O Olho da Tempestade escrita por Eye Steampunk


Capítulo 26
Retorno


Notas iniciais do capítulo

Layer escapou de Élpis, por ajuda de Auras, Tsur-U e as virtudes secundárias. Entretanto este auxílio custará o sacrifício de um grande amigo. Como Layer conviverá e enfrentará o povoado de Nemo ao seu retorno?



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— Então? O que está esperando idiota! —exclamou Auras.

Auras estava com machucados ao rosto, sua roupa estava esfarrapada, três garotas com roupas e cabelos semelhantes, mas com diferença em sua expressões de rosto e cores que predominam. Elas acenaram a mim, uma alegremente em seu vestido amarelo, outra meio que para baixo com tiara cinza, a terceira meio que com raiva, sentado à amurada exibindo suas botas vermelhas.

— Oi! — responderam em uníssono.

Élpis se levantou dos escombros e cacos de vidro com lança a mão.

— Vamos! — gritou Auras, me jogando uma corda.

Subi pela mesma, enquanto Vitória levantava voo para fora do cômodo. Élpis gritou em fúria, levantou sua lança ao ar, uma descarga atravessou os espelhos.

— Como ousar profanar, Élpis, senhora das virtudes, a última portadora da virtude, a última a perecer...

— A esquecida! — gritou a garota alegre.

— A solitária! — murmurou a garota triste.

— A maluca! — berrou a garota com raiva na voz.

— Blasfêmia! — gritou Élpis.

Ela apontou sua lança a nós disparando raios, mas uma massa corpórea reptiliana surgiu misteriosamente urrando e sibilando, Tsur-U. Ele estava diferente e evoluído, com seus três metros de altura, caninos pontudos, uma coroa de escama em torno do pescoço, comprida língua bifurcada, corpo robusto e grandes asas.

Tsur-U agarrou Élpis pelos dentes, a sacudiu ao ar, suspendeu do chão e arremessou a novamente de volta, por fim completou o ataque se arrastando sobre o corpo de Élpis e atiçando fogo. Vitória II se afastou de um labirinto de espelhos e um templo a outra margem que deduzi ser o de Luz, dois templos tão próximos, Tsur-U voou ao meu lado enquanto me balançava ao ar pela corda, o corpo de Élpis brilhou em seu templo e explodiu.

— Gaudium, Ira e Tristitia! — ordenou Auras — precisamos de um portal, use o recurso de sua mãe para abrir um portal e seguirmos a batalha!

— Batalha? — perguntei surgindo a amurada.

— Sim! A guerra começou! — Auras me auxiliou a subir a embarcação.

As garotas que, antes eram esferas de luz estenderam juntas suas mãos ao ar, brilhos em tons de laranja surgiram em sua mão se direcionou a nossa frente e um vórtice se abriu. Vitória II se direcionou ao portal, uma Élpis com sede de vingança voou em nossa direção gritando em fúria e atirando raios em nossa direção.

— Abaixem-se! — ordenei.

Auras se lançou a frente das três garotas quando o raio cruzou e as protegeu. O vórtice se fechou logo que Tsur-U e Vitória II terminaram de cruza-lo.

Auras caiu ao chão.

— Auras! — a socorri, ajoelhei ao seu lado e apoiei seu rosto aos meus braços.

As garotas viraram ao mesmo tempo, Gaudium não exibia mais o seu sorriso, Tristitia exibiu um “o” ao rosto de surpresa e Ira começou a esmurrar e chutar o casco do convés com raiva. Auras estava debilitada, mas encontrou suas últimas forças para se arriscar a proteger as garotas, conclui seu dever ao mundo sendo a virtude Altruísmo.

— Sinto muito por não poder seguir viajem! — disse Auras em soluços, seu corpo brilhou, mas sua cor sumia.

— Não! — disse em choro — Você vai ficar bem!

— Layer! — ela comentou abrindo m sorriso — Eu voltarei, mas isso somente será possível se você vencer Élpis! Gostaria de poder enfiar minha adaga a garganta dela.

Em sua mão, sua adaga se transformou a uma pequena caveira com o crânio rachado, pôs em minha mão e fechou em torno do objeto. Sua essência começou a sumir.

— Prometa-me entregar isto a Scar! Não importa em que lado ele esteja!

— Eu prometo!

— Que ótimo, Scar, eu lhe espero a outo tempo ou espaço. — disse ela olhando as estrelas do céu de Júpiter — Diga a Sapiens para não fraquejar e seguir o seu coração, em vez de sua sabedoria.

Então Auras se fora sendo levada pelos ventos jupterianos sua essência. Encostei-me em prantos ao casco da embarcação, havia perdido Auras, uma grande amiga. Gaudium e Tristitia se abraçaram, Ira foi à cabine e buscou algo de dentro, quando voltou trazia o martelo gigante e o livro que encontrei no ferro velho de Prosochí.

— Leia! — ordenou Ira. Seus lábios não se mexeram, sua voz retumbou raivosamente em minha mente como fez no Subconsciente.

— O que?

Então peguei o livro de suas mãos e girei a chave que se encontrava em sua capa, o livro se abriu ao desenho da planta da Ilha Nemo, virei a capa e li o título: “Projeto V.E.R.N.EJ” - Odisseia Espacial Américo-Europeia. (Viagem espacial de repovoamento natural em Júpiter). Como Prosochí tinha aquele livro, comecei a ler enquanto seguia viagem pelo túnel de espaço-tempo.

Alguns minutos se passaram, Gaudium veio a mim sorrindo e entregou o compasso de Hanki, fechando em torno de minha mão, então ela acenou para Tristitia que estava acanhada em canto da embarcação.

— O que houve? — perguntei.

— Verdades devem ser mostradas! — sussurrou Gaudium a minha mente.

Então Tristitia se aproximou e ajoelhou-se ao meu lado, ela tocou as duas têmporas; eu entrei em hipnose e observei Anne em seu quarto chorando, ela se levantou e olhou para o céu da Estufa, outra imagem mudou a Spencer na taverna, ele não parecia está com Anne como Justa e as ninfas do jardim me fizeram acreditar.

A imagem mudou a minha mãe e ela estava sentada a mesa de café triste olhando o pavio de uma vela e como a cera escorria pelos cantos do castiçal; então um senhor surgiu por trás dela e afagou seus ombros, reconheci suas mãos negras e calejadas de trabalho, era o Sr. Júlio. As imagens desapareceram e me vi em frente a um rosto sorridente de Gaudium.

— O que aconteceu, o que eram aquelas imagens?

— A verdade! — respondeu Gaudium em minha mente, levantando-se e beijando o rosto de Tristitia que me observava com seus olhos chorosos.

— Perdão. — disse Tristitia em minha mente. — Pelo que minhas filhas lhe mostraram.

— Ok! — digo — Eu a perdoo.

— Obrigado! — disse Gaudium, e então ela se esticou e beijou o rosto de Tristitia que se acanhou.

O túnel se aproximou ao fim, a embarcação Vitória II voou em direção a um local conhecido, a Ilha do Capitão Nemo. Levantei-me do piso e caminhei em direção à cabine, guiei o timão de decolagem, acionei os trens de pouso, os ailerons e flaps, reduzi a potência da turbina beta 2 e deslizei suavemente o balão ao ar.

— Calma...

O local de pouso era a Praça Central em frente ao edifício do governador. A nave deslizou suavemente ao caminho que se abria no parque, Tsur-U se assentou sobre um dos edifícios residenciais e atiçoou fogo ao ar. Alguns caminhantes que circulavam pela noite da Ilha se assustarão, dentre eles um grupo de garotos bêbados que gritaram por socorro ao ver a embarcação se aproximando, um deles estava estagnado em frente ao caminho.

Vitória II parou em frente ao garoto.

— Spencer?! — perguntei ao reconhecer o rosto quando caminhei à amurada.

— Acho que eu bebi demais! — disse deixando cai a garrafa que trazia as mãos.

Desci da embarcação, os sinos e alarmes da prefeitura tocaram e alguns moradores acordaram e começava a se acumular em torno da Vitória II. Harley, o garoto que conheci no hangar 9 se aproximou de pijama e bicicleta ao lado.

— Harley, poderia, por favor, chamar a minha mãe?

— Claro!

Harley subiu em sua bicicleta e partiu. Desci da Vitória II pela escada de corda, Gaudium, Ira e Tristitia decidiram transforma-se em as forma de esfera de luz. Elas sobrevoaram entre os habitantes de Nemo. Spencer se encontrou comigo e me abraçou.

— Que bom vê-lo de volta, mas e a tempestade?

— A tempestade ainda caminha em direção a Ilha e ela está próxima!

Todos exclamaram e começaram a trocar palavras e gritos de ofensas contra mim, comecei a pedir silêncio, Spencer estava assustado e começou a afastar alguns que se aproximavam.

— Silêncio! — gritou Ira no subconsciente de todos os presentes.

— Obrigado! — disse a esfera de luz vermelha — Como disse...

— O que está havendo aqui? — perguntou o governador surgindo entre os presentes — Layer Oliver Lindenbrook! Não, você devia está morto.

— Muito obrigado de sua parte senhor, mas eu estava em meio a um discurso.

— Discurso?! Não há discurso, volte a sua embarcação e cumpra o seu destino.

— Senhor governador, eu não assinei nenhum trato e minha liberdade escolha não pode ser julgado por um ser que envia filhos desta nação ao embate, então peço que o senhor mantenha seus lábios fechados, enquanto discurso sobre a salvação de nossos habitantes.

Sr. Júlio surgiu com minha mãe e seu filho, ela correu a mim e me abraçou chorando.

— Filho! Você está vivo!

— Mãe... Eu preciso...

— Sr. Júlio! — chamou o prefeito — Este garoto deseja lava nossa vila à morte, ordene que ele cumpra o seu dever.

Sr. Júlio estudava as minhas expressões, e depois olhou para minha mãe, ele e seu filho se juntaram ao me lado e isto foi o sinal de sua confiança em nós.

— Este jovem diz trazer o fim da Grande Tempestade, isto parece impossível, mas se ele pode cruzar Júpiter em busca do perigo que nos assola, porque ele não seria capaz de saber como deter a tempestade para sempre. Eu estou ao seu lado. — disse Sr. Júlio levantando a mão. — Fui o seu tutor e confio plenamente nele, juro por Nemo.

— Eu também! — exclamou minha mãe ao meu lado, repetindo o gesto do Sr. Júlio.

— Ele é o escolhido, e meu melhor amigo, eu sempre estarei ao seu lado! — disse Spencer levantando a mão.

O resultado foi a gama de mãos que começaram a se estender pela multidão reunida, Júlio, Harley, Lessa, Mark, Edward, Stephen, entre outros. O Governador corou e grito furioso.

— Ok, se quiserem seguir este jovem, está certo! — disse apontando a mim. — Entretanto, quem deseja viver, me acompanhe para o bunker de proteção a tempestade na prefeitura, estaremos melhores e teremos até mais espaço.

Um grupo de famílias do alto escalão, militares e etc. acompanharam o Governador Pitchwar em direção ao edifício do Governador, deixando apenas operários, alguns cientistas, mineiros e inventores. Anne saiu do meio deste grupo, parece que ela contrariou a seguir com a família e me encontrou.

— Anne! — exclamei.

— Layer! — respondeu.

— Me desculpa por ter dito aquelas palavras e...

— Esqueça! —digo, logo em seguida a beijando.

Sr. Júlio Pigarreou. Anne e eu rimos.

— Me desculpa! — disse em frente aos reunidos e a família da Anne.

— Acho melhor você conta o seu plano! — disse Sr. Júlio.

— Ok! — disse retirando um livro do bolso.

Então contei minha história desde minha partida da estufa.


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Notas finais do capítulo

Sentiu dúvida em alguma palavra ou sobre algum cunho cientifico no livro, pesquise, busque resposta, ou deixe seus comentários abaixo. Espero que tenha gostado do início desta aventura... Nos vemos nos próximos capítulos *-* By: Eye Steampunk



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