O Olho da Tempestade escrita por Eye Steampunk


Capítulo 20
Queda Livre e Geode


Notas iniciais do capítulo

Auras e Layer vencem Niki e Fortuna, mas tal ganho há um preço... uma entrada para o covil da próxima virtude, Layer e Vitória entram em queda livre a um poço que parece não ter fim e o romance reina entre o altruísmo e a dor.



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Niki surgi ao anfiteatro eufórico com Fortuna logo atrás, os jovens começaram a rir dos dois que estavam encharcados, sujos, Niki possuía um arroxeado no local onde Auras lhe rebateu. O plano de Auras deu certo, quando voltou ao tempo, Auras não somente se salvou de Niki e Fortuna, mas como pediu auxílio a uma das virtudes menos convidadas, foi simples convencer o jovem menos amado pela maioria; Azaria, a virtude do Azar.

— Onde estão aqueles trapaceiros? — perguntou Niki com espada a mão.

Ele era bastante simpático, aceitou nos ajudar desde que sua mãe não soubesse, mas o mesmo perguntou como poderia fazer isto sem poder nos prejudicar, a ordem foi ele se instalar no relógio e apenas nos auxiliar caso outro deseja usa-lo além de Auras e eu.

Quando Niki acionou o relógio, Azaria liberou toda sua forma e poder, lançando todos ao oposto do que se encontravam, ele também possuía uma roda do destino, o nome da roda que Fortuna possuía; entretanto o azar era mais poderoso e mais presente em nós do que a sorte, foi fácil, os afortunados Niki e Fortuna tiveram azar e os azarados Auras e eu subimos pela roda.

Quando voltamos ao passado, Niki e Fortuna esqueceram-se do ataque de Azaria, e nem suspeitam do que aconteceu. A fonte era incrivelmente linda, uma colossal bacia de pedra jorrando da boca de uma cabeça feminina expelindo água. Auras encheu a jarra com o líquido, teve medo de minhas mãos tocarem o fluído.

— Amado filho! Você chegou primeiro, significa que... — disse o rosto em ordem de Ékatrea ao ver Niki — Espere um pouco, onde está o Escolhido?

— Ele nos ultrapassou, ele trapaceou, ele devia está aqui! — gritou Niki.

Fortuna surgiu em seguida com os cabelos negros recheados de folhas e cascas de árvores. Seu vestido estava rasgado, a esfera em sua mão, suja de lama e a roda com um dos aros tortos.

— A roda do destino apontou a sorte a nosso favor! — gritou Fortuna — Ela nunca se engana.

— Então é melhor você levar sua roda ao conserto! — disse uma voz, em pé sobre a sombrinha do maior cogumelo, a observação de todas as virtudes estava Auras com adaga em mão. — Pois sua roda está quebrada. Normalmente produtos assim existem um tipo de defeito e tal.

— Como prometido, aqui está a jarra com Água proibida da Fonte! — exclamei surgindo do bosque com a jarra de cerâmica a mão. — Agora devemos seguir o nosso caminho!

O clima ficou tenso, as outras virtudes ficaram em silêncio, Ékatrea encarava a jarra, Niki estava com espada em punho, os seus dedos apertavam fortemente o cabo da espada; Fortuna mantinha os olhos em sua roda quebrada. Ékatrea estendeu a mão à jarra, mas uma lâmina a afastou.

— Não! — gritou Niki, com a parte inferior da espada ele acertou em meu rosto. — Niki nunca perde!

— Meu filho... — gesticulou Ékatrea — Eles ganharam, eles devem partir.

— Não! Não será igual como a última vez. Fortuna acabe com a garota, este aqui é meu!

Ainda estava com a jarra em mão, coloquei ao assento da arquibancada, e girei o martelo gigante, Niki avançou em minha direção com espada em mãos, tentou um golpe cruzado a direita, mas o cabo do martelo gigante impediu o contato da lâmina com meu ombro. Girei o martelo e revirei sobre o seu rosto, Niki esquivou por baixo e cortou na região abdominal esquerda.

Enquanto caía ao chão de dor, do outro lado Auras atirava sua adaga sobre Fortuna e a recuperava com o uso do relógio, enquanto Fortuna usava sua roda como um bumerangue e cortava o talo que sustentava o cogumelo, estava preste a cair.

Gritos a plateia e uma massa volumosa escamosa surgiram entre os jovens; Tsur-U em sua plena forma de réptil de três metros surgiu esguiamente por trás de Fortuna, abocanhou a sua roda e cabeceou com força a lançando para o outro lado do bosque, uma esfera de cristal rolou ao chão.

— Mas o que é isso? — perguntou Niki.

— Tsur-U! — exclamei ao dragão.

Niki assim como as outras virtudes ficaram confusas com o grande dragão de komodo em seu anfiteatro; aproveitei o momento para levantar e atingir seu rosto com o martelo gigante, ele se desorientou com o golpe, uma onda de força invadiu os músculos do meu corpo, atingi o novamente na região abdominal e o derrubei ao chão; um golpe final em seu rosto e seria o seu fim, levantei o martelo ao ar.

— Pare! — gritou Ékatrea — Por favor, siga seu caminho e pare! Não machuque o meu filho, Justa lhe aguarda na toca!

Ékatrea apontou a uma flor de pétalas negras, suas pétalas variava em tons como se ainda estivesse indecisa em qual melhor cor de cálice seria justo, “justo”, pensei. Olhei a Niki ao chão e seu rosto machucado, uma linha de sangue cortava o canto do seu lábio, estendi a mão para levanta-lo.

— Vamos! — disse o levantando do chão — Quero a Vitória ao meu lado!

— Estou bem! — disse Niki cuspindo o sangue — Você é um ótimo jogador, mas não espere minha influência ao seu lado, Layer! Você declarou guerra às virtudes, no fim você tem que morrer.

Niki saiu enfurecido ainda com espada em mão, caminhou até Fortuna, ajudou a levanta-la e ambos brilharam e sumiram num vórtice dourado, não sei para onde foi ou o que fariam, mas sabia que íamos nos encontrar cedo ou tarde.

— Estou acostumado a todos falarem desta guerra, mas estou aqui apenas para cumprir minha tarefa. Estamos no tempo, a próxima virtude nos aguarda! O que está flor? E cadê a toca?

— A toca é a flor, a colha e uma abertura surgirá!

— Tão fácil que pensei haver uma armadilha.

— É Malva-rosa Nigra, ela lhe indicará o local da abertura.

Eu tinha me esquecido de um detalhe, Auras em cima do cogumelo. Ela se balançava para um lado e para o outro tentando alcançar o outro cogumelo; a fissura causada pela roda de Fortuna começava a parti o talo ao meio.

— Uma ajuda... — gritou Auras.

O cogumelo se partiu e declinou-se ao chão, Auras rolou e caiu no sentido contrário. Corri para ajuda-la, mas ainda estava a metros de distância, fui surpreendido pelo garoto que a agarrou em pleno ar. Um sorriso se abriu ao seu rosto, o garoto da cicatriz e caninos.

— Obrigada! — disse Auras ao garoto, o mesmo a deixou em pé.

Cheguei logo atrás de Auras, e estendi a mão em cumprimento ao garoto para agradecer por ajudar Auras, mas ele apenas rosnou.

— Foi mal... Então Auras, temos que ir.

— Ok... — disse ela, recuperando sua adaga.

Tsur-U havia desaparecido da confusão, Auras e eu nos postamos em frente à flor de pétalas negras, trocamos olhares e me agachei para arrancá-la do solo; ela brilhou intensamente, as virtudes em torno e Ékatrea observava a magia do vegetal, que cintilou por um tempo e direcionou sua luz ao talo de um dos cogumelos, uma abertura escura se formou. A flor se dissolveu em cinzas e reuniu ao solo em um ponto, onde brotava o botão de uma nova flor.

— Vamos! — gritou Auras se lançando a toca, fenda ou buraco.

— Droga! — me lancei na toca.

Era difícil descrever o local em que pulamos quando estamos em queda livre e o ar cortando o seu rosto, vesti os óculos de soldador; ventos provinham do fundo, no primeiro momento caímos sem parar e a luz vinda da entrada desapareceu, apenas observei a penumbra de rochas à parede sem nenhuma iluminação. Auras gritava logo embaixo, vendo-a de cima seus cabelos negros avoaçando ao ar verticalmente.

Luzes surgiram, sinal que nos aproximavam mais do fim do poço. Precisaria pensar em um plano, qualquer que fosse o estado do solo logo abaixo, não seria saudável a dois corpos se chocarem na velocidade desta queda livre. Lembrei-me da mochila, então encolhi os braços e mantive as pernas esticadas até alcançar Auras logo embaixo.

— Estique os braços! — gritei a Auras.

— O que?

— Estique os braços e dobre os joelhos, assim o atrito jogará seu corpo para trás!

E assim ela fez, eu era empurrado para frente e ela para trás até que nossos corpos se encontraram, a segurei pela cintura e puxei a alça da mochila, em descida começamos a subir.

— Bela tática, mas precisamos descer.

— De nada!

— O que?

— De nada, por ter me salvado.

Manobrei a mochila para que apenas reduzisse a potência e descemos mais lentamente ao chão, as paredes do túnel se iluminavam por pedras incrustadas e fluorescentes cristalinas.

— Geodes! — informei. — Formações rochosas vulcânicas, isso significa que...

Logo abaixo o túnel se abria revelando um lago de magma e fogo ardente.

— Droga! — gritei.

Manipulando a mochila em direção as paredes, mas essas se afastavam pela abertura, o espaço se expandia, o lago começava a se aproximar até ver uma encosta, uma península a alguns metros, aumentei a potência do motor, voamos até chocarmos nosso corpo na praia da península.

— Ah! Minha perna! — gritei ao ver que a barra da calça pegando fogo.

— Calma! — disse Auras jogando a areia da praia sobre a calça para apagar o fogo.

— Mal dia! — disse — porque não voltou ao tempo?

— As consequências do relógio em resguarda Azaria destruir a sua tecnologia, agora ele é apenas um relógio com números romanos. — respondeu Auras.

— Que ótimo! — digo

Ambos começamos a andar em direção a única caverna subterrânea disponível, as paredes eram coberta por minerais-cristais de cor rosa-arroxeado e sodalitas luminosas, os professores de geologia tinha me dito algo sobre aquela rocha, mas não me vinha à mente agora. O solo era arenoso, um erro e poderia escorregar e cair sobre os quartzos pontudos.

— Então...

— Então o que? — perguntou Auras.

— Qual sua ligação com aquele garoto de caninos e que prova o sangue do próprio machucado? — perguntei.

— Nenhuma! — respondeu entre gaguejos.

— Ah! Por favor, você gosta dele, mesmo ele sendo estranho e...

— Scar! — me interrompeu.

— O que?

— O nome dele é Scar, a virtude da dor.

— Uau! O altruísmo não é se oferecer em lugar de alguém pela dor?

— Não, eu... Cale a boca, Sr. Layer!

Ri. Continuei observando a sodalita brilhando, isto não é basicamente uma pedra que brilha no escuro, ela apenas se ilumina com a ação de um tipo de luz.

— Vamos ter que caminhar um pouco mais rápido! — disse.

— Por quê? Está com medo dos quartzos?

— Não. — respondi — As pedras que iluminam as paredes são sodalitas, elas somente brilham em contato com luz ultravioleta.

— Mas não há sol!

— Exato, se a luz não é natural, então de onde ela provém?

— Eu não entendo muito de ciência.

— Estou falando de radiação, isto é fatal a um humano em grande quantidade.


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Notas finais do capítulo

Sentiu dúvida em alguma palavra ou sobre algum cunho cientifico no livro, pesquise, busque resposta, ou deixe seus comentários abaixo. Espero que tenha gostado do início desta aventura... Nos vemos nos próximos capítulos *-* By: Eye Steampunk



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