unidos. Uma que pelo histórico, se encaixaria perfeitamente para ser o local de ressurreição de Drácula, e seu novo lar. Meu contato dentro da empresa dele, diz que ele esta indo pra lá. Pra mim isso é um indicio muito forte de que ele esta com o anel.

 

VAN HELSING

 

- E o sangue? Ele precisaria de uma amostra do sangue de Drácula pra realizar esse tipo de ritual.

 

PADRE KEIR

 

- O conde é ardiloso, meu rapaz. Com o passar dos anos, ele deixou amostras de seu próprio sangue com seus seguidores, pra que um dia caso fosse preciso, fosse usado para trazê-lo de volta.

 

VAN HELSING

 

- E o senhor quer que eu faça o que, Padre Keir?

 

PADRE KEIR

 

- Quero que venha comigo para os Estados Unidos, Van Helsing. Para que possamos impedir que o pior aconteça.

 

VAN HELSING

 

- Quer que eu largue tudo pra ir brincar de caçador de vampiro na America?

 

  PADRE KEIR

 

- Isso não é brincadeira, Peter. Você sabe disso muito bem! Nós não queríamos, mas sabíamos que esse dia poderia chegar.

 

VAN HELSING

 

- E você acha que eu não sei? Meu pai só queria duas coisas de mim, ver como eu ia na escola, e me preparar pra essa tal grande ameaça! Ele viveu esperando isso. Acho que até lamentava não ter acontecido!

 

 PADRE KEIR

 

- Isso não é verdade! Sei que seu pai pode ter sido um homem um pouco duro, e não sabia demonstrar o quanto gostava de você, mas ele nunca desejou ter de enfrentar Drácula, e com certeza não queria isso pra você. Mas sabia que quanto menos gente souber disso, melhor. Principalmente nos dias de hoje. Os Van Helsing lutam contra esse monstro há anos, por isso ele o preparou, mas nunca quis que acontecesse!

 

Peter vira o resto de seu refrigerante em um só gole, e olha no relógio.

 

VAN HELSING

 

- Foi bom rever o senhor, Padre Keir. Eu tenho que ir agora.

 

Van Helsing se levanta, e o padre se levanta com ele.

 

 PADRE KEIR

 

- Van Helsing, por favor. Tem vidas em risco. Almas em risco. Mas... Talvez você esteja certo. Não sei se tenho o direito de lhe pedir isso. Eu vou pra America com ou sem você. Meu vôo parte esta noite. Adeus, Peter. Desculpe qualquer coisa. Deus o abençoe, meu filho.

 

O Padre Keir vai embora, deixando um pensativo Peter Van Helsing para trás.

 

 

AVIÃO PARTICULAR DE PATRICK NEAME

 

Patrick Neame esta lendo um livro aparentemente bem antigo, de capa vermelha. Ele tira o celular do bolso e faz uma ligação.

 

NEAME

 

- Sr. Fisher, liguei para saber como está indo o trabalho. A casa estará pronta hoje à noite, eu presumo.

 

  FISHER

 

- Conforme o combinado, Sr. Neame. Inclusive, ela já começou a ser mobiliada, conforme as suas especificações.

 

NEAME

 

- Obrigado, Sr. Fisher. Tenho certeza que vai saber construir o clima certo, como sempre, aliás.  Até logo.

 

Caroline, a secretaria, entra na cabine de Neame.

 

CAROLINE

 

- Aterrissaremos em Chicago em uma hora, senhor.

 

NEAME

 

- Excelente, minha querida, excelente. (Diz Neame sorrindo).

 

 

                             HOTEL WARD BAKER: LONDRES- CINCO DA TARDE

 

O Padre Keir esta conferindo seus documentos, quando alguém bate na porta. Na porta, há um rapaz com uma bandeja.

 

RAPAZ

 

- Serviço de quarto, senhor. Trouxe o seu chá, conforme pediu.

 

    PADRE KEIR

 

- Obrigado, meu filho.

 

O rapaz coloca a bandeja na mesa, e serve a xícara do padre com chá. Antes de o rapaz sair, o padre diz:

 

PADRE KEIR

 

- Deus lhe abençoe, meu filho.

 

RAPAZ

 

- Obrigado, Padre (Diz sem jeito).

 

O funcionário do hotel sai, deixando o Padre Keir bebericando seu chá. Mas antes que possa tocar nas torradas, batem na porta novamente. O Padre se levanta, e ao abrir a porta, vê Peter Van Helsing.

 

  VAN HELSING

 

- Posso entrar, Padre?

 

PADRE KEIR

 

- Claro meu filho, entre. (Diz o Padre surpreso).

 

Van Helsing entra e senta-se em uma cadeira na mesa. O padre senta-se a sua frente.

 

VAN HELSING

 

- Importa-se se eu pegar uma torrada?

 

PADRE KEIR

 

- Claro que não, vá em frente.

 

Peter pega uma torrada, e depois de mastigá-la por um tempo, olha para o padre.

 

VAN HELSING

 

- Acho que eu não devia ter tratado o senhor daquele jeito hoje de manhã, eu sinto muito.

 

PADRE KEIR

 

- Esta perdoado, Peter.

 

VAN HELSING

 

- Mas o senhor podia ter me ligado antes, né? Não ia matar ninguém.

 

PADRE KEIR

 

- Eu sinto muito. Como me encontrou neste hotel?

 

VAN HELSING

 

- Quando o senhor não ficou neste hotel? O senhor ainda vai para os Estados Unidos?

 

PADRE KEIR

 

- Meu vôo sai às nove da noite.

 

VAN HELSING

 

- Ótimo. Com sorte eu consigo uma passagem. (Diz Peter tirando o celular do bolso).

 

PADRE KEIR

 

- Você vai mesmo comigo?

 

VAN HELSING

 

- É o que parece.

 

PADRE KEIR

 

- Mas o que o fez mudar de idéia?

 

VAN HELSING

 

- Sabe que eu não sei? (Diz Van Helsing pegando outra torrada). Pode ter sido o fato de eu ter sido condicionado metade da minha vida pra isso, o fato de eu saber que no fundo, tudo que você disse é verdade. Talvez, sei lá, eu não conseguiria viver comigo mesmo sabendo que podia ter evitado sofrimento alheio e não fiz nada. Mas principalmente Padre, não deixaria um velho amigo entrar nessa sozinho.

 

PADRE KEIR

 

- Obrigado, meu filho.

 

VAN HELSING

 

- Pra onde nós vamos mesmo? (Pergunta Peter Van Helsing discando o numero do aeroporto).

 

 

      LIMUSINE DE NEAME: ESTADOS UNIDOS

 

Neame e sua secretaria estão no banco de trás do carro. A moça esta distraída, mexendo em seu Notebook. Neame pega o anel do seu bolso, e volta a admirá-lo.

 

NEAME

 

- Estamos perto agora, mestre.

 

 CAROLINE

 

- Falou comigo, senhor?

 

NEAME

 

- Não querida, eu estava falando sozinho. Eu tenho esse mal habito.

 

A limusine passa por uma grande placa na estrada. Nela pode-se ler: Bem Vindo a Cristal Lake.

       


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste 1º capitulo. Ele é mais introdutorio, já que os dois personagens titulo ainda nem deram as caras.

Em breve, o capitulo 2.