O Olho da Tempestade escrita por Eye Steampunk


Capítulo 6
Vitória II


Notas iniciais do capítulo

Quais sãos os segredos da espaçonave Vitória II, e qual o seu combustível, a Inglaterra se formou nas bases deste combustível durante a revolução industrial, Sr. Júlio ensinará a Layer os segredos do "Steam"!



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Sr. Júlio abriu uma janela na tela, clicou em um ícone, uma imagem holográfica tridimensional surgiu sobre o aparelho, era todo o corpo da embarcação Vitória II. Os engenheiros em seus jalecos que me rodeavam possuíam uma aparência não muito apresentável ao olhar de minha mãe, parecia que todos ali foram cobaias de testes. E por assim dizer de teste, passaria por uma avaliação agora.

— Sr. Layer, sobre tudo que aprendeu sobre os modelos de embarcações na Instituição de Ensino, descreva o modelo que ver! — ordenou o Sr. Júlio.

— Ok, espere... — disse, observei cada detalhe da planta, o desenho do casco, as turbinas, velas, cordame. — Muito bem! O modelo do casco da embarcação indica ser baseada em Dhow, uma antiga embarcação arábica e mediterrânea!

— Excelente! — disse — Por quê?

— Este tipo de modelo possui forma aerodinâmica, projetado para fazer o qualquer fluído, ar ou água fluir suavemente, isso diminui o atrito na embarcação, e a proa em forma de “v” deslizaria o veículo mais facilmente no ar, tornando ele mais rápido.

— Turbinas? — perguntou um dos engenheiros, baixinho, com o bigode servindo de cortina ao rosto.

— Claro, sim! — digo nervoso, aquilo parecia ser uma avaliação oral — É um par de turbinas em cada lateral do casco, são as turbinas alfas e dois pares na popa da embarcação, as betas um e as betas dois. As alfas sugam e expelem o ar jupteriano, gerando impulso para a embarcação mover para frente. As betas um são ligadas apenas para o momento de decolagem da embarcação, mas juntos com as betas dois, funcionam duas vezes mais que as alfas, todas elas devem ser ligadas quando estiver próximo do centro da tempestade.

— E como controlar a direção? — perguntou outro engenheiro, este realmente inspirou o seu cabelo em Einstein, a cada palavra dita as língua ia e vinha de dentro de sua boca.

— Aqui! — apontei — Todos os estabilizadores são controlados pelo timão e pelo painel de controle. Este estabilizador traseiros na popa, aqui fica o leme de direção, ele movimenta a embarcação para a esquerda e para direita. E... Acredito que isto sejam asas

— Correto! — comentou o cientista alto, calvo e pele muito alva, tão alva que creio que foi cobaia de algum novo alvejante natural.

— Bom, nestas asas estão flaps e ailerons, os estabilizadores laterais, juntos foram desenhados para manobras laterais e sustentação na decolagem, a asa cria o empuxo, que é a força que empurra a embarcação para cima e sustenta o seu peso no ar!

— Mas você sabe que mesmo com todo este aparato, a embarcação ainda não se manter em ar, então o que mais usamos para fazê-la subir? — perguntou o Sr. Júlio, obsoleto de que errarei.

Não era difícil ver o que a embarcação carregaria muito combustível para o sustento dos motores, e suprimentos para sustento próprio do capitão. Mas se haveria mais algum maquinário que manteria isto no ar, precisaria de mais combustível, isso não tornaria a Vitória II pesada?

— O balão!

— O que?

— O balão estabilizará a embarcação no ar, gases quentes tem a tendência a subir, e se carregar uma grande quantidade de gás que supere o peso total da embarcação, então poderemos estabilizar no ar e os motores apenas impulsionam para a direção que o condutor desejar!

— Exato!

— Eu tenho uma dúvida?

— Qual?

— O motor que alimentará a nave, as turbinas, o balão e tudo mais, qual é o seu combustível?

Escuto uma risada vinda dentre os engenheiros. Quase tinha me esquecido do Sr. Júlio, dentre tantas pessoas de aparência estranha, era bom existir naquele cômodo alguém mais “normal”. Não que esteja julgando pelas aparências, mas teria mais pesadelos se continuasse a ver ao par de lentes dos óculos fundo de garrafa que ampliava o globo ocular de um dos engenheiros.

— Venha! Acompanhe-me Sr. Layer! — disse me conduzindo a sala seguinte.

A porta da sala estava escrito em letras cursivas: escritório — Dr. Júlio. Dentro havia mobílias: uma mesa ao meio, uma poltrona atrás da mesa, duas cadeiras a frente da mesa, um armário de objetos e quadros na parede esquerda e uma estante de livros na parede direita.

Sr. Júlio encaminhou em direção a estantes de livros, procurou entre diversas edições; mesmo pequena, sua estante havia vários notáveis livros: A Mecânica do Universo, Os Deuses Astronautas e Guia do Mochileiro Viajante. Sr. Júlio retirou dois livros e entregou a mim, um era de capa dura azul, com o desenho de um planeta com anel a capa, com letras textuais do velho inglês.

— Este é o Guia do Engenheiro! Ele lhe trará todas as informações que precisa sobre os maquinários da Vitória II! — disse o Sr. Júlio. — E o outro é apenas um caderno de anotações, ou diário como preferi chamar, é um presente meu a você!

Um simples livreto de folhas brancas, capa de couro e fechadura a cadeado, ao final do livreto havia um mapa-múndi da atmosfera de Júpiter, um mapa astral das constelações de navegação e alguns dados importantes.

— Obrigado Sr. Júlio! — agradeci.

— Espere, há mais algumas ferramentas essenciais, você vai precisar... — ele se sentou a sua poltrona, abaixou-se para pegar algo na gaveta da mesa e retirou do mesmo uma faixa de couro com bolsos e uma fivela — Este é o cinto de marceneiro do meu avô.

— Ah não, por favor, Sr. Júlio, isto é uma herança de família, eu não posso aceitar!

— Layer, como seu tutor, é uma ordem que você aceite! — disse me entregando.

— Obrigado!

Peguei o cinto e afivelei a calça, estava ocupado com algumas ferramentas, um martelo, uma fina chave de fenda e uma chave de macaco. Aos bolsos fechado a zíper existia peças sobressalentes, parafusos, pregos, polcas etc.

Muitos presentes, isto tudo era fascinante, teria algo que me entreter durante a viagem, se houvesse algum problema no motor ou no maquinário, teria como consertar ou reparar.

— Sr. Júlio, o senhor ainda não respondeu a minha pergunta, qual é o combustível da Vitória II? O que irá alimentar tudo? Seria óleo, mas precisaria de muitos galões, isto pesaria muito. Então é eletricidade? A atmosfera de Júpiter é bastante elétrica, mas isso poderia sobrecarregar o sistema! Entretanto balões precisam de gás; óleo e energia não são gases, seria o gás hidrogênio?

— Vapor — respondeu Sr. Júlio sem titubear, pediu que eu sentasse para explicar.

— O que? Vapor? Mas como? — gaguejei.

— Como conseguimos água, Sr. Layer? Se este planeta é praticamente árido, e nossa única teoria é que existe água em estado sólido apenas no núcleo, mas para alcançar o núcleo do planeta teríamos que atravessar umas centenas de tempestades da mesma escala que você enfrentará.

— Não são as únicas teorias Sr. Júlio, existe água em estado gasoso no planeta Júpiter, compreende 0,1 % de vapor de água sob as nuvens de amônia e hidrosulfeto de amônia. — respondi — Tais vapores de água formam tempestade, alimentado pelo calor do interior do planeta.

— Então se vapores de água produzem tempestade... Eles estão mais concentrados próximos de tempestades. — concluiu o Sr. Júlio. — Você estabilizara a embarcação nesta região, acionara as bombas que conduziram o ar desta região a um Destilador, ele selecionará o vapor de água e irá separar de outros gases. Página quinze no livro!

— A sim! — disse enquanto abria o livro na página, estava desenhado no papel da página, o modelo do destilador, comecei a ler — O destilador separa o vapor de outros gases: amônia é descartada, hidrogênio é utilizado para o balão e o vapor é pressionado para dar energia às outras máquinas, como as turbinas, o aquecedor, o próprio motor a vapor, etc.

— O vapor será conduzido à máquina de vapor, onde será aquecido pelo vapor produzido pelo condutor da embarcação e colocado em alta pressão para que movimente as turbinas, as turbinas transformará energia cinética em elétrica, alimentando o maquinário completo de toda a embarcação! Página dezoito.

— A máquina de vapor é alimentada por carvão e água. O aquecimento da água produzirá vapor que aquecerá o vapor jupteriano. Em alta temperatura e pressão sustentará o maquinário da embarcação, o piloto estará disponível de sete barris de carvão e um tanque com 1500 litros de água acoplados na parte inferior da embarcação! — li.

Sr. Júlio possuía uma eolípila, uma bacia com água quente e um bico de Bunsen acoplado a uma fonte de combustível em sua mesa. Um suporte foi posto em cima do bico de Bunsen, a bacia de água em cima do suporte e a eolípila no interior da bacia de água. Sr. Júlio ligou o bico de Bunsen, aquecendo a bacia, produzindo vapor que aquecia a eolípila. A eolípila produzia vapor em seus tubos, movimentando a câmera giratória.

— Incrível! — disse — vapor alimentando vapor!

— É necessário que você verifique a pressão no barômetro e a temperatura da máquina de vapor no termômetro potente, não deixe a máquina aquecer a 500°C ou atingir a pressão máxima de 5 atmosféricos.

— Aqui diz que a máquina a vapor é feita com aço fundido, pensei que o aço fundido pudesse suportar grandes temperaturas e pressões...

— O aço é uma extraordinária liga metálica, mas o aumento de temperatura significa o maior movimento entre as partículas de água, que empurrarão as paredes da máquina até que dilate a liga, tenha precaução ou o seu motor torna-se uma bomba! — disse Sr. Júlio seriamente, preferi não contraria-lo, talvez alguma informação que não tenha levado em conta.

— Sr. Júlio, e a gravidade e como vou respirar?

— A atração gravitacional de Júpiter é a mais potente do sistema solar, ficando atrás do próprio Sol, a mesma tecnologia que usamos para manter a Ilha de Nemo no ar permitirá que você fique com os pés no casco da nave, é o simulador de gravidade. Você terá tanques de oxigênio suficientes para toda a viagem! — respondeu.

— água e suprimentos?

— Sim, seus suprimentos é uma alimentação balanceada de duas mil e quinhentas calorias diárias, e o estoque de cinquenta litros de água para a sua sobrevivência, os cálculos indicam que até a tempestade levará nove dias terráqueos (24 dias em Júpiter). Caso haja algum problema com água, acione o condensador e encaminhe vapor a ele.

— Mais algum detalhe que devo saber?

— Hora de lhe apresentar a nave, Sr. Layer!

Não era possível que a nave já estivesse pronta em duas horas e meia terráqueas de relógio, mas estava. Quando voltei, os últimos retoques eram feitos, o casco da embarcação era de aço e ferro; a envergadura de uma ponta da asa a outra deveria medir trinta e cinco metros; o diâmetro das maiores turbinas, as betas dois, deveriam medir catorze metros de comprimento; o convés era de madeira, assim como o revestimento interno da embarcação.

Sr. Júlio caminhou em torno da embarcação voadora, até encontrar uma escada dobrável de metal no casco direito, dois homens que estavam no convés, dobraram a escada para nós subirmos. No convés encontramos algumas caixas e barris de madeira (suprimentos e água), um timão para controlar a espaçonave na proa do convés.

No convés superior existia um para-raios de três metros, uma pequena cela cubículo de barras e algemas feitas a ferro fundido. Em uma das grades da caixa-cela havia uma pequena placa, uma chapa de aço com um nome escrito a ferro de soldar, algo que não pude acompanhar a leitora, pois existiam vários pontos em se concentrar.

— Este é uma dos tubos da bomba! — disse o Sr. Júlio mostrando três canos de metal com a boca revestida por filtro metálico, que brotavam do casco esquerdo da proa — são destes tubos que será inspirado os gases da atmosfera! A tubulação encaminhará o ar jupteriano para lá.

Apontando ao interior do convés, o motor: um grande caldeirão de aço fundido, as portas da grade da fornalha eram feita de puro ferro, e vários canos partiam da máquina. O vapor seria aquecido aqui pelo vapor, estava duvidando se aquilo funcionaria certo, simplesmente tudo é suplementado em todo da fase gasosa da água: o vapor.

— Você deve está se perguntando se isso realmente funcionará? — perguntou Sr. Júlio.

— Minhas expressões são tão fáceis de ser examinada?

— É disso que gosto em você, seu caráter científico e seu ser observador!

— O que é Tsur-U?

A cela prendeu minha curiosidade por um momento, soletrei as letras grafadas na chapa de metal, estava escrito Tsur-U. O que poderia ser Tsur-U, porque tal objeto estaria trancado em uma grande de ferro, seria a substância que conteria a tempestade!

— Tsur-U é seu colega de viagem!


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Notas finais do capítulo

Sentiu dúvida em alguma palavra ou sobre algum cunho cientifico no livro, pesquise, busque resposta, ou deixe seus comentários abaixo. Espero que tenha gostado do início desta aventura... Nos vemos nos próximos capítulos *-* By: Eye Steampunk



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