Sete vezes por noite em Baker Street escrita por Nana Castro


Capítulo 8
Despedidas


Notas iniciais do capítulo

Oie! Voltei!

Esse capítulo tem trechos do episódio 3.03. Era necessário, pois senão como eu ia falar da Janine não é? Desculpem por não ser tudo original.

Esse também não tem trilha sonora. Adoraria se alguém sugerisse alguma canção.

Enjoy!



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No outro dia fui acordada com uma gritaria. Parecia que a cozinha estava cheia de gente. Pensei em sair, mas não o fiz. Não havíamos contado a ninguém sobre nosso relacionamento. Apenas os pais de Sherlock sabiam que estávamos juntos. Não contamos nem para John e Mary. Então, se eu saísse naquele momento, seria um tanto constrangedor. Enrolei ali na cama, o que não era nada ruim, aliás, e alguns minutos mais tarde o barulho cessou. Saí. Dei de cara com John no corredor. E se John estava lá àquela hora da manha, era porque Sherlock havia aprontado. Pedi para ele fazer um café, na maior cara de pau, já que eu estava atrasada. Ele morou ali afinal. E Mr. Magnussem tinha um compromisso importante naquele dia. Não poderia chegar tarde.

Perguntei por Sherlock. John então me disse que ele estava tomando banho. Surpreendi-me por não ter percebido. John parecia meio perdido. Me olhava como se eu fosse alienígena. Tentei ser amigável e mantive o tom da conversa o mais tranquilo possível. John não precisava saber do fiasco da noite passada. Então entrei no banheiro, sorrindo, falando. Imagino o espanto de John, mas não virei para observar.

Sherlock ainda estava vestido… E ele sorria, brincou comigo. Eu não estava no melhor humor, mas não pude evitar de rir com ele. Então, dois segundos depois, sua feição mudou. Percebi que ele sabia que eu faria perguntas e era preciso manter as aparências recém-criadas. Abri minha boca pra começar a falar, aproveitando o barulho do chuveiro ligado, para que John não ouvisse, mas ele me parou antes que eu pudesse dizer a primeira palavra e sussurrou no meu ouvido:

— John está aqui. Não vamos brigar ou qualquer coisa assim.

Meu corpo todo se arrepiou. Dei um passo para trás.

— Já falei com ele – Sherlock me deu uma expressão confusa, uma mistura de surpresa e decepção - Não quero brigar, Sherlock… só queria saber por que saiu daquele jeito ontem, no meio daquilo tudo.

Ele deu um passo à frente, tocou meu braço esquerdo.

— Janine, você sabe.

— Sim, eu sei. Mas…

Sherlock aproximou-se um pouco mais e por um minuto achei que ele me beijaria, mas voltou atrás. Ele tinha o cheiro e aparência de alguém que não havia passado a noite num lugar decente:

— Só mais um pouco de paciência.

Eu acenei com a cabeça. Sabia como era difícil pra ele lidar com sentimentos e pessoas. Eu deveria mesmo me irritar pelo que aconteceu, ou melhor, não aconteceu? Bem, por dentro eu estava realmente desapontada, mas, até aquele momento, eu achava que teríamos tempo. E então Sherlock se virou, tirou o casaco e a camiseta antes de se voltar a mim novamente e dizer:

— Preciso entrar no chuveiro.

— Ok.

E enquanto ele tomava banho, fiquei observando a silhueta escura através da cortina.

...

Enquanto eu estava no quarto, terminando de me trocar, pude ouvir os John e Sherlock conversando. Sussurravam praticamente. Num dado momento, pensei ter escutado o nome de meu chefe ali no meio dos chiados. Espiei pela porta e John ainda estava com uma cara de espanto. Era tão esquisito assim Sherlock ter uma mulher na sua casa?

Já estava mais que na hora de sair pro trabalho. Respirei fundo e entrei na sala, ainda mantendo o tom animado com que eu começara a falar com John:

— Okay, vocês dois. Se comportem. E você, Sherl, você vai ter que me dizer onde estava na noite passada.

Tive que dizer isso. Era só uma das perguntas que eu tinha pra ele e ela deixava o clima ameno. Pelo menos eu achava. John sabia que ele passara a noite fora, então não havia problemas:

— Trabalhando. - Disse Sherlock.

— Trabalhando? Claro. Eu sou a única que sabe como você é. Você se lembra? – Eu disse. Com um sorriso que me pareceu diferente, ele respondeu:

— Não saia espalhando.

— Talvez eu espalhe e John, eu não contei pra Mary sobre isso. Queria surpreendê-la.

— E acho que você vai. - Disse John, ainda perplexo.

— Vocês dois deveriam jantar com a gente, mas na minha casa, não nessa “lixeira”. Brinquei.

— Claro! Jantar! - respondeu John

— Eu tenho que ir. Foi ótimo te ver John.

O ar estava estranho. Parecia que tudo havia mudado depois do banho. Eu não sabia explicar. Sherlock me levou até a porta e se despediu:

— Tenha um bom dia. Me ligue mais tarde. - E sorriu.

— Talvez eu te ligue – Eu disse. Eu não conseguia resistir àqueles olhos azuis - A não ser que eu ache alguém mais bonito.

Então o beijei. Senti que precisava. Não dava para sair daquele apartamento sem um beijo. Não sei se algo em mim já se preparava para o que viria. Simplesmente ali, naquela porta, ele ainda era meu. Mas Sherlock não correspondeu direito. Tudo estava mudado. O Sherlock da noite anterior, o Sherlock que se deixava entregar, não estava mais ali:

— Resolva um crime pra mim, Sherlock Holmes.

E assim deixei Baker Street. Mal sabia que pra não voltar.


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Notas finais do capítulo

E aí? Valeu a pena?
Deixem um pouco de amor (ou dor, pq a gente aprende assim também)!
Beijos!



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