Sete vezes por noite em Baker Street escrita por Nana Castro


Capítulo 7
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Hello! Desculpem a demora! Aquí vai capítulo fresquinho e cheio de músicas boas para acompanhar. Sugiro ouvir na ordem apresentada! hehe

Shot at Night - The Killers - https://www.youtube.com/watch?v=X4YK-DEkvcw
Beautiful War - Kings of Leon - https://www.youtube.com/watch?v=Nf5--AFAfU8
High and Dry - Radiohead - https://www.youtube.com/watch?v=BciOfJsqh7M
Wait for Me - Kings of Leon - https://www.youtube.com/watch?v=2PvNEfKy96k



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Decidi que algo aconteceria naquela noite. Já haviam se passado algumas semanas de quando decidimos que éramos um casal e eu ainda não conseguira tirar nada dele. Nada muito... físico. Eu já havia conhecido um pouco mais do mistério que era Sherlock, mas ansiava por mais… contato. Naquela noite ele parecia diferente, menos sombrio. Empurrei alguns papeis. Um livro caiu no chão, fazendo Sherlock dar um pequeno pulo na cadeira. Sentei na mesinha de café, ao lado da poltrona dele:

– O que você está fazendo? Perguntou.

– Quero ficar mais perto de você enquanto trabalha.

– Mas, por quê?

– Proximidade, Sherlock, só isso. Casais gostam de ficar próximos um dos outros, mesmo sem ter o que dizer.

– Ah.

Ele ficou em silencio novamente, com as mãos unidas embaixo do queijo. Debrucei-me sobre seu ombro. Ele beijou meus cabelos. Era raro e eu amava quando ele fazia isso. Levantei a cabeça e fiquei olhando pra ele, que tinha voltado à posição inicial. Era uma demonstração diferente de afeto e me fazia muito feliz. Então ele sorriu e aquele era o sinal que eu precisava. Sherlock não estava mais no seu palácio mental. Estava livre. Levantei-me da cadeira e sentei no seu colo. Ele acompanhou todos os meus movimentos, como um gato curioso. Peguei sua mão esquerda e o fiz colocar na minha cintura. A principio ele ficou estático, parecendo analisar toda a situação. Até que senti a pressão dos seus dedos e não precisei fazer mais nada. A mão direita, com aqueles dedos longos, tocou meu rosto. Seus olhos se fecharam e ele me beijou. De verdade. E como ele era bom. Como era. Pra alguém que tinha me confessado, há alguns dias, que não tinha experiência alguma, aquilo estava perfeito. Um talento natural, eu pensei, e acabei rindo demais, enquanto ele ainda me beijava. Sherlock então parou e com sua testa encostada na minha, os olhos ainda fechados, a respiração um pouco mais pesada, me perguntou:

– Estou fazendo alguma coisa errada?

– Não. - Eu disse, movendo a cabeça lentamente, receosa de que a ligação se quebrasse. - Na verdade você esta fazendo tudo certo. Mesmo.

Então, sem rodeios, voltou a me beijar. Colocou as mãos nas minhas coxas, me empurrando devagar, fazendo com que eu ficasse de pé. Olhou-me de cima a baixo, com um olhar que eu nunca tinha visto. Tinha algo diferente ali. Era desejo. Tinha que ser. Ele também ficou de pé e me abraçou. Apertou-me contra o seu peito com força. Uma das mãos puxou meu vestido alguns centímetros pra cima. Eu senti seu cheiro e queria que ficássemos cada vez mais perto. Quase sem perceber, Sherlock foi me levando até a cozinha. Eu mal havia assimilado todas aquelas sensações novas quando, num movimento rápido, Sherlock me pegou no colo, me colocando sobre a mesa da cozinha. Minhas pernas o envolveram. Firme. Uma das minhas mãos segurava seu pescoço e a outra desabotoava sua camisa. Eu havia esperado muito por isso e agora tudo acontecia tão rápido. O blazer preto ainda estava vestido e eu não estava preocupada em tirá-lo. Havia algo de muito sexy naquele blazer, que eu não conseguia explicar. Terminei de desabotoar a camisa, enquanto ele, avidamente, beijava meu pescoço. Eu estava maravilhada com o tom branco de sua pele que contrastava perfeitamente com o tom mais bronzeado da minha. Naquele momento parecíamos perfeitos um para o outro. E eu podia ver que ele me queria, podia sentir que ele me queria. Ele mesmo se livrou do blazer e da camisa azul, deixando a mostra o belo torso. Eu suspirei. Abaixei as alças do vestido e deixei o caminho livre para que ele fizesse o que quisesse. Eu não falaria nada. Só esperaria… esperaria e veria o que aquele homem tão especial tinha pra mim… pra ele. Ele se abrira pra mim já algumas vezes. Eu começava a ver quem era realmente Sherlock Holmes. E esse nome, tão sonoro e envolvente ressoava na minha cabeça. Sherlock Holmes invocava tanta coisa. Coisas boas, coisas ruins, sensações das mais diversas. Sherlock Holmes. Eu amava dizer seu nome em voz alta. Sherlock Holmes... Seu cabelo, sua pele, seu hálito quente no meu rosto...

– Sherlock Holmes...

E foi como quebrar um feitiço.

No instante em que Sherlock ouviu seu nome, ele parou. O cinto desabotoado, um braço em volta da minha cintura e a outra mão enroscada nos meus cabelos. Seu olhar, num instante, ficara duro, estático. Afastou-se de mim, meio desconsertado. Passou a mão pelos cabelos, fechou os botões da calça e do cinto. Ele tinha lembrado de alguma coisa? O que acontecera ali?

– Sherl…

– Desculpe... Janine... Eu… Eu não posso.

– Claro que pode! Disse, num tom um pouco acima do normal, meio desesperada. - Você pode.

–Não é isso. Eu preciso ir. Preciso sair.

– Sherlock! Não… não de novo.

– Desculpe.


Sherlock entrou no quarto. Minutos depois, saiu vestido com uma roupa que eu nunca havia visto. Estava estranho, mas não o estranho usual. Saiu do apartamento de uma vez, sem olhar pra trás, sem olhar nenhuma vez sequer para mim. Deixou-me ali, sentada sobre a mesa da cozinha, desapontada e desalinhada. Arrumei as alças do meu vestido, levantei e fui até a janela, ainda a tempo de vê-lo entrar num táxi e desaparecer na esquina. Voltei à cozinha. Peguei as roupas que ele deixara pelo chão. Vesti a camisa azul. O cheiro dele naquela roupa não ajudava a acalmar os ânimos. Fui pro quarto, me enrolei nas cobertas e peguei no sono, abraçada ao blazer.


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Notas finais do capítulo

E aí? E aí? *curiosa*



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