Shuddering Heart escrita por Gii


Capítulo 1
Unique


Notas iniciais do capítulo

Bom dia queridos.
Esta fanfic foi algo escrito há décadas, culpa de mais uma tentativa fracassada de uma longfic Jily. Por algum motivo, é impossível para mim escrever esses ship e tenho tantos arquivos com trechos de fanfics começadas que estou perdida entre eles.
Esta fanfic que aqui estou postando, não é nada além de mais um desses arquivos perdidos no meu computador, porém, esse pareceu fazer mais sentido para mim que fosse um One-shot.
Realmente espero que apreciem minha primeira Jily.
Boa leitura!



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A realidade era uma: Eu havia caído.

Literalmente me espatifara no chão, quebrando meu nariz no processo. Bem, não que eu não merecesse depois de tudo que fiz nestes anos, mas eu não poderia pagar mais tarde? Eu realmente estava no meio de algo importante nesse momento.

Ele sequer notou minha cara esparramada no chão quando eu simplesmente tropecei nos meus próprios pés e cai. Com certeza teria notado se tudo fosse como antes. Talvez aquilo fosse uma metáfora para o que acontecia comigo agora. Eu estava correndo para o alcançar e caí.

Eu caí por ele.

Não tenho certeza quando foi que parei com o estado de negação. Talvez, após finalmente eu parar de tentar fingir que aquelas palavras que ele vivia escrevendo na minha frente não eram para mim.

Por que escrito? Por que não dito em voz alta e de uma vez?

Eu pensei que talvez eu fosse um pouco metida se pensasse que fosse para mim. Era apenas palavras escritas, sem direção, sem destinatário atrás de um pergaminho qualquer. E sequer ele estava mostrando para mim, apenas escrevendo na minha frente.

Eu passara muitos anos evitando os pedidos para sair dele e já havia cansado de ouvir dos ultros que ele era apaixonado por mim, mas agora, tudo havia passado. Não éramos mais apenas adolescentes tentando apenas passar nas provas.

Havia uma guerra. E todos fomos forçados a amadurecer rápido, inclusive ele. Principalmente ele.

Algumas vezes, me peguei meditando sobre o antigo Potter. Eu realmente o odiava? Quero dizer, eu odiava sim quando azarava outros alunos ou quando fazia aquela pose de superior, mas eu realmente o odiava?

Eu não podia duvidar de sua beleza, eu seria morta por todas as garotas de Hogwarts se declarasse ele como qualquer coisa parecido com “feio”.

Também não poderia negar sua inteligência, ele tinha muita facilidade com magia e lógica... Pena que sempre usava o seu cérebro para fazer coisas, as vezes, bem ruins.

Tinha extrema habilidade e agilidade física. Afinal, ele era o maldito capitão apanhador da Grifinória, como eu poderia negar algo do tipo?

Ele tinha uma família ótima. Eu os conheci certa vez na estação de trem. Eu havia chegado cedo demais e eles também... tivemos que esperar um bocado para poder passar pelo pilar... mas agora, no meio de toda essa situação, eu não os via fazia algum tempo. Todos estavam se escondendo e ninguém tinha coragem para sair por muito tempo.

E bem, apesar de eu achar seu humor de extremo mal gosto, eu não pude evitar de rir algumas vezes com suas piadas e gracinhas.

Ao fim, eu achava mais coisas boas do que ruins, mas então porque eu passara todos esses anos o repugnando? Algumas vezes, até mesmo as garotas concordavam que eu estava sendo irracional e malvada, mas o que eu poderia fazer? O que eu poderia ter feito?

Agora eu estava caída no chão e ele estava seguindo em frente, sem nem ao menos dar uma pequena olhada.

Eu não poderia pensar que ele não seguiria em frente. Eu mesma disse para ele seguir. Naquela época que eu tinha merda na cabeça e que esta cabeça estava tão preocupada com os meus pais que simplesmente pirou.

Pirar era um pouco normal naquele tempo. Todos estávamos pirando de preocupação, mas eu realmente fui algo beirando a imbecil com ele.

E parece que a minha imbecilidade funcionou, porque ele desistiu e eu caí.

Não que eu não tivesse sido avisada que eu já estava caindo... A realidade era que eu já havia caído a muito tempo, mas eu apenas queria continuar fingindo não notar ou ligar para o meu nariz quebrado e sangrando.

Bem, agora era impossível não notar... Desculpe, vou me corrigir: Era impossível EU não notar. Ele havia desistido. Não notaria mais nada em mim.

Eu tinha duas opções. Uma extremamente covarde e outra completamente egoísta e hipócrita.

A primeira, a que eu seguia fielmente desde o começo, que era sentar e continuar com seu orgulho intacto ou a segunda que era concertar os meus erros. Sendo que a última, provavelmente acabaria com qualquer orgulho que eu poderia ter juntado ao longo dos meus anos de vida.

Ali, caída no chão, vendo os pés dele se distanciarem cada vez mais, eu estava propensa para escolher a primeira. Eu sempre estive propensa para esta parte covarde e ilógica de mim.

Mas... Havia uma guerra. A morte estava vigiando todos nós quase como vigiara os Três Irmãos, apenas aguardando para nos abraçar. A primeira alternativa parecia quase idiota para mim agora.

Minha boca abriu sem eu realmente pensar sobre isto. Eu não queria pensar, se eu pensasse, eu desistiria. Afinal, que maldita Grifinória eu era? Que piada, existia alguém mais covarde que eu quando se tratava de... cair?

— James! — foi o que pulou da minha boca. Eu levantei aos tropeços vendo o seu rosto confuso se virando lentamente para mim.

Era mesmo necessária esta câmera lenta? E esta ebulição no meu corpo?

Quando o alcancei, eu percebi que chorava. Eu não iria pensar. Eu não podia pensar. Eu simplesmente o abracei.

— Me desculpe! — Porque eu havia gritado? NÃO PENSE! — Apenas me desculpe, James!

Um riso rouco saiu de sua boca e seus braços me envolveram de volta.

— O que? Por que está pedindo desculpas...?

— Você sabe o motivo. — Encarei os seus olhos. Apesar de tentar acabar com as lágrimas, minha visão continuou embaçada. Eu continuei abraçada com ele, eu não queria soltar, mas a cada segundo que se passava, com meu queixo apoiado em seu peito e encarando os seus olhos, meu corpo ficava cada vez mais pesado.

Seus olhos se enchiam de algo que eu não saberia explicar. Mais lágrimas brotavam. Será que ele estava entendendo?

— Eu peço desculpas, de todo o meu coração. — repeti — Eu... Eu não queria que fosse deste jeito...

O quê? NÃO PENSE!! Por que raios eu estava fazendo tanto mistério? Eu estava protelando? Pare de pensar, Lilian Evans! APENAS DIGA! DIGA! Vomite a droga do seu orgulho no chão e diga de uma vez! Diga antes que sua garganta feche!

Seus braços começaram a me soltar. Ele estava me empurrando? O soluço foi inevitável.

— Lilian...

Por que Lilian? Onde estava o “meu doce...”

— “Lírio”? — eu sussurrei.

— O-O que? — Ele parecia completamente confuso e assustado — Lilian, você...

Ele estava se afastando? Ele soltou o abraço? É claro! Eu estava sendo uma imbecil egoísta!! Como eu poderia querer que ele me amasse de volta depois de todo este tempo e todos os seus pedidos e amor recusados? Eu não tinha direito algum de receber seu amor depois de tudo o que eu havia feito!

Espere, por que eu estava pensando? Ele está se afastando novamente!

— Eu estou sendo uma imbecil egoísta! — eu gritei, segurando o seu pulso — Me desculpa por ser burra e estupida e acabar com qualquer tentativa sua de... Droga... Eu não consigo!! Por que eu não consigo falar que eu amo a droga do James Potter! Eu não consigo dizer, eu não consigo agir de acordo com essas palavras! Nós podemos morrer; Eu posso morrer a qualquer momento e não consigo admitir isto para você!

Que se dane! Se fosse para ser egoísta, então que seja completa. Puxei ele pelas vestes e grudei nossos lábios.

Sim, eu estava beijando James Potter!

E eu não sabia direito o que devia fazer quando ele abriu os lábios e respondeu. Ele estava respondendo o meu beijo e me segurando... Seus braços na minha cintura, sua mão no meu cabelo... Eu estava beijando o maldito James Potter! Pelas barbas de Merlin!

Eu não consegui mais pensar, eu fiquei perdida naquela sensação quente. E Merlin, quando é que ficara tão quente assim? Meu nariz estava doendo. Talvez eu realmente o tivesse quebrado na queda.

Era eu quem busca o ar, mas ele quem forçou a separação lenta. Meu rosto parecia esquentar quando ele abriu os olhos. Meu coração se apertou, esquecendo o momento anterior. Ele continuou em silencio, olhando no fundo dos meus olhos. Havia algo ali.

James começou a se soltar novamente.

— Lily...

— Não! — Eu gritei, o beijando novamente, sem deixar que ele falasse. Desta vez eu o empurrei e forcei a resposta da sua boca. Havia alguma resistência, mas que sumia aos poucos, conforme eu forçava mais o beijo.

Ele nos separou novamente.

— E-Espera, Lily eu...

— Não posso! — Eu respondi — Não dá para esperar!

Ele encontrou com a parede em suas costas e eu havia me jogado, sem pensar e sem hesitar em cima dele. Eu o forçaria, era o que eu tinha em mente. Mas com um movimento rápido, ele havia trocado de lugar comigo. Ele segurava meus punhos contra a parede. Eu tentei lutar para me libertar

— Pelo amor de Merlin, pare de tentar me beijar! — Ele gritou

Pare de me beijar? Eu nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer. Comecei a rir. Eu já havia pensado em inúmeras frases que ele poderia dizer, mas esta nunca havia passado pela minha cabeça.

Por que meus olhos ardiam? Por que eu estava chorando tanto naquele dia? Eu sabia que era tarde demais. Eu sabia desde o início.

— O que aconteceu? Por que você está agindo assim? — ele perguntou— A Lilian que eu conheço jamais faria qualquer uma das coisas que você fez agora.

Que vergonha. Eu abaixei a cabeça o máximo que eu pude e apertei os meus olhos. Um soluço saiu do meu peito. Não, a Lilian Evans nunca faria nada disto. Por que eu estava fazendo aquilo?

— Você está com medo.

Eu senti vontade de desabar.

— Não faça uma coisa importante como está apenas porque está com medo, ok? — A doçura da sua voz poderia ser mais torturante? — Não que eu não tenha ficado extremamente feliz, mas... quando for me admitir que me ama, eu quero que seja porque você sente que é verdade, não porque está com medo.

Com medo? Mas quem não estava? Havia uma guerra...

Ele deu um leve beijo antes de soltar os meus braços.

— Eu ainda estou esperando você, Lírio.

Suas palavras doeram meu coração e eu pisquei atônita. Oh. Ele estava esperando? Ele não havia desistido como eu pensara?

— Mas James, eu fiz tudo aquilo... Como você poderia estar ainda esperando?

Ele sorriu de lado, parecendo achar graça.

— Quando há algo de verdade, algo realmente forte e puro, ele pode aguentar a até a mais forte das tempestades. — Ele colocou a mão em minha cabeça — Agora vamos, seu nariz está sangrando.

Realmente estava, e eu caminhei sem hesitar ao seu lado até a enfermaria, mas eu ainda tinha meu coração batendo rápido no meu peito. Dolorido.

Senti seus dedos percorrem as rugas que se formaram em minha testa.

— Eu conheço essa expressão. O que você está pensando?

— Que tecnicamente eu fui rejeitada. — As palavras pularam para fora — Eu nunca havia sido rejeitada antes... esse sentimento é terrível.

— Acho que sei muito bem sobre o que você está falando — Disse com bom humor na voz. Eu abaixei a cabeça sabendo que fora eu a dona de algumas de suas rejeições.

— Sinto muito por isso.

— Não sinta. — Ele sorriu genuinamente e eu achei que em meio todo aquele caos que estávamos passando, ver aquele sorriso era uma dádiva. Era como ver uma luz em meio a escuridão, uma escapatória daquele mundo desastroso em que estávamos vivendo.

Eu não queria mais viver sem aquilo. Aquele calor dos seus braços ao redor dos meus ombros e o sorriso brilhante que me acalmava agora.

Podia ser sim, como ele havia dito, que eu estava com medo e que eu queria fugir daquela guerra em que estávamos e constantemente eu estava muito, muito preocupada, mas aquele sorriso compensava as coisas. Aquele olhar e expressão era como um bote salva vidas e parecia valer a pena viver e lutar em um mundo como aquele.

Estaquei o passo e ele parou logo em seguida de andar, me olhando confuso.

— Por favor, aceite meu sentimento James. Eu gosto de você e quero ficar com você. Retiro tudo que disse antes e todas aquelas coisas horríveis. Por favor, me aceite.

Maldita sejas as lagrimas que não me deixam ver claramente sua expressão. Limpa-las não era opção, já que logo eram substituídas, mas eu realmente queria ver o que havia ali. O que ele estava pensando para ficar parado apenas me encarando?

Pareceu uma eternidade antes de ele finalmente responder. Eu poderia ser rejeitada novamente?

— Ah — exclamou ele bagunçando os cabelos — Por que você faz essa cara? Eu não poderia continuar a aproveitar a minha brincadeira se você continuar a fazer essa expressão e dizer coisas assim! Sabe o quanto eu estou aproveitando o momento?

Aproveitando o momento?

— Vamos logo para a enfermaria, antes que eu te agarre aqui mesmo, Evans. — Disse ele voltando a andar — E pare de se declarar tão despreocupadamente. Faz meu coração estremecer.

Fora ele quem fizera o meu estremecer.


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Notas finais do capítulo

Não terá continuação, mas adoraria receber o seu comentário ;)
Beijos e até a proxima