Gêmeos no Divã escrita por Lady Black Swan
Notas iniciais do capítulo
Gente comentando e favoritando. Que demais! =^.^=
Tá ótimo, agora é minha vez,
Então o que dizer sobre Ayume?
Bem... Ela é a única que consegue, de alguma maneira, nos diferenciar, e isso é basicamente irritante e maravilhoso ao mesmo tempo.
Ayume é uma garota asiática, baixa e tão magra que poderia facilmente se passar por um garoto se quisesse, e o fato dela insistir em manter os cabelos tão curtos e preferir usar calça ao invés de saia como seu uniforme escolar — como as outras meninas — mesmo na parte mais quente do ano, não colabora em muita coisa, mas eu me lembro do dia em que falamos pela primeira vez com ela como se fosse ontem:
Foi umas duas semanas depois do baile de boas vindas — ao qual nem eu nem meu irmão fomos simplesmente por falta de interesse —, nós estávamos lanchando juntos olhando a chuva do lado de fora da janela quando ela apareceu.
—Será que vocês poderiam me fazer um favor? — Sua aparição foi tão repentina que nós levamos um susto. — Desculpe.
—Tudo bem. — eu disse, já que fui o primeiro a me recuperar do susto.
—Nós te conhecemos? — meu irmão perguntou.
—Sou Ayume Félix, e nós três fazemos espanhol juntos.
—Ah é? — dissemos e nos encaramos, depois demos de ombros e voltamos a encará-la — Mas não nos lembramos de você.
Só que ao invés de parecer ofendida com nossa resposta ela pareceu animada.
—Que legal. Vocês são mesmo perfeitos! — juntou as palmas das mãos — Então vão fazer-me o favor?
—Mas do que você está falando afinal? — meu irmão perguntou já impaciente.
—É mesmo, eu fiz tudo errado, desculpe, posso começar de novo? — não esperou que respondêssemos, apenas respirou fundo e recomeçou: — Oi meninos, talvez não se lembrem de mim, mas eu sou Ayume Félix e faço espanhol com vocês, e eu queria saber se não gostariam de fazer o favor de me acompanhar em um pequeno evento.
É claro que àquela altura nós já achávamos que ela fosse um pouco pirada — e hoje temos certeza —, mas a curiosidade acabou sendo mais forte e acabamos por perguntar:
—Que pequeno evento?
—Ah, nada demais, vocês vão gostar, eu garanto. — sorriu — Vão precisar se fantasiar, mas eu pago as fantasias, juro!
Meu irmão e eu nos encaramos, é claro que tinha alguma coisa ai, e então sorrimos cúmplices, já sabendo exatamente o que íamos responder.
—Nós vamos. — eu disse.
—Vão? — ela piscou — Mas que...!
—Porém temos uma condição. — a interrompemos, vendo com prazer ela murchar diante de nós. — Só vamos se você conseguir aprender quem é quem, entre nós.
Ninguém até então havia conseguido tal proeza, era uma missão impossível, nós sabíamos disso e foi por isso que a propomos, mas Ayume devia estar realmente desesperada para que a acompanhássemos nesse tal evento, porque aceitou sem hesitação.
—Tudo bem. — ela disse — Mas vão precisar me dizer seus nomes para que eu os aprenda.
—Eu sou Murilo. — dissemos em conjunto — E ele é Vinicius.
Ela piscou confusa.
—Esperem um pouco! Qual dos dois é mesmo o Murilo?
—Cabe a nós saber e a você imaginar. — respondemos.
Ela crispou os olhos parecendo finalmente se dar conta do nosso jogo, o que — considerando o quão puxado eles são — praticamente os fechou.
—Assim não vale, digam quem realmente são ou o desafio não será justo! — ficamos calados — Digam logo!
—Eu sou o Vinicius. — Admiti de mau gosto.
—E eu sou o Murilo. — meu irmão admitiu do mesmo jeito.
Nosso pai era o único que nos obrigava a dizer quem éramos de verdade, e já não gostávamos que dirá então quando era uma garota magrela e que mal conhecíamos quem o fazia!
Mas afinal, que diferença fazia? Ela nunca iria conseguir aprender quem era quem.
Ou foi o que pensamos.
—Ótimo. — ela disse, e começou a apontar para nós, um de cada vez, repetindo como se quisesse memorizar: — Vinicius e Murilo. Murilo e Vinicius... E mais uma coisa.
Giramos os olhos e cruzamos os braços.
—O que foi agora? — perguntamos.
—Vocês vão me dar um mês para poder aprender, e durante esse tempo vão parar com esse jogo esquisito de gêmeos que vocês têm.
—Um mês?! — exclamamos indignados.
—Tudo bem... Uma semana então. — ela cedeu.
Olhamos um para o outro, nunca havíamos ficado tanto tempo assim sem trocarmos de identidade, será que conseguiríamos? E então voltamos a encará-la.
—Nós aceitamos.
—Ótimo, então uma semana a partir de hoje!
E quando ela virou-se para ir embora, nós dois esticamos uma mão e agarramos seus pulsos.
—Tem mais uma coisa. — dissemos.
Ela virou-se.
—O que?
—Queremos um beijo. — falamos — Só pra selar o acordo.
Não sei se queríamos constrangê-la ou a fazer desistir, talvez as duas coisas, mas Ayume não recuou, ela apenas olhou em volta e quando viu que além de nós três só havia um grupo de garotas que fingiam não prestar atenção em nossa conversa, aproximou-se se inclinou para frente sem hesitação e tocou meus lábios com os seus e depois fez o mesmo com Murilo.
Ela afastou-se.
—Está feito.
E contra todas as probabilidades, Ayume realmente aprendeu a, de alguma forma, nos diferenciar, e ela devia estar realmente desesperada para que a acompanhássemos nesse tal evento, porque acabou aprendendo tão bem que depois daquela semana nunca mais nos confundiu.
Meu irmão e eu acabamos tendo que ir ao evento, e a experiência foi tão traumática que prefiro não falar dela agora... Talvez um de nós dois o faça algum dia... Ou não.
♠. ♣. ♥. ♦
Vinicius se calou quando os relógios de pulso que ele e o irmão tinham apitaram.
—Parece que a sessão acabou doutora. — falou, enquanto o irmão já se levantava e fazia alguns alongamentos.
—É o que parece. — Dra. Frank concordou. — Mas nosso trabalho não, então na mesma hora no mesmo dia semana que vêm?
—Claro doutora a senhora manda. — Murilo respondeu estendendo a mão para ajudar o irmão a se levantar.
—Então não se esqueçam de agendar a próxima sessão com o Adam na saída.
Avisou para os gêmeos que já estavam de saída.
—É claro doutora, claro. — responderam de forma pouco convincente.
—E meninos. — ela os chamou — Tentem... Ser um pouco mais individuais, que tal? Podem começar tentando parar de falar quase tudo ao mesmo tempo.
Os irmãos olharam para a doutora, depois se encararam e olharam para a doutora novamente.
Caíram na gargalhada e foram embora.
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Gente nesse capitulo eu ia colocar uma imagem que desenhei da Ayume, mas ainda não sei mexer direito aqui, então assim que eu aprender eu coloco.